Ofício das Leituras da Memória de Santa Clara, virgem

V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

O mais suave dos hinos
entoe o povo de Deus,
pois eis que hoje uma virgem
subiu à glória dos céus.

No exílio ainda da terra,
já se entregava ao louvor;
agora, junta-se aos santos
nos mesmos hinos de amor.

A frágil carne domando,
rosa entre espinhos floriu;
calcando as pompas do mundo,
do Cristo os passos seguiu.

As suas preces ouvindo,
Jesus nos dê sua mão,
sempre a guiar nossos passos
para a celeste mansão.

Ao Pai e ao Espírito unido,
nós te adoramos, Jesus:
caminho estreito e seguro
que à vida eterna conduz.

Salmodia

Ant. 1 Repreendei-me, Senhor, mas sem ira! †

Salmo 37(38)

Súplica de um pecador em extremo perigo

Todos os conhecidos de Jesus ficaram à distância (Lc 23,49).

I

2 Repreendei-me, Senhor, mas sem ira; *
† corrigi-me, mas não com furor!

3 Vossas flechas em mim penetraram; *
vossa mão se abateu sobre mim.
4 Nada resta de são no meu corpo, *
pois com muito rigor me tratastes!

– Não há parte sadia em meus ossos, *
pois pequei contra vós, ó Senhor!
5 Meus pecados me afogam e esmagam, *
como um fardo pesado me oprimem.

Ant. Repreendei-me, Senhor, mas sem ira!

Ant. 2 Conheceis meu desejo, Senhor.

II

6 Cheiram mal e supuram minhas chagas *
por motivo de minhas loucuras.
7 Ando triste, abatido, encurvado, *
todo o dia afogado em tristeza.

8 As entranhas me ardem de febre, *
já não  parte sã no meu corpo.
9 Meu coração grita e geme de dor, *
esmagado e humilhado demais.

10 Conheceis meu desejo, Senhor, *
meus gemidos vos são manifestos;
=11 bate pido o meu coração, †
minhas forças estão me deixando, *
e sem luz os meus olhos se apagam.

=12 Companheiros e amigos se afastam, †
fogem longe das minhas feridas; *
meus parentes mantêm-se à distância.

13 Armam laços os meus inimigos, *
que procuram tirar minha vida;
– os que buscam matar-me ameaçam *
e maquinam traições todo o dia.

Ant. Conheceis meu desejo, Senhor.

Ant. 3 Confesso, Senhor, minha culpa:
salvai-me, e jamais me deixeis!

III

14 Eu me faço de surdo e não ouço, *
eu me faço de mudo e não falo;
15 semelhante a alguém que não ouve *
e não tem a resposta em sua boca.

16 Mas, em vós, ó Senhor, eu confio, *
e ouvireis meu lamento, ó meu Deus!
17 Pois rezei: “Que não zombem de mim, *
nem se riam, se os pés me vacilam!”

18 Ó Senhor, estou quase caindo, *
minha dor não me larga um momento!
19 Sim, confesso, Senhor, minha culpa: *
meu pecado me aflige e atormenta.

=20 São bem fortes os meus adversários †
que me vêm atacar sem razão; *
quantos  que sem causa me odeiam!
21 Eles pagam o bem com o mal, *
porque busco o bem, me perseguem.

22 Não deixeis vosso servo sozinho, *
ó meu Deus, ficai perto de mim!
23 Vinde logo trazer-me socorro, *
porque sois para mim Salvação!

Ant. Confesso, Senhor, minha culpa:
salvai-me, e jamais me deixeis!

V. Os meus olhos se gastaram de esperar-vos
R. E de aguardar vossa justiça e salvação.

Primeira leitura

Do Livro do Profeta Oséias                 2,4.8-26

Castigo e futura volta da esposa do Senhor

Eis o que diz o Senhor:
4 Contestai a vossa mãe, contestai,
porque ela não é minha mulher
nem eu seu marido;
que ela se afaste dessa vida devassa,
e elimine do seu corpo os adultérios.
8 Por isso, resolvi cercar
de espinhos o seu caminho,
vou fechá-lo com entulho
para impedir-lhe a passagem;
9 ela irá atrás dos amantes,
mas não os alcançará,
procurá-los-á, mas não os achará,
e dirá: ‘Vou voltar
para o meu primeiro marido,
quando eu era mais feliz do que agora’.
10 Ela ignorava que era eu
quem lhe dava trigo, vinho e azeite,
lhe enchia as mãos de prata e de ouro
de que Baal foi feito.
11 Por isso, vou tomar de novo
o meu trigo, a seu tempo,
e o meu vinho, a seu tempo;
vou retirar minha lã e meu linho,
que cobriam suas partes íntimas;
12 agora vou mostrar sua vergonha
aos olhos dos seus amantes,
quero ver alguém arrancá-la de minhas mãos.
13 Vou acabar com a alegria dela,
suas solenidades, a lua-nova,
o sábado, e as ocasiões de festa.
14 Vou estragar suas vinhas e figueiras,
das quais ela dizia:
‘São os presentes que me deram meus amantes’.
Vou deixá-la em mato para pasto dos animais.
15 Ela pagará pelos dias de culto aos Baals,
quando lhes queimava incenso,
punha brincos e joias
e ia atrás dos seus amantes,
enquanto se esquecia de mim, diz o Senhor.
16 Mas sou eu que a vou seduzir,
levando-a à solidão,
onde lhe falarei ao coração;
17 dar-lhe-ei suas vinhas, do mesmo lugar,
e o vale de Acor, porta da esperança,
e ela aí responderá ao compromisso,
como nos dias de sua juventude,
nos dias da sua vinda da terra do Egito.
18 Acontecerá nesse dia, diz o Senhor,
que ela me chamará ‘Meu marido’,
e não mais chamará ‘Meu Baal.’
19 Tirarei de sua boca o nome dos Baals,
de tal modo que não se lembrará mais deles.
20 Naquele dia, farei um pacto com os homens,
com os animais do campo,
as aves do céu e os répteis da terra;
quebrarei e lançarei fora
o arco, a espada e as outras armas,
e todos poderão repousar tranquilos.
21 Eu te desposarei para sempre;
eu te desposarei conforme as sanções da justiça
e conforme as práticas da misericórdia.
22 Eu te desposarei para manter fidelidade
e tu conhecerás o Senhor.
23 Acontecerá, nesse dia, que eu atenderei,
diz o Senhor,
atenderei aos céus, e os céus atenderão à terra;
24 e a terra atenderá,
dando trigo, vinho e azeite,
conforme as preces de Jezrael.
25 E eu semearei a terra para mim,
e terei piedade da filha que foi ‘Não-Piedade’;
26 direi ao ‘Não-Povo-meu’: Tu és ‘Povo-meu’,
e ele dirá: ‘Tu és Meu-Deus’”.

Responsório Ap 19,7b.9a; Os 2,22

R. Eis que as núpcias do Cordeiro redivivo se aproximam.
Sua Esposa se enfeitou, se vestiu de linho puro.
* São bem-aventurados os que foram convidados
para a Ceia nupcial das bodas do Cordeiro.
V. Eu irei desposar-te na fidelidade;
então saberás que sou eu o Senhor.

Segunda leitura

Da Carta a Santa Inês de Praga, de Santa Clara, virgem

(Edit. I. Omaechevaria, Escritos de Santa Clara, Madrid 1970, pp. 339-341)             (Séc.XIII)

Contempla a pobreza, a humildade e a caridade de Cristo

Feliz a quem foi dado participar do sagrado convívio, de forma a aderir com todas as veras do coração àquele cuja beleza as santas multidões dos céus admiram sem cessar. Sua ternura comove; sua contemplação fortalece; sua benignidade cumula, sua suavidade satisfaz, sua lembrança ilumina docemente, seu odor revitaliza os mortos, e a sua gloriosa visão encherá de gozo os habitantes da Jerusalém do alto. Ele é o esplendor da eterna glória, fulgor da luz eterna, espelho sem defeito (Sb 7,26). Olha todos os dias neste espelho, ó rainha, esposa de Jesus Cristo, e contempla sempre nele tua face. Assim te adornarás toda inteira, por dentro e por fora, coberta envolta de brocados, enfeitada com as vestes e as flores de todas as virtudes, como convém à filha e esposa castíssima do sumo Rei. Neste espelho refulgem a ditosa pobreza, a santa humildade e a indizível caridade, como poderás contemplar, pela graça de Deus, no espelho todo.

Quero dizer: vê no começo do espelho a pobreza daquele que foi posto no presépio, envolto em faixas. Ó admirável humildade, ó estupenda pobreza! O rei dos anjos, o Senhor do céu e da terra é deitado numa manjedoura! No centro do espelho, considera a humildade, quando não a ditosa pobreza, os inúmeros sofrimentos e penas que suportou pela redenção do gênero humano. No fim desse espelho, contempla a indizível caridade que o levou a sofrer no lenho da cruz e nele morrer a mais ignominiosa das mortes. Este espelho, posto no lenho da cruz, aos que passavam para ver estas coisas, advertia: Ó vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor igual à minha dor (Lm 1,12). Respondamos, então, numa só voz, num só espírito ao que clama e se queixa: Lembro-me intensamente e dentro de mim meu coração definha (Lm 3,20). Assim te inflamarás cada vez mais fortemente comeste ardor de caridade, ó rainha do rei celeste.

Contemplando, depois, suas inexprimíveis delícias, riquezas e honras perpétuas, suspirando pela veemência do desejo do coração e do amor, exclames: Atrai-me, e correremos atrás de ti ao odor de teus perfumes (Ct 1,3 Vulg.), ó esposo celeste. Correrei sem parar, até que me introduzas em tua adega, teu braço esquerdo ampare minha cabeça e tua direita me abrace feliz e que me beijes com teu ósculo de suprema felicidade (cf. Ct 2,4.6). Entregue a esta contemplação, não te esqueças desta pobrezinha, tua mãe, pois sabes estar indelevelmente gravada tua suave lembrança nas tábuas de meu coração e que para mim és a mais querida de todas.

 Responsório             Sl 72(73),26; Fl 3,8b

R. Mesmo que o corpo e o coração vão se gastando,
* Deus é o apoio e o fundamento da minh’alma,
é minha parte e minha herança para sempre.
V. Quis perder todas as coisas para o Cristo conquistar
e para nele me encontrar. * Deus é o apoio.

Oração

Ó Deus, que na vossa misericórdia atraístes Santa Clara ao amor da pobreza, concedei, por sua intercessão, que, seguindo o Cristo com um coração de pobre, vos contemplemos um dia em vosso Reino. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.


Comments

Uma resposta para “Ofício das Leituras da Memória de Santa Clara, virgem”

  1. Avatar de Geraldo Corrêa Filho
    Geraldo Corrêa Filho

    Até sete vezes?

    Estes são os santos que receberam a bênção do Senhor e a misericórdia de Deus, seu salvador. É a geração dos que buscam a Deus (Sl 23,5s).

    Oração do dia
    Ó Deus, que, na vossa misericórdia, atraístes santa Clara ao amor da pobreza, concedei, por sua intercessão, que, seguindo o Cristo com um coração de pobre, vos contemplemos um dia em vosso reino. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

    ‘ Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro… ‘

    https://padrepauloricardo.org/episodios/como-nao-amar-um-amor-assim

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