Ofício das Leituras de Sexta-feira da 8ª Semana do Tempo Comum

Ofício das Leituras

V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

Reinais no mundo inteiro,
Jesus, ó sol divino;
deixamos nossos leitos,
cantando este hino.

Oh! quanto mal fizemos,
por Lúcifer levados:
que a glória da manhã
apague esses pecados!

E assim o vosso povo,
por vós iluminado,
jamais venha a tombar
nos laços do Malvado.

A glória seja ao Pai,
ao Filho seu também;
ao Espírito igualmente,
agora e sempre. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Cristo, em nossos corações
infundi a caridade.
Nossos olhos chorem lágrimas
de ternura e piedade.

Para vós, Jesus piedoso,
nossa ardente prece erguemos.
Perdoai-nos, compassivo,
todo o mal que cometemos.

Pelo vosso santo corpo,
pela cruz, vosso sinal,
vosso povo, em toda parte,
defendei de todo o mal.

A vós, Cristo, Rei clemente,
e a Deus Pai, eterno Bem,
com o vosso Santo Espírito
honra e glória sempre. Amém.

Salmodia

Ant. 1 Ó meu Deus, escutai minha prece,
ao clamor do inimigo estremeço!

Salmo 54(55),2-15.17-24

Oração depois da traição de um amigo

Jesus começou a sentir medo e angústia (Mc 14,33)

I

2 Ó meu Deus, escutai minha prece, *
não fujais desta minha oração!
3 Dignai-vos me ouvir, respondei-me: *
a angústia me faz delirar!

4 Ao clamor do inimigo estremeço, *
e ao grito dos ímpios eu tremo.
– Sobre mim muitos males derramam, *
contra mim furiosos investem.

5 Meu coração dentro em mim se angustia, *
e os terrores da morte me abatem;
6 o temor e o tremor me penetram, *
o pavor me envolve e deprime!

=7 É por isso que eu digo na angústia: †
Quem me dera ter asas de pomba *
e voar para achar um descanso!
8 Fugiria, então, para longe, *
e me iria esconder no deserto.

Ant. Ó meu Deus, escutai minha prece,
ao clamor do inimigo estremeço!

Ant. 2 O Senhor have de libertar-nos
da mão do inimigo traiçoeiro.

II

– 9 Acharia depressa um regio *
contra o vento, a procela, o tufão.
=10 Ó Senhor, confundi as más línguas; †
dispersai-as, porque na cidade *
só se  violência e discórdia!

=11 Dia e noite circundam seus muros, †
12 dentro dela há maldades e crimes, *
a injustiça, a opressão moram nela!
– Violência, imposturas e fraudes *
já não deixam suas ruas e praças.

13 Se o inimigo viesse insultar-me, *
poderia aceitar certamente;
– se contra mim investisse o inimigo, *
poderia, talvez, esconder-me.

14 Mas és tu, companheiro e amigo, *
tu, meu íntimo e meu familiar,
15 com quem tive agradável convívio *
com o povo, indo à casa de Deus!

Ant. O Senhor have de libertar-nos
da mão do inimigo traiçoeiro.

Ant. 3 Lança sobre o Senhor teus cuidados,
porque ele há de ser teu sustento.

III

17 Eu, porém, clamo a Deus em meu pranto, *
e o Senhor me haverá de salvar!
18 Desde a tarde, à manhã, ao meio-dia, *
faço ouvir meu lamento e gemido.

19 O Senhor há de ouvir minha voz, *
libertando a minh’alma na paz,
– derrotando os meus agressores, *
porque muitos estão contra mim!

20 Deus me ouve e haverá de humilhá-los, *
porque é Rei e Senhor desde sempre.
– Para os ímpios não há conversão, *
pois não temem a Deus, o Senhor.

21 Erguem a mão contra os próprios amigos, *
violando os seus compromissos;
22 sua boca está cheia de unção, *
mas o seu coração traz a guerra;
– suas palavras mais brandas que o óleo, *
na verdade, porém, são punhais.

23 Lança sobre o Senhor teus cuidados, *
porque ele há de ser teu sustento,
– e jamais ele irá permitir *
que o justo para sempre vacile!

24 Vós, porém, ó Senhor, os lançais *
no abismo e na cova da morte.
– Assassinos e homens de fraude *
não verão a metade da vida.
– Quanto a mim, ó Senhor, ao contrário: *
ponho em vós toda a minha esperança!

Ant. Lança sobre o Senhor teus cuidados,
porque ele há de ser teu sustento.

V. Ó meu filho, fica atento ao meu saber,
R. Presta ouvidos à minha inteligência!

Primeira leitura

Do Livro de Jó 12,1-25

Jó explica o domínio que Deus exerce sobre a sabedoria humana

1Jó tomou a palavra e disse:
2“Realmente vós sois a voz do povo
e convosco a sabedoria vai morrer.
3Mas eu também sei refletir,
não sou inferior a vós;
quem ignora tudo isso?
4Aquele que se torna
objeto de irrisão dos seus amigos, como eu,
esse invoca a Deus, e ele o ouvirá,
pois zombam da integridade do justo.
5Vergonha para a infelicidade – dizem os que são felizes –
um golpe a mais para quem vacila!
6Nas tendas dos ladrões reina a paz,
e estão seguros os que desafiam a Deus,
pensando que o têm na mão.
7Pergunta aos animais e eles te ensinarão,
às aves do céu e elas te informarão;
8fala à terra e ela te instruirá,
os peixes do mar te hão de narrar.
9Com tantos mestres, quem não reconhecerá
que tudo isso é obra da mão de Deus?
10Em sua mão está a alma de todo o ser vivo
e o espírito de todo o homem carnal.
11O ouvido não distingue as palavras
e o paladar não saboreia as iguarias?
12Não está a sabedoria nos cabelos brancos
e a prudência com os anciãos?
 13Ora, ele possui sabedoria e fortaleza,
dele é o conselho e o entendimento.
14O que ele destrói, ninguém o reconstrói;
se ele prender, não haverá quem o solte;
15se retiver a chuva, virá a seca;
se a soltar, a terra se inundará.
16Ele possui força e sabedoria,
a ele pertencem o enganado e o que engana.
17Despoja os conselheiros
e fere os juízes com loucura.
18Desamarra o cinturão dos reis
e cinge-os com uma corda.
19Faz os sacerdotes andarem descalços
e abate os bem-instalados.
20Tira a palavra aos confiantes
e priva de sensatez os anciãos.
21Derrama o desprezo sobre os nobres
e afrouxa o cinturão dos fortes.
22Descobre o que há de mais oculto nas trevas
e ilumina a sombra da morte.
23Engrandece as nações, e também as a ruína;
multiplica os povos, e depois os suprime.
24Tira o juízo aos chefes de um povo
e deixa-os errar num deserto sem estradas,
25cambalear nas trevas, sem luz,
e tropeçar como bêbados”.

Responsório Jó 12,13.14; 23,13

R. A sabedoria e o poder estão em Deus,
entendimento e conselho lhe pertencem.
* Se ele prender, não há quem possa libertar,
se destruir, não há quem possa edificar.
V. Se ele decidir alguma coisa,
então, quem poderá dissuadi-lo?
O que ele deseja, isso fará. * Se ele prender.

Segunda leitura

Dos Livros “Moralia” sobre Jó, de São Gregório Magno, papa

(Lib. 10,47-48: PL75,946-947)

(Séc.VI)

Testemunha interior

Quem é escarnecido por seu amigo, como eu, invocará a Deus que o atenderá. Com freqüência o espírito fraco, ao receber o bafejo da fama humana por suas boas ações, deixa-se levar para as alegrias exteriores, chegando a interessar-se menos pelo que deseja interiormente. Deleita-se, então, languidamente no que ouve de fora. Alegra-se mais por ser chamado de bem-aventurado do que por sê-lo de fato. Esperando com avidez as palavras de elogio, abandona o que começara a ser. Separa-se de Deus justamente naquilo que deveria ser louvado em Deus.

Às vezes, ao contrário, o homem firma-se com constância no agir reto e, no entanto, é maltratado pelas zombarias humanas. Faz coisas admiráveis e só encontra opróbrios.

Podendo exteriorizar-se pelos louvores, é repelido pelas afrontas e volta-se para dentro de si mesmo. Em seu íntimo, enche-se de tanto maior força em Deus quanto não encontra fora onde repousar. Fixa toda a sua esperança no Criador e, entre as zombarias ruidosas invoca sua única testemunha, a interior. Torna-se assim o espírito aflito, tanto mais próximo de Deus quanto mais estranho aos aplausos humanos. Expande-se sem cessar em oração e, premido no exterior, com mais nitidez se purifica para penetrar nos bens interiores. É com razão, pois, que aqui se diz: Quem é escarnecido pelo amigo, como eu, invocará a Deus que o atenderá, porque quando os maus censuram a intenção dos bons, revelam que testemunha desejam para seus atos. O espírito ferido mune-se de força pela oração e alcança ouvir dentro de si as palavras do alto por ter-se separado do louvor humano.

É de notar a justeza do inciso: como eu; pois há alguns que são depreciados pelas críticas humanas, mas que não são atendidos pelos ouvidos divinos. Porque a zombaria provocada pela culpa não importa em nenhum mérito da virtude.

Ri-se da simplicidade do justo: a sabedoria deste mundo está em esconder as maquinações do coração, velar o sentido das palavras, mostrar como verdadeiro o que é falso, demonstrar ser errado aquilo que é verdadeiro.

Pelo contrário, a sabedoria dos justos consiste em nada fingir por ostentação; declarar o sentido das palavras; amar as coisas verdadeiras tais como são; evitar as falsas; fazer o bem gratuitamente; preferir tolerar de bom grado o mal a fazê-lo; não procurar vingança contra a injúria; reputar lucro a afronta, em bem da verdade. Zomba-se, porém, desta simplicidade dos justos porque para os prudentes deste mundo a virtude da pureza de coração é tida por loucura. Tudo quanto se faz com inocência,eles reputam tolice e aquilo que a verdade aprova nas ações, soa falso à sabedoria humana.

Responsório Sl 118(119),104b.105; Jó 6,68b

R. Eu odeio os caminhos da mentira;
* Vossa palavra é a luz para os meus passos,
é uma lâmpada luzente em meu caminho.
V. Senhor, a quem nós iremos?
Tu tens as palavras da vida eterna.
* Vossa palavra.

Oração

Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e vossa Igreja vos possa servir, alegre e tranqüila. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.


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