Ofício das Leituras de Sexta-feira da 24ª Semana do Tempo Comum


V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

Reinais no mundo inteiro,
Jesus, ó sol divino;
deixamos nossos leitos,
cantando este hino.

Da noite na quietude,

Ao som da voz do galo,
já foge a noite escura.
Ó Deus, ó luz da aurora,
nossa alma vos procura.

Enquanto as coisas dormem,
guardai-nos vigilantes,
brilhai aos nossos olhos
qual chama cintilante.

Do sono já despertos,
por graça imerecida,
de novo contemplamos
a luz, irmã da vida.

Ao Pai e ao Filho glória,
ao seu Amor também,
Deus Trino e Uno, luz
e vida eterna. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Criador do Universo
do Pai luz e resplendor,
revelai-nos vossa face
e livrai-nos do pavor.

Pelo Espírito repletos,
templos vivos do Senhor,
não se rendam nossas almas
aos ardis do tentador,

para que, durante a vida,
nas ações de cada dia,
pratiquemos vossa lei
com amor e alegria.

Glória a Cristo, Rei clemente,
e a Deus Pai, Eterno Bem,
com o Espírito Paráclito,
pelos séculos. Amém.

Salmodia

Ant. 1 Ó meu Deus, escutai minha prece,
ao clamor do inimigo estremeço!

Salmo 54(55),2-15.17-24

Oração depois da traição de um amigo

Jesus começou a sentir medo e angústia (Mc 14,33)

I

2 Ó meu Deus, escutai minha prece, *
não fujais desta minha oração!
3 Dignai-vos me ouvir, respondei-me: *
a angústia me faz delirar!

4 Ao clamor do inimigo estremeço, *
e ao grito dos ímpios eu tremo.
– Sobre mim muitos males derramam, *
contra mim furiosos investem.

5 Meu coração dentro em mim se angustia, *
e os terrores da morte me abatem;
6 o temor e o tremor me penetram, *
o pavor me envolve e deprime!

=7 É por isso que eu digo na angústia: †
Quem me dera ter asas de pomba *
e voar para achar um descanso!
8 Fugiria, então, para longe, *
e me iria esconder no deserto.

Ant. Ó meu Deus, escutai minha prece,
ao clamor do inimigo estremeço!

Ant. 2 O Senhor have de libertar-nos
da mão do inimigo traiçoeiro.

II

– 9 Acharia depressa um regio *
contra o vento, a procela, o tufão.
=10 Ó Senhor, confundi as más línguas; †
dispersai-as, porque na cidade *
só se  violência e discórdia!

=11 Dia e noite circundam seus muros, †
12 dentro dela há maldades e crimes, *
a injustiça, a opressão moram nela!
– Violência, imposturas e fraudes *
já não deixam suas ruas e praças.

13 Se o inimigo viesse insultar-me, *
poderia aceitar certamente;
– se contra mim investisse o inimigo, *
poderia, talvez, esconder-me.

14 Mas és tu, companheiro e amigo, *
tu, meu íntimo e meu familiar,
15 com quem tive agradável convívio *
com o povo, indo à casa de Deus!

Ant. O Senhor have de libertar-nos
da mão do inimigo traiçoeiro.

Ant. 3 Lança sobre o Senhor teus cuidados,
porque ele há de ser teu sustento.

III

17 Eu, porém, clamo a Deus em meu pranto, *
e o Senhor me haverá de salvar!
18 Desde a tarde, à manhã, ao meio-dia, *
faço ouvir meu lamento e gemido.

19 O Senhor há de ouvir minha voz, *
libertando a minh’alma na paz,
– derrotando os meus agressores, *
porque muitos estão contra mim!

20 Deus me ouve e haverá de humilhá-los, *
porque é Rei e Senhor desde sempre.
– Para os ímpios não há conversão, *
pois não temem a Deus, o Senhor.

21 Erguem a mão contra os próprios amigos, *
violando os seus compromissos;
22 sua boca está cheia de unção, *
mas o seu coração traz a guerra;
– suas palavras mais brandas que o óleo, *
na verdade, porém, são punhais.

23 Lança sobre o Senhor teus cuidados, *
porque ele há de ser teu sustento,
– e jamais ele irá permitir *
que o justo para sempre vacile!

24 Vós, porém, ó Senhor, os lançais *
no abismo e na cova da morte.
– Assassinos e homens de fraude *
não verão a metade da vida.
– Quanto a mim, ó Senhor, ao contrário: *
ponho em vós toda a minha esperança!

Ant. Lança sobre o Senhor teus cuidados,
porque ele há de ser teu sustento.

V. Ó meu filho, fica atento ao meu saber,
R. Presta ouvidos à minha inteligência!

Primeira leitura

Do Livro do Profeta Ezequiel 16,3.5b-7a.8-15.35.37a. 40-43.59-63

Jerusalém, esposa infiel de Deus

3 Assim fala o Senhor Deus a Jerusalém: “Por tua origem e nascimento és do país de Canaã. Teu pai era um amorreu e tua mãe uma hitita. 5Eles te deixaram exposta em campo aberto, porque desprezavam a tua vida.

6 Então, eu passei junto de ti e vi que te debatias no próprio sangue. E enquanto estavas em teu sangue, eu te disse: “Vive!” 7Eu te fiz crescer exuberante como planta silvestre. Tu cresceste e te desenvolveste, e chegaste à puberdade. 8Passando junto de ti, percebi que tinhas chegado à idade do amor. Estendi meu manto sobre ti para cobrir tua nudez. Fiz um juramento, estabelecendo uma aliança contigo – oráculo do Senhor – e tu foste minha. 9Banhei-te na água, limpei-te do sangue e ungi-te com perfume. 10Eu te revesti de roupas bordadas, calcei-te com sandálias de fino couro, cingi-te de linho e te cobri de seda. 11Eu te enfeitei de joias, coloquei braceletes em teus braços e um colar no pescoço. 12Eu te pus um anel no nariz, brincos nas orelhas e uma coroa magnífica na cabeça. 13Estavas enfeitada de ouro e prata, tuas vestimentas eram de linho finíssimo, de seda e de bordados. Eu te nutria com flor de farinha, mel e óleo. Ficaste cada vez mais bela e chegaste à realeza. 14Tua fama se espalhou entre as nações por causa de tua beleza perfeita, devido ao esplendor com que te cobri – oráculo do Senhor.

15 Mas puseste tua confiança na beleza e te prostituíste graças à tua fama. E sem pudor te oferecias a qualquer passante.

35 Por isso, prostituta, ouve a palavra do Senhor: 37vou reunir todos os teus amantes. 40Eles instigarão contra ti a multidão para te apedrejar e te esquartejar com suas espadas. 41Incendiarão tuas casas e aplicarão castigos contra ti à vista de numerosas mulheres. Farei cessar tua vida de prostituta e já não darás presentes. 42Saciarei contra ti o meu furor e meu ciúme se afastará de ti. Ficarei acalmado e já não me irritarei. 43Como não te recordaste dos dias de tua juventude e me provocaste com tudo isto, eu também te darei a paga que mereces – oráculo do Senhor Deus. Por acaso não acrescentaste esta infâmia a todas as tuas práticas detestáveis?

59 Assim diz o Senhor Deus: Agirei contigo segundo o teu proceder, tu que desprezaste o juramento, violando a aliança. 60Eu, porém, me lembrarei de minha aliança contigo, quando ainda eras jovem, e vou estabelecer contigo uma aliança eterna. 61Quando receberes tuas irmãs mais velhas e mais novas do que tu, então te lembrarás de tua conduta e ficarás envergonhada. Eu as entregarei a ti como filhas, embora não em virtude de tua aliança. 62Eu mesmo firmarei contigo a minha aliança, e saberás que eu sou o Senhor. 63É para que te recordes e te envergonhes, e na tua confusão não abras mais a boca, quando eu te houver perdoado tudo o que fizeste” – oráculo do Senhor Deus.

Responsório             Cf. Is 54,6.8; Ez 16,60

R. Como à mulher desamparada e abandonada,
eu te chamei, diz o Senhor, teu Redentor;
por pouco tempo te ocultei a minha face,
num ímpeto de grande indignação.
* Mas, levado por meu grande amor de sempre,
misericórdia e compaixão eu te mostrei.
V. Recordarei, diz o Senhor, minha Aliança
que contigo eu fiz na tua adolescência
e farei contigo eterna Aliança. * Mas, levado.

Segunda leitura

Do Sermão sobre os pastores, de Santo Agostinho, bispo

(Sermo 46,10-11: CCL 41,536-538)       (Séc.V)

Prepara-te para a tentação

Já sabeis o que amam os maus pastores. Vede o que descuidam. Ao enfermo não fortificastes; do doente não cuidastes; o machucado, isto é, fraturado, não pensastes; ao desgarrado, não reconduzistes; ao que se perdia não fostes procurar e ao forte oprimistes (Ez 34,4), matastes, destruístes. A ovelha se enfraquece, quer dizer, tem coração débil, imprudente e desprevenido, a ponto de ceder às tentações que sobrevierem.

O pastor negligente, quando alguém se lhe confia, não lhe diz: Filho, vindo para servir a Deus, mantém-te na justiça e prepara-te para a tentação (cf. Eclo 2,1). Quem assim fala fortifica o fraco e de fraco faz firme, de modo que, se lhe forem confiados os bens deste mundo, não se fiará neles. Se, contudo, houver aprendido a fiar-se na prosperidade terena, por esta mesma prosperidade será corrompido; sobrevindo adversidades, ferir-se-á e talvez pereça.

Quem assim o edifica, não o constrói sobre pedra, mas sobre a areia. A pedra era Cristo (cf. 1Cor 10,4). Os cristãos têm de imitar os sofrimentos de Cristo e não, ir atrás de prazeres. O fraco se fortifica, quando lhe dizem: “Espera, sim, provações neste mundo, mas de todas elas te livrará o Senhor, se teu coração não voltar atrás. Pois para fortalecer teu coração veio padecer, veio morrer, veio ser coberto de escarros, veio ser coroado de espinhos, veio ouvir insultos, veio enfim ser pregado na cruz. Tudo isto por tua causa, e tu, nada: não para ele, mas em teu favor”.

Quais são estes que, por temerem ofender os ouvintes, não apenas não os prepararam para as inevitáveis provações, mas prometem a felicidade neste mundo, que Deus não prometeu a este mundo? Ele predisse labutas e mais labutas, que até o fim sobreviriam a este mundo. E tu queres que o cristão esteja isento destas labutas? Justamente por ser cristão, sofrerá algo mais neste mundo.

Com efeito disse o Apóstolo: Todos aqueles que querem viver sinceramente em Cristo, sofrerão perseguições (2Tm 3,12). Agora tu, pastor insensato, que procuras os teus interesses e não os de Jesus Cristo, deixa que ele diga: Todos aqueles que querem viver sinceramente em Cristo, sofrerão perseguições. E por tua conta vai dizendo: “Se em Cristo viveres piedosamente, terás abundância de todos os bens. Se não tens filhos, tê-lo-ás e os criarás, e nenhum morrerá”. É esta tua construção? Olha o que fazes, onde a colocas. Sobre a areia a constróis. Virá a chuva, o rio transbordará, soprará o vento, baterão contra esta casa; ela cairá e será grande sua ruína.

Tira-a da areia, põe-na sobre a pedra: esteja em Cristo aquele a quem desejas ver cristão. Observe os injustos sofrimentos de Cristo, observe-o sem pecado, pagando o que não devia, observe a Escritura a lhe dizer: O Senhor castiga todo aquele que reconhece como filho (Hb 12,6). Ou se prepare para ser castigado, ou não procure ser aceito.

Responsório 1Ts 2,4.3

R. Como Deus nos julgou dignos
de confiar-nos o Evangelho,
nós falamos deste modo.
* Não buscamos agradar aos homens, mas a Deus.
V. A nossa exortação nada tem de falsidade,
de impureza ou de mentira. * Não buscamos.

Oração

Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.


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