Ofício das Leituras de Sábado da 7ª Semana do Tempo Comum

V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

Um Deus em três pessoas,
o mundo governais:
dos homens que criastes
as faltas perdoais.

Ouvi, pois, nosso canto
e o pranto que vertemos:
de coração sem mancha,
melhor vos contemplemos.

Por vosso amor tenhamos
a alma iluminada,
e alegres aguardemos,
Senhor, vossa chegada.

Rompendo agora a noite,
do sono despertados,
com os bens da pátria eterna
sejamos cumulados!

A glória seja ao Pai,
ao Filho seu também;
ao Espírito igualmente,
agora e sempre. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Autor da glória eterna,
que ao povo santo dais
a graça septiforme
do Espírito, escutai:

Tirai ao corpo e à mente
do mal as opressões;
cortai os maus instintos,
curai os corações.

Tornai as mentes calmas,
as obras completai,
ouvi do orante as preces,
a vida eterna dai.

Do tempo, em sete dias,
o curso conduzis.
No dia oitavo e último
vireis como juiz.

E nele, ó Redentor,
da ira nos poupai,
tirai-nos da esquerda,
à destra nos guardai.

Ouvi a prece humilde
do povo reverente,
e a vós daremos glória,
Deus Trino, eternamente.

Salmodia

Ant. 1 Agradeçamos ao Senhor o seu amor
e as suas maravilhas entre os homens.

Salmo 106(107)

Ação de graças pela libertação

Deus enviou sua palavra aos israelitas e lhes anunciou a boa-nova da paz, por meio de Jesus Cristo (At 10,36).

I

1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, *
porque eterna é a sua misericórdia!

2 Que o digam os libertos do Senhor, *
que da mão dos opressores os salvou
3 e de todas as nações os reuniu, *
do Oriente, Ocidente, Norte e Sul.

4 Uns vagavam, no deserto, extraviados, *
sem acharem o caminho da cidade.
5 Sofriam fome e também sofriam sede, *
e sua vida ia aos poucos definhando.

6 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.
7 Pelo caminho bem seguro os conduziu *
para chegarem à cidade onde morar.

8 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
9 Deu de beber aos que sofriam tanta sede *
e os famintos saciou com muitos bens!

10 Alguns jaziam em meio a trevas pavorosas, *
prisioneiros da miséria e das correntes,
11 por se terem revoltado contra Deus *
e desprezado os conselhos do Altíssimo.
12 Ele quebrou seus corações com o sofrimento; *
eles tombaram, e ninguém veio ajudá-los!

13 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.
14 E os retirou daquelas trevas pavorosas, *
despedaçou suas correntes, seus grilhões.

15 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
16 Porque ele arrombou portas de bronze *
e quebrou trancas de ferro das prisões!

Ant. Agradeçamos ao Senhor o seu amor
e as suas maravilhas entre os homens.

Ant. 2 Nós vimos seus progios e suas maravilhas.

II

17 Uns deliravam no caminho do pecado, *
sofrendo a conseqüência de seus crimes;
18 todo alimento era por eles rejeitado, *
e da morte junto às portas se encontravam.

19 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.
20 Enviou sua palavra e os curou, *
e arrancou as suas vidas do sepulcro.

21 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
22 Ofereçam sacrifícios de louvor, *
e proclamem na alegria suas obras!

23 Os que sulcam o alto-mar com seus navios, *
para ir comerciar nas grandes águas,
24 testemunharam os prodígios do Senhor *
e as suas maravilhas no alto-mar.

25 Ele ordenou, e levantou-se o furacão, *
arremessando grandes ondas para o alto;
26 aos céus subiam e desciam aos abismos, *
seus corações desfaleciam de pavor.

27 Cambaleavam e caíam como bêbados, *
toda a sua perícia deu em nada.
28 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.

29 Transformou a tempestade em bonança, *
e as ondas do oceano se calaram.
30 Alegraram-se ao ver o mar tranqüilo, *
e ao porto desejado os conduziu.

31 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
32 Na assembléia do seu povo o engrandeçam *
e o louvem no conselho de anciãos!

Ant. Nós vimos seus progios e suas maravilhas.

Ant. 3 Que os justos, vendo as obras do Senhor,
compreendam como é grande o seu amor!

III

33 Ele mudou águas correntes em deserto, *
e fontes de água borbulhante em terra seca;
34 transformou as terras férteis em salinas, *
pela macia dos que nelas habitavam.

35 Converteu em grandes lagos os desertos *
e a terra árida em fontes abundantes;
36 e ali fez habitarem os famintos, *
que fundaram sua cidade onde morar.

37 Plantaram vinhas, semearam os seus campos, *
que deram frutos e colheitas abundantes.
38 Abençoou-os e cresceram grandemente, *
e não deixou diminuir o seu rebanho.

39 Mas depois ficaram poucos e abatidos, *
oprimidos por desgraças e aflições;
40 porém Aquele que confunde os poderosos *
e os fez errar por um deserto sem saída,
41 retirou da indigência os seus pobres, *
e qual rebanho aumentou suas famílias.

42 Que os justos vejam isto e rejubilem, *
e os maus fechem de vez a sua boca!
43 Quem é bio, que observe essas coisas *
e compreenda a bondade do Senhor!

Ant. Que os justos, vendo as obras do Senhor,
compreendam como é grande o seu amor!

V. Chega às nuvens a vossa verdade, Senhor,

R. E aos abismos dos mares, os vossos juízos.

Primeira leitura

Do Livro do Eclesiastes 11,7–12-14

Sentenças acerca da velhice

11,7Doce é a luz
e é agradável aos olhos ver o sol.
8Por mais anos que o homem viva
e por mais que os desfrute a todos,
deve lembrar-se
de que os anos sombrios serão muitos,
e tudo que acontecer será ilusão.
9Alegra-te, jovem, na tua adolescência,
e que o teu coração repouse no bem
nos dias da tua juventude;
segue as aspirações do teu coração
e os desejos dos teus olhos;
fica sabendo, porém,
que de tudo isso Deus te pedirá contas.
10Tira a tristeza do teu coração,
e afasta a malícia do teu corpo,
pois a adolescência e a juventude são vaidade.
12,1Lembra-te do teu Criador nos dias da juventude,
antes que venham os dias da desgraça
e cheguem os anos dos quais dirás:
“Não sinto prazer neles”;
2– antes que se obscureçam o sol, a luz,
a lua e as estrelas,
e voltem as nuvens depois da chuva;
3quando os guardas da casa começarem a tremer,
e se curvarem os homens robustos;
quando as poucas mulheres cessarem de moer,
e ficarem turvas as vistas das que olham pelas janelas
4e se fecharem as portas que dão para a rua;
quando enfraquecer o ruído do moinho,
e os homens se levantarem ao canto dos pássaros,
e silenciarem as vozes das canções,
5e houver medo das alturas e sobressaltos no caminho,
enquanto a amendoeira floresce,
o gafanhoto se arrasta
e a alcaparra perde o seu gosto,
porque o homem se encaminha para a morada eterna,
e os que choram já rondam pelas ruas;
6– antes que se rompa o cordão de prata
e se despedace a taça de ouro,
a jarra se parta na fonte,
a roldana se arrebente no poço,
7– antes que volte o pó à terra, de onde veio,
e o sopro de vida volte a Deus que o concedeu.
8Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes,
tudo é vaidade.
9Além de ser sábio, o Eclesiastes também ensinava a ciência ao povo. Estudou, examinou e formulou muitos provérbios. 10O Eclesiastes aplicou-se a descobrir sentenças bem formuladas, cujo teor exato é transcrito nestas sentenças autênticas. 11As sentenças dos sábios são como aguilhões, e aquelas que constam em coleções são como pregos bem fincados: tal é a dádiva do único Pastor. 12Um último aviso, filho meu: escrever livros e mais livros não tem limite, e o muito estudo desgasta o corpo. 13Em conclusão, e depois de ouvido tudo: teme a Deus e guarda seus mandamentos, porque isso diz respeito a cada homem. 14Deus julgará todas as ações, boas ou más, mesmo as ocultas.

Responsório Sl 70(71),17.9a; cf. Sl 15(16),11

R. Vós me ensinastes desde a minha juventude
e até hoje canto as vossas maravilhas.
* Não me deixeis quando chegar minha velhice!

V. Junto a vós, felicidade sem limites,
delícia eterna e alegria ao vosso lado.
* Não me deixeis.

Segunda leitura

Do Comentário sobre o Eclesiastes, de São Gregório de Agrigento, bispo

(Lib. 10, 2: PG 98,1138-1139)

(Séc. VI)

Aproximai-vos de Deus e ficareis luminosos

Suave, diz o Eclesiastes, é esta luz e extremamente bom, para nossos olhos penetrantes, é contemplar o sol esplêndido. Pois sem a luz o mundo não teria beleza, a vida não seria vida. Por isto, já de antemão, o grande contemplador de Deus, Moisés, disse: E Deus viu a luz e declarou-a boa. Porém é conveniente para nós pensar naquela grande, verdadeira e eterna luz que ilumina a todo homem que vem a este mundo, quer dizer, Cristo, salvador e redentor do mundo, que, feito homem, quis assumir ao máximo a condição humana. Dele fala o profeta Davi: Cantai a Deus, salmodiai a seu nome, preparai o caminho para aquele que se dirige para o ocaso; Senhor é seu nome; e exultai em sua presença.

Suave declarou o Sábio ser a luz e prenunciou ser bom ver com seus olhos o sol da glória, aquele sol que no tempo da divina encarnação disse: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não caminha nas trevas, mas terá a luz da vida. E outra vez: Este o juízo: a luz veio ao mundo. Desta maneira, pela luz do sol, gozo de nossos olhos corporais, anunciou o Sol da justiça espiritual, tão suave àqueles que foram encontrados dignos de conhecê-lo. Viam-no com seus próprios olhos, com ele viviam e conversavam, como um homem qualquer, embora não fosse um qualquer. Era, de fato, verdadeiro Deus que deu vista aos cegos, fez os coxos andar, os surdos ouvir, limpou os leprosos, aos mortos devolveu a vida.

Todavia, mesmo agora é realmente delicioso vê-lo com olhos espirituais e contemplar demoradamente sua simples e divina beleza. Além disso, é delicioso, pela união e comunicação com ele, tornar-se luminoso, ter o espírito banhado de doçura e revestido de santidade, adquirir o entendimento e vibrar de uma alegria divina que se estenda a todos os dias da presente vida. O sábio Eclesiastes bem o indicou quando disse: Por muitos anos que viva o homem, em todos eles se alegrará. É evidente que o Autor de toda alegria o é para os que vêem o Sol de justiça. Dele disse o profeta Davi: Exultem diante da face de Deus, gozem na alegria; e também: Exultai, ó justos, no Senhor; aos retos convém o louvor.

Responsório Sl 33(34),4.6; Cl 1,12b-13a

R. Comigo engrandecei o Senhor Deus,
exaltemos todos juntos o seu nome!
* Contemplai a sua face e alegrai-vos
e vosso rosto não se cubra de vergonha!

V. Demos graças a Deus Pai onipotente,
que nos chama a partilhar, na sua luz,
da herança a seus santos reservada
e do imrio das trevas arrancou-nos.
* Contemplai.

Oração

Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.


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