Ofício das Leituras da Memória de São Martinho, bispo


V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

Ao fiel confessor do Senhor
canta a terra com grande alegria.
Mereceu penetrar, glorioso,
nas alturas do céu, neste dia.

Piedoso, prudente e humilde,
casto e sóbrio, constante na paz,
foi até o momento supremo,
que do corpo a morada desfaz.

Vão, por isso, ao sepulcro do santo
implorar a saúde os doentes
e, invocando o Senhor em seu nome,
são curados e voltam contentes.

Nós, agora, cantamos um hino
ao seu nome, em alegre coral.
Seu convívio possamos um dia
partilhar no festim eternal.

Salvação e poder à Trindade
que as alturas celestes habita,
e governa e dirige este mundo
com ciência e bondade infinita.

Salmodia

Ant. 1 Agradeçamos ao Senhor o seu amor
e as suas maravilhas entre os homens.

Salmo 106(107)

Ação de graças pela libertação

Deus enviou sua palavra aos israelitas e lhes anunciou a boa-nova da paz, por meio de Jesus Cristo (At 10,36).

I

1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, *
porque eterna é a sua misericórdia!

2 Que o digam os libertos do Senhor, *
que da mão dos opressores os salvou
3 e de todas as nações os reuniu, *
do Oriente, Ocidente, Norte e Sul.

4 Uns vagavam, no deserto, extraviados, *
sem acharem o caminho da cidade.
5 Sofriam fome e também sofriam sede, *
e sua vida ia aos poucos definhando.

6 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.
7 Pelo caminho bem seguro os conduziu *
para chegarem à cidade onde morar.

8 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
9 Deu de beber aos que sofriam tanta sede *
e os famintos saciou com muitos bens!

10 Alguns jaziam em meio a trevas pavorosas, *
prisioneiros da miséria e das correntes,
11 por se terem revoltado contra Deus *
e desprezado os conselhos do Altíssimo.
12 Ele quebrou seus corações com o sofrimento; *
eles tombaram, e ninguém veio ajudá-los!

13 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.
14 E os retirou daquelas trevas pavorosas, *
despedaçou suas correntes, seus grilhões.

15 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
16 Porque ele arrombou portas de bronze *
e quebrou trancas de ferro das prisões!

Ant. Agradeçamos ao Senhor o seu amor
e as suas maravilhas entre os homens.

Ant. 2 Nós vimos seus progios e suas maravilhas.

II

17 Uns deliravam no caminho do pecado, *
sofrendo a conseqüência de seus crimes;
18 todo alimento era por eles rejeitado, *
e da morte junto às portas se encontravam.

19 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.
20 Enviou sua palavra e os curou, *
e arrancou as suas vidas do sepulcro.

21 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
22 Ofereçam sacrifícios de louvor, *
e proclamem na alegria suas obras!

23 Os que sulcam o alto-mar com seus navios, *
para ir comerciar nas grandes águas,
24 testemunharam os prodígios do Senhor *
e as suas maravilhas no alto-mar.

25 Ele ordenou, e levantou-se o furacão, *
arremessando grandes ondas para o alto;
26 aos céus subiam e desciam aos abismos, *
seus corações desfaleciam de pavor.

27 Cambaleavam e caíam como bêbados, *
toda a sua perícia deu em nada.
28 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.

29 Transformou a tempestade em bonança, *
e as ondas do oceano se calaram.
30 Alegraram-se ao ver o mar tranqüilo, *
e ao porto desejado os conduziu.

31 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
32 Na assembléia do seu povo o engrandeçam *
e o louvem no conselho de anciãos!

Ant. Nós vimos seus progios e suas maravilhas.

Ant. 3 Que os justos, vendo as obras do Senhor,
compreendam como é grande o seu amor!

III

33 Ele mudou águas correntes em deserto, *
e fontes de água borbulhante em terra seca;
34 transformou as terras férteis em salinas, *
pela macia dos que nelas habitavam.

35 Converteu em grandes lagos os desertos *
e a terra árida em fontes abundantes;
36 e ali fez habitarem os famintos, *
que fundaram sua cidade onde morar.

37 Plantaram vinhas, semearam os seus campos, *
que deram frutos e colheitas abundantes.
38 Abençoou-os e cresceram grandemente, *
e não deixou diminuir o seu rebanho.

39 Mas depois ficaram poucos e abatidos, *
oprimidos por desgraças e aflições;
40 porém Aquele que confunde os poderosos *
e os fez errar por um deserto sem saída,
41 retirou da indigência os seus pobres, *
e qual rebanho aumentou suas famílias.

42 Que os justos vejam isto e rejubilem, *
e os maus fechem de vez a sua boca!
43 Quem é bio, que observe essas coisas *
e compreenda a bondade do Senhor!

Ant. Que os justos, vendo as obras do Senhor,
compreendam como é grande o seu amor!

V. Chega às nuvens a vossa verdade, Senhor,
R. E aos abismos dos mares, os vossos juízos.

Primeira leitura

Do Primeiro Livro dos Macabeus             9,1-22

Morte de Judas Macabeu no combate

Quando soube que Nicanor e seu exército haviam sucumbido no combate, Demétrio enviou de novo Báquides e Alcimo ao território de Judá, coma ala direita do seu exército. 2Empreenderam a marcha pelo caminho de Guilgal, tomaram de assalto Mesalot, no território de Arbelas, apoderaram-se da cidade e mataram grande número de habitantes. 3No primeiro mês do ano cento e cinqüenta e dois, acamparam em frente de Jerusalém. 4Mas, depois, partiram dali e dirigiram-se para a Beréia, com vinte mil homens e dois mil cavaleiros. 5Judas estava acampado em Elasa, tendo consigo três mil homens escolhidos, 6os quais, ao verem o número considerável de inimigos, ficaram aterrorizados. Muitos fugiram então do acampamento, e não ficaram mais de oitocentos homens. 7Judas viu que seu exército debandava, precisamente quando era iminente a batalha, e seu coração abateu-se, porque não tinha tempo de reagrupá-los. 8Embora deprimido, disse aos que ficaram: “Avante! Marchemos contra nossos inimigos. Talvez posamos enfrentá-los!” 9Eles, porém, tentavam dissuadi-lo, dizendo: “Não conseguiremos! Salvemos, agora, nossas vidas. Voltaremos depois com nossos irmãos, para combatê-los. Agora somos muito poucos”. 10Judas retrucou: “Longe de mim fazer isso, fugir diante do inimigo! Se chegou a nossa hora, morramos corajosamente por nossos irmãos, e não deixemos que se manche a nossa glória!” 11O exército inimigo saiu do acampamento e tomou posição diante deles. A cavalaria estava dividida em dois esquadrões, os atiradores de funda e os flecheiros marchavam à frente do exército, os mais aguerridos na primeira fila. Báquides estava na ala direita. 12A falange avançou dos dois lados ao som das trombetas. Os de Judas também tocaram as trombetas 13e a terra tremeu com o ruído dos exércitos. Travou-se a batalha pela manhã e durou até a tarde. 

14 Judas viu que Báquides e o mais forte do seu exército estavam à direita. Então reuniu em torno de si todos os homens intrépidos, 15abateu com eles a ala direita e perseguiu-os até ao monte Azoto. 16Mas quando os da ala esquerda perceberam que a ala direita estava sendo desbaratada, voltaram-se e atiraram-se atrás de Judas e seus companheiros. 17Tornou-se renhida a luta. De ambos os lados, muitos foram feridos e caíram. 18Judas também sucumbiu e os demais fugiram. 19Jônatas e Simeão levaram Judas, seu irmão, e enterraram-no no sepulcro de seus pais, em Modin. 20Todo o povo de Israel manifestou grande desolação, chorou-o e guardou luto durante vários dias, 21 dizendo: “Como sucumbiu o valente, salvador de Israel!” 22 As restantes façanhas de Judas, seus combates, seus feitos heróicos e atos gloriosos não se escreveram, por serem numerosos demais.

Responsório             Cf. 1Mc 4,8b.9a.10a.9

R. A fúria do inimigo não temais;
lembrai-vos como outrora vossos pais
foram salvos ao passar o mar Vermelho.
* Clamemos para o céu neste momento,
e de nós terá piedade o nosso Deus.
V. Recordai as maravilhas que ele fez,
o que fez ao Faraó e seu exército. * Clamemos.

Segunda leitura

Das Cartas de Sulpício Severo

(Epist.3,6.9-10.11.14-17.21: SCh 133,336-344)            (Séc.V)

Martinho, pobre e humilde

Martinho soube com muita antecedência o dia da sua morte e comunicou aos irmãos estar iminente a dissolução de seu corpo. Entretanto, surgiu a necessidade de ir à diocese de Candax, pois os eclesiásticos desta Igreja estavam em discórdia. Desejando restabelecer a paz, embora não ignorasse o fim de seus dias, não recusou partir, julgando que seria um excelente fecho de suas obras deixar a Igreja em paz.

Demorou-se por algum tempo na aldeia e na Igreja aonde fora, e a paz voltou para os clérigos. Quando já pensava em regressar ao mosteiro, começaram de repente a faltar-lhe as forças e, chamando os irmãos, disse-lhes que ia morrer. Diante disto todos se entristeceram grandemente, chorando e dizendo, a uma só voz: “Por que, pai, nos abandonas? A quem nos entregas, desolados? Lobos vorazes invadem teu rebanho; quem, ferido o pastor, nos livrará de seus dentes? Sabemos que desejas a Cristo, mas teus prêmios já estão seguros e não diminuirão com o adiamento! Tem compaixão de nós, a quem desamparas!” 

Comovido com estas lágrimas, ele que sempre possuíra entranhas de misericórdia, também chorou, segundo contam. Voltando-se então para o Senhor, respondeu aos queixosos somente com estas palavras: “Senhor, se ainda sou necessário a teu povo, não recuso o trabalho. Que se faça tua vontade”.

Que homem incomparável! O trabalho não o vence, a morte não o vencerá! Ele, que não se inclinava para nenhum dos lados, não temeria morrer e nem recusaria viver! No entanto, olhos e mãos sempre erguidos para o céu, não abandonava a oração o espírito invicto; e quando os presbíteros, que se haviam reunido junto dele, lhe pediram aliviar o frágil corpo, virando-o para o lado, disse: “Deixai-me, deixai-me, irmãos, olhar para o céu de preferência à terra, para que o espírito já se dirija ao caminho que o levará ao Senhor”. Dito isto, viu o demônio ali perto. “Por que estás aqui, fera nefasta? Nada em mim, ó cruel, encontrarás! O seio de Abraão me acolhe”.

Com estas palavras entregou o espírito ao céu. Martinho, feliz, é recebido no seio de Abraão; Martinho, pobre e humilde, entra rico no céu.

Responsório

R. Ó bispo São Martinho, realmente homem feliz!
Jamais foi encontrada, em seus lábios, a mentira;
a ninguém ele julgava e nunca condenava.
* Não havia em sua boca outra coisa a não ser
Jesus Cristo, a paz, o amor.
V. Homem digno de louvor!
Nem trabalho o derrotou, nem a morte o venceria,
nem morrer o apavorou e a viver não recusou.
* Não havia.


Oração

Ó Deus, que fostes glorificado pela vida e a morte do bispo São Martinho, renovai em nossos corações as maravilhas da vossa graça, de modo que nem a morte nem a vida nos possam separar do vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.


Comments

2 respostas para “Ofício das Leituras da Memória de São Martinho, bispo”

  1. Avatar de CARLOS JOSE CARNEIRO MURY
    CARLOS JOSE CARNEIRO MURY

    Parabens pelo trabalho

  2. Avatar de Geraldo Corrêa Filho
    Geraldo Corrêa Filho

    Então chegou o dilúvio

    Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).

    Oração do dia
    Ó Deus, que fostes glorificado pela vida e morte do bispo são Martinho, renovai em nossos corações as maravilhas da vossa graça, de modo que nem a morte nem a vida nos possam separar do vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

    ‘ Quem procura ganhar a sua vida vai perdê-la,,, ‘

    https://padrepauloricardo.org/episodios/magnifico-exemplo-de-generosidade

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