V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Hino
Cristo Pastor, modelo dos pastores,
comemorando a festa deste Santo,
a multidão fiel e jubilosa,
vosso louvor celebra neste canto.
Feito por Deus ministro e sacerdote,
associado ao vosso dom perfeito,
bom despenseiro, foi por vós chamado
a presidir o vosso povo eleito.
Do seu rebanho foi pastor e exemplo,
ao pobre alívio e para os cegos luz,
pai carinhoso, tudo para todos,
seguindo em tudo o Bom Pastor Jesus.
Cristo, que aos santos dais nos céus o prêmio,
com vossa glória os coroando assim,
dai-nos seguir os passos deste mestre
e ter um dia um semelhante fim.
Justo louvor ao Sumo Pai cantemos,
e a vós, Jesus, Eterno Rei, também.
Honra e poder ao vosso Santo Espírito
no mundo inteiro, agora e sempre. Amém.
Salmodia
Ant. 1 Levantai-vos, ó Senhor, vinde logo em meu socorro!
Salmo 34(35),1-2.3c.9-19.22-23.27.28
O Senhor salva nas perseguições
Reuniram-se… e resolveram prender Jesus por um ardil para o matar (Mt 26,3.4).
I
–1 Acusai os que me acusam, ó Senhor, *
combatei os que combatem contra mim!
=2 Empunhai o vosso escudo e armadura; †
levantai-vos, vinde logo em meu socorro *
3c e dizei-me: “Sou a tua salvação!”
–9 Então minh’alma no Senhor se alegrará *
e exultará de alegria em seu auxílio.
–10 Direi ao meu Senhor com todo o ser: *
“Senhor, quem pode a vós se assemelhar,
– pois livrais o infeliz do prepotente *
e libertais o miserável do opressor?”
–11 Surgiram testemunhas mentirosas, *
acusando-me de coisas que não sei.
–12 Pagaram com o mal o bem que fiz, *
e a minh’alma está agora desolada!
Ant. Levantai-vos, ó Senhor, vinde logo em meu socorro!
Ant. 2 Defendei minha causa, Senhor poderoso!
II
=13 Quando eram eles que sofriam na doença, †
eu me humilhava com cilício e com jejum *
e revolvia minhas preces no meu peito;
–14 eu sofria e caminhava angustiado *
como alguém que chora a morte de sua mãe.
=15 Mas apenas tropecei, eles se riram; †
como feras se juntaram contra mim *
e me morderam, sem que eu saiba seus motivos;
–16 eles me tentam com blasfêmias e sarcasmos *
e se voltam contra mim rangendo os dentes.
Ant. Defendei minha causa, Senhor poderoso!
Ant. 3 Minha língua anunciará vossa justiça eternamente.
III
=17 Até quando, ó Senhor, podeis ver isso? †
Libertai a minha alma destas feras *
e salvai a minha vida dos leões!
–18 Então, em meio à multidão, vos louvarei *
e na grande assembléia darei graças.
–19 Que não possam nunca mais rir-se de mim *
meus inimigos mentirosos e injustos!
– Nem acenem os seus olhos com maldade *
aqueles que me odeiam sem motivo!
–22 Vós bem vistes, ó Senhor, não vos caleis! *
Não fiqueis longe de mim, ó meu Senhor!
–23 Levantai-vos, acordai, fazei justiça! *
Minha causa defendei, Senhor, meu Deus!
–27 Rejubile de alegria todo aquele *
que se faz o defensor da minha causa
– e possa dizer sempre: “Deus é grande, *
ele deseja todo o bem para o seu servo!”
–28 Minha língua anunciará vossa justiça *
e cantarei vosso louvor eternamente!
Ant. Minha língua anunciará vossa justiça eternamente.
V. Meu filho, observa as minhas palavras.
Primeira leitura
Do Livro de Jó 40,1-14; 42,1-6
Jó submete-se à majestade divina
40,1 O Senhor falou a Jó, e disse:
2“O adversário do Todo-Poderoso quer lutar?
O censor de Deus quererá responder?”
3Jó respondeu ao Senhor, dizendo:
4“Fui precipitado.
Que te posso responder?
Porei minha mão sobre a boca.
5Falei uma vez, não replicarei;
uma segunda vez, mas não falarei mais”.
6O Senhor respondeu a Jó do meio da tempestade e disse:
7“Cinge os teus rins como um herói;
vou-te interrogar, e tu me responderás.
8Tu te atreves a anular o meu julgamento,
ou a condenar-me, para seres justificado?
9Se tens um braço como o de Deus
e podes trovejar com voz semelhante à dele,
10reveste-te de glória e majestade,
cobre-te de fausto e de esplendor;
11derrama o ardor de tua ira
e, com um simples olhar, abate o arrogante;
12humilha com o olhar qualquer soberbo
e esmaga os ímpios no chão;
13enterra-os todos juntos no pó
e amara a cada qual na prisão.
14Então eu também te louvarei,
porque a tua direita te poderá dar a salvação”.
42,1 Jó respondeu ao Senhor, dizendo:
2“Reconheço que podes tudo
e que para ti nenhum pensamento é oculto.
3– Quem é esse que ofusca a Providência,
sem nada entender? –
Falei, pois, de coisas que não entendia,
de maravilhas que ultrapassam a minha compreensão.
4Escuta-me, que vou falar:
eu te perguntarei e tu me responderás.
5Conhecia o Senhor apenas por ouvir falar,
mas, agora, eu o vejo com meus olhos.
6Por isso me retrato
e faço penitência no pó e na cinza”.
Responsório Jó 42,5-6; 39,35.34
R. Até hoje, Senhor, só de ouvir vos conheço,
mas agora vos vejo com os meus próprios olhos;
e por isso agora, Senhor, me retrato,
* E me penitencio no pó e na cinza.
V. Falei uma vez, oxalá não falara,
falei outra vez e não mais falarei.
Com a mão vou tapar minha boca, Senhor.
* E me penitencio.
Segunda leitura
Das Cartas de São José de Anchieta ao Prepósito-Geral Diego Láyñez
(Carta de 1º de junho de 1560; cf. Serafim da Silva Leite SJ, Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil, vol. 3 (1558- 1563),São Paulo 1954, p.253-255)
(Séc.XVI)
Nada é árduo aos que têm por fim somente a honra de Deus e a salvação das almas
De outros muitos poderia contar, máxime escravos, dos quais uns morrem batizados de pouco, outros já há dias que o foram; acabando sua confissão vão para o Senhor. Pelo que, quase sem cessar, andamos visitando várias povoações, assim de Índios como de Portugueses, sem fazer caso das calmas, chuvas ou grandes enchentes de rios,e muitas vezes de noite por bosques mui escuros a socorrermos aos enfermos, não sem grande trabalho, assim pela aspereza dos caminhos, como pela incomodidade do tempo, máxime sendo tantas estas povoações e tão longe umas das outras, que não somos bastantes a acudir tão várias necessidades, como ocorrem, nem mesmo que fôramos muito mais, não poderíamos bastar. Ajunta-se a isto, que nós outros que socorremos as necessidades dos outros, muitas vezes estamos mal dispostos e, fatigados de dores, desfalecemos no caminho, de maneira que apenas o podemos acabar; assim que não menos parecem ter necessidade de ajuda os médicos que os mesmos enfermos. Mas nada é árduo aos que têm por fim somente a honra de Deus e a salvação das almas, pelas quais não duvidarão dar a vida. Muitas vezes nos levantamos do sono, ora para os enfermos, ora para os que morrem.
Hei me detido em contar os que morrem, porque aquele se há de julgar verdadeiro fruto que permanece até o fim; porque dos vivos não ousarei contar nada, por ser tanta a inconstância em muitos, que não se pode nem se deve prometer deles coisa que haja muito de durar. Mas bem-aventurados aqueles que morrem no Senhor (Ap 14,13), os quais livres das perigosas águas deste mudável mar, abraçada a fé e os mandamentos do Senhor, são transladados à vida, soltos das prisões da morte, e assim os bem-aventurados êxitos destes nos dão tanta consolação, que pode mitigar a dor que recebemos da malícia dos vivos. E contudo trabalhamos com muita diligência em a sua doutrina, os admoestamos em públicas predicações e particulares práticas, que perseverem no que têm aprendido. Confessam-se e comungam muitos cada domingo; vêm também de outros lugares onde estão dispersados a ouvir as Missas e confessar-se.
Responsório Cf. 1Cor 9,19; 1Ts 2,9; 1Cor 4,15
R. De todos fiz-me servo, a fim de conquistar
o maior número possível de seguidores de Jesus.
* Labutamos noite e dia, a fim de proclamarmos
o Evangelho do Senhor. Aleluia.
V. Ainda que tivésseis educadores numerosos,
não teríeis muitos pais, pois, eu, pelo Evangelho,
vos gerei em Jesus Cristo. * Labutamos.
Oração
Derramai, Senhor, sobre nós a vossa graça, a fim de que, a exemplo de São José de Anchieta, apóstolo do Brasil, sirvamos fielmente ao Evangelho, tornando-nos tudo para todos, e nos esforcemos em ganhar para vós nossos irmãos no amor de Cristo. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.
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