26 de julho
Segundo uma antiga tradição, já conhecida no século II, assim eram chamados os pais da Santíssima Virgem Maria. O culto a Sant’Ana, prestado no Oriente desde o século VI, difundiu-se pelo Ocidente no século X. Mais recentemente, São Joaquim passou também a ser venerado.
V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Hino
Enquanto uma coroa em tua honra
celebra o teu louvor festivamente,
recebe, São Joaquim, pai venerável,
a voz dos corações em prece ardente.
Dos reis antepassados és linhagem:
Davi e Abraão, és deles filho.
Mas é por tua filha, a Soberana
do mundo, que adquires maior brilho.
Assim, a tua prole abençoada,
nascida de Sant’Ana em belo dia,
dos pais, todos os votos realiza
e traz ao mundo triste a alegria.
Louvor ao Pai do Filho incriado.
A vós, Filho de Deus, louvor também.
Igual louvor a vós, Espírito Santo,
agora e pelos séculos. Amém.
Salmodia
Ant. 1 Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!
Salmo 102(103)
Hino à misericórdia do Senhor
Graças à misericordiosa compaixão do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos veio visitar (cf. Lc 1,78).
I
–1 Bendize, ó minha alma, ao Senhor, *
e todo o meu ser, seu santo nome!
–2 Bendize, ó minha alma, ao Senhor, *
não te esqueças de nenhum de seus favores!
–3 Pois ele te perdoa toda culpa, *
e cura toda a tua enfermidade;
–4 da sepultura ele salva a tua vida *
e te cerca de carinho e compaixão;
–5 de bens ele sacia tua vida, *
e te tornas sempre jovem como a águia!
–6 O Senhor realiza obras de justiça *
e garante o direito aos oprimidos;
–7 revelou os seus caminhos a Moisés, *
e aos filhos de Israel, seus grandes feitos.
Ant. Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!
Ant. 2 Como um pai se compadece de seus filhos,
o Senhor tem compaixão dos que o temem.
II
–8 O Senhor é indulgente, é favorável, *
é paciente, é bondoso e compassivo.
–9 Não fica sempre repetindo as suas queixas, *
nem guarda eternamente o seu rancor.
–10 Não nos trata como exigem nossas faltas, *
nem nos pune em proporção às nossas culpas.
–11 Quanto os céus por sobre a terra se elevam, *
tanto é grande o seu amor aos que o temem;
–12 quanto dista o nascente do poente, *
tanto afasta para longe nossos crimes.
–13 Como um pai se compadece de seus filhos, *
o Senhor tem compaixão dos que o temem.
–14 Porque sabe de que barro somos feitos, *
e se lembra que apenas somos pó.
–15 Os dias do homem se parecem com a erva, *
ela floresce como a flor dos verdes campos;
–16 mas apenas sopra o vento ela se esvai, *
já nem sabemos onde era o seu lugar.
Ant. Como um pai se compadece de seus filhos,
o Senhor tem compaixão dos que o temem.
Ant. 3 Obras todas do Senhor, glorificai-o!
III
–17 Mas o amor do Senhor Deus por quem o teme *
é de sempre e perdura para sempre;
– e também sua justiça se estende *
por gerações até os filhos de seus filhos,
–18 aos que guardam fielmente sua Aliança *
e se lembram de cumprir os seus preceitos.
–19 O Senhor pôs o seu trono lá nos céus, *
e abrange o mundo inteiro seu reinado.
=20 Bendizei ao Senhor Deus, seus anjos todos, †
valorosos que cumpris as suas ordens, *
sempre prontos para ouvir a sua voz!
–21 Bendizei ao Senhor Deus, os seus poderes, *
seus ministros, que fazeis sua vontade!
=22 Bendizei-o, obras todas do Senhor †
em toda parte onde se estende o seu reinado! *
Bendize, ó minha alma, ao Senhor!
Ant. Obras todas do Senhor, glorificai-o!
V. Fazei-me conhecer vossos caminhos.
R. E então meditarei vossos prodígios!
Primeira leitura
Da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 3,7–4,4
Glória do ministério da nova Aliança
Irmãos: 3,7 Se o ministério da morte, gravado em pedras com letras, foi cercado de tanta glória, que os israelitas não podiam fitar o rosto de Moisés, por causa do seu fulgor, ainda que passageiro, 8quanto mais glorioso não será o ministério do Espírito? 9Pois, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais glorioso há de ser o ministério ao serviço da justificação. 10Realmente, em comparação com uma glória tão eminente, já não se pode chamar glória o que então tinha sido glorioso. 11Pois, se o que era passageiro foi marcado de glória, muito mais glorioso será o que permanece.
12Tendo uma tal esperança, nós procedemos com muita segurança e confiança, 13não como Moisés, que cobria o rosto com um véu, para que os israelitas não vissem o fim de um brilho passageiro. 14Mas, o entendimento deles ficou embotado. Pois, até ao dia de hoje, quando leem o Antigo Testamento, esse mesmo véu continua descido. Ele não é levantado, porque ele desaparece somente na adesão a Cristo. 15Até ao dia de hoje, quando os israelitas leem os escritos de Moisés, um véu cobre o coração deles. 16Mas, todas as vezes que o coração se converte ao Senhor, o véu é tirado. 17Pois o Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade. 18Todos nós, porém, com o rosto descoberto, contemplamos e refletimos a glória do Senhor e assim somos transformados à sua imagem, pelo seu Espírito, com uma glória cada vez maior.
4,1 Não desanimamos no exercício deste ministério que recebemos da misericórdia divina. 2Rejeitamos todo procedimento dissimulado e indigno, feito de astúcias, e não falsificamos a palavra de Deus. Mas, pelo contrário, manifestamos a verdade e, assim, nos recomendamos a toda consciência humana, diante de Deus.
3E se o nosso evangelho está velado, é só para aqueles que perecem que ele está velado. 4O deus deste mundo cegou a inteligência desses incrédulos, para que eles não vejam a luz esplendorosa do evangelho da glória de Cristo que é a imagem de Deus.
Responsório 2Cor 3,18; Fl 3,3b
R. Nós todos, refletindo, como espelho,
a glória do Senhor sem nenhum véu,
* Em sua imagem nós seremos transformados
numa glória sempre mais resplandecente.
V. Pelo Espírito a Deus prestamos culto
Segunda leitura
Dos Sermões de São João Damasceno, bispo
(Orat. 6, in Nativitatem B. Mariae V., 2.4.5.6:PG 96, 663.667.670) (Séc.VIII)
Vós os conhecereis pelos seus frutos
Estava determinado que a Virgem Mãe de Deus iria nascer de Ana. Por isso, a natureza não ousou antecipar o germe da graça, mas permaneceu sem dar o próprio fruto até que a graça produzisse o seu. De fato, convinha que fosse primogênita aquela de quem nasceria o primogênito de toda a criação, no qual todas as coisas têm a sua consistência (cf. Cl 1,17).
Ó casal feliz, Joaquim e Ana! A vós toda a criação se sente devedora. Pois foi por vosso intermédio que a criatura ofereceu ao Criador o mais valioso de todos os dons, isto é, a mãe pura, a única que era digna do Criador.
Alegra-te, Ana estéril, que nunca foste mãe, exulta e regozija-te, tu que nunca deste à luz (Is 54,1). Rejubila-te, Joaquim, porque de tua filha nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; o nome que lhe foi dado é: Anjo do grande conselho, salvação do mundo inteiro, Deus forte (Cf. Is 9,5). Este menino é Deus.
Ó casal feliz, Joaquim e Ana, sem qualquer mancha! Sereis conhecidos pelo fruto de vossas entranhas, como disse o Senhor certa vez: Vós os conhecereis pelos seus frutos (Mt 7,16). Estabelecestes o vosso modo de viver da maneira mais agradável a Deus e digno daquela que de vós nasceu. Na vossa casta e santa convivência educastes a pérola da virgindade, aquela que havia de ser virgem antes do parto, virgem no parto e continuaria virgem depois do parto; aquela que, de maneira única, conservaria sempre a virgindade, tanto em seu corpo como em seu coração.
Ó castíssimo casal, Joaquim e Ana! Conservando a castidade prescrita pela lei natural, alcançastes de Deus aquilo que supera a natureza: gerastes para o mundo a mãe de Deus, que foi mãe sem a participação de homem algum. Levando, ao longo de vossa existência, uma vida santa e piedosa, gerastes uma filha que é superior aos anjos e agora é rainha dos anjos.
Ó formosíssima e dulcíssima jovem! Ó filha de Adão e Mãe de Deus! Felizes o pai e a mãe que te geraram! Felizes os braços que te carregaram e os lábios que te beijaram castamente, ou seja, unicamente os lábios de teus pais, para que sempre e em tudo conservasses a perfeita virgindade! Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos, exultai e cantai salmos (cf. Sl 97,4-5). Levantai vossa voz; clamai e não tenhais medo.
Responsório Cf. Lc 2,37.38; 7,16
R. Noite e dia eles serviam ao Senhor
e imploravam com jejuns e orações,
* Aguardando a redenção de Israel.
V. Rogavam ao Senhor, Deus de seus pais,
que viesse o seu povo visitar. * Aguardando.
Oração
Senhor Deus de nossos pais, que concedestes a São Joaquim e Sant’Ana a graça de darem a vida à Mãe de vosso Filho Jesus, fazei que, pela intercessão de ambos, alcancemos a salvação prometida a vosso povo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.
Deixe um comentário