Ofício das Leituras da Memória de Santo Inácio de Loiola, presbítero

V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

Cristo Pastor, modelo dos pastores,
comemorando a festa deste Santo,
a multidão fiel e jubilosa,
vosso louvor celebra neste canto.

Feito por Deus ministro e sacerdote,
associado ao vosso dom perfeito,
bom despenseiro, foi por vós chamado
a presidir o vosso povo eleito.

Do seu rebanho foi pastor e exemplo,
ao pobre alívio e para os cegos luz,
pai carinhoso, tudo para todos,
seguindo em tudo o Bom Pastor Jesus.

Cristo, que aos santos dais nos céus o prêmio,
com vossa glória os coroando assim,
dai-nos seguir os passos deste mestre
e ter um dia um semelhante fim.

Justo louvor ao Sumo Pai cantemos,
e a vós, Jesus, Eterno Rei, também.
Honra e poder ao vosso Santo Espírito
no mundo inteiro, agora e sempre. Amém.

Salmodia

Ant. 1 Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força! †

Salmo 17(18),2-30

Ação de graças pela salvação e pela vitória

Na mesma hora aconteceu um grande terremoto (Ap 11,13).

I

2 Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força, *
3 minha rocha, meu refúgio e Salvador!
= Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga, †
minha força e poderosa salvação, *
sois meu escudo e proteção: em vós espero!

4 Invocarei o meu Senhor: a ele a glória! *
e dos meus perseguidores serei salvo!
5 Ondas da morte me envolveram totalmente, *
e as torrentes da maldade me aterraram;
6 os laços do abismo me amarraram *
e a própria morte me prendeu em suas redes.

7 Ao Senhor eu invoquei na minha angústia *
e elevei o meu clamor para o meu Deus;
– de seu Templo ele escutou a minha voz, *
e chegou a seus ouvidos o meu grito.

Ant. Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força!

Ant. 2 O Senhor me libertou, porque me ama.

II

=8 A terra toda estremeceu e se abalou, †
os fundamentos das montanhas vacilaram *
e se agitaram, porque Deus estava irado.
=9 De seu nariz, fumaça em nuvens se elevou, †
da boca saiu fogo abrasador *
dos seus lábios, carvões incandescentes.

10 Os céus ele abaixou e então desceu *
pousando em nuvens pretas os seus pés.
11 Um querubim o conduzia no seu vôo, *
sobre as asas do vento ele pairava.

12 Das trevas fez um véu para envolver-se, *
escondeu-se em densas nuvens e água escura.
13 No clarão que procedia de seu rosto, *
carvões incandescentes se acendiam.

14 Trovejou dos altos céus o Senhor Deus, *
o Altíssimo fez ouvir a sua voz;
15 e, lançando as suas flechas, dissipou-os, *
dispersou-os com seus raios fulgurantes.

16 Até o fundo do oceano apareceu, *
e os fundamentos do universo foram vistos,
– ante as vossas ameaças, ó Senhor, *
e ao sopro abrasador de vossa ira.

17 Lá do alto ele estendeu a sua mão *
e das águas mais profundas retirou-me;
18 libertou-me do inimigo poderoso *
e de rivais muito mais fortes do que eu.

19 Assaltaram-me no dia da aflição, *
mas o Senhor foi para mim um protetor;
20 colocou-me num lugar bem espaçoso: *
o Senhor me libertou, porque me ama.

Ant. O Senhor me libertou, porque me ama.

Ant. 3 Ó Senhor, fazei brilhar a minha lâmpada!
Ó meu Deus, iluminai as minhas trevas!

III

21 O Senhor recompensou minha justiça *
e a pureza que encontrou em minhas mãos,
22 pois nos caminhos do Senhor eu caminhei, *
e de meu Deus não me afastei por minhas culpas.

23 Tive sempre à minha frente os seus preceitos, *
e de mim não afastei sua justiça.
24 Diante dele tenho sido sempre reto *
e conservei-me bem distante do pecado.
25 O Senhor recompensou minha justiça *
e a pureza que encontrou em minhas mãos.

26 Ó Senhor, vós sois fiel com o fiel, *
sois correto com o homem que é correto;
27 sois sincero com aquele que é sincero, *
mas arguto com o homem astucioso.
28 Pois salvais, ó Senhor Deus, o povo humilde, *
mas os olhos dos soberbos humilhais.

29 Ó Senhor, fazeis brilhar a minha lâmpada; *
ó meu Deus, iluminais as minhas trevas.
30 Junto convosco eu enfrento os inimigos, *
com vossa ajuda eu transponho altas muralhas.

Ant. Ó Senhor, fazei brilhar a minha lâmpada!
Ó meu Deus, iluminai as minhas trevas!

V. todos se admiravam das palavras

R. Cheias de graça que saíam de seus bios.

Primeira leitura

Da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios 10,1–11,6

Apologia do Apóstolo

Irmãos: 10,1 Sou eu, Paulo em pessoa, que vos suplico, pela mansidão e bondade de Cristo, – eu, tão humilde, quando estou entre vós, e, quando ausente, tão ousado para convosco. 2Peço-vos que, quando estiver presente, não me veja obrigado a recorrer à severidade, da qual pretendo usar com aqueles que julgam que nós temos agido por meros motivos humanos. 3Embora vivamos na carne, não militamos conforme a carne. 4As armas do nosso combate não são carnais. São armas poderosas aos olhos de Deus, capazes de derrubar fortalezas. Destruímos os raciocínios falsos 5e todo orgulho intelectual que se levanta contra o conhecimento de Deus. Subjugamos todo pensamento, levando-o a obedecer a Cristo. 6E estamos dispostos a punir toda desobediência, quando estiver perfeita a vossa obediência.

7Reparai o que é óbvio: Se alguém está convencido de pertencer a Cristo, considere bem que, como ele, nós também pertencemos a Cristo. 8E mesmo se eu me gloriar um pouco demais do poder que Deus nos deu – certamente para vossa edificação e não para vossa destruição –, não me envergonharei por isso. 9Não quero dar a impressão de vos amedrontar com minhas cartas. 10Com efeito, há quem diga: “As cartas são severas e enérgicas, mas a presença física é fraca e o discurso, desprezível”. 11Entenda bem quem assim fala que tais como somos à distância, pela palavra, através das cartas, tais seremos pela ação, quando estivermos presentes.

12Na verdade, não ousamos equiparar-nos, nem comparar-nos com alguns que se recomendam a si próprios. Tomando-se como medida de si mesmos e comparando-se consigo mesmos, mostram falta de bom senso. 13Quanto a nós, não nos gloriaremos além do que é justo. Mas, tomaremos como medida de nossa glória a regra de ação que Deus marcou para nós, fazendo-nos chegar até vós. 14Com efeito, não ultrapassamos os nossos limites, como seria o caso, se não tivéssemos chegado até vós. Mas, de fato, chegamos até vós, pregando o evangelho de Cristo. 15Não ultrapassamos a justa medida, gloriando-nos com trabalhos alheios. Mas, com o progresso da vossa fé, esperamos que a nossa ação se estenda mais e mais entre vós, segundo a regra que nos foi assinalada. 16Assim poderemos levar o evangelho além de vossas fronteiras, mas sem nos gloriar de obras já realizadas em território alheio.

17Quem se gloria, glorie-se no Senhor. 18Pois é aprovado só aquele que o Senhor recomenda e não aquele que se recomenda a si mesmo.

11,1 Oxalá pudésseis suportar um pouco de insensatez, da minha parte. Na verdade, vós me suportais. 2Sinto por vós um amor ciumento semelhante ao amor que Deus vos tem. Fui eu que vos desposei a um único esposo, apresentando-vos a Cristo como virgem pura. 3Porém, receio que, como Eva foi enganada pela esperteza da serpente, também vossos pensamentos se corrompam, afastando-se da simplicidade e pureza devidas a Cristo. 4De fato, se aparece alguém pregando um outro Jesus, que nós não pregamos, ou prometendo um outro Espírito, que não recebestes, ou anunciando um outro evangelho, que não acolhestes, vós o suportais de bom grado. 5No entanto, entendo que em nada sou inferior a esses super apóstolos! 6Mesmo que eu seja inábil na arte de falar, não o sou quanto à ciência: eu vo-lo tenho demonstrado em tudo e de todas as maneiras.

Responsório             2Cor 10,3-4a; Ef 6,16a.17b

R. Embora vivendo na carne,
não lutamos conforme a carne;
* Pois, as armas de nossa milícia,
não são armas carnais deste mundo.
V. Tomemos o escudo da fé,
empunhemos a espada do Espírito,
isto é, a palavra de Deus. * Pois as armas.

Segunda leitura

Da Narrativa autobiográfica de Santo Inácio, recolhida de viva voz pelo Padre Luís Gonçalves da Câmara

(Cap.1,5-9:Acta Sanctorum Iulii, 7 [1868], 647) (Séc.XVI)

Provai os espíritos a ver se são de Deus

Inácio gostava muito de ler livros mundanos e romances que narravam supostos feitos heróicos de homens ilustres. Assim que se sentiu melhor, pediu que lhe dessem alguns deles, para passar o tempo. Mas não se tendo encontrado naquela casa nenhum livro deste gênero, deram-lhe um que tinha por título A vida de Cristo e outro chamado Florilégio dos Santos, ambos escritos na língua pátria.

Com a leitura frequente desses livros, nasceu-lhe um certo gosto pelos fatos que eles narravam. Mas, quando deixava de lado essas leituras, entregava seu espírito a lembranças do que lera outrora; por vezes ficava absorto nas coisas do mundo, em que antes costumava pensar.

Em meio a tudo isto, estava a divina providência que, através dessas novas leituras, ia dissipando os outros pensamentos. Assim, ao ler a vida de Cristo nosso Senhor e dos santos, punha-se a pensar e a dizer consigo próprio: “E se eu fizesse o mesmo que fez São Francisco e o que fez São Domingos?” E refletia longamente em coisas como estas. Mas sobrevinham-lhe depois outros pensamentos vazios e mundanos, como acima se falou, que também se prolongavam por muito tempo. Permaneceu nesta alternância de pensamentos durante um tempo bastante longo.

Contudo, nestas considerações, havia uma diferença: quando se entretinha nos pensamentos mundanos, sentia imenso prazer; mas, ao deixá-los por cansaço, ficava triste e árido de espírito. Ao contrário, quando pensava em seguir os rigores praticados pelos santos, não apenas se enchia de satisfação, enquanto os revolvia no pensamento, mas também ficava alegre depois de os deixar.

No entanto, ele não percebia nem avaliava esta diferença, até o dia em que se lhe abriram os olhos da alma, e começou a admirar-se desta referida diferença. Compreendeu por experiência própria que um gênero de pensamentos lhe trazia tristeza, e o outro, alegria. Foi esta a primeira conclusão que tirou das coisas divinas. Mais tarde, quando fez os Exercícios Espirituais, começou tomando por base esta experiência, para compreender o que ensinou sobre o discernimento dos espíritos.

Responsório             1Pd 4,11.8a

R. Se alguém fala, que sejam palavras de Deus;
se alguém serve, que seja com a força de Deus,
* Para que em todas as coisas
Deus seja louvado, através de Jesus.
V. Mas acima de tudo tende amor duradouro
de uns para os outros. * Para que.

Oração

Ó Deus, que suscitastes em vossa Igreja Santo Inácio de Loiola para propagar a maior glória do vosso nome, fazei que, auxiliados por ele, imitemos seu combate na terra, para partilharmos no céu sua vitória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.


Comments

3 respostas para “Ofício das Leituras da Memória de Santo Inácio de Loiola, presbítero”

  1. Avatar de Diácono João Batista Gomes Maia
    Diácono João Batista Gomes Maia

    Muito interessante para refletirmos, a luta diária de Santo Inácio para se desligar das coisas mundanas e aderir ao Senhor Jesus! Uma luta contínua na tentativa de abandonar os maus costumes que pareciam lhe fazer bem no momento mas, o abandonavam em seguida, no vácuo da desilusão, da total falta de consistência. Isto se repetiu por muito tempo, até que a presença de Jesus na sua vida, mostrou-lhe a serenidade que passou a sentir, vivendo na sua presença de modo definitivo. Precisamos, também nós, desvencilharmo-nos dos falsos atrativos das coisas, hábitos e práticas mundanas e passarmos a ser, como o Cristo, exclusivos do Pai que nos ama de verdade. Este é ” o bom combate ” conforme vivido e afirmado por São Paulo!

  2. Avatar de Francisco Nascelio Maciel
    Francisco Nascelio Maciel

    Muito haver encontrado o ofício das leituras. Muito rico para nosso sustento no seguimento dos passos de jesus

  3. Avatar de PEDRO CLARETE DE ALMEIDA
    PEDRO CLARETE DE ALMEIDA

    Façamos como fez Santo Inácio de Loyola, que soube vender os seus sonhos de infância e juventude e com alegria comprou o campo que existia um grande Tesouro e como verdadeiro comerciante adquiriu a Perola Preciosa que é o Senhor e que com grande alegria o serviu pelo resto da sua vida. Imitemos este Santo que sempre refletia “Se Ele pode ser santo eu também posso” pois nós somos filhos de santos e somos herdeiros e coerdeiros dos Céu, pois fomos lavados no Sangue do Cordeiro e redimido pela Paixão e morte do Senhor, Jesus Cristo.

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