Ofício das Leituras da Memória de Santo Afonso Maria de Ligório, bispo e doutor da Igreja


V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Esta introdução se omite quando o Invitatório precede imediatamente ao Ofício das Leituras.

Hino

Eterno Sol, que envolveis
a criação de esplendor,
a vós, Luz pura das mentes,
dos corações o louvor.

Pelo poder do Espírito,
lâmpadas vivas brilharam.
Da salvação os caminhos
a todo o mundo apontaram.

Por estes servos da graça
fulgiu com novo esplendor
o que a palavra proclama
e que a razão demonstrou.

Tem parte em suas coroas,
pela doutrina mais pura,
este varão que louvamos
e como estrela fulgura.

Por seu auxílio pedimos:
dai-nos, ó Deus, caminhar
na direção da verdade
e assim a vós alcançar.

Ouvi-nos, Pai piedoso,
e vós, ó Filho, também,
com o Espírito Santo,
Rei para sempre. Amém.

Salmodia

Ant. 1 O Senhor farájustiça para os pobres.

Salmo 9 B(10)

Ação de graças

Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! (Lc 6,20).

I

1 Ó Senhor, por que ficais assim tão longe, *
e, no tempo da aflição, vos escondeis,
2 enquanto o pecador se ensoberbece, *
o pobre sofre e cai no laço do malvado?

3 O ímpio se gloria em seus excessos, *
blasfema o avarento e vos despreza;
4 em seu orgulho ele diz: “Não há castigo! *
Deus não existe!” – 5É isto mesmo que ele pensa.

= Prospera a sua vida em todo tempo; †
vossos juízos estão longe de sua mente; *
ele vive desprezando os seus rivais.
6 No seu íntimo ele pensa: “Estou seguro! *
Nunca jamais me atingirá desgraça alguma!”

7 Só há maldade e violência em sua boca, *
em sua língua, só mentira e falsidade.
8 Arma emboscadas nas saídas das aldeias, *
mata inocentes em lugares escondidos.

9 Com seus olhos ele espreita o indefeso, *
como um leão que se esconde atrás da moita;
– assalta o homem infeliz para prendê-lo, *
agarra o pobre e o arrasta em sua rede.

10 Ele se curva, põe-se rente sobre o chão, *
e o indefeso tomba e cai em suas garras.
11 Pensa consigo: “O Senhor se esquece dele, *
esconde o rosto e já não vê o que se passa!”

Ant. O Senhor farájustiça para os pobres.

Ant. 2 Vós, Senhor, vedes a dor e o sofrimento.

II

12 Levantai-vos, ó Senhor, erguei a mão! *
Não esqueçais os vossos pobres para sempre!
13 Por que o ímpio vos despreza desse modo? *
Por que diz no coração: “Deus não castiga?”

14 Vós, porém, vedes a dor e o sofrimento, *
vós olhais e tomais tudo em vossas mãos!
– A vós o pobre se abandona confiante, *
sois dos órfãos vigilante protetor.

15 Quebrai o braço do injusto e do malvado! *
Castigai sua malícia e desfazei-a!
16 Deus é Rei durante os séculos eternos. *
Desapareçam desta terra os malfeitores!

17 Escutastes os desejos dos pequenos, *
seu coração fortalecestes e os ouvistes,
=18 para que os órfãos e oprimidos deste mundo †
tenham em vós o defensor de seus direitos, *
e o homem terreno nunca mais cause terror!

Ant. Vós, Senhor, vedes a dor e o sofrimento.

Ant. 3 As palavras do Senhor são verdadeiras
como a prata depurada pelo fogo.

Salmo 11(12)

Oração contra as más línguas

Porque éramos pobres, o Pai enviou o seu Filho (Sto. Agostinho).

2 Senhor, salvai-nos! Já não  um homem bom! *
Não há mais fidelidade em meio aos homens!
3 Cada um só diz mentiras a seu próximo, *
com língua falsa e coração enganador.

4 Senhor, calai todas as bocas mentirosas *
e a língua dos que falam com soberba,
5 dos que dizem: “Nossa língua é nossa força! *
Nossos bios são por nós! – Quem nos domina?”

6 “Por causa da aflição dos pequeninos, *
do clamor dos infelizes e dos pobres,
– agora mesmo me erguerei, diz o Senhor, *
e darei a salvação aos que a desejam!”

=7 As palavras do Senhor são verdadeiras, †
como a prata totalmente depurada, *
sete vezes depurada pelo fogo.

8 Vós, porém, ó Senhor Deus, nos guardareis *
para sempre, nos livrando desta raça!
– Em toda a parte os malvados andam soltos, *
porque se exalta entre os homens a baixeza.

Ant. As palavras do Senhor são verdadeiras
como a prata depurada pelo fogo.

V. Deus dirige os humildes na justiça.
R. E aos pobres ele ensina o seu caminho.

Primeira leitura

Da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios             9,1-15

Frutos espirituais da coleta

Irmãos: 1Quanto ao auxílio em favor dos santos, não é necessário escrever-vos. 2Pois conheço as vossas generosas disposições, e é por causa delas que eu me glorio de vós junto aos macedônios, dizendo-lhes: “A Acaia está pronta desde o ano passado”. Aliás, o vosso zelo estimulou grande número de Igrejas.3No entanto, envio os irmãos, para que estejais mesmo prontos, como dizia, e assim não seja considerado sem fundamento o orgulho que sentimos de vós, neste ponto. 4Com efeito, temo que, se alguns macedônios fossem comigo e não vos encontrassem preparados, a nossa confiança em vós fosse motivo de confusão para nós, para não dizer, para vós. 5Julguei, pois, necessário pedir aos irmãos que nos precedam entre vós e preparem, com antecedência, os vossos dons generosos, aliás, já prometidos. E que esses dons sejam mesmo sinal de generosidade e não de avareza.

6É bom lembrar: “Quem semeia pouco colherá também pouco e quem semeia com largueza colherá também com largueza”. 7Dê cada um conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento; pois Deus “ama quem dá com alegria”. 8Deus é poderoso para vos cumular de toda sorte de graças, para que, em tudo, tenhais sempre o necessário e ainda tenhais de sobra para toda obra boa, 9como está escrito:

“Distribuiu generosamente, deu aos pobres;

a sua justiça permanece para sempre”.

10Aquele que dá a semente ao semeador e lhe dará o pão como alimento, ele mesmo multiplicará as vossas sementes e aumentará os frutos da vossa justiça. 11Asim, ficareis enriquecidos em tudo e podereis praticar toda espécie de liberalidade, que, através de nós, resultará em ação de graças a Deus. 12Com efeito, a execução deste serviço sagrado não só provê às necessidades dos santos, mas também faz que se multipliquem as ações de graças a Deus.13Experimentando os efeitos dessa obra de caridade, eles glorificam a Deus por vossa obediência na profissão do evangelho de Cristo e pela generosidade da vossa partilha com eles e com todos. 14E as suas orações por vós mostram a grande afeição que eles vos têm, por causa da graça superabundante que Deus vos concedeu. 15Graças sejam dadas a Deus, pelo seu dom inefável.

Responsório             Lc 6,38; 2Cor 9,7a

R. Dai aos outros e a vós será dado:
boa medida, recalcada, sacudida,
transbordante, de bom grado, vos darão.
* Com a mesma medida com que vós medirdes,
V. Cada um dê, conforme lhe diz o coração,

Segunda leitura

Das Obras de Santo Afonso Maria de Ligório, bispo

(Tract. De praxi amandi Iesum Christum, edit. latina, Romae 1909, pp.9-14)            (Séc.XVII)

Sobre o amor a Jesus Cristo

Toda santidade e perfeição consiste no amor a Jesus Cristo, nosso Deus, nosso sumo bem e nosso redentor. É a caridade que une e conserva todas as virtudes que tornam o homem perfeito.

Será que Deus não merece todo o nosso amor? Ele nos amou desde toda a eternidade. “Lembra-te, ó homem, – assim nos fala – que fui eu o primeiro a te amar. Tu ainda não estavas no mundo, o mundo nem mesmo existia, e eu já te amava. Desde que sou Deus, eu te amo”.

Deus, sabendo que o homem se deixa cativar com os benefícios, quis atraí-lo ao seu amor por meio de seus dons. Eis por que disse: “Quero atrair os homens ao meu amor com os mesmos laços com que eles se deixam prender, isto é, com os laços do amor”. Tais precisamente têm sido todos os dons feitos por Deus ao homem. Deu-lhe uma alma dotada, à sua imagem, de memória, inteligência e vontade; deu-lhe um corpo provido de sentidos; para ele criou também o céu e a terra com toda a multidão de seres; por amor do homem criou tudo isso, para que todas as criaturas servissem ao homem e o homem, em agradecimento por tantos benefícios, o amasse.

Mas Deus não se contentou em dar-nos tão belas criaturas. Para conquistar todo o nosso amor, foi ao ponto de dar-se a si mesmo totalmente a nós. O Pai eterno chegou ao extremo de nos dar seu único Filho. Vendo-nos a todos mortos pelo pecado e privados de sua graça, que fez ele? Movido pelo imenso, ou melhor – como diz o Apóstolo – pelo seu demasiado amor, enviou seu amado Filho, para nos justificar e nos restituir a vida que havíamos perdido pelo pecado.

Ao dar-nos o Filho, a quem não poupou para nos poupar, deu-nos com ele todos os bens: a graça, a caridade e o paraíso. E porque todos estes bens são certamente menores do que o Filho, Deus, que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos daria tudo junto com ele? (Rm 8,32).

Responsório             Sl 144(145),19-20a; 1Jo 3,9a

R. O Senhor cumpre os desejos dos que o temem, ele escuta seus clamores e os salva.
* O Senhor guarda todo aquele que o ama.
V. Todo aquele que é nascido de Deus, não vive cometendo pecados; pois fica nele a divina
semente.
* O Senhor.

Oração

Ó Deus, que suscitais continuamente em vossa Igreja novos exemplos de virtude, dai-nos seguir de tal modo os passos do bispo Santo Afonso no zelo pela salvação de todos, que alcancemos com ele a recompensa celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


Comments

Uma resposta para “Ofício das Leituras da Memória de Santo Afonso Maria de Ligório, bispo e doutor da Igreja”

  1. Avatar de Leila Felipa Rodrigues
    Leila Felipa Rodrigues

    Deus é maravilhoso. Sempre derramando bênçãos sobre nós, mesmo sendo indignos.
    Onde abundou o pecado, superabundou a misericórdia de Deus. 🙏❤️

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