CONVITE
A Liturgia das Horas, o tão sublime Ofício Divino, nos propõe um itinerário de oração sem igual, mesmo na vasta imensidão da riqueza católica, eis que nela estão consubstanciadas as palavras das Sagradas Escrituras, da Tradição viva da Igreja e dos ensinamentos do Sagrado Magistério.
Chegando até nós, mais uma vez, o tempo quaresmal, no qual nos recolhemos em oração e penitência para nos prepararmos para a grande festa da Páscoa, estamos ampliando nosso Grupo de Oração e Partilha que tem por base a Liturgia das Horas, para todos que possam se interessar.
Os objetivos gerais continuam sendo aqueles mesmos elencados na Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas, entre os quais, a consagração do tempo e a santificação do homem pelo contato assíduo com a Palavra de Deus (Cf. IGLH, 10-19).
Fundamentos:
A oração abre o dia e dá sentido ao tempo
“O louvor da manhã têm por fim consagrar a Deus os primeiros movimentos da nossa alma e do nosso espírito, de modo a nada empreendermos antes de nos alegrarmos com o pensamento de Deus, para que o corpo não se entregue ao trabalho antes de fazermos o que está escrito: ‘É a vós que eu dirijo a minha prece; de manhã já me escutais! Desde cedo eu me preparo para vós, e permaneço à vossa espera’” (São Basílio Magno).
A Deus falamos, quando rezamos, a Deus ouvimos, quando lemos os divinos oráculos (Santo Ambrósio)
A Liturgia das Horas não é simplesmente leitura de textos sagrados, mas é diálogo entre Deus e o homem (Cf. IGLH, 33). Entre tudo que lemos no Divino Ofício, há palavras que podemos nos apropriar como se fossem nossas para elevá-las a Deus, outras que não refletem nosso estado de espírito, mas as pronunciamos, como Igreja, em nome dos nossos irmãos (Cf. IGLH, 108), outras mesmo dizemos na pessoa de Cristo, sempre presente na Igreja especialmente nas ações litúrgicas (SC 7).
No mesmo texto, como em todo diálogo, às vezes falamos com Deus, outras vezes ele fala conosco. Cabe ao coração atento recolher aquilo que o Espírito está a nos falar e nos move a fazer a partir da Palavra. Esse texto recolhido na oração deve ser guardado na memória para que se torne parte do nosso dia, preenchendo a mente e o coração de uma constante lembrança de Deus (Cf. CIC 2697).
O Verbo se fez carne para que a carne se torne Verbo
Nenhuma oração faz sentido se ela não nos conduz ao aperfeiçoamento, a sermos um só com o Filho de Deus, em verdadeira justiça e santidade (Ef 4,13.24). Por isso, a semente da palavra, lançada no momento da oração, deve encontrar em nós uma terra boa, ou seja, um coração reto e bom, disposto a meditá-la e praticá-la para que produza frutos pela perseverança (Cf Lc 8, 15).
Faz-se necessário que a alma se esforce para aproveitar aquela lição divina retirada da Palavra lida e atualizada pelo Espírito na Liturgia das Horas, transformando-as oração pessoal, em atitudes, ou palavras de edificação para si mesmo e para os demais, fortalecendo a fé, animando a esperança, e efundindo o amor.
A oração da comunidade tem dignidade especial
A Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas nos lembra que a oração individual é necessária e recomendável, mas a oração da comunidade possui dignidade especial (IGLH, 9). Além disso, a comunidade a oferece grande oportunidade de crescimento e aprendizado, pela partilha das experiências e, especialmente, pela prática da caridade fraterna.
Atividades Propostas:
1. Iniciar o dia com a oração das Laudes, que pode ser substituída, conforme necessidade pessoal pelo Ofício das Leituras ou pela Hora Terça;
2. Encontrar entre as palavras da Oração da manhã, aquele fragmento texto que deverá ser guardado para a meditação durante o dia;
3. Compor, a partir do texto guardado, uma oração própria, ou descrever uma ação a ser praticada por causa do mesmo texto;
4. Rezar as Vésperas diariamente com o grupo, seja presencialmente ou remotamente através das redes sociais;
5. Partilhar em grupo, pessoalmente ou pelas redes, as dúvidas, os fragmentos da Palavra, orações compostas, ações sugeridas etc, guardando apenas aquilo que considera que deva permanecer em sigilo.
Obs.:
- As Horas Canônicas citadas são as principais para os objetivos do Grupo, mas não excluem a oração das outras Horas de acordo com a disponibilidade de cada um, e também podem ser objeto de interação;
- As atividades aqui propostas se referem exclusivamente à Liturgia das Horas e, obviamente, não exclui as demais ações que todo católico deve praticar. Pelo contrário, devem estimular ainda mais a participação na Santa Missa, a penitência, as obras de misericórdia, a confissão etc.
Alguns frutos (graças) a se buscar:
1. O desejo pela vida sacramental, que se reflita especialmente na participação ativa no sacrifício eucarístico e na reconciliação pela confissão dos pecados;
2. A decisão de abandonar os vícios e abraçar as virtudes;
3. A Dependência da Palavra de Deus como motivação de vida e de oração;
4. O amor, pelo conhecimento de Deus e de sua Igreja;
5. A comunhão Fraterna como caminho de aperfeiçoamento.
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