V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Hino
Do vosso Filho, ó filha,
ó Mãe e Virgem pura,
sublime e mais humilde
que toda criatura!
Em seu conselho eterno,
Deus viu vossa beleza,
ó glória e esplendor
da nossa natureza,
a qual se fez tão nobre
que o seu supremo Autor,
de modo admirável,
um corpo em vós tomou.
No seio duma Virgem
revive, em fogo, o Amor.
Na terra a flor celeste
germina ao seu calor.
Ao Pai louvor, e ao Filho
da vossa virgindade,
que vos vestiu, no Espírito,
de graça e santidade.
Salmodia
Ant. 1 Vem a nós o nosso Deus e nos fala abertamente.
Salmo 49(50)
O culto que agrada a Deus
Eu não vim abolir a Lei, mas dar-lhe pleno cumprimento (cf. Mt 5,17).
I
–1 Falou o Senhor Deus, chamou a terra, *
do sol nascente ao sol poente a convocou.
–2 De Sião, beleza plena, Deus refulge, *
3 vem a nós o nosso Deus e não se cala.
– À sua frente vem um fogo abrasador, *
ao seu redor, a tempestade violenta.
–4 Ele convoca céu e terra ao julgamento, *
para fazer o julgamento do seu povo:
–5 “Reuni à minha frente os meus eleitos, *
que selaram a Aliança em sacrifícios!”
–6 Testemunha o próprio céu seu julgamento, *
porque Deus mesmo é juiz e vai julgar.
Ant. Vem a nós o nosso Deus e nos fala abertamente.
Ant. 2 Oferece ao Senhor um sacrifício de louvor!
II
=7 “Escuta, ó meu povo, eu vou falar; †
ouve, Israel, eu testemunho contra ti: *
Eu, o Senhor, somente eu, sou o teu Deus!
–8 Eu não venho censurar teus sacrifícios, *
pois sempre estão perante mim teus holocaustos;
–9 não preciso dos novilhos de tua casa *
nem dos carneiros que estão nos teus rebanhos.
–10 Porque as feras da floresta me pertencem *
e os animais que estão nos montes aos milhares.
–11 Conheço os pássaros que voam pelos céus *
e os seres vivos que se movem pelos campos.
–12 Não te diria, se com fome eu estivesse, *
porque é meu o universo e todo ser.
–13 Porventura comerei carne de touros? *
Beberei, acaso, o sangue de carneiros?
–14 Imola a Deus um sacrifício de louvor *
e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo.
–15 Invoca-me no dia da angústia, *
e então te livrarei e hás de louvar-me”.
Ant. Oferece ao Senhor um sacrifício de louvor!
Ant. 3 Eu não quero oferenda e sacrifício;
quero o amor e a ciência do Senhor!
III
=16 Mas ao ímpio é assim que Deus pergunta: †
“Como ousas repetir os meus preceitos *
e trazer minha Aliança em tua boca?
–17 Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos *
e deste as costas às palavras dos meus lábios!
–18 Quando vias um ladrão, tu o seguias *
e te juntavas ao convívio dos adúlteros.
–19 Tua boca se abriu para a maldade *
e tua língua maquinava a falsidade.
–20 Assentado, difamavas teu irmão, *
e ao filho de tua mãe injuriavas.
–21 Diante disso que fizeste, eu calarei? *
Acaso pensas que eu sou igual a ti?
– É disso que te acuso e repreendo *
e manifesto essas coisas aos teus olhos.
=22 Entendei isto, todos vós que esqueceis Deus, †
para que eu não arrebate a vossa vida, *
sem que haja mais ninguém para salvar-vos!
–23 Quem me oferece um sacrifício de louvor, *
este sim é que me honra de verdade.
– A todo homem que procede retamente, *
eu mostrarei a salvação que vem de Deus”.
Ant. Eu não quero oferenda e sacrifício;
quero o amor e a ciência do Senhor!
V. Escuta, ó meu povo, eu vou falar:
R. Eu, o Senhor, somente eu sou o teu Deus!
Primeira leitura
Do Livro do Eclesiastes 2,1-3.12-26
Inanidade dos prazeres e da sabedoria humana
1Eu disse a mim mesmo:
“Pois bem, eu te farei experimentar a alegria
e gozar a felicidade!”
Mas também isso é vaidade.
2 Do riso, eu disse: “Tolice”,
e da alegria: “Para que serve?”
3Ponderei seriamente entregar meu corpo ao vinho,
mantendo meu coração sob a influência da sabedoria,
e render-me à insensatez,
para averiguar o que convém aos filhos dos homens fazer
debaixo do céu durante os breves dias da sua vida.
12Pus-me então a examinar a sabedoria,
a tolice e a insensatez:
“Que fará o sucessor do rei?
O que já haviam feito”.
13Observei que a sabedoria
é mais proveitosa do que a insensatez,
assim como a luz aproveita mais que as trevas.
14O sábio tem os olhos no rosto,
o insensato caminha nas trevas.
Porém, compreendi que ambos terão a mesma sorte.
15Por isso disse a mim mesmo:
“A sorte do insensato será também a minha;
para que então busquei mais sabedoria?”
E concluí comigo mesmo:
“Isso também é vaidade”.
16Não há lembrança duradoura do sábio,
e nem do insensato,
pois nos anos vindouros tudo será esquecido:
tanto morre o sábio como o ignorante.
17E por isso detesto a vida,
pois vejo que é mal que se faz debaixo do sol:
tudo é vaidade e frustração.
18Detesto todo o trabalho
com que me afadigo debaixo do sol,
pois tenho que deixar tudo ao meu sucessor,
19e quem sabe se ele será sábio ou insensato?
Todavia, ele será dono
de todo o trabalho com que me afadiguei
com habilidade debaixo do sol;
e isso também é vaidade.
20E meu coração ficou desenganado
de todo o trabalho com que me afadiguei debaixo do sol.
21Enfim, um homem que trabalhou com inteligência,
competência e sucesso,
vê-se obrigado a deixar tudo em herança a outro
que em nada colaborou.
Também isso é vaidade e grande desgraça.
22De fato, que resta ao homem
de todos os trabalhos e preocupações
que o desgastam debaixo do sol?
23Toda a sua vida é sofrimento,
sua ocupação, um tormento.
Nem mesmo de noite repousa o seu coração.
Também isso é vaidade.
24Nada é melhor para o homem do que comer e beber,
desfrutando do produto do seu trabalho;
e vejo que também isso vem da mão de Deus,
25pois quem pode comer e deliciar-se
sem que isso venha de Deus?
26Ao homem do seu agrado
ele dá sabedoria, conhecimento e alegria;
mas ao pecador impõe como tarefa
ajuntar e acumular para dar a quem Deus quiser.
Isso também é vaidade e frustração.
Responsório Eclo 2,26; 1Tm 6,10
R. Ao homem que lhe agrada, Deus dá sabedoria,
ciência e alegria; mas dá ao pecador
aflições e vãos cuidados de juntar e acumular.
* Também isto é vaidade e é vã preocupação.
V. A raiz dos males todos é a cobiça do dinheiro;
e alguns, nessa ambição, a si mesmos se aflige
Segunda leitura
Do Discurso de São Paulo VI, papa, no encerramento da terceira sessão do Concílio Vaticano II
(21 de novembro de 1964: AAS 56 [1964], 1015-1016) (Séc. XX)
Maria Mãe da Igreja
Considerando as estreitas relações de Maria com a Igreja, para a glória da Santa Virgem e para nosso conforto, proclamamos Maria Santíssima Mãe da Igreja, isto é, de todo o povo de Deus, tanto dos fiéis como dos Pastores, que lhe chamam Mãe amorosíssima; e queremos que, com este título suavíssimo, a Mãe de Deus seja doravante ainda mais honrada e invocada por todo o povo cristão.
Trata-se de um título que não é novo para a piedade dos cristãos; pois é justamente com este nome de Mãe, de preferência a qualquer outro, que os fiéis e a Igreja toda costumam dirigir-se a Maria. Na verdade, ele pertence à genuína substância da devoção a Maria, achando sua justificação na própria dignidade da Mãe do Verbo Encarnado.
Efetivamente, assim como a Maternidade divina é o fundamento da especial relação de Maria com Cristo e da sua presença na economia da salvação operada por Cristo Jesus, assim também essa Maternidade constitui o fundamento principal das relações de Maria com a Igreja, sendo ela a Mãe daquele que, desde o primeiro instante da sua Encarnação, no seu seio virginal, uniu a si, como Cabeça, o seu Corpo Místico, que é a Igreja. Maria, pois, como Mãe de Cristo, também é Mãe dos fiéis e de todos os Pastores, isto é, da Igreja.
Portanto, é com ânimo cheio de confiança e de amor filial que elevamos o olhar para ela, não obstante a nossa indignidade e fraqueza. Ela, que em Jesus nos deu a fonte da graça, não deixará de socorrer a Igreja com seu auxílio materno, sobretudo neste tempo em que a Esposa de Cristo se empenha, com novo alento, na sua missão salvadora.
A nossa confiança é ainda mais reavivada e corroborada quando consideramos os laços estreitíssimos que prendem esta nossa Mãe celeste ao gênero humano. Embora na riqueza das admiráveis prerrogativas com que Deus a adornou para fazê-la digna Mãe do Verbo Encarnado, ela está, todavia, pertíssimo de nós. Filha de Adão, como nós, e por isto nossa irmã por laços de natureza, ela é, entretanto, a criatura preservada do pecado original em vista dos méritos de Cristo, e que, aos privilégios obtidos junta a virtude pessoal de uma fé total e exemplar, merecendo o elogio evangélico de: Bem-aventurada és tu, porque acreditaste (Lc 1,45).
Na sua vida terrena, ela realizou a perfeita figura do discípulo de Cristo, espelho de todas as virtudes, e encarnou as bem-aventuranças evangélicas proclamadas por Cristo Jesus. Por isso, toda a Igreja, na sua incomparável variedade de vida e de obras, encontra nela a forma mais autêntica de perfeita imitação de Cristo.
Responsório Cf. Lc 1,35
R. O Espírito Santo desceu sobre Maria,
* E o poder do Altíssimo a cobriu com sua sombra.
V. Para que unida à paixão de seu Filho, se tornasse a Mãe dos redimidos.
* E o poder.
Oração
Deus, Pai de misericórdia, vosso Filho, pregado na cruz, nos deu por mãe a sua Mãe. Pela intercessão amorosa da Virgem Maria, fazei que a vossa Igreja se torne cada vez mais fecunda e se alegre pela santidade de seus filhos e filhas, atraindo para o seu convívio as famílias de todos os povos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.
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