20 de Dezembro

Ofício das Leituras

V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

Oh vinde depressa,
do seio da virgem,
Beleza dos céus!
O mundo admire:
um tal nascimento
é digno de Deus.

Não germe de homem,
mas sopro divino
no seio o gerou.
O verbo de Deus
se fez nossa carne,
o ventre deu flor.

A vida já cresce
no seio da Virgem
que guarda a pureza.
Deus mora em seu templo
e brilha a virtude
em toda a grandeza.

Que venha o herói
que é homem e é Deus,
do quarto nupcial,
correr glorioso
seu nobre caminho,
a trilha real.

Igual a Deus Pai,
reveste dos homens
a carne, a fraqueza,
e, desta maneira,
nos dá a virtude,
de Deus fortaleza.

Já brilha o presépio,
e um novo esplendor
a noite nos traz.
Que fujam as trevas,
a fé resplandeça
e reine a paz.

A vós, Rei piedoso,
e ao Pai que nos ama,
a glória convém.
Com vosso Espírito
reinais sobre o mundo
nos séculos. Amém. 

Salmodia

Ant. 1 Ó Senhor, chegue até vós o meu clamor,
não me oculteis a vossa face em minha dor!

Salmo 101(102)

Anseios e preces de um exilado

Bendito seja Deus que nos consola em todas as nossas aflições! (2Cor 1,4).

I

2 Ouvi, Senhor, e escutai minha oração, *
chegue até vós o meu clamor!
3 De mim não oculteis a vossa face *
no dia em que estou angustiado!
– Inclinai o vosso ouvido para mim, *
ao invocar-vos atendei-me sem demora!

4 Como fumaça se desfazem os meus dias, *
estão queimando como brasas os meus ossos.
5 Meu coração se tornou seco igual à erva, *
até esqueço de tomar meu alimento.
6 À força de gemer e lamentar, *
tornei-me tão-somente pele e osso.

7 Eu pareço um pelicano no deserto, *
sou igual a uma coruja entre ruínas.
8 Perdi o sono e passo a noite a suspirar *
como a ave solitária no telhado.
9 Meus inimigos me insultam todo o dia, *
enfurecidos lançam pragas contra mim.

10 É cinza em vez de pão minha comida, *
minha bebida eu misturo com as lágrimas.
11 Em vossa indignação, em vossa ira *
me exaltastes, mas depois me rejeitastes;
12 os meus dias como sombras vão passando, *
e aos poucos vou murchando como a erva.

Ant. Ó Senhor, chegue até vós o meu clamor,
não me oculteis a vossa face em minha dor!

Ant. 2 Ouvi, Senhor, a oração dos oprimidos!

II

13 Mas vós, Senhor, permaneceis eternamente, *
de geração em geração sereis lembrado!
14 Levantai-vos, tende pena de Sião, *
já é tempo de mostrar misericórdia!
15 Pois vossos servos têm amor aos seus escombros *
sentem compaixão de sua ruína.

16 As nações respeitarão o vosso nome, *
e os reis de toda a terra, a vossa glória;
17 quando o Senhor reconstruir Jerusalém *
e aparecer com gloriosa majestade,
18 ele ouvi a oração dos oprimidos *
não desprezará a sua prece.

19 Para as futuras gerações se escreva isto, *
e um povo novo a ser criado louve a Deus.
20 Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, *
e o Senhor olhou a terra do alto céu,
21 para os gemidos dos cativos escutar *
e da morte libertar os condenados.

22 Para que cantem o seu nome em Sião *
louve ao Senhor Jerusalém,
23 quando os povos e as nações se reunirem *
todos os impérios o servirem.

Ant. Ouvi, Senhor, a oração dos oprimidos!

Ant. 3 A terra, no prinpio, vós criastes,
e os céus, por vossas mãos, foram criados.

III

24 Ele abateu as minhas forças no caminho *
e encurtou a duração da minha vida.
= Agora eu vos suplico, ó meu Deus; †
25 não me leveis já na metade dos meus dias, *
vós, cujos anos são eternos, ó Senhor!

26 A terra no princípio vós criastes, *
por vossas mãos também os céus foram criados;
27 eles perecem, vós porém permaneceis; *
como veste os mudais e todos passam;
– ficam velhos todos eles como roupa, *
28 mas vossos anos não têm fim, sois sempre o mesmo!

=29 Assim também a geração dos vossos servos †
terá casa e viverá em segurança, *
e ante vós se firmará sua descendência.

Ant. terra, no prinpio, vós criastes,
e os céus, por vossas mãos, foram criados.

V. No deserto ressoa uma voz:
Preparai o caminho do Senhor.
R. Aplainai as estradas de Deus.

Primeira leitura

Do Livro do Profeta Isaías 48,1-11

Só Deus é o Senhor do tempo futuro

1 Ouvi isto, casa de Jacó
que tendes o nome de Israel
e emanastes da fonte de Judá,
que jurais no nome do Senhor
e invocais o Deus de Israel

não em verdade nem em justiça.
Outros foram chamados da cidade santa
e apoiaram-se sobre o Deus de Israel;
o seu nome é Deus dos exércitos.
Desde há muito tempo eu fiz as primeiras revelações;
saíram da minha boca
e eu as fiz ouvir;
eu agi num instante e as coisas apareceram.
4
 Sei que és um povo rude,
com nervos de ferro na cabeça,
e que tua fronte é de bronze.
Desde há muito tempo eu te fazia predições
e anunciava as coisas antes de acontecerem,
para que não dissesses: “Meu ídolo fez isto;
são obras da estátua ou da imagem fundida”.
Tudo que ouviste, podes verificá-lo;
e isto não deve também ser anunciado?
Agora te farei ouvir umas mensagens novas,
ainda em segredo, e que desconheces.
7
 São fatos acontecidos agora e não outrora,
antes não ouviste falar deles,
para que não digas: “Olha, eu já sabia disso”.
Nem ouviste nem tomaste conhecimento
nem nunca se abriu para eles teu ouvido;
pois eu é que sei quanto és infiel,
e posso te chamar um desleal nato.
9
 Por meu nome afastarei para longe minha ira
e por minha honra me dominarei
para não te destruir.
10 
Eu te passei pelo fogo, não como prata,
mas para te provar no forno da miséria.
11 
Por causa de mim, sim, por causa de mim,
farei com que meu nome não seja blasfemado;
não cederei minha glória a nenhum outro.

Responsório Is 48,10.11; 54,8

R. No cadinho da pobreza eu te provei.
Vou agir por minha causa unicamente,
para que não se profane o meu nome;
* Não cederei a minha glória a nenhum outro.
V. Por pouco tempo te ocultei a minha face,
num ímpeto de grande indignação.
Mas, levado por meu grande amor de sempre,
misericórdia e compaixão eu te mostrei. * Não cederei.

Segunda leitura

Das Homilias em louvor da Virgem Mãe, de São Bernardo, abade

(Hom. 4,8-9: Opera omnia, Edit. Cisterc. 4, [1966], 53-54)

(Séc. XII)

O mundo inteiro espera a resposta de Maria

Ouviste, ó Virgem, que vais conceber e dar à luz um filho, não por obra de homem – tu ouviste – mas do Espírito Santo. O Anjo espera tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia.

Eis que te é oferecido o preço de nossa salvação; se consentes, seremos livres. Todos fomos criados pelo Verbo eterno, mas caímos na morte; com uma breve resposta tua seremos recriados e novamente chamados à vida.

Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulso do paraíso com a sua mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a implora. Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a região da sombra da morte, suplicam esta resposta. O mundo inteiro a espera, prostrado a teus pés.

E não é sem razão, pois de tua palavra depende o alívio dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, enfim, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua raça.

Apressa-te, ó Virgem, em dar a tua resposta; responde sem demora ao Anjo, ou melhor, responde ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra; profere a tua palavra e concebe a Palavra de Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna.

Por que demoras? Por que hesitas? Crê, consente, recebe. Que tua humildade se encha de coragem, tua modéstia de confiança. De modo algum convém que tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Neste encontro único, porém, Virgem prudente, não temas a presunção. Pois, se tua modéstia no silêncio foi agradável a Deus, mais necessário é agora mostrar tua piedade pela palavra.

Abre, ó Virgem santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento, teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua porta. Ah! se tardas e ele passa, começarás novamente a procurar com lágrimas aquele que teu coração ama! Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1,38).

Responsório Cf. Lc 1,31.42

R. Ó Virgem Maria, acolhei a Palavra
que Deus vos envia por meio do anjo:
sereis Mãe do Deus-Homem.
* E sereis aclamada bendita
entre todas as mulheres da terra.
V. Dareis, na verdade, à luz um Menino
e sereis sempre virgem, sereis Virgem-Mãe.
* E sereis aclamada.

Oração

Senhor Deus, ao anúncio do Anjo, a Virgem imaculada acolheu vosso Verbo inefável e, como habitação da divindade, foi inundada pela luz do Espírito Santo. Concedei que, a seu exemplo, abracemos humildemente a vossa vontade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.