Quinta-feira da Primeira Semana do Tempo Comum

Próprio do Tempo; I Semana do Saltério

Ofício das Leituras

V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

A noite escura apaga
da treva toda a cor.
Juiz dos corações,
a vós nosso louvor.

E para que das culpas
lavemos nossa mente,
ó Cristo, dai a graça
que os crimes afugente.

A nós, que vos buscamos,
tirai do mal escuro.
Já dorme a mente ímpia
que o fruto morde impuro.

As trevas expulsai
do nosso interior.
Felizes exultemos
à luz do vosso amor.

A vós, ó Cristo, a glória
e a vós, ó Pai, também,
com vosso Santo Espírito
agora e sempre. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Cristo, aos servos suplicantes
voltai hoje vosso olhar.
Entre as trevas deste mundo
nossa fé fazei brilhar.

Não pensemos em maldades,
não lesemos a ninguém,
nem o mal retribuamos,
mas paguemos mal com bem.

Iras, fraudes, nem soberba
haja em nossos corações.
Defendei-nos da avareza,
que é raiz de divisões.

Guarde todos nós na paz
a sincera caridade.
Seja casta a nossa vida,
em total fidelidade.

A vós, Cristo, Rei clemente,
e a Deus Pai, Eterno Bem,
com o vosso Santo Espírito,
honra e glória sempre. Amém.

Salmodia

Ant. 1 A palavra do Senhor é proteção
para aqueles que a ele se confiam.

Salmo 17(18),31-51

Ação de graças

Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8,31).

IV

31 São perfeitos os caminhos do Senhor, *
sua palavra é provada pelo fogo;
– nosso Deus é um escudo poderoso *
para aqueles que a ele se confiam.

32 Quem é deus além de Deus nosso Senhor? *
Quem é Rochedo semelhante ao nosso Deus?
33 Foi esse Deus que me vestiu de fortaleza *
e que tornou o meu caminho sem pecado.

34 Tornou ligeiros os meus pés como os da corça *
e colocou-me em segurança em lugar alto;
35 adestrou as minhas mãos para o combate, *
e os meus braços, para usar arcos de bronze.

Ant. A palavra do Senhor é proteção
para aqueles que a ele se confiam.

Ant. 2 Com a vossa mão direita me amparastes.

V

=36 Por escudo vós me destes vossa ajuda; †
com a vossa mão direita me amparastes, *
e a vossa proteção me fez crescer.
37 Alargastes meu caminho ante meus passos, *
e por isso os meus pés não vacilaram.

38 Persegui meus inimigos e alcancei-os, *
não voltei sem os haver exterminado;
39 esmaguei-os, já não podem levantar-se, *
e debaixo dos meus pés caíram todos.

40 Vós me cingistes de coragem para a luta *
e dobrastes os rebeldes a meus pés.
41 Vós fizestes debandar meus inimigos, *
e aqueles que me odeiam dispersastes.

42 Eles gritaram, mas ninguém veio salvá-los; *
os seus gritos o Senhor não escutou.
43 Esmaguei-os como o pó que o vento leva *
e pisei-os como a lama das estradas.

44 Vós me livrastes da revolta deste povo *
e me pusestes como chefe das nações;
– serviu-me um povo para mim desconhecido, *
45 mal ouviu a minha voz, obedeceu.

= Povos estranhos me prestaram homenagem, †
46 povos estranhos se entregaram, se renderam *
e, tremendo, abandonaram seus redutos.

Ant. Com a vossa mão direita me amparastes.

Ant. 3 Viva o Senhor! Bendito seja o meu Rochedo! †

VI

47 Viva o Senhor! Bendito seja o meu Rochedo! *
† E louvado seja Deus, meu Salvador!
48 Porque foi ele, o Senhor, que me vingou *
e os povos submeteu ao meu domínio;

= libertou-me de inimigos furiosos, †
49 me exaltou sobre os rivais que resistiam *
e do homem sanguinário me salvou.
50 Por isso, entre as nações, vos louvarei, *
cantarei salmos, ó Senhor, ao vosso nome.

=51 Concedeis ao vosso rei grandes vitórias †
e mostrais misericórdia ao vosso Ungido, *
a Davi e à sua casa para sempre.

Ant. Viva o Senhor! Bendito seja o meu Rochedo!

V. Abri meus olhos, e então contemplarei
R. As maravilhas que encerra a vossa lei.

Primeira leitura

Do Livro do Eclesiástico             42,15−43,13

Toda a criação canta a glória de Deus

42,15 Vou agora recordar as obras do Senhor,
vou descrever aquilo que vi.
Pelas palavras do Senhor foram feitas as suas obras,
de acordo com a sua vontade realizou-se o seu julgamento.
16O sol brilhante contempla todas as coisas,
e a obra do Senhor está cheia da sua glória.
17Os santos do Senhor não são capazes
de descrever todas as suas maravilhas.
O Senhor todo-poderoso as confirmou,
para que tudo continuasse firme para a sua glória.
18Ele sonda o abismo e o coração,
e penetra em todas as suas astúcias.
19Pois o Altíssimo possui toda a ciência
e fixa o olhar nos sinais dos tempos;
Ele manifesta o passado e o futuro
e revela as coisas ocultas.
20Nenhum pensamento lhe escapa
e nenhuma palavra lhe fica escondida.
21Pôs em ordem as maravilhas da sua sabedoria,
pois só Ele existe antes dos séculos e para sempre.
22Nada lhe foi acrescentado, nada tirado,
e Ele não precisa de conselheiro algum.
23Como são desejáveis todas as suas obras,
brilhando como centelha que se pode contemplar.
24Tudo isso vive e permanece sempre,
e em todas as circunstâncias tudo lhe obedece.
25Todas as coisas existem aos pares, uma frente à outra,
e Ele nada fez de incompleto:
26uma coisa completa a bondade da outra.
Quem, pois, se fartará de contemplar a sua glória?
43,1 Formosura das alturas, firmamento de pureza,
eis o aspecto do céu numa visão de glória.
2O sol que aparece proclama, ao sair,
que coisa maravilhosa é a obra do Altíssimo!
3Ao meio-dia resseca a terra:
quem poderá resistir ao seu calor?
Se alguém acende a fornalha para os trabalhos a fogo
4o sol esquenta as montanhas três vezes mais:
exala vapores ardentes
e, dardejando seus raios, ofusca os olhos.
5É grande o Senhor que o fez
e que, com suas palavras, lhe acelera o curso.
6Também a lua, sempre pontual em suas fases,
indica as épocas e é um sinal do tempo.
7É a lua que assinala as festas,
diminuindo a claridade até desaparecer.
8É dela que o mês recebe o seu nome,
enquanto cresce maravilhosamente em suas mudanças.
9Ela é farol dos exércitos do alto,
rebrilhando no firmamento do céu.
10Beleza do céu é o brilho das estrelas,
ornamento que resplende nas alturas do Senhor.
11Às ordens do Santo ficarão, segundo o seu decreto,
sem jamais abandonarem seus postos de vigia.
12Olha o arco-íris e bendize quem o fez,
magnificamente belo em seu esplendor:
13ele envolve o céu com um círculo de glória,
e as mãos do Altíssimo o estendem.

Responsório             Ap 4,11; Est 4,17d.17c

R. Vós sois digno, Senhor nosso Deus,
de receber honra, glória e poder,
* Porque todas as coisas criastes
e é por vossa vontade que existem
e subsistem porque vós mandais.
V. Vós fizestes o céu e a terra
e tudo o que está sob os céus;
vós sois o Senhor do universo. * Porque todas.

Segunda leitura

Do Discurso contra os gentios, de Santo Atanásio, bispo

(Nn.40-42: PG25,79-83)                   (Séc.IV)

O Verbo do Pai tudo orna, dispõe e contém

O Pai santíssimo de Cristo – sem comparações mais excelente do que toda a criatura – como ótimo criador, tudo governa, dispõe e faz convenientemente o que lhe parece justo, por sua sabedoria e por seu Verbo, Cristo, nosso Senhor e Salvador. Assim é bom que tudo tenha sido e venha a ser feito como vemos. Que ele o tenha querido assim, ninguém pode duvidar. Porque, se o movimento dos seres criados se fizesse desordenadamente e o mundo girasse ao acaso, com toda a razão se negaria crédito ao que declaramos. Mas, se com medida, sabedoria e ciência o mundo foi criado e enriquecido de toda beleza, não há como fugir que este criador e aperfeiçoador é o próprio Verbo de Deus.

Afirmo que o Verbo do Deus do universo e de todo o bem é o Deus vivo e eficaz que existe por si próprio. Distinto de todo o criado, ele é o próprio e único Verbo do Pai de bondade, por cuja providência o mundo inteiro, por ele feito, é iluminado. Ele, que é o bom Verbo do bom Pai, estabeleceu a ordem de todas as coisas, uniu entre si os contrários, compondo assim grande harmonia. Este único e unigênito é Deus: a bondade que procede do Pai, como de fonte do bem, e adorna, dispõe e mantém todo o universo.

Aquele que por seu eterno Verbo tudo fez, fazendo existir as criaturas cada qual conforme a própria natureza, não permitiu que elas se movessem arbitrariamente, a fim de que não retornassem ao nada; por isso, ele, que é o bem, por meio do seu Verbo, Deus como ele, governa e conserva toda a criação. Deste modo, a criação, iluminada pelo governo, providência e administração do Verbo, pode permanecer firme e manter- se coesa. Portanto, a criação, obra do Verbo do Pai – Verbo que é o próprio ser – dele participa e é por ele auxiliada, a fim de não cessar de existir, o que aconteceria, caso não fosse guardada pelo Verbo, que é a imagem do Deus invisível, primogênito de toda criatura. Por ele e nele tudo existe, tanto as coisas visíveis quanto as invisíveis. Ele é também a cabeça da Igreja, como ensinam os ministros da verdade nas Sagradas Escrituras.

Por conseguinte, este todo-poderoso e santíssimo Verbo do Pai, penetrando em tudo, desdobra por toda a parte as suas forças, e ilumina todas as coisas visíveis e invisíveis. Em si mesmo contém e abraça todas, de modo que não deixa nada alheio a seu poder, mas em tudo e por tudo, a cada um em particular e a todos em conjunto concede a vida e a proteção.

Responsório             Cf. Pr 8,22-30

R. No princípio, ainda antes da origem da terra,
ainda antes de Deus ter formado os abismos,
ainda antes que as fontes das águas brotassem,
* Ainda antes de Deus ter fundado as montanhas
e erguido as colinas, o Senhor me criou.
V. Quando os céus ele armava, ali eu estava,
estava com ele compondo o universo. * Ainda antes.

Oração

Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão dos nossos deveres e a força de cumpri-los. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.