V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

A noite escura apaga
da treva toda a cor.
Juiz dos corações,
a vós nosso louvor.

E para que das culpas
lavemos nossa mente,
ó Cristo, dai a graça
que os crimes afugente.

A nós, que vos buscamos,
tirai do mal escuro.
Já dorme a mente ímpia
que o fruto morde impuro.

As trevas expulsai
do nosso interior.
Felizes exultemos
à luz do vosso amor.

A vós, ó Cristo, a glória
e a vós, ó Pai, também,
com vosso Santo Espírito
agora e sempre. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Cristo, aos servos suplicantes
voltai hoje vosso olhar.
Entre as trevas deste mundo
nossa fé fazei brilhar.

Não pensemos em maldades,
não lesemos a ninguém,
nem o mal retribuamos,
mas paguemos mal com bem.

Iras, fraudes, nem soberba
haja em nossos corações.
Defendei-nos da avareza,
que é raiz de divisões.

Guarde todos nós na paz
a sincera caridade.
Seja casta a nossa vida,
em total fidelidade.

A vós, Cristo, Rei clemente,
e a Deus Pai, Eterno Bem,
com o vosso Santo Espírito,
honra e glória sempre. Amém.

Salmodia

Ant. 1 A palavra do Senhor é proteção
paraaqueles que a ele se confiam.

Salmo 17(18),31-51

Ação de graças

Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8,31).

IV

31 São perfeitos os caminhos do Senhor, *
sua palavra é provada pelo fogo;
– nosso Deus é um escudo poderoso *
para aqueles que a ele se confiam.

32 Quem é deus além de Deus nosso Senhor? *
Quem é Rochedo semelhante ao nosso Deus?
33 Foi esse Deus que me vestiu de fortaleza *
e que tornou o meu caminho sem pecado.

34 Tornou ligeiros os meus pés como os da corça *
e colocou-me em segurança em lugar alto;
35 adestrou as minhas mãos para o combate, *
e os meus braços, para usar arcos de bronze.

Ant. A palavra do Senhor é proteção
paraaqueles que a ele se confiam.

Ant. 2 Com a vossa mão direita me amparastes.

V

=36 Por escudo vós me destes vossa ajuda; †
com a vossa mão direita me amparastes, *
e a vossa proteção me fez crescer.
37 Alargastes meu caminho ante meus passos, *
e por isso os meus pés não vacilaram.

38 Persegui meus inimigos e alcancei-os, *
não voltei sem os haver exterminado;
39 esmaguei-os, já não podem levantar-se, *
e debaixo dos meus pés caíram todos.

40 Vós me cingistes de coragem para a luta *
e dobrastes os rebeldes a meus pés.
41 Vós fizestes debandar meus inimigos, *
e aqueles que me odeiam dispersastes.

42 Eles gritaram, mas ninguém veio salvá-los; *
os seus gritos o Senhor não escutou.
43 Esmaguei-os como o pó que o vento leva *
e pisei-os como a lama das estradas.

44 Vós me livrastes da revolta deste povo *
e me pusestes como chefe das nações;
– serviu-me um povo para mim desconhecido, *
45 mal ouviu a minha voz, obedeceu.

= Povos estranhos me prestaram homenagem, †
46 povos estranhos se entregaram, se renderam *
e, tremendo, abandonaram seus redutos.

Ant. Com a vossa mão direita me amparastes.

Ant. 3 Viva o Senhor! Bendito seja o meu Rochedo! †

VI

47 Viva o Senhor! Bendito seja o meu Rochedo! *
† E louvado seja Deus, meu Salvador!
48 Porque foi ele, o Senhor, que me vingou *
e os povos submeteu ao meu domínio;

= libertou-me de inimigos furiosos, †
49 me exaltou sobre os rivais que resistiam *
e do homem sanguinário me salvou.
50 Por isso, entre as nações, vos louvarei, *
cantarei salmos, ó Senhor, ao vosso nome.

=51 Concedeis ao vosso rei grandes vitórias †
e mostrais misericórdia ao vosso Ungido, *
a Davi e à sua casa para sempre.

Ant. Viva o Senhor! Bendito seja o meu Rochedo!

V. Abri meus olhos, e então contemplarei
R. As maravilhas que encerra a vossa lei.

Primeira leitura

Do Livro do Profeta Jeremias             3,1-5.19–4,4

Convite à conversão

A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:

3,1 “Se o marido repudia sua mulher

e esta, separando-se dele,

se casa com outro homem,

acaso ainda voltará para ela?

Acaso não está profanado

e contaminado um país assim?

Cometeste adultério com muitos amantes,

voltarás para mim?

– diz o Senhor.

2 Levanta os olhos para as colinas

e vê se há lugar onde não te prostituíste.

Sentavas-te à beira do caminho à espera deles,

como o árabe do deserto;

profanaste a terra

com tuas práticas luxuriosas, com tua imoralidade.

3 Por isso te foram negadas as águas da chuva,

e não voltou a chover na primavera.

Ostentaste o rosto de uma meretriz,

incapaz de envergonhar-se.

4 Agora, ainda me chamas:

‘Tu és o meu pai, guia de minha meninice!

5 Pode ele ficar irado para sempre,

continuar indignado até ao fim?’

Assim falaste,

mas continuaste a praticar o mal.

19 Mas eu disse:

Como hei de considerar-te um dos filhos

e dar-te uma terra agradável,

a mais bela herança entre as nações?

Ainda disse: Vós me chamareis pai

e não deixareis de me seguir.

20 Oh! não, vós me desprezastes, casa de Judá,

como a mulher abandona o seu amante”,

diz o Senhor.

21 Ouviu-se nas colinas a voz

de choro e de súplicas: são filhos de Israel,

eles que trilharam o mau caminho

e esqueceram o Senhor, seu Deus.

22 “Convertei-vos, filhos que me tendes rejeitado,

vou curar os males dessa rejeição”.

“Eis-nos, então, viemos a ti;

tu és o Senhor, nosso Deus.

23 Aquelas colinas eram mentirosas,

mentirosa a agitação nos montes;

somente no Senhor, nosso Deus,

está a salvação de Israel.

24 A infâmia destruiu o trabalho de nossos pais

desde a nossa juventude,

seus rebanhos e o gado,

seus filhos e filhas.

25 Vamos dormir com essa infâmia,

cobertos de vergonha;

nós ofendemos o Senhor, nosso Deus,

nós e nossos pais,

desde a juventude até ao dia de hoje,

não escutamos a voz do Senhor, nosso Deus”.

4,1 “Se queres, Israel,

diz o Senhor,

é para mim que deves voltar;

se removeres de minha frente os teus ídolos,

 então não fugirás.

2 Pois hás de jurar: ‘O Senhor vive!’

e o farás pela verdade,

pelo juízo divino e pela justiça,

nele as nações serão abençoadas

e compartilharão de sua glória.

3 Isto diz o Senhor

aos homens de Judá e de Jerusalém:

Refazei vosso campo cultivado,

não queirais semear sobre espinhos.

4 Circuncidai-vos para o Senhor

e retirai o prepúcio do coração,

ó homens de Judá e habitantes de Jerusalém,

para não suscitardes o fogo de minha indignação;

não o façais crescer, a ponto de não se apagar,

devido a vossas obras perversas”.

Responsório             Jr 14,7; Sl 129(130),3

R. Se as nossas maldades nos acusam,

agi em nós, ó Senhor, por vosso nome!

* Nossas culpas são muitas, realmente,

ó Senhor, pois pecamos contra vós.

V. Se levardes em conta nossas faltas,

quem haverá de subsistir? * Nossas.

Segunda leitura

Das Instruções de São Columbano, abade

(Instr. 13, De Christo fonte vitae, 2-3:

Opera, Dublin 1957, 118-120)          (Séc.VII)

Tu és, ó Deus, nosso tudo

Irmãos, sigamos a vocação que nos chama da vida para a fonte da vida, fonte não apenas de água viva, mas da eterna vida, fonte de luz e de claridade; dela tudo provém, sabedoria e vida, luz eterna.

Autor da vida, é fonte da vida; Criador da luz, fonte da luz. Portanto, desprezando o que se vê e ultrapassando o mundo até as alturas dos céus, busquemos, quais peixes muito inteligentes e espertos, a fonte da luz, a fonte da vida, a fonte de água viva, para bebermos a água viva que jorra para a vida eterna (cf. Jo 4,14).

Oxalá te dignes admitir-me a esta fonte, Deus misericordioso, bom Senhor, onde eu, com os que têm sede de ti, beberei da onda viva da fonte viva de água corrente. Refeito por sua indizível doçura, esteja sempre unido a ela e diga: “Quão doce é a fonte de água viva, donde nunca falta a água que jorra para a vida eterna!”

Ó Senhor, tu és esta fonte, sempre, sempre desejável, sempre, sempre a ser bebida. Dá-nos, sempre, Cristo Senhor, desta água, para que também em nós haja a fonte de água viva que jorra para a vida eterna. Grande coisa peço, quem o duvida? Mas tu, rei da glória, sabes dar grandes coisas e grandes coisas prometeste; nada maior do que tu e te deste a nós, te deste por nós.

Rogamos-te então que conheçamos o que amamos, porque não te pedimos dar-nos nada além de ti. Tu és o nosso tudo, nossa vida, nossa luz, nossa salvação, nosso alimento, nossa bebida, nosso Deus. Rogo-te, nosso Jesus, inspira nossos corações com aquela brisa de teu Espírito e fere nossas almas com tua caridade. Que cada uma de nossas almas possa na verdade dizer: Mostra-me o amado de minha alma (cf. Ct 1,6), porque estou ferida de amor.

Desejo, Senhor, que se grave em mim esta ferida. Feliz a alma que assim foi ferida pela caridade; esta busca a fonte, esta bebe e, no entanto, sempre tem sede bebendo e sempre haure desejando aquela que sempre bebe sedenta. Assim sempre busca amando aquela que se cura ferindo. Que Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, o bom médico eficaz, se digne ferir com a chaga da salvação o íntimo de nossa alma. A ele,com o Pai e com o Espírito Santo, pertence a unidade pelos séculos dos séculos. Amém.

Responsório             Jo 4,14-15

R. Quem beber daquela água que eu lhe der,

nunca mais sentirá sede, diz Jesus.

* Pois a água que eu lhe der vai se tornar

uma fonte a jorrar para a vida eterna.

V. Ó Senhor, eu peço, dai-me desta água,

a fim de que não mais eu tenha sede. * Pois a água.

Oração

Ó Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.

R. Graças a Deus.