Quarta-feira da 25ª Semana do Tempo Comum

Ofício das Leituras


V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

Criastes céu e terra,
a vós tudo obedece;
livrai a nossa mente
do sono que entorpece.

As culpas perdoai,
Senhor, vos suplicamos;
de pé, para louvar-vos,
o dia antecipamos.

À noite as mãos e as almas
erguemos para o templo:
mandou-nos o Profeta,
deixou-nos Paulo o exemplo.

As faltas conheceis
e até as que ocultamos;
a todas perdoai,
ansiosos suplicamos.

A glória seja ao Pai,
ao Filho seu também,
ao Espírito igualmente,
agora e sempre. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

A vós, honra e glória,
Senhor do saber,
que vedes o íntimo
profundo do ser,
e em fontes de graça
nos dais de beber.

As boas ovelhas
guardando, pastor,
buscais a perdida
nos montes da dor,
unindo-as nos prados
floridos do amor.

A ira do Rei
no dia final
não junte aos cabritos
o pobre mortal.
Juntai-o às ovelhas
no prado eternal.

A vós, Redentor,
Senhor, Sumo Bem,
louvores, vitória
e glória convém,
porque reinais sempre
nos séculos. Amém.

Salmodia

Ant. 1 Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força! †

Salmo 17(18),2-30

Ação de graças pela salvação e pela vitória

Na mesma hora aconteceu um grande terremoto (Ap 11,13).

I

2 Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força, *
3 minha rocha, meu refúgio e Salvador!
= Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga, †
minha força e poderosa salvação, *
sois meu escudo e proteção: em vós espero!

4 Invocarei o meu Senhor: a ele a glória! *
e dos meus perseguidores serei salvo!
5 Ondas da morte me envolveram totalmente, *
e as torrentes da maldade me aterraram;
6 os laços do abismo me amarraram *
e a própria morte me prendeu em suas redes.

7 Ao Senhor eu invoquei na minha angústia *
e elevei o meu clamor para o meu Deus;
– de seu Templo ele escutou a minha voz, *
e chegou a seus ouvidos o meu grito.

Ant. Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força!

Ant. 2 O Senhor me libertou, porque me ama.

II

=8 A terra toda estremeceu e se abalou, †
os fundamentos das montanhas vacilaram *
e se agitaram, porque Deus estava irado.
=9 De seu nariz, fumaça em nuvens se elevou, †
da boca saiu fogo abrasador *
dos seus lábios, carvões incandescentes.

10 Os céus ele abaixou e então desceu *
pousando em nuvens pretas os seus pés.
11 Um querubim o conduzia no seu vôo, *
sobre as asas do vento ele pairava.

12 Das trevas fez um véu para envolver-se, *
escondeu-se em densas nuvens e água escura.
13 No clarão que procedia de seu rosto, *
carvões incandescentes se acendiam.

14 Trovejou dos altos céus o Senhor Deus, *
o Altíssimo fez ouvir a sua voz;
15 e, lançando as suas flechas, dissipou-os, *
dispersou-os com seus raios fulgurantes.

16 Até o fundo do oceano apareceu, *
e os fundamentos do universo foram vistos,
– ante as vossas ameaças, ó Senhor, *
e ao sopro abrasador de vossa ira.

17 Lá do alto ele estendeu a sua mão *
e das águas mais profundas retirou-me;
18 libertou-me do inimigo poderoso *
e de rivais muito mais fortes do que eu.

19 Assaltaram-me no dia da aflição, *
mas o Senhor foi para mim um protetor;
20 colocou-me num lugar bem espaçoso: *
o Senhor me libertou, porque me ama.

Ant. O Senhor me libertou, porque me ama.

Ant. 3 Ó Senhor, fazei brilhar a minha lâmpada!
Ó meu Deus, iluminai as minhas trevas!

III

21 O Senhor recompensou minha justiça *
e a pureza que encontrou em minhas mãos,
22 pois nos caminhos do Senhor eu caminhei, *
e de meu Deus não me afastei por minhas culpas.

23 Tive sempre à minha frente os seus preceitos, *
e de mim não afastei sua justiça.
24 Diante dele tenho sido sempre reto *
e conservei-me bem distante do pecado.
25 O Senhor recompensou minha justiça *
e a pureza que encontrou em minhas mãos.

26 Ó Senhor, vós sois fiel com o fiel, *
sois correto com o homem que é correto;
27 sois sincero com aquele que é sincero, *
mas arguto com o homem astucioso.
28 Pois salvais, ó Senhor Deus, o povo humilde, *
mas os olhos dos soberbos humilhais.

29 Ó Senhor, fazeis brilhar a minha lâmpada; *
ó meu Deus, iluminais as minhas trevas.
30 Junto convosco eu enfrento os inimigos, *
com vossa ajuda eu transponho altas muralhas.

Ant. Ó Senhor, fazei brilhar a minha lâmpada!
Ó meu Deus, iluminai as minhas trevas!

V. todos se admiravam das palavras

R. Cheias de graça que saíam de seus bios.

Primeira Leitura
Do Livro do Profeta Ezequiel                 37,1-14

Visão da ressurreição do povo de Deus

Naqueles dias: 1A mão do Senhor estava sobre mim e por seu espírito ele me levou para fora e me deixou no meio de uma planície cheia de ossos 2e me fez andar no meio deles em todas as direções. Havia muitíssimos ossos na planície e estavam ressequidos. 3Ele me perguntou: “Filho do homem, será que estes ossos podem voltar à vida?” E eu respondi: “Senhor Deus, só tu o sabes”. 4E ele me disse: “Profetiza sobre estes ossos e dize: Ossos ressequidos, escutai a palavra do Senhor! 5Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eu mesmo vou fazer entrar um espírito em vós e voltareis à vida. 6Porei nervos em vós, farei crescer carne e estenderei a pele por cima. Porei em vós um espírito, para que possais voltar à vida. Assim sabereis que eu sou o Senhor”. 7Profetizei como me foi ordenado. Enquanto eu profetizava, ouviu-se primeiro um rumor, e logo um estrondo, quando os ossos se aproximaram uns dos outros. 8Olhei e vi nervos e carne crescendo sobre os ossos e, por cima, a pele que se estendia. Mas não tinham nenhum sopro de vida. 9Ele me disse: Profetiza para o espírito, profetiza, filho do homem! Dirás ao espírito: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, vem soprar sobre estes mortos, para que eles possam voltar à vida”. 10Profetizei como me foi ordenado, e o espírito entrou neles. Eles voltaram à vida e puseram-se de pé: era uma imensa multidão!

11 Então ele me disse: “Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. É isto que eles dizem: ‘Nossos ossos estão secos, nossa esperança acabou, estamos perdidos!’” 12Por isso, profetiza e dize-lhes: Assim fala o Senhor Deus: “ó meu povo, vou abrir as vossas sepulturas e conduzir-vos para a terra de lsrael; 13quando eu abrir as vossas sepulturas e vos fizer sair delas, sabereis que eu sou o Senhor. 14Porei em vós o meu espírito para que vivais e vos colocarei em vossa terra. Então sabereis que eu, o Senhor, digo e faço” – oráculo do Senhor.


Responsório Ez 37,12b. 13a; Jo 1 1,25

R. Eu hei de abrir os vossos sepulcros
e deles irei retirar-vos, meu povo.
*Então sabereis que eu sou o Senhor.
V. Eu sou a ressurreição, eu sou a vida,
quem crê em mim, ainda que morra, viverá. *Então.

Segunda leitura

Do Sermão sobre os pastores, de Santo Agostinho, bispo

(Sermo 46,20-2 1: CCL 41,546-548)                (Séc. V)

Fazei o que dizem, não o que fazem

Por esta razão ouvi, pastores, a palavra do Senhor. Mas, pastores, ouvi o quê? Isto diz o Senhor Deus: Vou intimar os pastores e reclamarei de suas mãos as minhas ovelhas (Ez 34,9).

Ouvi e ficai sabendo, ovelhas de Deus: ele reclama dos maus pastores as suas ovelhas e pede-lhes contas das que morreram. Em outro lugar diz pelo mesmo Profeta: Filho do homem, eu te constituí sentinela na casa de Israel. Ouvirás uma palavra de minha boca e alertá-los-ás de minha parte. Se eu disser ao pecador: Morrerás por certo e se tu não a repetires para que o ímpio abandone seus caminhos, ele, pecador, morrerá com seu pecado, mas exigirei de tua mão seu sangue. Se, ao contrário, advertires ao pecador que deixe seu caminho e ele não quiser dele se afastar, morrerá por seu pecado, mas tu livrarás tua alma (Ez 33,7-9).

Que quer dizer isto, irmãos? Vedes como é perigoso calar? Morre o ímpio e morre justamente; morre em sua impiedade e em seu pecado; sua indiferença o matou. Pois poderia encontrar o pastor interessado que diz: Por minha vida, diz o Senhor. Mas por ser indiferente e não advertido por aquele que é guarda e sentinela, é justo que morra aquele e que este seja condenado. Se porém disseres ao ímpio a quem ameacei com a espada: Morrerás por certo e ele nada fizer para evitar a espada, esta virá e o matará. Morrerá por seu pecado; tu, porém, livraste tua alma. Por isto, a nós cabe-nos não calar; a vós, mesmo se calarmos, cabe ouvir pela Sagrada Escritura as palavras do Pastor.

Vejamos, como era a minha intenção, se ele retira as ovelhas aos maus pastores e as dá aos bons. Vejo-o, de fato, tirando as ovelhas aos maus pastores, quando diz: Eu enfrentarei os pastores e reclamarei as minhas ovelhas das suas mãos; não permitirei que apascentem mais as minhas ovelhas e deixarão de ser pastores (Ez 34, 10). Eu disse-lhes que apascentassem as minhas ovelhas, mas eles apascentam-se a si mesmos e não as minhas ovelhas. Por isso, não permitirei que apascentem mais as minhas ovelhas.

Como é que afastará, a fim de que não mais apascentem suas ovelhas? Fazei o que dizem, não façais o que fazem (cf. Mt 23,3).

Como se dissesse: “Dizem o que é meu, fazem o que é seu”. Quando não fazeis o que os maus pastores fazem, estes não vos apascentam; quando fazeis o que dizem, sou eu que vos apascento. 

Responsório Lc 12,42.43; 1 Cor 4,2

R. Quem é o servo fiel e prudente
a quem Deus confiou sua família?
*Feliz aquele servo que o Senhor
na sua volta encontrar fazendo assim.
V. O que se espera de administradores
é que sejam fiéis ao seu senhor. * Feliz.

Oração

Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. 

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.