Quarta-feira da 23ª Semana do Tempo Comum


V.
 Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

Criastes céu e terra,
a vós tudo obedece;
livrai a nossa mente
do sono que entorpece.

As culpas perdoai,
Senhor, vos suplicamos;
de pé, para louvar-vos,
o dia antecipamos.

À noite as mãos e as almas
erguemos para o templo:
mandou-nos o Profeta,
deixou-nos Paulo o exemplo.

As faltas conheceis
e até as que ocultamos;
a todas perdoai,
ansiosos suplicamos.

A glória seja ao Pai,
ao Filho seu também,
ao Espírito igualmente,
agora e sempre. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

A vós, honra e glória,
Senhor do saber,
que vedes o íntimo
profundo do ser,
e em fontes de graça
nos dais de beber.

As boas ovelhas
guardando, pastor,
buscais a perdida
nos montes da dor,
unindo-as nos prados
floridos do amor.

A ira do Rei
no dia final
não junte aos cabritos
o pobre mortal.
Juntai-o às ovelhas
no prado eternal.

A vós, Redentor,
Senhor, Sumo Bem,
louvores, vitória
e glória convém,
porque reinais sempre
nos séculos. Amém.

Salmodia

Ant. 1 O amor e a verdade vão andando à vossa frente.

Salmo 88(89),2-38

As misericórdias do Senhor
com a descendência de Davi

Conforme prometera, da descendência de Davi, Deus fez surgir um Salvador, que é Jesus (At 13,22.23).

I

2 Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, *
de geração em geração eu cantarei vossa verdade!
3 Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” *
E a vossa lealdade é tão firme como os céus.

4 “Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, *
e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor:
5 Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, *
de geração em geração garantirei o teu reinado!”

6 Anuncia o firmamento vossas grandes maravilhas, *
e o vosso amor fiel, a assembléia dos eleitos,
7 pois, quem pode, lá nas nuvens, ao Senhor se comparar*
e quem pode, entre seus anjos, ser a ele semelhante?

8 Ele é o Deus temível no conselho dos seus santos, *
ele é grande, ele é terrível para quantos o rodeiam.
9 Senhor Deus do universo, quem se igual a vós? *
Ó Senhor, sois poderoso, irradiais fidelidade!

10 Dominais sobre o orgulho do oceano furioso, *
quando as ondas se levantam, dominando as acalmais.
11 Vós feristes a Raab e o deixastes como morto, *
vosso braço poderoso dispersou os inimigos.

12 É a vós que os céus pertencem, e a terra é também vossa!*
Vós fundastes o universo e tudo aquilo que contém.
13 Vós criastes no princípio tanto o norte como o sul; *
o Tabor e o Hermon em vosso nome rejubilam.

14 Vosso braço glorioso se revela com poder! *
Poderosa é vossa mão, é sublime a vossa destra!
15 Vosso trono se baseia na justiça e no direito, *
vão andando à vossa frente o amor e a verdade.

16 Quão feliz é aquele povo que conhece a alegria; *
segui pelo caminho, sempre à luz de vossa face!
17 Exulta de alegria em vosso nome dia a dia, *
e com grande entusiasmo exalta vossa justiça.

18 Pois sois vós, ó Senhor Deus, a sua força e sua glória, *
é por vossa proteção que exaltais nossa cabeça.
19 Do Senhor é o nosso escudo, ele é nossa proteção, *
ele reina sobre nós, é o Santo de Israel!

Ant. O amor e a verdade vão andando à vossa frente.

Ant. 2 O Filho de Deus se fez homem
e nasceu da falia de Davi.

II

=20 Outrora vós falastes em visões a vossos santos: †
“Coloquei uma coroa na cabeça de um herói *
e do meio deste povo escolhi o meu Eleito.

21 Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor, *
e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado.
22 Esta sempre com ele minha mão onipotente, *
e meu braço poderoso há de ser a sua força.

23 Não se surpreendido pela força do inimigo, *
nem o filho da maldade pode prejudicá-lo.
24 Diante dele esmagarei seus inimigos e agressores, *
ferirei e abaterei todos aqueles que o odeiam.

25 Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele, *
sua força e seu poder por meu nome crescerão.
26 Eu farei que ele estenda sua mão por sobre os mares, *
e a sua mão direita estenderei por sobre os rios.

27 Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai, *
sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!’
28 E por isso farei dele o meu filho primogênito, *
sobre os reis de toda a terra farei dele o Rei altíssimo.

29 Guardarei eternamente para ele a minha graça *
e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel.
30 Pelos culos sem fim conservarei sua descendência, *
e o seu trono, tanto tempo quanto os céus, há de durar”.

Ant. Filho de Deus se fez homem
e nasceu da falia de Davi.

Ant. 3 Eu jurei uma só vez a Davi, meu servidor:
Eis que a tua descendência dura eternamente.

III

31 “Se seus filhos, porventura, abandonarem minha lei *
e deixarem de andar pelos caminhos da Aliança;
32 se, pecando, violarem minhas justas prescrições *
e se não obedecerem aos meus santos mandamentos:

33 eu, então, castigarei os seus crimes com a vara, *
com açoites e flagelos punirei as suas culpas.
34 Mas não hei de retirar-lhes minha graça e meu favor *
e nem hei de renegar o juramento que lhes fiz.

35 Eu jamais violarei a Aliança que firmei, *
e jamais hei de mudar o que meus bios proferiram!
36 Eu jurei uma só vez por minha própria santidade, *
e portanto, com certeza, a Davi não mentirei!

37 Eis que a sua descendência dura eternamente *
e seu trono ficará à minha frente como o sol;
38 como a lua que perdura sempre firme pelos séculos, *
e no alto firmamento é testemunha verdadeira”.

Ant. Eu jurei uma só vez a Davi, meu servidor:
Eis que a tua descendência dura eternamente.

V. Vossa palavra, ao revelar-se, me ilumina.
R. Ela  sabedoria aos pequeninos.

Primeira leitura

Do Livro do Profeta Habacuc                 2,5-20

Maldições contra os opressores

5 As riquezas enganam o homem arrogante,
e ele não permanecerá,
ainda que escancare as fauces como o Xeol,
e seja insaciável como a morte;
ainda que reúna para si todas as nações
e congregue em seu redor todos os povos!
6 Não entoarão, todos eles, uma sátira contra ele?
Não lhe dirigirão enigmas? Dirão:
Ai de quem acumula o que não é seu – até quando? –
e se carrega de penhores!
7 Não se levantarão, de repente, os teus credores,
não despertarão os exatores?
Tu serás a sua presa.
8 Porque saqueaste numerosas nações,
tudo o que resta dos povos te saqueará,
por causa dos assassinatos e da violência feita ao país,
à cidade e a todos os habitantes!
9 Ai do que ajunta ganhos injustos para sua casa
para colocar bem no alto seu ninho,
para escapar à mão da desgraça!
10 Decidiste a vergonha para tua casa:
destruindo muitas nações,
pecaste contra ti mesmo.
11 Sim, a pedra do muro gritará
e as vigas do madeiramento responderão.
12 Ai do que constrói uma cidade com sangue
e funda uma capital na injustiça!
13 Não vem do Senhor Todo-poderoso,
que os povos trabalhem para o fogo
e que as nações se esforcem em vão?
14 Porque a terra será repleta
do conhecimento da glória do Senhor,
como as águas enchem o mar!
15 Ai do que faz beber o seu próximo
e mistura seu veneno até embriagá-lo
para ver sua nudez!
16 Ficaste saciado de ignomínia e não de glória!
Bebe, pois, tu também, e mostra a tua nudez.
Volta-se para ti a taça da direita do Senhor
e após a tua glória, a infâmia!
17 Porque a violência contra o Líbano recairá sobre ti
e a matança de animais te causará horror,
por causa dos assassinatos e da violência feita ao país,
à cidade e a todos os habitantes!
18 De que serve uma escultura
para que o seu artista a esculpa?
Um ídolo de metal, um mestre de mentiras,
para que nele confie o seu artista,
construindo ídolos mudos?
19 Ai daquele que diz à madeira: “Desperta!”
à pedra muda: “Acorda!”
Será que ele deve ensinar?
Ei-lo revestido de ouro e prata,
mas não há sopro de vida em seu seio.
20 Mas o Senhor está no seu templo santo:
silêncio em sua presença, terra inteira!

Responsório                 Rm 2,12; 3,23; 11,32

R. Todos aqueles que pecaram sem a Lei,
também sem Lei perecerão.
Todos aqueles que pecaram, tendo a Lei,
pela Lei serão julgados.
* Pois, todos os homens pecaram
e carecem da glória de Deus.
V. Deus submeteu os homens todos ao pecado,
para mostrar misericórdia a todos eles. * Pois todos.


Segunda leitura

Dos Sermões de São Bernardo, abade

                   (Sermo 5 de diversis, 4-5: Opera omnia. Edit.Cisterc. 6,1[1970]103-104)      (Séc.XI)

Os graus da contemplação

Firmemos os pés no reduto, na pedra solidíssima, apoiados com todas as forças em Cristo, como está escrito: Firmou meus pés sobre a pedra e dirigiu meus passos (Sl 39,3). Assim firmes e estáveis contemplemos para ver o que nos dirá e o que responderemos ao que nos repreende. 

O primeiro grau da contemplação é então este, caríssimos, que consideremos sem cessar o que quer o Senhor, o que lhe agrada, aquilo que é aceito diante dele. E já que em muitas coisas todos nós faltamos (Tg 3,2) e nossa força vai de encontro à retidão de sua vontade, sem poder unir-se ou adaptar-se a ela, humilhemo-nos sob a poderosa mão do Deus altíssimo e procuremos mostrar-nos bem miseráveis aos olhos de sua misericórdia, dizendo: Cura-me, Senhor, e ficarei curado; salva-me e serei salvo (Jr 17,14), e ainda: Senhor, tem compaixão de mim, cura minha alma porque pequei contra ti (Sl 40,5). 

Com o olhar do coração purificado por estes pensamentos, já não nos entretemos com nosso espírito na amargura, porém, muito mais com o espírito divino com grande atrativo. Não refletimos mais sobre a vontade de Deus em nós e sim no que ela é em si mesma. 

Na vontade de Deus se encontra a vida (Sl 29,6 Vulg.). Por isto não duvidamos de que, em tudo, o mais útil e fácil para nós é aquilo que é conforme a sua vontade. Então com a mesma solicitude com que desejamos conservar a vida de nossa alma, não nos desviemos dela, na medida do possível.  

Enfim, tendo-nos adiantado um pouco no exercício espiritual, guiados pelo Espírito, perscrutador das profundezas de Deus, pensemos na suavidade do Senhor, como é bom em si mesmo. Com o profeta, roguemos ver a vontade de Deus e visitar já não mais nosso coração, mas seu templo; dizendo contudo: Dentro de mim, minha alma está perturbada: por isso lembrar-me-ei de ti (Sl 41,7). 

Nestes dois pontos consiste toda a nossa vida espiritual: olhando para nós, nos perturbemos e entristeçamos, para nossa salvação; e respiremos desafogados na consideração das coisas divinas, para recebermos a consolação na alegria do Espírito Santo. De lá nos venha o temor e a humildade, e daqui, brote em nós a esperança e a caridade.

Responsório Cf. Sl 110(111),10; Sb 6,18a; Eclo 19,18b

R. Temer a Deus é o princípio do saber,
e é sábio aquele que o pratica.
* Permanece eternamente o seu louvor.
V. Toda a sabedoria consiste em respeitar o Senhor,
e sabedoria não há sem observância da Lei.
* Permanece.

Oração

Ó Deus, pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que creem no Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.