Quarta-feira da 20ª Semana do Tempo Comum

Ofício das Leituras

V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

Autor dos seres, Redentor dos tempos,
Juiz temível, Cristo, Rei dos reis,
nosso louvor, o nosso canto e prece,
clemente, acolhei.

Sobe até vós no transcorrer da noite,
como oferenda, um jovial louvor.
Por vós aceito, traga a nós conforto,
da luz, ó Autor.

A honestidade alegre os nossos dias,
não haja morte e treva em nossa vida.
Em nossos atos, sempre a vossa glória
seja refletida!

Queimai em nós o coração e os rins
com a divina chama, o vosso amor.
Velemos, tendo em mãos acesas lâmpadas,
pois vem o Senhor.

Ó Salvador, a vós louvor e glória,
e a vosso Pai, Deus vivo, Sumo Bem.
Ao Santo Espírito o céu entoe hosanas
para sempre. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Luz verdadeira, amor, piedade,
e alegria sem medida;
da morte, ó Cristo, nos salvastes!
Por vosso sangue temos vida.

O vosso amor nos corações,
nós vos pedimos, derramai;
dai-lhes da fé a luz eterna
e em caridade os confirmai.

De nós se afaste Satanás,
por vossas forças esmagado.
E venha a nós o Santo Espírito
do vosso trono o Enviado.

Louvor a Deus, eterno Pai,
e a vós seu Filho, Sumo Bem,
reinando unidos pelo Espírito
hoje e nos séculos. Amém.

Salmodia

Ant. 1 Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!

Salmo 102(103)

Hino à misericórdia do Senhor

Graças à misericordiosa compaixão do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos veio visitar (cf. Lc 1,78).

I

1 Bendize, ó minha alma, ao Senhor, *
todo o meu ser, seu santo nome!
2 Bendize, ó minha alma, ao Senhor, *
não te esqueças de nenhum de seus favores!

3 Pois ele te perdoa toda culpa, *
cura toda a tua enfermidade;
4 da sepultura ele salva a tua vida *
e te cerca de carinho e compaixão;
5 de bens ele sacia tua vida, *
e te tornas sempre jovem como a águia!

6 O Senhor realiza obras de justiça *
e garante o direito aos oprimidos;
7 revelou os seus caminhos a Moisés, *
e aos filhos de Israel, seus grandes feitos.

Ant. Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!

Ant. 2 Como um pai se compadece de seus filhos,
o Senhor tem compaixão dos que o temem.

II

8 O Senhor é indulgente, é favovel, *
é paciente, é bondoso e compassivo.
9 Não fica sempre repetindo as suas queixas, *
nem guarda eternamente o seu rancor.
10 Não nos trata como exigem nossas faltas, *
nem nos pune em proporção às nossas culpas.

11 Quanto os céus por sobre a terra se elevam, *
tanto é grande o seu amor aos que o temem;
12 quanto dista o nascente do poente, *
tanto afasta para longe nossos crimes.
13 Como um pai se compadece de seus filhos, *
o Senhor tem compaixão dos que o temem.

14 Porque sabe de que barro somos feitos, *
e se lembra que apenas somos pó.
15 Os dias do homem se parecem com a erva, *
ela floresce como a flor dos verdes campos;
16 mas apenas sopra o vento ela se esvai, *
já nem sabemos onde era o seu lugar.

Ant. Como um pai se compadece de seus filhos,
o Senhor tem compaixão dos que o temem.

Ant. 3 Obras todas do Senhor, glorificai-o!

III

17 Mas o amor do Senhor Deus por quem o teme *
é de sempre e perdura para sempre;
– e também sua justiça se estende *
por gerações até os filhos de seus filhos,
18 aos que guardam fielmente sua Aliança *
e se lembram de cumprir os seus preceitos.

19 O Senhor pôs o seu trono lá nos céus, *
e abrange o mundo inteiro seu reinado.
=20 Bendizei ao Senhor Deus, seus anjos todos, †
valorosos que cumpris as suas ordens, *
sempre prontos para ouvir a sua voz!

21 Bendizei ao Senhor Deus, os seus poderes, *
seus ministros, que fazeis sua vontade!
=22 Bendizei-o, obras todas do Senhor †
em toda parte onde se estende o seu reinado! *
Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

Ant. Obras todas do Senhor, glorificai-o!

V. Fazei-me conhecer vossos caminhos.
R. E então meditarei vossos progios!

Primeira leitura

Do Livro do Profeta Isaías 9,7–10,4

A indignação de Deus contra o reino de Israel

9,7 O Senhor enviou uma mensagem a Jacó
e ela caiu em Israel.
8 Sabem disso todo o povo de Efraim
e os habitantes da Samaria,
que vão dizendo, com orgulho e arrogância:
9 “Caíram os tijolos,
mas nós tudo edificaremos com pedras de cantaria;
os sicômoros foram cortados,
mas nós plantaremos cedros no seu lugar”.
10 O Senhor sublevou inimigos contra Jacó
e estimulou seus adversários,
11 os assírios, do oriente, e os filisteus, do ocidente,
que devoraram Israel com toda a gana.
Em todos esses fatos
o Senhor não deixou de mostrar sua ira,
mas está ainda com a mão estendida.
12 O povo não voltou para aquele que o castigou,
não procurou o Senhor dos exércitos.
13 Então o Senhor cortou de uma só vez
cabeça e cauda de Israel,
como se diz, fronde e tronco da palmeira:
14 a cabeça são os anciãos e os dignitários,
e a cauda, os profetas mentirosos;
15 os governantes deste povo, enganadores,
e os seus governados perderam-se todos.
16 Por isso, o Senhor não há de ter alegria com os jovens
nem compaixão dos órfãos e viúvas,
pois o povo todo é ímpio e mau,
toda boca só fala insensatez.
Em todos esses fatos,
ele não deixou de mostrar sua ira,
mas está ainda com a mão estendida.
17 A impiedade lavra como um incêndio,
devorando sarçais e espinheiros,
alimentando-se no bosque mais denso,
levantando colunas de fumaça.
18 A terra está ardendo
pela ira do Senhor dos exércitos;
o povo parece pasto do fogo:
irmão não poupa irmão,
19 de um lado, devora-se e não se mata a fome,
de outro lado, come-se sem chegar à saciedade;
cada qual tira a pele do próximo:
20 Manassés contra Efraim,Efraim contra Manassés,
e ambos, juntos, contra Judá.
Em todos esses fatos,
ele não deixou de mostrar sua ira,
mas está ainda com a mão estendida.
10,1 Ai dos que fazem leis iníquas
e divulgam a injustiça escrita,
2 para explorar os pobres no tribunal,
violentar o direito dos humildes do meu povo,
fazer das viúvas sua presa
e espoliar os órfãos.
3 Que fareis no dia da reivindicação divina
e da desgraça que se vem aproximando?
Recorrereis à ajuda de quem?
E onde abandonareis o vosso orgulho?
4 Pois estareis abaixados mais do que escravos
e caídos entre os mortos.
Em todos esses fatos,
ele não deixou de mostrar sua ira,
mas está ainda com a mão estendida.

Responsório Lm 2,1

R. Como o Senhor em sua ira
cobriu de escuridão a filha de Sião,
* Precipitou do céu à terra a glória de Israel.
V. E não se recordou do apoio de seus pés,
quando estava irritado. * Precipitou.

Segunda leitura

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

(Sermo Caillau-Saint-Yves 2,92: PLS 2,441-442)      (Séc.V)

Quem perseverar até o fim, esse será salvo

Qualquer angústia ou tribulação que sofremos é para nós aviso e também correção. As Sagradas Escrituras não nos prometem paz, segurança e repouso; o Evangelho não esconde as adversidades, os apertos, os escândalos; mas quem perseverar até o fim, esse será salvo (Mt 10,22). Que de bom teve jamais esta vida desde o primeiro homem, desde que mereceu a morte e recebeu a maldição, maldição de que Cristo Senhor nos libertou?

Não há então, irmãos, por que murmurar, como alguns deles murmuraram, como disse o Apóstolo, e pereceram pelas serpentes (1Cor 10,10). Que tormento novo sofre hoje o gênero humano que os antepassados já não tenham sofrido? ou quando saberemos nós que sofremos o mesmo que eles já sofreram? No entanto, encontras homens a murmurar contra seu tempo como se o tempo de nossos pais tivesse sido bom. Se pudessem retroceder até os tempos de seus avós, será que não murmurariam? Julgas bons os tempos passados porque já não são os teus, por isto são bons.

Se já foste liberto da maldição, se já crês no Filho de Deus, se já estás impregnado ou instruído das Sagradas Escrituras, admiro-me de que consideres bons os tempos de Adão. Esqueces que teus pais traziam consigo o mesmo Adão? Aquele Adão a quem foi dito: No suor de teu rosto comerás teu pão e lavrarás a terra donde foste tirado; germinarão para ti espinhos e abrolhos (cf. Gn 3,19 e 18). Mereceu isto, aceitou-o, como vindo do justo juízo de Deus. Por que então pensas que os tempos antigos foram melhores que os teus? Desde aquele Adão até o Adão de hoje, trabalho e suor, espinhos e cardos. Caiu sobre nós o dilúvio? Vieram os difíceis tempos de fome e de guerra,que foram escritos para não murmurarmos agora contra Deus?

Que tempos aqueles! Só de ouvir, só de ler, não nos horrorizamos todos? Mais razões temos para nos felicitar que para murmurar contra o nosso tempo.

Responsório Sl 76(77),6-7a.3a; 50(51),3

R. Eu reflito sobre os tempos de outrora
e dos anos que passaram me recordo.
Meu coração fica a pensar durante a noite
* E eu digo: Ó meu Deus, tende piedade!
V. No meu dia de aflição busco o Senhor,
sem me cansar ergo, de noite, as minhas mãos.
* E eu digo.

Oração

Ó Deus, preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.