Ofício das Leituras da Memória de São Justino, mártir


V.
 Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

Santo mártir, sê propício
no teu dia de esplendor,
em que cinges a coroa,
o troféu de vencedor.

Este dia sobre as trevas
deste mundo te elevou,
e, juiz e algoz vencendo,
todo a Cristo te entregou.

Entre os anjos ora brilhas,
testemunha inquebrantável,
com as vestes que lavaste
no teu sangue venerável.

Junto a Cristo, sê agora
poderoso intercessor;
ouça ele as nossas prece
se perdoe ao pecador.

Desce a nós por um momento,
de Jesus traze o perdão,
e os que gemem sob o fardo
grande alívio sentirão.

A Deus Pai, ao Filho Único
e ao Espírito, a vitória.
Deus te orna com coroa
na mansão da sua glória.

Salmodia

Ant. 1 O Senhor convocou o céu e a terra,
para fazer o julgamento do seu povo.

Salmo 49(50)

O culto que agrada a Deus

Não vim revogar a Lei, mas consumar (cf. Mt 5,17).

I

1 Falou o Senhor Deus, chamou a terra, *
do sol nascente ao sol poente a convocou.
2 De Sião, beleza plena, Deus refulge, *
3 vem a nós o nosso Deus e não se cala.

– À sua frente vem um fogo abrasador, *
ao seu redor, a tempestade violenta.
4 Ele convoca céu e terra ao julgamento, *
para fazer o julgamento do seu povo:

5 “Reuni à minha frente os meus eleitos, *
que selaram a Aliança em sacrifícios!”
6 Testemunha o próprio céu seu julgamento, *
porque Deus mesmo é juiz e vai julgar.

Ant. O Senhor convocou o céu e a terra,
para fazer o julgamento do seu povo.

Ant. 2 Invoca-me no dia da angústia,
e então haverei de te livrar.

II

=7 “Escuta, ó meu povo, eu vou falar; †
ouve, Israel, eu testemunho contra ti: *
Eu, o Senhor, somente eu, sou o teu Deus!

8 Eu não venho censurar teus sacrifícios, *
pois sempre estão perante mim teus holocaustos;
9 não preciso dos novilhos de tua casa *
nem dos carneiros que estão nos teus rebanhos. –

10 Porque as feras da floresta me pertencem *
e os animais que estão nos montes aos milhares.
11 Conheço os pássaros que voam pelos céus *
e os seres vivos que se movem pelos campos.

12 Não te diria, se com fome eu estivesse, *
porque é meu o universo e todo ser.
13 Porventura comerei carne de touros? *
Beberei, acaso, o sangue de carneiros?

14 Imola a Deus um sacrifício de louvor *
e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo.
15 Invoca-me no dia da angústia, *
e então te livrarei e hás de louvar-me”.

Ant. Invoca-me no dia da angústia,
e então haverei de te livrar.

Ant. 3 O sacricio de louvor é que me honra.

III

=16 Mas ao ímpio é assim que Deus pergunta: †
“Como ousas repetir os meus preceitos *
e trazer minha Aliança em tua boca?

17 Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos *
e deste as costas às palavras dos meus lábios!
18 Quando vias um ladrão, tu o seguias *
e te juntavas ao convívio dos adúlteros.

19 Tua boca se abriu para a maldade *
e tua língua maquinava a falsidade.
20 Assentado, difamavas teu irmão, *
e ao filho de tua mãe injuriavas.

21 Diante disso que fizeste, eu calarei? *
Acaso pensas que eu sou igual a ti?
– É disso que te acuso e repreendo *
e manifesto essas coisas aos teus olhos.

=22 Entendei isto, todos vós que esqueceis Deus, †
para que eu não arrebate a vossa vida, *
sem que haja mais ninguém para salvar-vos!

23 Quem me oferece um sacrifício de louvor, *
este sim é que me honra de verdade.
– A todo homem que procede retamente, *
eu mostrarei a salvação que vem de Deus”.

Ant. O sacricio de louvor é que me honra.

V. Não cessamos de orar e interceder por vós, irmãos,
R. Para que possais chegar ao mais pleno conhecer
da vontade do Senhor.

Primeira leitura

Do Livro de Jó 13,13―14,6 

Jó apela para o julgamento de Deus

Respondeu Jó, dizendo aos amigos:
13,13 Fica calado, agora sou eu quem vai falar,
aconteça o que acontecer.
14Por que lacero minha carne com os meus dentes?
Por que trago minha vida nas minhas mãos?
15Ainda que ele me mate, nele esperarei;
na sua presença defenderei o meu caminho.
16Isto já seria a minha salvação,
pois nenhum ímpio comparece diante dele.
17Escutai atentamente minhas palavras,
ouvi o que vou declarar.
18Preparei a minha defesa,
 sei que sou inocente.
19Quem quer disputar comigo?
De antemão, estou pronto para calar-me e para morrer!
20Faze-me apenas duas concessões,
e não me esconderei de tua presença:
21afasta de mim a tua mão
e não me amedrontes com teu terror;
22depois acusa-me e eu te responderei,
ou falarei eu e tu me hás de replicar.
23Quantos são os meus pecados e minhas culpas?
Mostra-me as minhas faltas e pecados.
24Por que escondes tua face
e me tratas como teu inimigo?
25Ostentas teu poder contra uma folha
que é levada pelo vento,
e persegues uma folha ressequida.
 26Pois ditas contra mim sentenças amargas,
e me obrigas a assumir os pecados da minha juventude,
27prendes os meus pés ao cepo,
vigias todos os meus caminhos
e examinas as minhas pegadas.
28Sou como um odre que se deve consumir,
como um vestido roído pela traça.
14,1 O homem, nascido de mulher,
tema vida curta e cheia de tormentos.
2É como a flor que se abre e logo murcha,
foge como sombra sem parar.
3E é sobre alguém assim que abres os olhos
e o levas a julgamento contigo?
4Quem fará sair o puro do impuro?
Ninguém!
5Se os seus dias já estão determinados
e sabes o número de seus meses,
se lhe fixaste um limite intransponível,
6afasta dele teus olhos, para que descanse,
para que possa terminar o seu dia como assalariado. 

Responsório Cf. Jo 13,20.21; cf. Jr 10,24 

R. Não me escondais, ó Senhor, vossa face
e de mim afastai vossa mão;
* Não me apavore o vosso terror.
V. Corrigi-me, Senhor, com clemência,
corrigi-me, Senhor, sem furor,

Segunda leitura

Das Atas do martírio dos santos Justino e seus companheiros

(Cap.1-5: cf.PG 6, 1566-1571)             (Séc. II)

Abracei a verdadeira doutrina dos cristãos

            Aqueles homens santos foram presos e conduzidos ao prefeito de Roma, chamado Rústico. Estando eles diante do tribunal, o prefeito Rústico disse a Justino: “Em primeiro lugar, manifesta tua fé nos deuses e obedece aos imperadores”. Justino respondeu: “Não podemos ser acusados nem presos, só pelo fato de obedecermos aos mandamentos de Jesus Cristo, nosso Salvador”.

            Rústico indagou: “Que doutrinas professas?” E Justino: “Na verdade, procurei conhecer todas as doutrinas, mas acabei por abraçar a verdadeira doutrina dos cristãos, embora ela não seja aceita por aqueles que vivem no erro”.

            O prefeito Rústico prosseguiu: “E tu aceitas esta doutrina, grande miserável?” Respondeu Justino: “Sim, pois a sigo como verdade absoluta”.

            O prefeito indagou: “Que verdade é esta?” Justino explicou: “Adoramos o Deus dos cristãos, a quem consideramos como único criador, desde o princípio, artífice de toda a criação, das coisas visíveis e invisíveis: adoramos também o Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, que os profetas anunciaram vir para o gênero humano como mensageiro da salvação e mestre da boa doutrina. E eu, um simples homem, considero insignificante tudo o que estou dizendo para exprimir a sua infinita divindade, mas reconheço o valor das profecias que previamente anunciaram aquele que afirmei ser o Filho de Deus. Sei que eram inspirados por Deus os profetas que vaticinaram a sua vinda entre os homens”.

            Rústico perguntou: “Então, tu és cristão?” Justino afirmou: “Sim, sou cristão”.

            O prefeito disse a Justino: “Ouve,tu que és tido por sábio e julgas conhecer a verdadeira doutrina: se fores flagelado e decapitado, estás convencido de que subirás ao céu?” Disse Justino: “Espero entrar naquela morada, se tiver de sofrer o que dizes. Pois sei que para todos os que viverem santamente está reservada a recompensa de Deus até o fim do mundo inteiro”.

            O prefeito Rústico continuou: “Então, tu supões que hás de subir ao céu para receber algum prêmio em retribuição”? Justino respondeu-lhe: “Não suponho, tenho a maior certeza”.

            O prefeito Rústico declarou: “Basta, deixemos isso e vamos à questão que importa, da qual não podemos fugir e é urgente. Aproximai-vos e todos juntos sacrificai aos deuses”. Justino respondeu: “Ninguém de bom senso abandona a piedade para cair na impiedade”. O prefeito Rústico insistiu: “Se não fizerdes o que vos foi ordenado, sereis torturados sem compaixão”. Justino disse: “Desejamos e esperamos chegar à salvação através dos tormentos que sofrermos por amor de nosso Senhor Jesus Cristo. O sofrimento nos garante a salvação e nos dá confiança perante o tribunal de nosso Senhor e Salvador, que é universal e mais terrível que o teu”.

            O mesmo também disseram os outros mártires: “Faze o que quiseres; nós somos cristãos e não sacrificaremos aos ídolos”.

            O prefeito Rústico pronunciou então a sentença: “Os que não quiseram sacrificar aos deuses e obedecer ordem do imperador, depois de flagelados, sejam conduzidos para sofrer a pena capital, segundo a norma das leis”. Glorificando a Deus, os santos mártires saíram para o local determinado, onde foram decapitados e consumaram o martírio proclamando a fé no Salvador.

Responsório Cf. At 20,21.24; Rm 1,16

R. Ao dar meu testemunho de fé em Jesus Cristo,
Senhor nosso, nada temo,
* Nem dou tanto valor à minha própria vida,
contanto que eu leve a bom termo minha carreira
e o ministério da palavra que, de Cristo, recebi:
dar testemunho do Evangelho da graça do Senhor.
Aleluia.
V. Não me envergonho do Evangelho;
pois é o poder de Deus para salvar todo o que crê,
primeiro, o judeu e depois, também o grego.
* Nem dou. 

Oração

Ó Deus, que destes ao mártir São Justino um profundo conhecimento de Cristo pela loucura da cruz, concedei-nos, por sua intercessão, repelir os erros que nos cercam e permanecer firmes na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.


Comments

Uma resposta para “Ofício das Leituras da Memória de São Justino, mártir”

  1. Avatar de Geraldo Corrêa Filho
    Geraldo Corrêa Filho

    Consagra-os na Verdade

    Os pagãos me contaram suas fábulas, mas nada valem perante a vossa lei. Diante dos reis falei de vossa aliança sem me envergonhar (Sl 118,85.46).

    Oração do dia
    Ó Deus, que destes ao mártir são Justino um profundo conhecimento de Cristo pela loucura da cruz, concedei-nos, por sua intercessão, repelir os erros que nos cercam e permanecer firmes na fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

    ‘ Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno. ‘

    https://padrepauloricardo.org/episodios/uma-apostasia-nao-tao-silenciosa

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