V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Hino
O Verbo eterno do Pai,
da luz do Pai emanado,
nascendo eleva a história,
caída pelo pecado.
Nos corações, vosso amor
queime, qual fogo candente.
Ao escutar vosso anúncio,
fuja a mentira da mente.
As profundezas dos seres,
Juiz, vireis penetrar
e, castigando o culpado,
o Reino ao justo entregar.
Enfim, liberto das culpas,
fruto de nossas malícias,
no céu possamos gozar
vossas eternas delícias.
Ó Cristo, Rei piedoso
a vós e ao Pai toda a glória,
com o Espírito Santo,
eterna honra e vitória.
Salmodia
Ant. 1 Por vossa bondade, salvai-me, Senhor!
Salmo 6
O homem aflito pede clemência ao Senhor
Agora sinto-me angustiado… Pai, livra-me desta hora (Jo 12,27).
–2 Repreendei-me, Senhor, mas sem ira; *
corrigi-me, mas não com furor!
=3 Piedade de mim: estou enfermo †
e curai o meu corpo doente! *
4 Minha alma está muito abatida!
= Até quando, Senhor, até quando…? †
5 Oh! voltai-vos a mim e poupai-me, *
e salvai-me por vossa bondade!
–6 Porque, morto, ninguém vos recorda; *
pode alguém vos louvar no sepulcro?
=7 Esgotei-me de tanto gemer, †
banho o leito em meu pranto de noite, *
minha cama inundei com as lágrimas!
–8 Tenho os olhos turvados de mágoa, *
fiquei velho de tanto sofrer!
–9 Afastai-vos de mim, malfeitores, *
porque Deus escutou meus soluços!
–10 O Senhor escutou meus pedidos; *
o Senhor acolheu minha prece!
–11 Apavorem-se os meus inimigos; *
com vergonha, se afastem depressa!
Ant. Por vossa bondade, salvai-me, Senhor!
Ant. 2 O Senhor é o refúgio do oprimido,
seu abrigo nos momentos de aflição.
Salmo 9 A(9)
Ação de graças pela vitória
De novo há de vir em sua glória para julgar os vivos e os mortos
I
–2 Senhor, de coração vos darei graças, *
as vossas maravilhas cantarei!
–3 Em vós exultarei de alegria, *
cantarei ao vosso nome, Deus Altíssimo!
–4 Voltaram para trás meus inimigos, *
perante a vossa face pereceram;
–5 defendestes meu direito e minha causa, *
juiz justo assentado em vosso trono.
–6 Repreendestes as nações, e os maus perdestes, *
apagastes o seu nome para sempre.
=7 O inimigo se arruinou eternamente, †
suas cidades foram todas destruídas, *
e até sua lembrança exterminastes.
–8 Mas Deus sentou-se para sempre no seu trono, *
preparou o tribunal do julgamento;
–9 julgará o mundo inteiro com justiça, *
e as nações há de julgar com eqüidade.
–10 O Senhor é o refúgio do oprimido, *
seu abrigo nos momentos de aflição.
–11 Quem conhece o vosso nome, em vós espera, *
porque nunca abandonais quem vos procura.
Ant. O Senhor é o refúgio do oprimido,
seu abrigo nos momentos de aflição.
Ant. 3 Anunciarei vossos louvores
junto às portas de Sião.
II
–12 Cantai hinos ao Senhor Deus de Sião, *
celebrai seus grandes feitos entre os povos!
–13 Pois não esquece o clamor dos infelizes, *
deles se lembra e pede conta do seu sangue.
=14 Tende pena e compaixão de mim, Senhor! †
Vede o mal que os inimigos me fizeram! *
E das portas dos abismos retirai-me,
=15 para que eu possa anunciar vossos louvores †
junto às portas da cidade de Sião, *
e exultar por vosso auxílio e salvação!
–16 Os maus caíram no buraco que cavaram, *
nos próprios laços foram presos os seus pés.
–17 O Senhor manifestou seu julgamento: *
ficou preso o pecador em seu pecado.
–18 Que tombem no abismo os pecadores *
e toda gente que se esquece do Senhor!
–19 Mas o pobre não será sempre esquecido, *
nem é vã a esperança dos humildes.
–20 Senhor, erguei-vos, não se ufanem esses homens! *
Perante vós sejam julgados os soberbos!
–21 Lançai, Senhor, em cima deles o terror, *
e saibam todos que não passam de mortais!
Ant. Anunciarei vossos louvores
junto às portas de Sião.
V. Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade.
R. E a vossa salvação nos concedei!
Primeira leitura
Do Livro do Profeta Isaías 1,21-27; 2,1-5
Julgamento e salvação para Sião,
centro de todos os povos
1,21Como se tornou uma meretriz
esta cidade, outrora fiel e justa?
Nela habitava a justiça,
agora moram os assassinos.
22 Tua prata transformou-se em escória,
teu vinho tornou-se aguado;
23teus príncipes são desonestos,
cúmplices de ladrões;
gostam de subornos e vão atrás de gratificações;
não fazem justiça ao órfão,
não chega até eles a causa da viúva.
24 Por isso, diz o Senhor Deus dos exércitos,
o Forte de Israel:
“Ah! tomarei satisfação dos meus adversários,
eu me vingarei dos meus inimigos.
25 Eu voltarei minha mão contra ti,
purificarei ao máximo a tua escória
e te limparei de toda a ganga.
26Farei que teus juízes voltem a ser como eram
e teus conselheiros como os de outrora;
depois disso serás chamada
Cidade da Justiça, Cidade fiel.
27Sião será resgatada com justiça
e os que nela habitam,
pela prática da retidão.
2,1Visão de Isaías, filho de Amós,
sobre Judá e Jerusalém.
2 Acontecerá, nos últimos tempos,
que o monte da casa do Senhor
estará firmemente estabelecido
no ponto mais alto das montanhas
e dominará as colinas.
A ele acorrerão todas as nações,
3para lá irão numerosos povos e dirão:
“Vamos subir ao monte do Senhor,
à casa do Deus de Jacó,
para que ele nos mostre seus caminhos
e nos ensine a cumprir seus preceitos”;
porque de Sião provém a lei
e de Jerusalém, a palavra do Senhor.
4Ele há de julgar as nações
e argüir numerosos povos;
estes transformarão suas espadas em arados
e suas lanças em foices;
não pegarão em armas uns contra os outros
e não mais travarão combate.
5 Vinde, todos da casa de Jacó,
e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor.
Responsório Mq 4,2; Jo 4,25
R.Vinde, e subamos ao monte do Senhor
e a casa do Deus de Jacó:
*Para que ele nos ensine suas vias,
e sigamos os caminhos do Senhor.
V. O Messias há de vir, chamado Cristo;
quando vier, anunciará todas as coisas.
*Para que ele.
Segunda leitura
Das Cartas Pastorais de São Carlos Borromeu, bispo
(Acta Eclesiae Mediolanensis, t. 2, Lugduni, 1683, 916-917) (Séc. XVI)
O tempo do Advento
Caros filhos, eis chegado o tempo tão importante e solene que, conforme diz o Espírito Santo, é o momento favorável, o dia da salvação (cf. 2Cor 6,2), da paz e da reconciliação. É o tempo que outrora os patriarcas e profetas tão ardentemente desejaram com seus anseios e suspiros; o tempo que o justo Simeão finalmente pôde ver cheio de alegria, tempo celebrado sempre com solenidade pela Igreja, e que também deve ser constantemente vivido com fervor, louvando e agradecendo ao Pai eterno pela misericórdia que nos revelou nesse mistério. Em seu imenso amor por nós, pecadores, o Pai enviou seu Filho único a fim de libertar-nos da tirania e do poder do demônio, convidar-nos para o céu, revelar-nos os mistérios do seu reino celeste, mostrar-nos a luz da verdade, ensinar-nos a honestidade dos costumes, comunicar-nos os germes das virtudes, enriquecer-nos com os tesouros da sua graça e, enfim, adotar-nos como seus filhos e herdeiros da vida eterna.
Celebrando cada ano este mistério, a Igreja nos exorta a renovar continuamente a lembrança de tão grande amor de Deus para conosco. Ensina-nos também que a vinda de Cristo não foi proveitosa apenas para os seus contemporâneos, mas que a sua eficácia é comunicada a todos nós se, mediante a fé e os sacramentos, quisermos receber a graça que ele nos prometeu, e orientar nossa vida de acordo com os seus ensinamentos.
A Igreja deseja ainda ardentemente fazer-nos compreender que o Cristo, assim como veio uma só vez a este mundo, revestido da nossa carne, também está disposto a vir de novo, a qualquer momento, para habitar espiritualmente em nossos corações com a profusão de suas graças, se não opusermos resistência.
Por isso, a Igreja, como mãe amantíssima e cheia de zelo pela nossa salvação, nos ensina durante este tempo, com diversas celebrações, com hinos, cânticos e outras palavras do Espírito Santo, como receber convenientemente e de coração agradecido este imenso benefício e a enriquecer-nos com seus frutos, de modo que nos preparemos para a chegada de Cristo nosso Senhor com tanta solicitude como se ele estivesse para vir novamente ao mundo. É com esta diligência e esperança que os patriarcas do Antigo Testamento nos ensinaram, tanto em palavras como em exemplos, a preparar a sua vinda.
Responsório Cf. Jl 2,15; Is 62,11; Jr 4,5
R. Tocai a trombeta em Sião, convocai as nações e os povos,
reuni o meu povo e dizei:
* Eis que vem nosso Deus Salvador!
V.Fazei conhecer este anúncio, que todos o possam ouvir,
falai e gritai com voz forte:
* Eis que vem.
Oração
Senhor nosso Deus, dai-nos esperar solícitos a vinda do Cristo, vosso Filho. Que ele, ao chegar, nos encontre vigilantes na oração e proclamando o seu louvor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.
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