Ofício das Leituras de Quinta-feira da 9ª Semana do Tempo Comum


V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

A noite escura apaga
da treva toda a cor.
Juiz dos corações,
a vós nosso louvor.

E para que das culpas
lavemos nossa mente,
ó Cristo, dai a graça
que os crimes afugente.

A nós, que vos buscamos,
tirai do mal escuro.
Já dorme a mente ímpia
que o fruto morde impuro.

As trevas expulsai
do nosso interior.
Felizes exultemos
à luz do vosso amor.

A vós, ó Cristo, a glória
e a vós, ó Pai, também,
com vosso Santo Espírito
agora e sempre. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Cristo, aos servos suplicantes
voltai hoje vosso olhar.
Entre as trevas deste mundo
nossa fé fazei brilhar.

Não pensemos em maldades,
não lesemos a ninguém,
nem o mal retribuamos,
mas paguemos mal com bem.

Iras, fraudes, nem soberba
haja em nossos corações.
Defendei-nos da avareza,
que é raiz de divisões.

Guarde todos nós na paz
a sincera caridade.
Seja casta a nossa vida,
em total fidelidade.

A vós, Cristo, Rei clemente,
e a Deus Pai, Eterno Bem,
com o vosso Santo Espírito,
honra e glória sempre. Amém.

Salmodia

Ant. 1 A palavra do Senhor é proteção
paraaqueles que a ele se confiam.

Salmo 17(18),31-51

Ação de graças

Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8,31).

IV

31 São perfeitos os caminhos do Senhor, *
sua palavra é provada pelo fogo;
– nosso Deus é um escudo poderoso *
para aqueles que a ele se confiam.

32 Quem é deus além de Deus nosso Senhor? *
Quem é Rochedo semelhante ao nosso Deus?
33 Foi esse Deus que me vestiu de fortaleza *
e que tornou o meu caminho sem pecado.

34 Tornou ligeiros os meus pés como os da corça *
e colocou-me em segurança em lugar alto;
35 adestrou as minhas mãos para o combate, *
e os meus braços, para usar arcos de bronze.

Ant. A palavra do Senhor é proteção
paraaqueles que a ele se confiam.

Ant. 2 Com a vossa mão direita me amparastes.

V

=36 Por escudo vós me destes vossa ajuda; †
com a vossa mão direita me amparastes, *
e a vossa proteção me fez crescer.
37 Alargastes meu caminho ante meus passos, *
e por isso os meus pés não vacilaram.

38 Persegui meus inimigos e alcancei-os, *
não voltei sem os haver exterminado;
39 esmaguei-os, já não podem levantar-se, *
e debaixo dos meus pés caíram todos.

40 Vós me cingistes de coragem para a luta *
e dobrastes os rebeldes a meus pés.
41 Vós fizestes debandar meus inimigos, *
e aqueles que me odeiam dispersastes.

42 Eles gritaram, mas ninguém veio salvá-los; *
os seus gritos o Senhor não escutou.
43 Esmaguei-os como o pó que o vento leva *
e pisei-os como a lama das estradas.

44 Vós me livrastes da revolta deste povo *
e me pusestes como chefe das nações;
– serviu-me um povo para mim desconhecido, *
45 mal ouviu a minha voz, obedeceu.

= Povos estranhos me prestaram homenagem, †
46 povos estranhos se entregaram, se renderam *
e, tremendo, abandonaram seus redutos.

Ant. Com a vossa mão direita me amparastes.

Ant. 3 Viva o Senhor! Bendito seja o meu Rochedo! †

VI

47 Viva o Senhor! Bendito seja o meu Rochedo! *
† E louvado seja Deus, meu Salvador!
48 Porque foi ele, o Senhor, que me vingou *
e os povos submeteu ao meu domínio;

= libertou-me de inimigos furiosos, †
49 me exaltou sobre os rivais que resistiam *
e do homem sanguinário me salvou.
50 Por isso, entre as nações, vos louvarei, *
cantarei salmos, ó Senhor, ao vosso nome.

=51 Concedeis ao vosso rei grandes vitórias †
e mostrais misericórdia ao vosso Ungido, *
a Davi e à sua casa para sempre.

Ant. Viva o Senhor! Bendito seja o meu Rochedo!

V. Abri meus olhos, e então contemplarei
R. As maravilhas que encerra a vossa lei.

Primeira leitura

Do Livro de Jó                 38,1-30

Deus confunde Jó

1O Senhor respondeu a Jó,
do meio da tempestade, e disse:
2“Quem é este que obscurece meus desígnios
com palavras sem sentido?
3Cinge, pois, os teus rins, como um herói,
vou te interrogar e tu me responderás.
4Onde estavas, quando lancei os fundamentos da terra?
Fala, se é que sabes tanto!
5Quem lhe pôs as medidas, se sabes?
Ou quem estendeu a régua sobre ela?
6Onde se encaixam suas bases,
ou quem assentou a sua pedra angular,
7entre as aclamações dos astros da manhã
e o aplauso de todos os filhos de Deus?
8Quem fechou o mar com portas,
quando ele jorrou com ímpeto do seio materno:
9quando eu lhe dava nuvens por vestes
e névoas espessas por faixas;
10quando marquei seus limites
e coloquei portas e trancas,
11e disse: ‘Até aqui chegarás, e não além;
aqui cessa a arrogância de tuas ondas?’
12Alguma vez na vida deste ordens à manhã,
ou indicaste à aurora o seu lugar,
13para que ela apanhe a terra pelos quatro cantos,
e sejam dela sacudidos os malfeitores?
14A terra se torna argila compacta,
e tudo se apresenta em trajes de gala,
15mas recusa-se a luz aos malfeitores
e quebra-se o braço rebelde.
16Chegaste perto das nascentes do Mar,
ou pousaste no fundo do Oceano?
17Foram-te franqueadas as portas da Morte,
ou viste os portais das Sombras?
18Examinaste a extensão da Terra?
Conta-me, se sabes tudo isso!
19Qual é o caminho para a morada da luz,
e onde fica o lugar das trevas?
20Poderias alcançá-las em seu domínio
e reconhecer o acesso à sua morada?
21Deverias sabê-lo, pois já tinhas nascido
e grande é o número dos teus anos!
22Entraste nos depósitos da neve,
visitaste os reservatórios do granizo,
23que reservo para o tempo da calamidade,
para os dias de guerra e de batalha?
24Por que caminho se divide o relâmpago,
se difunde o vento leste sobre a terra?
25Quem abriu um canal para o aguaceiro
e o caminho para o relâmpago e o trovão,
26para que chova em terras despovoadas,
na estepe inabitada pelo homem,
27para que se sacie o deserto desolado
e brote erva na estepe?
28Será que a chuva tem pai?
Quem gera as gotas do orvalho?
29De que seio saiu o gelo?
Quem deu à luz a geada do céu,
30quando a água se endurece como pedra
e se torna sólida a superfície do abismo?”

Responsório Rm 9,20; Jó 38,3

R. Ó homem, quem és tu para a Deus contradizer?
* Por acaso, pode a obra perguntar a quem a fez:
Por que assim tu me fizeste?
V. Cinge os rins como um valente,
pois te vou interrogar e tu vais me responder:
* Por acaso.

Segunda leitura

Dos Livros “Moralia” sobre Jó, de São Gregório Magno, papa

(Lib. 29,2-4:PL76,478-480)            (Séc.VI)

A Igreja adianta-se qual o despontar da aurora

            A madrugada ou aurora é o tempo da passagem das trevas para a luz. Portanto, é muito justo dar estes nomes à Igreja de todos os eleitos. Pois, conduzida da noite da infidelidade à luz da fé,qual aurora depois das trevas, ela se abre para o dia com o esplendor da caridade celeste. O Cântico dos Cânticos bem o diz: Quem é esta que se adianta qual aurora nascente? Indo em busca dos prêmios da vida celeste, a Santa Igreja é chamada aurora porque abandonou as trevas dos pecados e começou a refulgir com a luz da justiça.

            Sobre esta qualidade de ser madrugada ou aurora, temos algo a pensar com mais sagacidade. A aurora e a madrugada anunciam ter passado a noite, no entanto, ainda não mostram toda a claridade do dia: repelem aquela, acolhem este, e, enquanto isto, as trevas e a luz se misturam. Que somos nós nesta vida, nós que seguimos a verdade, a não ser aurora ou madrugada? Já havendo realizado algo que pertence à luz, no entanto, ainda não nos libertamos inteiramente das trevas. Pelo Profeta foi dito a Deus: Diante de ti, nenhum vivente é justo. E em outro lugar: Em muitas coisas falhamos todos.

            Por isto, quando Paulo diz: Passou a noite; não acrescenta logo: Chegou o dia, mas: dia se aproximou. Ao dizer que, passada a noite, o dia não veio mas se aproximou, demonstra, sem qualquer dúvida, estar ainda na aurora, depois das trevas e antes do sol.

            A Santa Igreja dos eleitos será então plenamente dia quando já não houver nela sombra de pecado. Será então plenamente dia quando for clara pelo perfeito ardor da luz em seu íntimo. Bem se mostra estar a aurora como que de passagem, nas palavras: E mostrastes à aurora seu lugar. Aquele a quem se mostra seu lugar é chamado daqui para ali, é claro. Qual é então o lugar da aurora, a não ser a perfeita claridade da visão eterna? Quando, conduzida, lá chegar, nada mais lhe restará das passa das trevas da noite. A aurora apresa-se em alcançar seu lugar, no testemunho do Salmista: Minha alma tem sede do Deus vivo; quando irei e aparecerei diante da face de Deus? A este lugar já conhecido a aurora apressava-se a chegar, quando Paulo dizia ter o desejo de morrer e estar com Cristo. E de novo: Para mim, viver é Cristo e morrer, um lucro.

Responsório Fl 1,3.6.9

R. Dou graças ao meu Deus quando de vós eu me recordo.
* Tenho certeza absoluta de que, Aquele que em vós
iniciou a boa obra, também há de conduzi-la
à perfeição até o dia do Senhor, Cristo Jesus.
V. Que a vossa caridade se enriqueça sempre mais
de ciência e compreensão. * Tenho certeza.

Oração

Ó Deus, cuja providência jamais falha, nós vos suplicamos humildemente: afastai de nós o que é nocivo, e concedei-nos tudo o que for útil. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.


Comments

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *