Ofício das Leituras de 23 de Dezembro



V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

Oh vinde depressa,
do seio da virgem,
Beleza dos céus!
O mundo admire:
um tal nascimento
é digno de Deus.

Não germe de homem,
mas sopro divino
no seio o gerou.
O verbo de Deus
se fez nossa carne,
o ventre deu flor.

A vida já cresce
no seio da Virgem
que guarda a pureza.
Deus mora em seu templo
e brilha a virtude
em toda a grandeza.

Que venha o herói
que é homem e é Deus,
do quarto nupcial,
correr glorioso
seu nobre caminho,
a trilha real.

Igual a Deus Pai,
reveste dos homens
a carne, a fraqueza,
e, desta maneira,
nos dá a virtude,
de Deus fortaleza.

Já brilha o presépio,
e um novo esplendor
a noite nos traz.
Que fujam as trevas,
a fé resplandeça
e reine a paz.

A vós, Rei piedoso,
e ao Pai que nos ama,
a glória convém.
Com vosso Espírito
reinais sobre o mundo
nos séculos. Amém. 

Salmodia

Ant. 1 Como Deus é tão bondoso para os justos,
para aqueles que têm puro o coração! †

Salmo 72(73)

O sofrimento do justo

Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim (Mt 11,6).

I

1 Como Deus é tão bondoso para os justos, *
para aqueles que têm puro o coração!

2 † Mas por pouco os meus pés não resvalaram, *
quase escorregaram os meus passos;
3 cheguei a ter inveja dos malvados, *
ao ver o bem-estar dos pecadores.

4 Para eles não existe sofrimento, *
seus corpos são robustos e sadios;
5 não sofrem a dureza do trabalho *
nem conhecem a aflição dos outros homens.

6 Eles fazem do orgulho o seu colar, *
da violência, uma veste que os envolve;
7 transpira a maldade de seu corpo, *
transbordam falsidade suas mentes.

8 Zombam do bem e elogiam o que é mau, *
exaltam com orgulho a opressão;
9 investe sua boca contra o céu, *
e sua língua envenena toda a terra.

10 Por isso vai meu povo procurá-los *
e beber com avidez nas suas fontes;
11 eles dizem: “Por acaso Deus entende, *
e o Altíssimo conhece alguma coisa?”
12 Olhai bem, pois são assim os pecadores, *
que tranqüilos amontoam suas riquezas.

Ant. Como Deus é tão bondoso para os justos,
para aqueles que têm puro o coração!

Ant. 2 Os maus que hoje riem, amanhã hão de chorar.

II

13 Será em vão que guardei puro o coração *
e lavei na inocência minhas mãos?
14 Porque sou chicoteado todo o tempo *
e recebo meus castigos cada dia.
15 Se eu pensasse: “Vou fazer igual a eles”, *
trairia a geração dos vossos filhos.

16 Pus-me então a refletir sobre este enigma, *
mas pareceu-me uma tarefa bem difícil.
17 Até que um dia, penetrando esse mistério, *
compreendi qual é a sorte que os espera,
18 pois colocais os pecadores num declive, *
e vós mesmo os empurrais para a desgraça.

19 Num instante eles caíram na ruína, *
acabaram e morreram de terror!
20 Como um sonho ao despertar, ó Senhor Deus, *
ao levantar-vos, desprezais a sua imagem.

Ant. Os maus que hoje riem, amanhã hão de chorar.

Ant. 3 Haverão de perecer os que vos deixam;
para mim só há um bem: é estar com Deus.

III

21 Quando então se revoltava o meu esrito, *
e dentro em mim o coração se atormentava,
22 eu, estulto, não podia compreender; *
perante vós me comportei como animal.

23 Mas agora eu estarei sempre convosco, *
porque vós me segurastes pela mão;
24 vosso conselho vai guiar-me e conduzir-me, *
para levar-me finalmente à vossa glória!

25 Para mim, o que há no céu fora de vós? *
Se estou convosco, nada mais me atrai na terra!
=26 Mesmo que o corpo e o coração se vão gastando, †
Deus é o apoio e o fundamento da minh’alma, *
é minha parte e minha herança para sempre!

27 Eis que haverão de perecer os que vos deixam, *
exterminais os que sem vós se prostituem.
28 Mas para mim só há um bem: é estar com Deus *
é colocar o meu refúgio no Senhor
– e anunciar todas as vossas maravilhas *
junto às portas da cidade de Sião.

Ant. Haverão de perecer os que vos deixam;
para mim só há um bem: é estar com Deus.

V. Venha a nós o vosso amor e compaixão:
R. O Salvador que prometestes, ó Senhor!

Primeira leitura
Do Livro do Profeta Isaías             51,1-11

Promessa de salvação aos filhos de Abraão

Ouvi-me, vós, que seguis a justiça
e que buscais o Senhor;
considerai a pedra de que fostes cortados
e o poço d’água de onde fostes hauridos.
2
 Considerai Abraão, vosso pai,
e Sara, que vos deu à luz;
ele não tinha filhos quando o chamei,
eu o abençoei e lhe multipliquei a descendência.
3
 O Senhor consola Sião
pela dor de todas as ruínas;
transforma num Éden o que ficou deserto,
e o que era solidão, tornou-se um jardim do Senhor.
Nela se encontrará de novo prazer e alegria,
ação de graças e voz de louvor.
Presta atenção, povo meu,
nações, ouvi-me:
de mim sairá a lei,
eu estabelecerei a minha norma como luz dos povos.
5
 Minha justiça está próxima,
está para chegar a minha salvação,
julgarei os povos com a força do braço;
em mim esperam os países distantes,
eles se deixarão guiar pelo meu braço.
6
 Levantai os olhos para o céu
e olhai a terra embaixo;
os céus desfazem-se como fumaça
e a terra desgasta-se como roupa,
os seus habitantes do mesmo modo desaparecem.
Mas minha salvação é para sempre,
minha justiça não falhará.
Ouvi-me, vós que conheceis o que é justo,
povo, que tens no coração a minha lei:
não temais infâmias dos homens
nem vos assenteis com suas maldições.
Pois, como o verme rói o pano, assim o verme os roerá,
e como a traça devora a lã, assim os haverá de devorar;
minha justiça, porém, é para sempre,
e minha salvação, para todas as gerações.
Braço do Senhor, levanta-te, levanta-te,
descarrega toda a tua força;
levanta-te como nos primeiros tempos,
no começo dos séculos.
Acaso não foi este braço que bateu Raab
e feriu o dragão?
10 
Não foste tu que secaste o mar,
as águas do enorme abismo,
e fizeste da profundeza do mar o caminho
para passagem dos libertados?
11
 Os que foram salvos pelo Senhor, voltarão
e virão a Sião entoando louvores;
uma alegria perene cobrirá suas cabeças,
eles se sentirão cheios de prazer e alegria;
a dor e o sofrimento desaparecerão.

Responsório             Cf. Is 51,4.5; 35,10

R. Atende, ó meu povo, escuta, ó minha gente:

* O meu Justo está bem perto,
o Salvador está chegando.

V. E agora voltarão os libertos do Senhor
e virão para Sião, entre cantos de louvor. * O meu Justo.

Segunda leitura
Do Tratado contra a heresia de Noeto, de Santo Hipólito, presbítero.

(Cap. 9-12: PG 10, 815-919)            (Séc. III)

Manifestação do mistério escondido

Único é o Deus que conhecemos, irmãos, e não por outra fonte que não seja a Sagrada Escritura. Devemos, pois, saber o que ela anuncia e compreender o que ensina. Creiamos no Pai como ele quer ser acreditado; glorifiquemos o Filho como ele quer ser glorificado; e recebamos o Espírito Santo como ele quer se dar a nós. Consideremos tudo isso, não segundo nosso próprio arbítrio e interpretação pessoal, nem fazendo violência aos dons de Deus, mas como ele próprio nos ensinou pelas santas Escrituras.

Quando só existia Deus, e não havia ainda nada que existisse com ele, decidiu criar o mundo. Criou-o por seu pensamento, sua vontade e sua palavra; e o mundo começou a existir como ele quis e realizou. Basta-nos apenas saber que nada coexistia com Deus. Não havia nada além dele, só ele existia e era perfeito em tudo. Nele estava a inteligência, a sabedoria, o poder e o conselho. Tudo estava nele e ele era tudo. E quando quis e como quis, no tempo que havia estabelecido, manifestou o seu Verbo, por quem fez todas as coisas.

Deus possuía o Verbo em si mesmo, e o Verbo era imperceptível para o mundo criado; mas fazendo ouvir sua voz, Deus tornou-o perceptível. Gerando-o como luz da luz, enviou como Senhor da criação aquele que é sua própria inteligência. E este Verbo, que no princípio era visível apenas para Deus e invisível para o mundo, tornou-se visível para que o mundo, vendo-o manifestar-se, pudesse ser salvo. O Verbo é verdadeiramente a inteligência de Deus que, ao entrar no mundo, se manifestou como o servo de Deus. Tudo foi feito por ele, mas ele procede unicamente do Pai. Foi ele quem deu a lei e os profetas; e ao fazê-lo, impulsionou os profetas a falarem sob a moção do Espírito Santo para que, recebendo a força da inspiração do Pai, anunciassem o seu desígnio e a sua vontade.

O Verbo, portanto, se tornou visível, como diz São João. Este repete em síntese o que os profetas haviam dito, demonstrando que aquele era o Verbo por quem tinham sido criadas todas as coisas: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus; e o Verbo era Deus. Tudo foi feito por ele e sem ele nada se fez (Jo 1,1.3). E, mais adiante, prossegue: O mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não quis conhecê-lo. Veio para o que era seu, os seus, porém, não o acolheram (Jo 1,10-11).

Responsório             Cf. Is 9,5.6; Lc 1,32; Jo 1,4

R. Nasce, para nós, um Menino,
e Deus forte se o seu nome.

* Vai sentar-se e reinar, para sempre,
sobre o trono real de Davi;
e te o poder sobre os ombros.

V. A vida estava na Palavra
e a vida era a luz da humanidade. * Vai sentar-se.

Oração

Deus eterno e todo-poderoso, ao aproximar-nos do natal do vosso Filho, concedei-nos obter a misericórdia do Verbo, que se encarnou no seio da Virgem e quis viver entre nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.


Comments

Uma resposta para “Ofício das Leituras de 23 de Dezembro”

  1. Avatar de Geraldo Corrêa Filho
    Geraldo Corrêa Filho

    Ele vai chamar-se João!

    Nascerá para nós um pequenino: ele será chamado Deus e forte; nele serão abençoados todos os povos da terra (Is 9,6; Sl 71,17).

    Oração do dia
    Deus eterno e todo-poderoso, ao aproximar-nos do Natal do vosso filho, concedei-nos obter a misericórdia do Verbo, que se encarnou no seio da Virgem e quis viver entre nós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

    ‘ De fato, a mão do Senhor estava com ele. ‘

    https://padrepauloricardo.org/episodios/o-emanuel-deus-conosco

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *