Ofício das Leituras da Memória de São Roque González, Santo Afonso Rodríguez e São João Del Castillo, presbíteros e mártires

Ofício das Leituras


V.
 Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

Rei glorioso do mártir,
sois a coroa e o troféu,
pois desprezando esta terra,
procura apenas o céu.

Que o coração inclinando,
possais ouvir nossa voz;
vossos heróis celebrando,
supliquem eles por nós!

Se pela morte venceram,
mostrando tão grande amor,
vençamos nós pela vida
de santidade e louvor.

A vós, Deus uno, Deus trino,
sobe hoje nosso louvor,
pelos heróis que imitaram
a própria cruz do Senhor.

Salmodia

Ant. 1 O Senhor farájustiça para os pobres.

Salmo 9 B(10)

Ação de graças

Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! (Lc 6,20).

I

1 Ó Senhor, por que ficais assim tão longe, *
e, no tempo da aflição, vos escondeis,
2 enquanto o pecador se ensoberbece, *
o pobre sofre e cai no laço do malvado?

3 O ímpio se gloria em seus excessos, *
blasfema o avarento e vos despreza;
4 em seu orgulho ele diz: “Não há castigo! *
Deus não existe!” – 5É isto mesmo que ele pensa.

= Prospera a sua vida em todo tempo; †
vossos juízos estão longe de sua mente; *
ele vive desprezando os seus rivais.
6 No seu íntimo ele pensa: “Estou seguro! *
Nunca jamais me atingirá desgraça alguma!”

7 Só há maldade e violência em sua boca, *
em sua língua, só mentira e falsidade.
8 Arma emboscadas nas saídas das aldeias, *
mata inocentes em lugares escondidos.

9 Com seus olhos ele espreita o indefeso, *
como um leão que se esconde atrás da moita;
– assalta o homem infeliz para prendê-lo, *
agarra o pobre e o arrasta em sua rede.

10 Ele se curva, põe-se rente sobre o chão, *
e o indefeso tomba e cai em suas garras.
11 Pensa consigo: “O Senhor se esquece dele, *
esconde o rosto e já não vê o que se passa!”

Ant. O Senhor farájustiça para os pobres.

Ant. 2 Vós, Senhor, vedes a dor e o sofrimento.

II

12 Levantai-vos, ó Senhor, erguei a mão! *
Não esqueçais os vossos pobres para sempre!
13 Por que o ímpio vos despreza desse modo? *
Por que diz no coração: “Deus não castiga?”

14 Vós, porém, vedes a dor e o sofrimento, *
vós olhais e tomais tudo em vossas mãos!
– A vós o pobre se abandona confiante, *
sois dos órfãos vigilante protetor.

15 Quebrai o braço do injusto e do malvado! *
Castigai sua malícia e desfazei-a!
16 Deus é Rei durante os séculos eternos. *
Desapareçam desta terra os malfeitores!

17 Escutastes os desejos dos pequenos, *
seu coração fortalecestes e os ouvistes,
=18 para que os órfãos e oprimidos deste mundo †
tenham em vós o defensor de seus direitos, *
e o homem terreno nunca mais cause terror!

Ant. Vós, Senhor, vedes a dor e o sofrimento.

Ant. 3 As palavras do Senhor são verdadeiras
como a prata depurada pelo fogo.

Salmo 11(12)

Oração contra as más línguas

Porque éramos pobres, o Pai enviou o seu Filho (Sto. Agostinho).

2 Senhor, salvai-nos! Já não  um homem bom! *
Não há mais fidelidade em meio aos homens!
3 Cada um só diz mentiras a seu próximo, *
com língua falsa e coração enganador.

4 Senhor, calai todas as bocas mentirosas *
e a língua dos que falam com soberba,
5 dos que dizem: “Nossa língua é nossa força! *
Nossos bios são por nós! – Quem nos domina?”

6 “Por causa da aflição dos pequeninos, *
do clamor dos infelizes e dos pobres,
– agora mesmo me erguerei, diz o Senhor, *
e darei a salvação aos que a desejam!”

=7 As palavras do Senhor são verdadeiras, †
como a prata totalmente depurada, *
sete vezes depurada pelo fogo.

8 Vós, porém, ó Senhor Deus, nos guardareis *
para sempre, nos livrando desta raça!
– Em toda a parte os malvados andam soltos, *
porque se exalta entre os homens a baixeza.

Ant. As palavras do Senhor são verdadeiras
como a prata depurada pelo fogo.

V. Deus dirige os humildes na justiça.
R. E aos pobres ele ensina o seu caminho.

Primeira leitura

Do Livro do Profeta Zacarias 9,1–10,2

Promessa de salvação a Jerusalém

9,1 “A palavra do Senhor
está na terra de Hadrac
e de Damasco onde ele repousa,
pois o Senhor tem olhos em Aram,
como em todas as tribos de Israel;
2 em Emat também, junto à fronteira,
em Tiro e Sidônia, a cidade douta.
3 Tiro edificou sua fortificação,
amontoou prata como pó
e ouro como terra da rua.
4 Eis que o Senhor irá conquistá-la
e abaterá seu orgulho no mar;
e ela será devorada pelo fogo.
5 Ascalon, à vista disso, terá medo;
e Gaza sofrerá uma grande aflição,
e Acaron também, por ver suas esperanças frustradas;
o rei de Gaza morrerá
e Ascalon se despovoará.
6 Ocuparão Azoto os estrangeiros
e eu destruirei a soberba do povo filisteu,
7 eu o farei deitar sangue pela boca
e expelir as comidas sacrílegas por entre os dentes,
e ele por fim será submisso ao nosso Deus
e será como um guia em Judá,
e Acaron como um jebuseu.
8 Cercarei minha casa como um fortim
contra os que vão e os que vêm;
não passará, além deles, um perseguidor,
pois agora vigio com meus próprios olhos.
9 Exulta, cidade de Sião!
Rejubila, cidade de Jerusalém.
Eis que vem teu rei ao teu encontro,
ele é justo, ele salva;
é humilde e vem montado num jumento,
um potro, cria de jumenta.
10 Eliminarei os carros de Efraim,
os cavalos de Jerusalém;
ele quebrará o arco de guerreiro,
anunciará a paz às nações.
Seu domínio se estenderá de um mar a outro mar,
e desde o Rio até aos confins da terra.
11 Quanto a ti, pelo teu pacto de sangue
farei sair da fossa teus cativos,
da fossa sem água.
12 Retornai à fortaleza,
ó vós que estais presos à esperança;
hoje mesmo anunciarei:
vou recompensar no dobro.
13 Estendi a Judá por meu arco,
cumulei de bens Efraim;
levantarei teus filhos, Sião,
contra os teus, Grécia,
e farei de ti uma espada de valentes.
14 O Senhor será visto sobre eles,
disparando o seu dardo como o raio;
o Senhor Deus fará soar a trombeta
e caminhará nas tempestades do Sul.
15 O Senhor dos exércitos há de protegê-los,
e eles tomarão alimento, pesarão as pedras de funda,
beberão e se agitarão como ébrios de vinho,
repletos como taças e como cantos do altar.
16 O Senhor, seu Deus, há de salvá-los naquele dia,
como rebanho de seu povo,
porque as pedras preciosas da coroa
brilharão sobre essa terra.
17 Que felicidade, a desse povo,
e que belo destino!
O trigo fortificando seus jovens
e o vinho, suas jovens.
10,1 Pedi todos a chuva ao Senhor,
na época das águas tardias.
O Senhor lança relâmpagos,
manda cair a chuva
e faz crescer para todos a relva do campo.
2 Os ídolos têm palavras vãs,
e os adivinhos, visões mentirosas,
 eles dão falsas explicações dos sonhos,
e a sua consolação é inútil;
por isso vagueia o povo como um rebanho,
sofrendo por falta de pastores.

Responsório Zc 9,9; Jo 12,14

R. Alegra-te, ó filha de Sião,
Jerusalém, exulta e canta de alegria:
* Vem a ti o teu rei justo e salvador.
Vem pobre e montado em jumento
e sobre o filho da jumenta, o jumentinho.
V. Jesus, tendo encontrado um jumentinho,
montou nele, pois assim está escrito: * Vem a ti.

Segunda leitura

Das Cartas de São Roque González, presbítero

(Lit. Annuae P. Rochi González pro anno 1615 [s. d.] datae ad P. Provincialem Petrum Oñate. Ed. [in lingua hispanica] in: Documentos para la Historia Argentina, vol.20, Buenos Aires 1920, pp. 24-25)            (Séc.XVII)

Espero que esta cruz seja o princípio
para se levantarem muitas outras

Voltando pouco depois para lá encontrei um local onde podia ficar: uma pequena choupana perto do rio; e, passado algum tempo, ofereceram-me uma palhoça maior. Dois meses mais tarde, o Padre Reitor enviou o Padre Diogo de Boroa. Este chegou finalmente na segunda-feira de Pentecostes. Com muita consolação considerávamos como o amor de Deus nos juntava naquelas terras tão longínquas. Dividimos entre nós o limitado espaço da nossa morada, com um tabique feito de canas. Ao lado tínhamos uma capela, pouco maior que o próprio altar em que celebrávamos a Missa. Por eficácia deste supremo e divino sacrifício, em que Cristo se ofereceu ao Pai na Cruz, começou ele a triunfar ali, pois os demônios que antes costumavam aparecer a estes índios não se atreveram a aparecer mais, como testemunhou algum deles. Resolvemos continuar na mesma palhoça, embora tudo nos faltasse. O frio era tanto que nos custava adormecer. O alimento também não era melhor: milho ou farinha de mandioca, que é a comida dos índios; e porque começamos a buscar pelos bosques umas ervas de que se alimentam os papagaios, com este apelido nos chamavam.

Prosseguindo as coisas deste modo, e temendo os demônios que, se a Companhia de Jesus entrasse nestas regiões, eles perderiam em breve o que por tanto tempo tinham possuído, começaram a espalhar por todo o Paraná que nós éramos espiões e falsos sacerdotes, e que trazíamos a morte em nossos livros e imagens. Divulgou-se isto a tal ponto que, estando o Padre Boroa a explicar aos índios os mistérios da nossa fé, eles temiam aproximar-se das sagradas imagens, com receio de algum contágio mortífero. Mas estas ideias foram-se desfazendo pouco a pouco, sobretudo quando viram com os próprios olhos que os nossos eram para eles como verdadeiros pais, dando-lhes de bom grado quanto tinham em casa e assistindo-os nos seus trabalhos e enfermidades,de dia e de noite, auxiliando-os não só em proveito das suas almas, o que é certamente mais importante, mas também dos seus corpos.

E assim, quando vimos consolidar-se o amor dos índios para conosco, pensamos em construir uma igreja, que, embora pequena e modesta e coberta com palha, apareceu a esta gente miserável como um palácio real, e ficam atônitos quando levantam os olhos para o teto. Ambos tivemos de trabalhar com barro para fazer o reboco e para ensinar os indígenas a fazer tijolos. Deste modo conseguimos ter a igreja pronta para o dia de Santo Inácio do ano passado de 1615. Neste dia celebramos lá a primeira missa e renovamos os nossos votos. Houve ainda outros ritos festivos, quanto era possível segundo a pobreza do lugar. Também quisemos organizar umas danças, mas estes rapazes são tão rudes que não conseguiram aprendê-las. Levantamos depois uma torre de madeira e pusemos nela um sino que a todos encheu de admiração, pois nunca tinham visto nem ouvido semelhante coisa. Também foi ocasião de grande devoção uma cruz que os próprios indígenas levantaram: tendo-lhes nós explicado por que razão os cristãos adoram a cruz, eles se ajoelharam conosco para adorá-la. Desconhecida até agora nestas terras, espero em nosso Senhor que esta cruz seja o princípio para se levantarem muitas outras.

Responsório Jo 10,15.18; Jr 12,7

R. Do meu pai eu recebi uma missão para salvar.
* Eu dou minha vida por minhas ovelhas.
V. Deixei a minha casa, rejeitei a minha herança;
minha vida muito amada coloquei-a livremente
na mão dos inimigos. * Eu dou.

Oração

Senhor, que a vossa palavra cresça nas terras onde os vossos mártires a semearam e seja multiplicada em frutos de justiça e de paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.


Comments

Uma resposta para “Ofício das Leituras da Memória de São Roque González, Santo Afonso Rodríguez e São João Del Castillo, presbíteros e mártires”

  1. Avatar de Geraldo Corrêa Filho
    Geraldo Corrêa Filho

    Morreu também a mulher

    Por amor de Cristo, o sangue dos mártires foi derramado na terra. Por isso, sua recompensa é eterna.

    Oração do dia
    Senhor, que a vossa palavra cresça nas terras onde os vossos mártires a semearam e seja multiplicada em frutos de justiça e de paz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

    ‘ Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”. ‘

    https://padrepauloricardo.org/episodios/matastes-a-quem-tanto-vos-amou

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