Ofício das Leituras da Memória de São Casimiro

Filho do rei da Polônia, nasceu em 1458. Praticou de modo excelente as virtudes cristãs, principalmente a castidade e a bondade para com os pobres. Tinha um grande zelo pela propagação da fé e uma singular devoção à sagrada Eucaristia e a Nossa Senhora. Morreu vítima de tuberculose, em 1484.


V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

Despertados no meio da noite,
meditando, em vigília e louvor,
entoemos com todas as forças
nosso canto vibrante ao Senhor,

para que celebrando em conjunto
deste Rei glorioso os louvores,
mereçamos viver, com seus santos,
vida plena nos seus esplendores.

Esse dom nos conceda a Trindade,
Pai e Filho e Amor, Sumo Bem,
cuja glória ressoa na terra
e no céu pelos séculos. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Deus bondoso, inclinai o vosso ouvido,
por piedade, acolhei a nossa prece.
Escutai a oração dos vossos servos,
como Pai que dos seus filhos não se esquece.

Para nós volvei, sereno, a vossa face,
pois a vós nos confiamos sem reserva;
conservai as nossas lâmpadas acesas,
afastai do coração todas as trevas.

Compassivo, absolvei os nossos crimes,
libertai-nos, e as algemas nos quebrai;
os que jazem abatidos sobre a terra
com a vossa mão direita levantai.

Glória a Deus, fonte e raiz de todo ser,
glória a vós, do Pai nascido, Sumo Bem,
sempre unidos pelo Amor do mesmo Espírito,
Deus que reina pelos séculos. Amém.

Salmodia

Ant. 1 Ó Senhor, chegue até vós o meu clamor,
não me oculteis a vossa face em minha dor!

Salmo 101(102)

Anseios e preces de um exilado

Bendito seja Deus que nos consola em todas as nossas aflições! (2Cor 1,4).

I

2 Ouvi, Senhor, e escutai minha oração, *
chegue até vós o meu clamor!
3 De mim não oculteis a vossa face *
no dia em que estou angustiado!
– Inclinai o vosso ouvido para mim, *
ao invocar-vos atendei-me sem demora!

4 Como fumaça se desfazem os meus dias, *
estão queimando como brasas os meus ossos.
5 Meu coração se tornou seco igual à erva, *
até esqueço de tomar meu alimento.
6 À força de gemer e lamentar, *
tornei-me tão-somente pele e osso.

7 Eu pareço um pelicano no deserto, *
sou igual a uma coruja entre ruínas.
8 Perdi o sono e passo a noite a suspirar *
como a ave solitária no telhado.
9 Meus inimigos me insultam todo o dia, *
enfurecidos lançam pragas contra mim.

10 É cinza em vez de pão minha comida, *
minha bebida eu misturo com as lágrimas.
11 Em vossa indignação, em vossa ira *
me exaltastes, mas depois me rejeitastes;
12 os meus dias como sombras vão passando, *
e aos poucos vou murchando como a erva.

Ant. Ó Senhor, chegue até vós o meu clamor,
não me oculteis a vossa face em minha dor!

Ant. 2 Ouvi, Senhor, a oração dos oprimidos!

II

13 Mas vós, Senhor, permaneceis eternamente, *
de geração em geração sereis lembrado!
14 Levantai-vos, tende pena de Sião, *
já é tempo de mostrar misericórdia!
15 Pois vossos servos têm amor aos seus escombros *
sentem compaixão de sua ruína.

16 As nações respeitarão o vosso nome, *
e os reis de toda a terra, a vossa glória;
17 quando o Senhor reconstruir Jerusalém *
e aparecer com gloriosa majestade,
18 ele ouvi a oração dos oprimidos *
não desprezará a sua prece.

19 Para as futuras gerações se escreva isto, *
e um povo novo a ser criado louve a Deus.
20 Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, *
e o Senhor olhou a terra do alto céu,
21 para os gemidos dos cativos escutar *
e da morte libertar os condenados.

22 Para que cantem o seu nome em Sião *
louve ao Senhor Jerusalém,
23 quando os povos e as nações se reunirem *
todos os impérios o servirem.

Ant. Ouvi, Senhor, a oração dos oprimidos!

Ant. 3 terra, no prinpio, vós criastes,
e os céus, por vossas mãos, foram criados.

III

24 Ele abateu as minhas forças no caminho *
e encurtou a duração da minha vida.
= Agora eu vos suplico, ó meu Deus; †
25 não me leveis já na metade dos meus dias, *
vós, cujos anos são eternos, ó Senhor!

26 A terra no princípio vós criastes, *
por vossas mãos também os céus foram criados;
27 eles perecem, vós porém permaneceis; *
como veste os mudais e todos passam;
– ficam velhos todos eles como roupa, *
28 mas vossos anos não têm fim, sois sempre o mesmo!

=29 Assim também a geração dos vossos servos †
terá casa e viverá em segurança, *
e ante vós se firmará sua descendência.

Ant. A terra, no prinpio, vós criastes,
e os céus, por vossas mãos, foram criados.

V. Escuta, ó meu povo, a minha lei.

R. Ouve atento as palavras que eu te digo!

Primeira leitura
Do Livro de Jó 3,1-26

Lamentos de Jó

1Depois disso, Jó abriu a boca e amaldiçoou o seu dia,
2dizendo:
3“Maldito o dia em que nasci
e a noite em que fui concebido.
4Esse dia, que se torne trevas;
que Deus do alto não se ocupe dele,
que sobre ele não brilhe a luz!
5Que o obscureçam as trevas e as sombras da morte,
que uma nuvem pouse sobre ele,
e seja envolvido pela amargura!
6Sim, que dele se apodere a escuridão,
que não se some aos dias do ano,
que não entre na conta dos meses!
7Que aquela noite fique estéril
e não seja digna de louvor.
8Que a amaldiçoem os que amaldiçoam o dia,
os entendidos em conjurar contra Leviatã!
9Que se escureçam as estrelas da sua aurora,
que espere pela luz que não vem,
que não veja o despontar da aurora.
10Por que não fechou sobre mim
a porta do ventre que me trouxe,
para esconder à minha vista tanta miséria?
11Por que não morri desde o ventre materno,
ou não expirei ao sair das entranhas?
12Por que me acolheu um regaço
e uns seios me amamentaram?
13Estaria agora deitado e poderia descansar,
dormiria e teria repouso,
14com os reis e ministros do país,
que construíram para si sepulcros grandiosos;
15ou com os nobres, que amontoaram
ouro e prata em seus palácios.
16Ou, então, enterrado como aborto,
eu agora não existiria,
como crianças que nem chegaram a ver a luz.
17Ali acaba o tumulto dos ímpios,
ali repousam os que esgotaram as forças.
18Assim também os prisioneiros ficam tranqüilos
sem ouvir a voz do capataz.
19Confundem-se pequenos e grandes,
e o escravo livra-se do seu senhor.
20Por que foi dado à luz um infeliz
e vida àqueles que têm a alma amargurada?
21Eles desejam a morte que não vem
e a buscam mais que um tesouro;
22eles se alegrariam por um túmulo
e gozariam ao receberem sepultura.
23Por que, então, foi dado à luz o homem
a quem seu próprio caminho está oculto,
a quem Deus cercou de todos os lados?
24Por alimento só tenho os soluços
e os gemidos vêm-me, como água.
25Sucede-me o que mais temia,
o que mais me aterrava, acontece-me.
26Não tenho sossego nem paz, não tenho descanso;
sobrevém-me a perturbação”.

Responsório  Jó 3,24-26; 6,13

R. O alimento, para mim, são meus suspiros
são quais águas caudalosas, meus gemidos;
porque o temor que eu receava aconteceu
e o pavor que eu temia realizou-se.
* Sobre mim caiu, Senhor, a vossa ira.

V. Não há socorro para mim em minhas forças,
afastaram-se de mim os meus amigos. * Sobre mim.

Segunda Leitura

Da Vida de São Casimiro, escrita por um autor quase contemporâneo

(Cap. 2-3,Acta Sanctorum Marti 1, 347-348)

Dispôs de seus tesouros segundo os preceitos do Altíssimo

Uma caridade quase inacreditável, não fingida mas sincera, inflamava o coração de Casimiro no amor de Deus todo-poderoso, pela ação do Espírito divino. E de tal modo este amor transbordava espontaneamente para com o próximo, que não havia alegria maior, nada lhe era tão agradável quanto dar o que era seu e entregar-se inteiramente aos pobres de Cristo, aos peregrinos, aos doentes, aos prisioneiros e aos sofredores.

Para as viúvas, órfãos e oprimidos não era apenas tutor e defensor: era pai, filho e irmão.

Seria necessário escrever uma longa história, se quiséssemos narrar uma por uma as obras de caridade com que demonstrava seu amor para com Deus e os homens.

Dificilmente se poderá descrever ou imaginar o seu amor pela justiça, a sua temperança, a sua prudência, a sua constância e fortaleza de ânimo. E tudo isso, justamente naquela idade da juventude em que os homens costumam ser mais impetuosos e inclinados para o mal.

Lembrava diariamente ao pai o dever de governar com justiça o reino e povos que lhe estavam submetidos. E se, às vezes, ocorria que, por descuido ou fraqueza humana, alguma coisa era negligenciada no governo, nunca deixava de chamar com delicadeza a atenção do rei.

Abraçava e defendia como suas as causas dos pobres e infelizes; por isso o povo se pôs a chamá-lo “defensor dos pobres”. Apesar de filho do rei e de ascendência nobre, nunca se mostrou orgulhoso, no trato ou nas palavras, com qualquer pessoa, por mais humilde e pequena que fosse.

Sempre preferiu estar no meio dos humildes e pobres de coração – dos quais é o reino dos céus – a se ver entre os ilustres e poderosos deste mundo. Nunca ambicionou nem aceitou o poder, mesmo quando o pai lhe ofereceu. Temia, na verdade, que seu ânimo fosse ferido pelo aguilhão das riquezas, que nosso Senhor Jesus Cristo chamava de espinhos, ou pudesse ser contaminado pelo contágio das coisas terenas.

Todos os de casa, seus camareiros e secretários, homens de grande valor, dos quais alguns ainda vivem, que o conheciam por dentro e por fora, afirmam e testemunham que ele viveu e se conservou virgem até o fim de seus dias.

Responsório Eclo 29,14; 1Tm6,11b

R. Põe tua riqueza nos preceitos do Altíssimo,
* E te será mais proveitoso do que o ouro.
V. Segue a justiça, a piedade e a fé,
a caridade, a paciência e a mansidão. * E te será.

Oração

Ó Deus todo-poderoso, a quem servir é reinar, dai-nos, pela intercessão de São Casimiro, a graça de vos servir com retidão e santidade. Por nosso Senhor, Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.


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