V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Hino
Entre as coroas dadas pelo alto,
cujo louvor celebra o nosso canto
glorioso brilhas por merecer tanto,
grande São Bento!
Ainda jovem, te orna a santidade,
do mundo o gozo nada te roubou,
murcha a teus olhos deste mundo a flor,
olhas o alto.
Pátria e família deixas pela fuga,
e na floresta buscas teu sustento.
Ali rediges belo ensinamento
de vida santa.
Obediência à lei de Cristo ensinas
aos reis e povos, tudo o que lhe agrada.
Por tua prece, a nossa tenha entrada
aos bens do céu.
Glória a Deus Pai e ao Filho Unigênito,
e ao Santo Espírito honra e adoração.
Graças a ele, fulge o teu clarão
no céu. Amém.
Salmodia
Ant. 1 Fostes vós que nos salvastes, ó Senhor!
Para sempre louvaremos vosso nome.
Salmo 43(44)
Calamidades do povo
Em tudo isso, somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou! (Rm 8,37).
I
–2 Ó Deus, nossos ouvidos escutaram, *
e contaram para nós, os nossos pais,
– as obras que operastes em seus dias, *
em seus dias e nos tempos de outrora:
=3 Expulsastes as nações com vossa mão, †
e plantastes nossos pais em seu lugar; *
para aumentá-los, abatestes outros povos.
–4 Não conquistaram essa terra pela espada, *
nem foi seu braço que lhes deu a salvação;
– foi, porém, a vossa mão e vosso braço *
e o esplendor de vossa face e o vosso amor.
–5 Sois vós, o meu Senhor e o meu Rei, *
que destes as vitórias a Jacó;
–6 com vossa ajuda é que vencemos o inimigo, *
por vosso nome é que pisamos o agressor.
–7 Eu não pus a confiança no meu arco, *
a minha espada não me pôde libertar;
–8 mas fostes vós que nos livrastes do inimigo, *
e cobristes de vergonha o opressor.
–9 Em vós, ó Deus, nos gloriamos todo dia, *
celebrando o vosso nome sem cessar.
Ant. Fostes vós que nos salvastes, ó Senhor!
Para sempre louvaremos vosso nome.
Ant. 2 Perdoai, ó Senhor, o vosso povo,
não entregueis à vergonha a vossa herança!
II
–10 Porém, agora nos deixastes e humilhastes, *
já não saís com nossas tropas para a guerra!
–11 Vós nos fizestes recuar ante o inimigo, *
os adversários nos pilharam à vontade.
–12 Como ovelhas nos levastes para o corte, *
e no meio das nações nos dispersastes.
–13 Vendestes vosso povo a preço baixo, *
e não lucrastes muita coisa com a venda!
–14 De nós fizestes o escárnio dos vizinhos, *
zombaria e gozação dos que nos cercam;
–15 para os pagãos somos motivo de anedotas, *
zombam de nós a sacudir sua cabeça.
–16 À minha frente trago sempre esta desonra, *
e a vergonha se espalha no meu rosto,
–17 ante os gritos de insultos e blasfêmias *
do inimigo sequioso de vingança.
Ant. Perdoai, ó Senhor, o vosso povo,
não entregueis à vergonha a vossa herança!
Ant. 3 Levantai-vos, ó Senhor, e socorrei-nos,
libertai-nos pela vossa compaixão!
III
–18 E tudo isso, sem vos termos esquecido *
e sem termos violado a Aliança;
–19 sem que o nosso coração voltasse atrás, *
nem se afastassem nossos pés de vossa estrada!
–20 Mas à cova dos chacais nos entregastes *
e com trevas pavorosas nos cobristes!
–21 Se tivéssemos esquecido o nosso Deus *
e estendido nossas mãos a um Deus estranho,
–22 Deus não teria, por acaso, percebido, *
ele que vê o interior dos corações?
–23 Por vossa causa nos massacram cada dia *
e nos levam como ovelha ao matadouro!
–24 Levantai-vos, ó Senhor, por que dormis? *
Despertai! Não nos deixeis eternamente!
–25 Por que nos escondeis a vossa face *
e esqueceis nossa opressão, nossa miséria?
–26 Pois arrasada até o pó está noss’alma *
e ao chão está colado o nosso ventre.
– Levantai-vos, vinde logo em nosso auxílio, *
libertai-nos pela vossa compaixão!
Ant. Levantai-vos, ó Senhor, e socorrei-nos,
libertai-nos pela vossa compaixão!
V. A quem nós iremos, Senhor Jesus Cristo?
R. Só tu tens palavras de vida eterna.
Primeira leitura
Do Segundo Livro de Samuel 18,6-17.24―19,5
Morte de Absalão e luto de Davi
Naqueles dias: 18,6 O povo saiu a campo contra Israel, e a batalha travou-se na floresta de Efraim. 7Ali o povo de Israel foi derrotado pelo exército de Davi, e naquele dia houve uma grande mortandade de vinte mil homens. 8O combate estendeu-se por toda a região, e a floresta devorou mais homens dentre o povo do que a espada devorou naquele dia.
9Absalão encontrou-se por acaso na presença dos homens de Davi. Ia montado numa mula e esta meteu-se sob a folhagem espessa de um grande carvalho. A cabeça de Absalão ficou presa nos galhos da árvore, de modo que ele ficou suspenso entre o céu e a terra, enquanto que a mula em que ia montado passou adiante. 10Alguém viu isto e informou Joab, dizendo: “Vi Absalão suspenso num carvalho”.
11Joab respondeu ao homem que lhe deu a notícia: “Se o viste, porque não o abateste no mesmo lugar? Eu te daria dez ciclos de prata e um cinto”. 12O homem respondeu: “Ainda que me pusessem nas mãos mil ciclos de prata, eu não levantaria a mão contra o filho do rei. Pois nós ouvimos com nossos ouvidos que o rei deu esta ordem a ti, a Abisai e a Etai: ‘Poupai, quem quer que sejais, o meu filho Absalão!’ 13E se eu tivesse cometido esse atentado contra a vida do jovem, nada se ocultaria ao rei, e tu mesmo te porias contra mim”. 14Joab disse-lhe: “Não vou perder tempo contigo!” Tomou então três dardos e cravou-os no peito de Absalão. E como ainda palpitasse com vida, suspenso no carvalho, 15acorreram dez jovens escudeiros de Joab e deram-lhe os últimos golpes.
16Joab tocou então a trombeta e o exército deixou de perseguir Israel, porque Joab conteve o povo. 17TomaramAbsalão e colocaram-no numa grande fossa, no interior da floresta, erguendo em seguida sobre ele um enorme monte de pedras. Entretanto, todo o Israel fugira, cada um para sua tenda. 24Davi estava sentado entre duas portas da cidade. A sentinela que tinha subido ao terraço da porta, sobre a muralha, levantou os olhos e divisou um homem que vinha correndo, sozinho. 25Pôs-se a gritar e avisou o rei, que disse: “Se ele vem só, traz alguma boa-nova”. À medida que o homem se aproximava, 26a sentinela viu então outro homem que corria e gritou para o porteiro: “Vejo um outro homem que vem correndo sozinho”. O rei disse: “Também esse traz alguma boa-nova”. 27A sentinela acrescentou: “Pela maneira de correr, o primeiro só pode ser Aquimaás, filho de Sadoc”. “É um Homem de bem”, disse o rei, “traz certamente boas notícias”.
28Aquimaás chegou e gritou para o rei: “Paz!” E, prostrando-se com o rosto em terra, acrescentou: “Bendito seja o Senhor, teu Deus, que te entregou os que se sublevaram contra o rei, meu senhor!” 29O rei perguntou: “Vai tudo bem para o jovem Absalão?” Aquimaás respondeu: “Vi um grande tumulto no momento em que Joab enviou ao rei o teu servo, mas ignoro o que se passou”. 30O rei disse-lhe: “Passa e espera aqui”. Tendo ele passado e estando no seu lugar, 31apareceu o etíope e disse: “Trago-te,senhor meu rei, a boa-nova: O Senhor te fez justiça contra todos os que se tinham revoltado contra ti”. 32O rei perguntou ao etíope: “Vai tudo bem para o jovem Absalão?” E o etíope disse: “Tenham a sorte deste jovem os inimigos do rei, meu senhor, e todos os que se levantam contra ti para te fazer mal!”
19,1 Então o rei estremeceu, subiu para a sala que está acima da porta e caiu em pranto. Dizia entre soluços: “Meu filho Absalão! Meu filho, meu filho Absalão! Por que não morri eu em teu lugar? Absalão, meu filho, meu filho!”
2Anunciaram a Joab que o rei estava chorando e lamentando-se por causa do filho. 3Assim, a vitória converteu-se em luto, naquele dia, para todo o povo, porque o povo soubera que o rei estava acabrunhado de dor por causa de seu filho. 4Por isso, as tropas entraram furtivamente na cidade, como um exército coberto de vergonha, por ter fugido da batalha. 5O rei tinha velado o rosto e continuava a gritar em alta voz: “Meu filho Absalão! Absalão, meu filho, meu filho!”
Responsório Sl 54(55),13a.14a.15a;
cf. Sl 40(41),10b; 2Sm 19,1
R. Se o inimigo viesse insultar-me,
poderia aceitar certamente;
* Mas és tu, companheiro e amigo
com quem tive agradável convívio,
que ergueste teu pé contra mim.
V. O rei, desolado, subiu
ao quarto que está sobre a porta
e chorou repetindo e andando:
Meu filho Absalão, ó meu filho! * Mas és tu.
Segunda leitura
Da Regra de São Bento, abade
(Prologus, 4-22;cap.72,1-12:CSEL75,2-5.162-163) (Séc.VI)
Nada absolutamente prefiram a Cristo
Antes de tudo, quando quiseres realizar algo de bom, pede a Deus com oração muito insistente que seja plenamente realizado por ele. Pois já tendo se dignado contar-nos entre o número de seus filhos, que ele nunca venha a entristecer-se por causa de nossas más ações. Assim, devemos em todo tempo pôr a seu serviço os bens que nos concedeu, para não acontecer que, como pai irado, venha a deserdar seus filhos; ou também, qual Senhor temível, irritado com os nossos pecados nos entregue ao castigo eterno, como péssimos servos que o não quiseram seguir para a glória.
Levantemo-nos, enfim, pois a Escritura nos desperta dizendo: Já é hora de levantarmos do sono (cf. Rm 13,11). Com os olhos abertos para a luz deífica e os ouvidos atentos, ouçamos a exortação que a voz divina nos dirige todos os dias: Oxalá, ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os corações (Sl 94,8); e ainda: Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas (Ap 2,7).
E o que diz ele? Meus filhos, vinde agora e escutai-me: vou ensinar-vos o temor do Senhor (Sl 33,12). Correi, enquanto tendes a luz da vida, para que as trevas não vos alcancem (cf. Jo 12,35).
Procurando o Senhor o seu operário na multidão do povo ao qual dirige estas palavras, diz ainda: Qual o homem que não ama sua vida, procurando ser feliz todos os dias? (Sl 33,13). E se tu, ao ouvires este convite, responderes: Eu, dir-te-á Deus: Se queres possuir a verdadeira e perpétua vida, afasta a tua língua da maldade, e teus lábios, de palavras mentirosas. Evita o mal e faze o bem, procura a paz e vai com ela em seu caminho (Sl 33,14-15). E quando fizeres isto, então meus olhos estarão sobre ti e meus ouvidos atentos às tuas preces; e antes mesmo que me invoques, eu te direi: Eis-me aqui (Is 58,9.
Que há de mais doce para nós, caríssimos irmãos, do que esta voz do Senhor que nos convida? Vede como o Senhor, na sua bondade, nos mostra o caminho da vida!
Cingidos, pois, os nossos rins com a fé e a prática das boas ações, guiados pelo evangelho, trilhemos os seus caminhos, a fim de merecermos ver aquele que nos chama a seu reino (cf. 1Ts 2,12). Se queremos habitar na tenda real do acampamento desse reino, é preciso correr pelo caminho das boas ações; de outra forma, nunca chegaremos lá.
Assim como há um zelo mau de amargura, que afasta de Deus e conduz ao inferno, assim também há um zelo bom, que separa dos vícios e conduz a Deus. É este zelo que os monges devem pôr em prática com amor ferventíssimo, isto é, antecipem-se uns aos outros em atenções recíprocas (cf. Rm 12,10). Tolerem pacientissimamente as suas fraquezas, físicas ou morais; rivalizem em prestar mútua obediência; ninguém procure o que julga útil para si, mas sobretudo o que o é para o outro; ponham em ação castamente a caridade fraterna; temam a Deus com amor; amem o seu abade com sincera e humilde caridade; nada absolutamente prefiram a Cristo; e que ele nos conduza todos juntos para a vida eterna.
Responsório
R. São Bento abandonou sua casa e os bens paternos,
desejando agradar ao Senhor Deus, unicamente,
procurou um novo estilo de vida e santidade.
* E sozinho, sob o olhar do supremo Vigilante,
se encontrou consigo mesmo.
V. Por isso ele se afastou, conscientemente ignorante
e indouto sabiamente. * E sozinho.
Oração
Ó Deus, que fizestes o abade São Bento preclaro mestre na escola do vosso serviço, concedei que, nada preferindo ao vosso amor, corramos de coração dilatado no caminho dos vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.
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