V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Hino
I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:
Reinais no mundo inteiro,
Jesus, ó sol divino;
deixamos nossos leitos,
cantando este hino.
Da noite na quietude,
do sono levantamos:
mostrando as nossas chagas,
remédio suplicamos.
Oh! quanto mal fizemos,
por Lúcifer levados:
que a glória da manhã
apague esses pecados!
E assim o vosso povo,
por vós iluminado,
jamais venha a tombar
nos laços do Malvado.
A glória seja ao Pai,
ao Filho seu também;
ao Espírito igualmente,
agora e sempre. Amém.
II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:
Cristo, em nossos corações
infundi a caridade.
Nossos olhos chorem lágrimas
de ternura e piedade.
Para vós, Jesus piedoso,
nossa ardente prece erguemos.
Perdoai-nos, compassivo,
todo o mal que cometemos.
Pelo vosso santo corpo,
pela cruz, vosso sinal,
vosso povo, em toda parte,
defendei de todo o mal.
A vós, Cristo, Rei clemente,
e a Deus Pai, eterno Bem,
com o vosso Santo Espírito
honra e glória sempre. Amém.
Salmodia
Ant. 1 Eis que Deus se põe de pé,
e os inimigos se dispersam! †
Salmo 67(68)
Entrada triunfal do Senhor
Tendo subido às alturas, ele capturou prisioneiros e distribuiu dons aos homens (Ef 4,8).
I
–2 Eis que Deus se põe de pé, e os inimigos se dispersam!*
† Fogem longe de sua face os que odeiam o Senhor!
=3 Como a fumaça se dissipa, assim também os dissipais, †
como a cera se derrete, ao contato com o fogo, *
assim pereçam os iníquos ante a face do Senhor!
–4 Mas os justos se alegram na presença do Senhor *
rejubilam satisfeitos e exultam de alegria!
=5 Cantai a Deus, a Deus louvai, cantai um salmo a seu nome! †
Abri caminho para Aquele que avança no deserto; *
o seu nome é Senhor: exultai diante dele!
–6 Dos órfãos ele é pai, e das viúvas protetor; *
é assim o nosso Deus em sua santa habitação.
=7 É o Senhor quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados, †
quem liberta os prisioneiros e os sacia com fartura, *
mas abandona os rebeldes num deserto sempre estéril!
–8 Quando saístes com o povo, caminhando à sua frente *
e atravessando o deserto, a terra toda estremeceu;
–9 orvalhou o próprio céu ante a face do Senhor, *
e o Sinai também tremeu perante o Deus de Israel.
–10 Derramastes lá do alto uma chuva generosa, *
e vossa terra, vossa herança, já cansada, renovastes;
–11 e ali vosso rebanho encontrou sua morada; *
com carinho preparastes essa terra para o pobre.
Ant. Eis que Deus se põe de pé,
e os inimigos se dispersam!
Ant. 2 Nosso Deus é um Deus que salva,
só o Senhor livra da morte.
II
–12 O Senhor anunciou a boa-nova a seus eleitos, *
e uma grande multidão de nossas jovens a proclama:
–13 “Muitos reis e seus exércitos fogem um após o outro, *
e a mais bela das mulheres distribui os seus despojos.
=14 Enquanto descansais entre a cerca dos apriscos, †
as asas de uma pomba como prata resplandecem, *
e suas penas têm o brilho de um ouro esverdeado.
–15 O Senhor onipotente dispersou os poderosos, *
dissipou-os como a neve que se espalha no Salmon!”
–16 Montanhas de Basã tão escarpadas e altaneiras *
ó montes elevados desta serra de Basã,
=17 por que tendes tanta inveja, ó montanhas sobranceiras, †
deste Monte que o Senhor escolheu para morar? *
Sim, é nele que o Senhor habitará eternamente!
–18 Os carros do Senhor contam milhares de milhares; *
do Sinai veio o Senhor, para morar no santuário.
=19 Vós subistes para o alto e levastes os cativos, †
os homens prisioneiros recebestes de presente, *
até mesmo os que não querem vão morar em vossa casa.
–20 Bendito seja Deus, bendito seja cada dia, *
o Deus da nossa salvação, que carrega os nossos fardos!
–21 Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador;*
o Senhor, só o Senhor, nos poderá livrar da morte!
–22 Ele esmaga a cabeça dos que são seus inimigos, *
e os crânios contumazes dos que vivem no pecado.
–23 Diz o Senhor: “Eu vou trazê-los prisioneiros de Basã, *
até do fundo dos abismos vou trazê-los prisioneiros!
–24 No sangue do inimigo o teu pé vai mergulhar, *
e a língua de teus cães terá também a sua parte”.
Ant. Nosso Deus é um Deus que salva,
só o Senhor livra da morte.
Ant. 3 Reinos da terra, celebrai
o nosso Deus, cantai-lhe salmos!
III
–25 Contemplamos, ó Senhor, vosso cortejo que desfila, *
é a entrada do meu Deus, do meu Rei, no santuário;
–26 os cantores vão à frente, vão atrás os tocadores, *
e no meio vão as jovens a tocar seus tamborins.
–27 “Bendizei o nosso Deus, em festivas assembléias! *
Bendizei nosso Senhor, descendentes de Israel!”
=28 Eis o jovem Benjamim que vai à frente deles todos; †
eis os chefes de Judá com as suas comitivas, *
os principais de Zabulon e os principais de Neftali.
–29 Suscitai, ó Senhor Deus, suscitai vosso poder, *
confirmai este poder que por nós manifestastes,
–30 a partir de vosso templo, que está em Jerusalém, *
para vós venham os reis e vos ofertem seus presentes!
=31 Ameaçai, ó nosso Deus, a fera brava dos caniços, †
a manada de novilhos e os touros das nações! *
Que vos rendam homenagem e vos tragam ouro e prata!
= Dispersai todos os povos que na guerra se comprazem!†
32 Venham príncipes do Egito, venham dele os poderosos,*
e levante a Etiópia suas mãos para o Senhor!
=33 Reinos da terra, celebrai o nosso Deus, cantai-lhe salmos! †
34 Ele viaja no seu carro sobre os céus dos céus eternos. *
Eis que eleva e faz ouvir a sua voz, voz poderosa.
–35 Dai glória a Deus e exaltai o seu poder por sobre as nuvens. *
Sobre Israel, eis sua glória e sua grande majestade!
–36 Em seu templo ele é admirável e a seu povo dá poder. *
Bendito seja o Senhor Deus, agora e sempre. Amém, amém!
Ant. Reinos da terra, celebrai
o nosso Deus, cantai-lhe salmos!
V. Quero ouvir o que o Senhor irá falar.
R. É a paz que ele vai anunciar.
Primeira leitura
Do Livro do Deuteronômio 26,1-19
Profissão de fé dos filhos de Abraão
Naqueles dias, falou Moisés ao povo, dizendo:
1“Quando tiveres entrado na terra que o Senhor teu Deus te vai dar por herança e tomares posse dela, estabelecendo-te aí, 2tomarás das primícias de todos os frutos do teu solo, colhidos no país que o Senhor teu Deus te dará, e, pondo-os numa cesta, irás ao lugar que o Senhor teu Deus tiver escolhido para que nele habite o seu nome. 3E tu te apresentarás ao sacerdote em exercício e lhe dirás: ‘Reconheço, hoje, perante o Senhor teu Deus, que entrei na terra que o Senhor jurou a nossos pais que nos ia dar’. 4O sacerdote receberá de tuas mãos a cesta e a colocará diante do altar do Senhor teu Deus. 5Dirás, então, na presença do Senhor teu Deus: ‘Meu pai era um arameu errante, que desceu ao Egito com um punhado de gente e ali viveu como estrangeiro. Ali se tornou um povo grande, forte e numeroso. 6Os egípcios nos maltrataram e oprimiram, impondo-nos uma dura escravidão. 7Clamamos, então, ao Senhor, o Deus de nossos pais, e o Senhor ouviu a nossa voz e viu a nossa opressão, a nossa miséria e a nossa angústia. 8E o Senhor nos tirou do Egito com mão poderosa e braço estendido, no meio de grande pavor, com sinais e prodígios. 9E conduziu-nos a este lugar e nos deu esta terra, onde corre leite e mel. 10Por isso, agora trago os primeiros frutos da terra que tu me deste, Senhor’. Depois de colocados os frutos diante do Senhor teu Deus, tu te inclinarás em adoração diante dele. 11Então tu te alegrarás com o levita e o estrangeiro que mora no teu meio, por todos os bens que o Senhor teu Deus te deu a ti e à tua família.
12Quando tiveres acabado de separar o dízimo de todos os produtos do terceiro ano, que é o ano do dízimo, tu o colocarás à disposição do levita, do estrangeiro, do órfão e da viúva, para que tenham na tua cidade o que comer com fartura. 13Dirás, então, perante o Senhor teu Deus: ‘Retirei de minha casa o que era consagrado e dei ao levita e ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, conforme o mandamento que me deste. Não transgredi os teus mandamentos nem os esqueci. 14Não comi nada disso em meu luto, não consumi nada em estado de impureza, não dei nada aos mortos. Obedeci à voz do Senhor meu Deus e em tudo fiz como me mandaste. 15Olha do alto da tua morada santa, de lá dos céus, e abençoa o teu povo Israel e esta terra que nos deste, como juraste a nossos pais, uma terra onde core leite e mel’.
16Hoje, o Senhor teu Deus te manda cumprir esses preceitos e decretos. Guarda-os e observa-os com todo o teu coração e com toda a tua alma. 17Tu escolheste hoje o Senhor para ser o teu Deus, para seguires os seus caminhos, e guardares seus preceitos, mandamentos e decretos, e para obedeceres à sua voz. 18E o Senhor te escolheu, hoje, para que sejas para ele um povo particular, como te prometeu, a fim de observares todos os seus mandamentos. 19Assim ele te fará ilustre entre todas as nações que criou, e te tornará superior em honra e glória, afim de que sejas o povo santo do Senhor teu Deus, como ele disse”.
Responsório 1Pd 2,9a.10; cf. Dt 7,7.8
R. Meus irmãos, sois o povo conquistado por Deus;
vós, outrora, não-povo, sois agora, deveras,
o povo de Deus.
* Outrora excluídos da misericórdia,
agora alcançastes a graça de Deus.
V. O Senhor vos escolheu, porque ele vos amou
Segunda leitura
Das Conferências de Santo Tomás de Aquino, presbítero
(Colatio 6 super Credo in Deum) (Séc.XIII)
Na cruz não falta nenhum exemplo de virtude
Que necessidade havia para que o Filho de Deus sofresse por nós? Uma necessidade grande e, por assim dizer, dupla: para ser remédio contra o pecado e para exemplo do que devemos praticar.
Foi em primeiro lugar um remédio, porque na paixão de Cristo encontramos remédio contra todos os males que nos sobrevêm por causa dos nossos pecados.
Mas não é menor a utilidade em relação ao exemplo. Na verdade, a paixão de Cristo é suficiente para orientar nossa vida inteira. Quem quiser viver na perfeição, nada mais tem a fazer do que desprezar aquilo que Cristo desprezou na cruz e desejar o que ele desejou. Na cruz, pois, não falta nenhum exemplo de virtude.
Se procuras um exemplo de caridade: Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos (Jo 15,13). Assim fez Cristo na cruz. E se ele deu sua vida por nós, não devemos considerar penoso qualquer mal que tenhamos de sofrer por causa dele.
Se procuras um exemplo de paciência, encontras na cruz o mais excelente! Podemos reconhecer uma grande paciência em duas circunstâncias: quando alguém suporta com serenidade grandes sofrimentos, ou quando pode evitar os sofrimentos e não os evita. Ora, Cristo suportou na cruz grandes sofrimentos, e com grande serenidade, porque atormentado, não ameaçava (1Pd 2,23); foi levado como ovelha ao matadouro e não abriu a boca (cf. Is 53,7; At 8,32).
É grande, portanto, a paciência de Cristo na cruz. Corramos com paciência ao combate que nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé. Em vista da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, não se importando com a infâmia (cf. Hb 12,1-2).
Se procuras um exemplo de humildade, contempla o crucificado: Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morrer.
Se procuras um exemplo de obediência, segue aquele que se fez obediente ao Pai até à morte: Como pela desobediência de um só homem, isto é, de Adão, a humanidade toda foi estabelecida numa condição de pecado, assim também pela obediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça (Rm 5,19).
Se procuras um exemplo de desprezo pelas coisas da terra, segue aquele que é Rei dos reis e Senhor dos senhores, no qual estão encerrados todos os tesouros da sabedoria e da ciência (Cl 2,3), e que na cruz está despojado de suas vestes, escarnecido, cuspido, espancado, coroado de espinhos e, por fim, tendo vinagre e fel como bebida para matar a sede.
Não te preocupes com as vestes e riquezas, porque repartiram entre si as minhas vestes (Jo 19,24); nem com honras, porque fui ultrajado e flagelado; nem com a dignidade, porque tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na em minha cabeça (cf. Mc 15,17); nem com os prazeres, porque em minha sede ofereceram-me vinagre (Sl 68,22).
Responsório Sb 7,7-8; 9,17
R. Pedi e foi-me dada inteligência,
roguei e recebi sabedoria.
* Aos tronos e ao poder a preferi;
a ela comparadas, as riquezas
perderam para mim todo o valor.
V. Quem pode conhecer vossos desígnios
se vós não lhe doais sabedoria,
enviando, das alturas celestiais,
o vosso Santo Espírito, Senhor? * Aos tronos.
Oração
Ó Deus, que tornastes Santo Tomás de Aquino um modelo admirável, pela procura da santidade e amor à ciência sagrada, dai-nos compreender seus ensinamentos e seguir seus exemplos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.
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