Memória de São Roque González, Santo Afonso Rodríguez e São João Del Castillo, presbíteros e mártires

Ofício das Leituras


V.
 Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

Rei glorioso do mártir,
sois a coroa e o troféu,
pois desprezando esta terra,
procura apenas o céu.

Que o coração inclinando,
possais ouvir nossa voz;
vossos heróis celebrando,
supliquem eles por nós!

Se pela morte venceram,
mostrando tão grande amor,
vençamos nós pela vida
de santidade e louvor.

A vós, Deus uno, Deus trino,
sobe hoje nosso louvor,
pelos heróis que imitaram
a própria cruz do Senhor.

Salmodia

Ant. 1 Quem se tornar pequenino como uma criança,
há de ser o maior no Reino dos céus.

Salmo 130(131)

Confiança filial e repouso em Deus

Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração (Mt 11,29)

1 Senhor, meu coração não é orgulhoso, *
nem se eleva arrogante o meu olhar;
– não ando à procura de grandezas, *
nem tenho pretensões ambiciosas!

2 Fiz calar e sossegar a minha alma; *
ela es em grande paz dentro de mim,
– como a criança bem tranqüila, amamentada *
no regaço acolhedor de sua mãe.

3 Confia no Senhor, ó Israel, *
desde agora e por toda a eternidade!

Ant. Quem se tornar pequenino como uma criança,
há de ser o maior no Reino dos céus.

Ant. 2 Na simplicidade do meu coração,
alegre, vos dei tudo aquilo que tenho.

Salmo 131(132)

As promessas do Senhor à casa de Davi

O Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu Pai (Lc 1,32).

I

1 Recordai-vos, ó Senhor, do rei Davi *
e de quanto vos foi ele dedicado;
2 do juramento que ao Senhor havia feito *
e de seu voto ao Poderoso de Jacó:

3 “Não entrarei na minha tenda, minha casa, *
nem subirei à minha cama em que repouso,
4 não deixarei adormecerem os meus olhos, *
nem cochilarem em descanso minhas pálpebras,
5 até que eu ache um lugar para o Senhor, *
uma casa para o Forte de Jacó!”

6 Nós soubemos que a arca estava em Éfrata *
e nos campos de Iaar a encontramos:
7 Entremos no lugar em que ele habita, *
ante o escabelo de seus pés o adoremos!

8 Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso, *
subi vós, com vossa arca poderosa!
9 Que se vistam de alegria os vossos santos, *
e os vossos sacerdotes, de justiça!
10 Por causa de Davi, o vosso servo, *
não afasteis do vosso Ungido a vossa face!

Ant. Na simplicidade do meu coração,
alegre, vos dei tudo aquilo que tenho.

Ant. 3 O Senhor fez a Davi um juramento,
e seu reino permanece para sempre.

II

11 O Senhor fez a Davi um juramento, *
uma promessa que jamais renegará:
– “Um herdeiro que é fruto do teu ventre *
colocarei sobre o trono em teu lugar!

12 Se teus filhos conservarem minha Aliança *
e os preceitos que lhes dei a conhecer,
– os filhos deles igualmente hão de sentar-se *
eternamente sobre o trono que te dei!”

13 Pois o Senhor quis para si Jerusalém *
e a desejou para que fosse sua morada:
14 “Eis o lugar do meu repouso para sempre, *
eu fico aqui: este é o lugar que preferi!”

15 “Abençoarei suas colheitas largamente, *
e os seus pobres com o pão saciarei!
16 Vestirei de salvação seus sacerdotes, *
e de alegria exultarão os seus fiéis!”

17 “De Davi farei brotar um forte Herdeiro, *
acenderei ao meu Ungido uma lâmpada.
18 Cobrirei de confusão seus inimigos, *
mas sobre ele brilhará minha coroa!”

Ant. O Senhor fez a Davi um juramento,
e seu reino permanece para sempre.

V. Vinde ver, contemplai os progios de Deus,
R. E a obra estupenda que fez no universo.

Primeira leitura

Do Livro do Profeta Zacarias             14,1-21

Tribulação e glória de Jerusalém nos últimos tempos

Assim fala o Senhor: 1“Eis que o dia do Senhor está chegando, teus despojos serão divididos em teu próprio recinto; 2reunirei todas as nações para o combate em Jerusalém, e então a cidade será tomada, as casas serão destruídas e as mulheres, violadas: metade da cidade irá para o cativeiro, mas o resto do povo não será expulso dela. 3Então sairá o Senhor a combater contra aquelas nações, como já combateu no tempo da guerra. 4Seus pés se firmarão, naquele dia, sobre o Monte das Oliveiras, situado ao nascente de Jerusalém; o Monte das Oliveiras será rachado ao meio, em duas partes, ao nascente e ao poente, formando enormes escarpas; metade do monte se afastará para o Norte e metade, para o Sul. 5Fugireis para os vales entre os montes, porque esse vale se estende até Iasol; fugireis, como fugistes do terremoto, no reinado de Ozias, rei de Judá; virá o Senhor, meu Deus, e todos os santos com ele.

Acontecerá, naquele dia, que não haverá luz,mas sim frio e gelo; 7será um só dia contínuo, só conhecido do Senhor, sem divisão de dia e noite; ao cair da tarde, haverá luz. 8Acontecerá, naquele dia, que brotarão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental e metade para o mar ocidental: correrão no verão e no inverno. 9O Senhor reinará sobre a terra inteira: naquele dia, haverá um só Senhor, o seu nome será único. 10Todo o país voltará à faixa do deserto, desde Gaba até Remon, ao sul de Jerusalém, que será exaltada e repovoada em seu território, desde a Porta de Benjamin até ao lugar da Porta Velha, até à Porta dos Ângulos; e desde a Torre de Hananeel até aos Lagares do Rei. 11Ali habitarão, e não haverá mais nenhuma contrariedade, mas Jerusalém será habitada em condições de segurança.

12 O Senhor fará cair sobre todos os povos, que atacaram Jerusalém, um flagelo, a saber, cada um terá seu corpo apodrecido, ainda em vida; apodrecidos os olhos dentro das órbitas; apodrecida a língua na boca. 13Naquele dia, o Senhor fará surgir uma grande confusão entre eles, que se agredirão e se ferirão uns aos outros. 14Mas o próprio Judá lutará em Jerusalém; as riquezas de todas as nações vizinhas lhes serão arrebatadas, ouro, prata e roupas em quantidade. 15Flagelo semelhante àquele sofrerão os cavalos, mulas, camelos, asnos e animais de carga que se encontrarem nos acampamentos.

16 Os sobreviventes de todas as nações que atacaram Jerusalém virão a ela, todos os anos, para adorar o Rei, Senhor dos exércitos, e celebrar a festa dos Tabernáculos. 17Se alguma dessas nações da terra não for a Jerusalém para adorar o Rei, Senhor dos exércitos, não mais cairá sobre ela a chuva. 18Mas, se o povo do Egito não se mexer para ir até lá, cairá sobre ele um outro flagelo, que o Senhor se reserva lançar sobre os povos, que se recusam a celebrar a festa dos Tabernáculos. 19Tal será o castigo do Egito e o castigo de todos os povos que não forem celebrar a solenidade dos Tabernáculos. 20Naquele dia, colocarão nas campainhas dos cavalos: ‘Reservado para o Senhor’; e as bacias, na casa do Senhor, ficarão repletas, como taças diante do altar. 21Todo recipiente, em Jerusalém e em Judá, será reservado ao serviço do Senhor dos exércitos”.

 Responsório             Zc 14,8a; 13,1; Jo 19,34

R. Naquele dia há de jorrar uma fonte de água viva
para a casa de Davi e os habitantes de Sião
* Para lavar o pecador.
V. Um soldado abriu o lado de Jesus com uma lança
e logo saiu sangue e água juntamente. * Para lavar.

Segunda leitura

Das Cartas de São Roque González, presbítero

(Lit. Annuae P. Rochi González pro anno 1615 [s. d.] datae ad P. Provincialem Petrum Oñate. Ed. [in lingua hispanica] in: Documentos para la Historia Argentina, vol.20, Buenos Aires 1920, pp. 24-25)            (Séc.XVII)

Espero que esta cruz seja o princípio
para se levantarem muitas outras

Voltando pouco depois para lá encontrei um local onde podia ficar: uma pequena choupana perto do rio; e, passado algum tempo, ofereceram-me uma palhoça maior. Dois meses mais tarde, o Padre Reitor enviou o Padre Diogo de Boroa. Este chegou finalmente na segunda-feira de Pentecostes. Com muita consolação considerávamos como o amor de Deus nos juntava naquelas terras tão longínquas. Dividimos entre nós o limitado espaço da nossa morada, com um tabique feito de canas. Ao lado tínhamos uma capela, pouco maior que o próprio altar em que celebrávamos a Missa. Por eficácia deste supremo e divino sacrifício, em que Cristo se ofereceu ao Pai na Cruz, começou ele a triunfar ali, pois os demônios que antes costumavam aparecer a estes índios não se atreveram a aparecer mais, como testemunhou algum deles. Resolvemos continuar na mesma palhoça, embora tudo nos faltasse. O frio era tanto que nos custava adormecer. O alimento também não era melhor: milho ou farinha de mandioca, que é a comida dos índios; e porque começamos a buscar pelos bosques umas ervas de que se alimentam os papagaios, com este apelido nos chamavam.

Prosseguindo as coisas deste modo, e temendo os demônios que, se a Companhia de Jesus entrasse nestas regiões, eles perderiam em breve o que por tanto tempo tinham possuído, começaram a espalhar por todo o Paraná que nós éramos espiões e falsos sacerdotes, e que trazíamos a morte em nossos livros e imagens. Divulgou-se isto a tal ponto que, estando o Padre Boroa a explicar aos índios os mistérios da nossa fé, eles temiam aproximar-se das sagradas imagens, com receio de algum contágio mortífero. Mas estas ideias foram-se desfazendo pouco a pouco, sobretudo quando viram com os próprios olhos que os nossos eram para eles como verdadeiros pais, dando-lhes de bom grado quanto tinham em casa e assistindo-os nos seus trabalhos e enfermidades,de dia e de noite, auxiliando-os não só em proveito das suas almas, o que é certamente mais importante, mas também dos seus corpos.

E assim, quando vimos consolidar-se o amor dos índios para conosco, pensamos em construir uma igreja, que, embora pequena e modesta e coberta com palha, apareceu a esta gente miserável como um palácio real, e ficam atônitos quando levantam os olhos para o teto. Ambos tivemos de trabalhar com barro para fazer o reboco e para ensinar os indígenas a fazer tijolos. Deste modo conseguimos ter a igreja pronta para o dia de Santo Inácio do ano passado de 1615. Neste dia celebramos lá a primeira missa e renovamos os nossos votos. Houve ainda outros ritos festivos, quanto era possível segundo a pobreza do lugar. Também quisemos organizar umas danças, mas estes rapazes são tão rudes que não conseguiram aprendê-las. Levantamos depois uma torre de madeira e pusemos nela um sino que a todos encheu de admiração, pois nunca tinham visto nem ouvido semelhante coisa. Também foi ocasião de grande devoção uma cruz que os próprios indígenas levantaram: tendo-lhes nós explicado por que razão os cristãos adoram a cruz, eles se ajoelharam conosco para adorá-la. Desconhecida até agora nestas terras, espero em nosso Senhor que esta cruz seja o princípio para se levantarem muitas outras.

Responsório Jo 10,15.18; Jr 12,7

R. Do meu pai eu recebi uma missão para salvar.
* Eu dou minha vida por minhas ovelhas.
V. Deixei a minha casa, rejeitei a minha herança;
minha vida muito amada coloquei-a livremente
na mão dos inimigos. * Eu dou.

Oração

Senhor, que a vossa palavra cresça nas terras onde os vossos mártires a semearam e seja multiplicada em frutos de justiça e de paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.