Memória de São Luís Gonzaga, religioso

Ofício das Leituras

V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

Senhor, a vós cantamos
um hino de louvor,
louvando o vosso santo
perfeito servidor.

Fiel seguiu a Cristo,
deixando as alegrias,
riquezas e prazeres
que o mundo oferecia.

Humilde, obediente,
a vós se consagrou;
do corpo a castidade
por Cristo conservou.

Buscou a vossa glória,
unido a vós somente,
com todo o ser entregue
do amor ao fogo ardente.

A vós na terra preso
por grande caridade,
no céu, feliz, triunfa
por toda a eternidade.

Seguindo o seu exemplo,
possamos caminhar
e um dia, a vós, Trindade,
louvor sem fim cantar.

Salmodia

Ant. 1 Ó Senhor, chegue até vós o meu clamor,
não me oculteis a vossa face em minha dor!

Salmo 101(102)

Anseios e preces de um exilado

Bendito seja Deus que nos consola em todas as nossas aflições! (2Cor 1,4).

I

2 Ouvi, Senhor, e escutai minha oração, *
chegue até vós o meu clamor!
3 De mim não oculteis a vossa face *
no dia em que estou angustiado!
– Inclinai o vosso ouvido para mim, *
ao invocar-vos atendei-me sem demora!

4 Como fumaça se desfazem os meus dias, *
estão queimando como brasas os meus ossos.
5 Meu coração se tornou seco igual à erva, *
até esqueço de tomar meu alimento.
6 À força de gemer e lamentar, *
tornei-me tão-somente pele e osso.

7 Eu pareço um pelicano no deserto, *
sou igual a uma coruja entre ruínas.
8 Perdi o sono e passo a noite a suspirar *
como a ave solitária no telhado.
9 Meus inimigos me insultam todo o dia, *
enfurecidos lançam pragas contra mim.

10 É cinza em vez de pão minha comida, *
minha bebida eu misturo com as lágrimas.
11 Em vossa indignação, em vossa ira *
me exaltastes, mas depois me rejeitastes;
12 os meus dias como sombras vão passando, *
e aos poucos vou murchando como a erva.

Ant. Ó Senhor, chegue até vós o meu clamor,
não me oculteis a vossa face em minha dor!

Ant. 2 Ouvi, Senhor, a oração dos oprimidos!

II

13 Mas vós, Senhor, permaneceis eternamente, *
de geração em geração sereis lembrado!
14 Levantai-vos, tende pena de Sião, *
já é tempo de mostrar misericórdia!
15 Pois vossos servos têm amor aos seus escombros *
sentem compaixão de sua ruína.

16 As nações respeitarão o vosso nome, *
e os reis de toda a terra, a vossa glória;
17 quando o Senhor reconstruir Jerusalém *
e aparecer com gloriosa majestade,
18 ele ouvi a oração dos oprimidos *
não desprezará a sua prece.

19 Para as futuras gerações se escreva isto, *
e um povo novo a ser criado louve a Deus.
20 Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, *
e o Senhor olhou a terra do alto céu,
21 para os gemidos dos cativos escutar *
e da morte libertar os condenados.

22 Para que cantem o seu nome em Sião *
louve ao Senhor Jerusalém,
23 quando os povos e as nações se reunirem *
todos os impérios o servirem.

Ant. Ouvi, Senhor, a oração dos oprimidos!

Ant. 3 A terra, no prinpio, vós criastes,
e os céus, por vossas mãos, foram criados.

III

24 Ele abateu as minhas forças no caminho *
e encurtou a duração da minha vida.
= Agora eu vos suplico, ó meu Deus; †
25 não me leveis já na metade dos meus dias, *
vós, cujos anos são eternos, ó Senhor!

26 A terra no princípio vós criastes, *
por vossas mãos também os céus foram criados;
27 eles perecem, vós porém permaneceis; *
como veste os mudais e todos passam;
– ficam velhos todos eles como roupa, *
28 mas vossos anos não têm fim, sois sempre o mesmo!

=29 Assim também a geração dos vossos servos †
terá casa e viverá em segurança, *
e ante vós se firmará sua descendência.

Ant. terra, no prinpio, vós criastes,
e os céus, por vossas mãos, foram criados.

V. Escuta, ó meu povo, a minha lei.
R. Ouve atento as palavras que eu te digo!

Primeira leitura

Do Primeiro Livro de Samuel             17,57―18,9.20-30

Inveja de Saul contra Davi

            Naqueles dias: 17,57 Quando Davi voltou da vitória sobre o filisteu, tendo ainda na mão a cabeça de Golias, Abner levou-o à presença de Saul. 58Saul perguntou-lhe: “Quem é o teu pai, jovem?” E Davi respondeu: “Eu sou filho de Jessé de Belém, teu servo”.

              18,1 Quando Davi terminou de falar com Saul, Jônatas se sentiu profundamente ligado a Davi, e se lhe afeiçoou como a si próprio. 2Saul o engajou naquele dia, não o deixando voltar para a casa do pai. 3Jônatas concluiu uma aliança com Davi, pois o amava como a si próprio. 4Jônatas tirou o manto que vestia, e o entregou a Davi, dando-lhe igualmente a armadura e mesmo a espada juntamente com o arco e o cinturão. 5Davi partia em expedição, saindo-se bem em todos os encargos que Saul lhe dava. Por isso Saul o pôs à testa dos homens de guerra, tornando-se assim bem visto por todo o povo e mesmo pelos cortesãos de Saul.

              6Quando Davi voltou, depois de ter matado o filisteu, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, dançando e cantando alegremente ao som de tamborins e címbalos. 7E, enquanto dançavam, diziam em coro:

“Saul matou mil,
mas Davi matou dez mil”.

              8Saul ficou muito encolerizado com isto e não gostou nada da canção, dizendo: “A Davi deram dez mil, e a mim somente mil. Que lhe falta ainda, senão a realeza?” 9E, a partir daquele dia, não olhou mais para Davi com bons olhos.

              20Micol, a outra filha de Saul, amava Davi. Quando o contaram a Saul, ele alegrou-se, porque pensava consigo: 21“Vou dar-lhe Micol, para que ela lhe seja uma armadilha e ele caia nas mãos dos filisteus”. Por isso disse a Davi pela segunda vez: “Tu serás hoje meu genro”. 22E ordenou a seus servos que dissessem em segredo a Davi: “Achaste graça aos olhos do rei e todos os seus servos te amam. Portanto, aceita ser o genro do rei”. 23Os servos do rei repetiram estas palavras aos ouvidos de Davi, mas este respondeu: “Porventura, vos parece coisa pequena ser genro do rei? Tanto mais que sou pobre e de condição humilde”. 24Os servos de Saul lhe comunicaram: “Assim respondeu Davi”. 25Saul replicou: “Assim falareis a Davi: O rei não quer outro pagamento a não ser cem prepúcios de filisteus, para se vingar dos inimigos do rei”. Deste modo, Saul tencionava entregar Davi nas mãos dos filisteus.

              26Então os servos transmitiram estas palavras a Davi, e este achou boa a proposta de se tornar genro do rei. 27Antes que expirasse o prazo fixado, Davi partiu com seus homens, matou duzentos filisteus, entregando ao rei o número completo de prepúcios, a fim de se tornar seu genro.

            Então Saul deu-lhe como esposa sua filha Micol. 28E Saul compreendeu muito bem que o Senhor estava com Davi, e que Micol, sua filha, o amava. 29Por isso Saul teve ainda mais medo de Davi, tornando-se seu inimigo para sempre.30Os chefes dos filisteus fizeram incursões, mas todas as vezes que se punham em campo, Davi tinha mais êxito do que todos os homens de Saul, de modo que o seu nome se tornou muito famoso.

Responsório Sl 55(56),2.4b.14ab

R. Tende pena e compaixão de mim, ó Deus,
pois há tantos que me calcam sob os pés
e agressores me oprimem todo dia.
* Porei em vós a minha inteira confiança.
V. Porque da morte arrancastes minha vida
e não deixastes os meus pés escorregarem.
* Porei em vós.

Segunda leitura

Da Carta escrita por São Luís Gonzaga à sua mãe.

(Acta Sanctorum, Iuni, 5,578)            (Séc.XVI)

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor

            Ilustríssima senhora, peço que recebas a graça do Espírito Santo e a sua perpétua consolação. Quando recebi tua carta, ainda me encontrava nesta região dos mortos. Mas agora, espero ir em breve louvar a Deus para sempre na terra dos vivos. Pensava mesmo que a esta hora já teria dado esse passo. Se é caridade, como diz São Paulo, chorar com os que choram e alegrar-se com os que se alegram (cf. Rm 12,15), é preciso, mãe ilustríssima, que te alegres profundamente porque, por teus méritos, Deus me chama à verdadeira felicidade e me dá a certeza de jamais me afastar do seu temor.

            Na verdade, ilustríssima senhora, confesso-te que me perco e arrebato quando considero, na sua profundeza, a bondade divina. Ela é semelhante a um mar sem fundo nem limites, que me chama ao descanso eterno por um tão breve e pequeno trabalho; que me convida e chama ao céu para aí me dar àquele bem supremo que tão negligentemente procurei, e me promete o fruto daquelas lágrimas que tão parcamente derramei.

            Por conseguinte, ilustríssima senhora, considera bem e toma cuidado em não ofender a infinita bondade de Deus. Isto aconteceria se chorasses como morto aquele que vai viver perante a face de Deus e que, com sua intercessão, poderá auxiliar-te incomparavelmente mais do que nesta vida. Esta separação não será longa; no céu nos tornaremos a ver. Lá, unidos ao autor da nossa salvação, seremos repletos das alegrias imortais, louvando-o com todas as forças da nossa alma e cantando eternamente as suas misericórdias. Se Deus toma de nós aquilo que havia emprestado, assim procede com a única intenção de colocá-lo em lugar mais seguro e fora de perigo, e nos dar aqueles bens que desejamos dele receber.

            Disse tudo isto, ilustríssima senhora, para ceder ao desejo que tenho de que tu e toda a minha família considereis minha partida como um feliz benefício. Que a tua bênção materna me acompanhe na travessia deste mar, até alcançar a margem onde estão todas as minhas esperanças. Escrevo isto com alegria para dar-te a conhecer que nada me é bastante para manifestar com mais evidência o amor e a reverência que te devo, como um filho à sua mãe.

Responsório Sl 40(41),13; 83(84),11bc

R. Vós, Senhor, me haveis de guardar são e salvo
* E me pôr para sempre na vossa presença.
V. Prefiro estar no limiar de vossa casa,
a hospedar-me na mansão dos pecadores.
* E me pôr.

Oração

Ó Deus, fonte dos dons celestes, reunistes no jovem Luís Gonzaga a prática da penitência e a admirável pureza de vida. Concedei-nos, por seus méritos e preces, imitá-lo na penitência, se não o seguimos na inocência. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade o Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.