Memória de Santa Mônica




Ofício das Leituras

V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

Esta louvável mulher,
por suas obras honrada,
já com os anjos triunfa
pelas virtudes ornada.

A Deus orava com lágrimas
e com fiel coração,
entre jejuns e vigílias,
fiel à santa oração.

Do mundo a glória pisou,
firmando a mente no bem.
E, na perfeita justiça,
dos céus subiu mais além.

Em sua casa ela fez
brilhar as santas ações.
Seu prêmio agora recebe
de Deus nas altas mansões.

Honra, poder, majestade
ao Uno e Trino Senhor.
Ouvindo as preces da santa,
nos una aos santos no Amor.

Salmodia

Ant. 1 Quem se tornar pequenino como uma criança,
há de ser o maior no Reino dos céus.

Salmo 130(131)

Confiança filial e repouso em Deus

Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração (Mt 11,29)

1 Senhor, meu coração não é orgulhoso, *
nem se eleva arrogante o meu olhar;
– não ando à procura de grandezas, *
nem tenho pretensões ambiciosas!

2 Fiz calar e sossegar a minha alma; *
ela es em grande paz dentro de mim,
– como a criança bem tranqüila, amamentada *
no regaço acolhedor de sua mãe.

3 Confia no Senhor, ó Israel, *
desde agora e por toda a eternidade!

Ant. Quem se tornar pequenino como uma criança,
há de ser o maior no Reino dos céus.

Ant. 2 Na simplicidade do meu coração,
alegre, vos dei tudo aquilo que tenho.

Salmo 131(132)

As promessas do Senhor à casa de Davi

O Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu Pai (Lc 1,32).

I

1 Recordai-vos, ó Senhor, do rei Davi *
e de quanto vos foi ele dedicado;
2 do juramento que ao Senhor havia feito *
e de seu voto ao Poderoso de Jacó:

3 “Não entrarei na minha tenda, minha casa, *
nem subirei à minha cama em que repouso,
4 não deixarei adormecerem os meus olhos, *
nem cochilarem em descanso minhas pálpebras,
5 até que eu ache um lugar para o Senhor, *
uma casa para o Forte de Jacó!”

6 Nós soubemos que a arca estava em Éfrata *
e nos campos de Iaar a encontramos:
7 Entremos no lugar em que ele habita, *
ante o escabelo de seus pés o adoremos!

8 Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso, *
subi vós, com vossa arca poderosa!
9 Que se vistam de alegria os vossos santos, *
e os vossos sacerdotes, de justiça!
10 Por causa de Davi, o vosso servo, *
não afasteis do vosso Ungido a vossa face!

Ant. Na simplicidade do meu coração,
alegre, vos dei tudo aquilo que tenho.

Ant. 3 O Senhor fez a Davi um juramento,
e seu reino permanece para sempre.

II

11 O Senhor fez a Davi um juramento, *
uma promessa que jamais renegará:
– “Um herdeiro que é fruto do teu ventre *
colocarei sobre o trono em teu lugar!

12 Se teus filhos conservarem minha Aliança *
e os preceitos que lhes dei a conhecer,
– os filhos deles igualmente hão de sentar-se *
eternamente sobre o trono que te dei!”

13 Pois o Senhor quis para si Jerusalém *
e a desejou para que fosse sua morada:
14 “Eis o lugar do meu repouso para sempre, *
eu fico aqui: este é o lugar que preferi!”

15 “Abençoarei suas colheitas largamente, *
e os seus pobres com o pão saciarei!
16 Vestirei de salvação seus sacerdotes, *
e de alegria exultarão os seus fiéis!”

17 “De Davi farei brotar um forte Herdeiro, *
acenderei ao meu Ungido uma lâmpada.
18 Cobrirei de confusão seus inimigos, *
mas sobre ele brilhará minha coroa!”

Ant. O Senhor fez a Davi um juramento,
e seu reino permanece para sempre.

V. Vinde ver, contemplai os progios de Deus,
R. E a obra estupenda que fez no universo.

Primeira leitura

Do Livro do Profeta Jeremias                 7,1-20

Oráculo contra a falsa confiança no templo

 Palavra comunicada a Jeremias, da parte do Senhor: 2“Põe-te à porta da casa do Senhor e, lá, anuncia esta palavra, dizendo: Ouvi a palavra do Senhor, todos vós de Judá, que entrais por estas portas para adorar o Senhor. 3Isto diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Melhorai vossa conduta e vossas obras, que eu vos farei habitar neste lugar. 4Não ponhais vossa confiança em palavras mentirosas, dizendo: ‘É o templo do Senhor, o templo do Senhor, o templo do Senhor!’ 5Mas, se melhorardes vossa conduta e vossas obras, se fizerdes valer a justiça, uns com os outros, 6não cometerdes fraudes contra o estrangeiro, o órfão e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, e não andardes atrás de deuses estrangeiros, para vosso próprio mal, 7então eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, desde sempre e para sempre.  

Eis que confiais em palavras mentirosas, que para nada servem. 9Como! Roubar, matar, cometer adultério e perjúrio, queimar incenso a Baal, e andar atrás de deuses que nem sequer conheceis; 10e depois, vindes à minha presença, nesta casa em que meu nome é invocado, e dizeis: ‘Nenhum mal nos foi infligido’, tendo embora cometido todas essas abominações. 11Acaso, esta casa, em que meu nome é invocado, tornou-se a vossos olhos uma caverna de ladrões?  

Eis que também eu vi, diz o Senhor. 12Ide ao meu posto, em Silo, onde a princípio habitou meu Nome, e vede o que aí fiz em razão da maldade do meu povo, Israel. 13E agora, que praticastes todas estas obras, diz o Senhor, falei a todos vós desde muito cedo, na hora de levantar-vos, e não ouvistes, chamei-vos e não atendestes; 14farei a esta casa, sobre a qual foi meu Nome invocado e na qual tendes confiança, farei a este lugar, que vos dei, a vós e a vossos pais, como fiz em Silo; 15eu vos expulsarei de minha presença, como expulsei todos os vossos irmãos, a inteira descendência de Efraim. 16Tu, portanto, não rezes por este povo, não dirijas preces e orações por essas pessoas; não me desobedeças, eu não te atenderei. 17Não estás vendo o que eles fazem nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém? 18Os filhos ajuntam lenha, os pais acendem o fogo, as mulheres preparam a farinha para fazer bolos destinados à rainha da noite e servirem libações aos deuses estrangeiros, provocando a minha ira. 19Mas isto provoca a minha ira – diz o Senhor – ou antes, vergonha a eles próprios? 20Isto, pois, diz o Senhor Deus: Minha ira e indignação hão de cair sobre este lugar, sobre homens e animais, sobre as árvores da região e sobre os frutos da terra. Tudo arderá para não mais se apagar.

Responsório Jr 7,11; Is 56,7c; Jo 2,16b

R. Por acaso esta casa, consagrada ao meu nome,
ter-se-ia transformado em um antro de ladrões?
* Minha casa é casa de oração
e para todos os povos o será.
V. Não façais, diz o Senhor, da casa do meu Pai
uma casa de comércio. * Minha casa.

Segunda leitura

Dos Livros das Confissões, de Santo Agostinho, bispo

(Lib. 9,10-11: CSEL 33,215-219)                 (Séc.V)

Procuremos alcançar a sabedoria eterna

Estando bem perto o dia em que ela deixaria esta vida – dia que conhecias e que ignorávamos – aconteceu por oculta disposição tua, como penso, que eu e ela estivéssemos sentados sozinhos perto da janela que dava para o jardim da casa onde nos tínhamos hospedado, lá junto de Óstia Tiberina. Ali, longe do povo, antes de embarcarmos, nos refazíamos da longa viagem.Falávamos a sós, com muita doçura e, esquecendo-nos do passado, com os olhos no futuro, indagávamos entre nós sobre a verdade presente, quem és tu, como seria a futura vida eterna dos santos, que olhos não viram, nem ouvidos ouviram nem subiu ao coração do homem (cf. 1Cor 2,9). Mas ansiávamos com os lábios do coração pelas águas celestes de tua fonte, fonte da vida que está junto de ti. 

Eu dizia estas coisas, não deste modo nem com estas palavras. No entanto, Senhor, tu sabes que naquele dia, enquanto falávamos, este mundo foi perdendo o valor, junto com todos os seus deleites. Então disse ela: “Filho, quanto a mim, nada mais me agrada nesta vida. Que faço ainda e por que ainda aqui estou, não sei. Toda a esperança terrena já desapareceu. Uma só coisa fazia-me desejar permanecer por algum tempo nesta vida: ver-te cristão católico, antes de morrer. Deus me atendeu com a maior generosidade, porque te vejo até como seu servo, desprezando a felicidade terrena. Que faço aqui?” 

O que lhe respondi, não me lembro bem. Cinco dias depois, talvez, ou não muito mais, caiu com febre. Doente, um dia desmaiou, sem conhecer os presentes. Corremos para junto dela, mas recobrando logo os sentidos, viu-me a mim e a meu irmão e disse-nos, como que procurando algo semelhante: “Onde estava eu?” 

Em seguida, olhando-nos, opressos pela tristeza, disse: “Sepultai vossa mãe”. Eu me calava e retinha as lágrimas. Mas meu irmão falou qualquer coisa assim que seria melhor não morrer em terra estranha, mas na pátria. Ouvindo isto, ansiosa, censurando-o com o olhar por pensar assim, voltou-se para mim: “Vê o que diz”. Depois falou a ambos: “Ponde este corpo em qualquer lugar. Não vos preocupeis com ele. Só vos peço que vos lembreis de mim no altar de Deus, onde quer que estiverdes”. Terminando como pôde de falar, calou-se e continuou a sofrer com o agravamento da doença. Finalmente, no nono dia da sua doença, aos cinquenta e seis anos de idade e no trigésimo terceiro da minha vida, aquela alma piedosa e santa libertou-se do corpo.

Responsório 1Cor 7,29a.30b.31; 2,12a

R. Meus irmãos, o tempo é breve.
Os que se alegram sejam, pois,
como se não se alegrassem;
os que usam deste mundo,
como se dele não usassem,
* Porque passa a aparência perecível deste mundo.
V. Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo.
* Porque passa.

Oração

Ó Deus, consolação dos que choram, que acolhestes misericordioso as lágrimas de santa Mônica pela conversão de seu filho Agostinho, dai-nos, pela intercessão de ambos, chorar os nossos pecados e alcançar o vosso perdão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.