Segunda-feira da 4ª Semana da Páscoa

V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

Exulte o céu do alto,
aplaudam terra e mar;
o Cristo, ressurgindo,
a vida vem nos dar.

O tempo favorável
à terra já voltou;
felizes, contemplamos
o dia salvador,

no qual o mundo, salvo
no sangue do Cordeiro,
já brilha em meio às trevas
com brilho verdadeiro.

A morte mata a morte,
da culpa nos redime;
a força do vencido,
vencendo, apaga o crime.

É esta a nossa espera,
é este o nosso gozo:
também ressurgiremos,
com Cristo glorioso.

Por isso, celebremos
a Páscoa do Cordeiro,
repletos pela graça
do seu amor primeiro.

Jesus, sede a alegria
perene dos remidos;
uni na vossa glória
da graça os renascidos.

Louvor a vós, Jesus,
da morte vencedor,
reinando com o Pai
e o seu eterno Amor.

Salmodia

Ant. 1 Como Deus é tão bondoso para os justos,
para aqueles que têm puro o coração! †

Salmo 72(73)

O sofrimento do justo

Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim (Mt 11,6).

I

1 Como Deus é tão bondoso para os justos, *
para aqueles que têm puro o coração!

2 † Mas por pouco os meus pés não resvalaram, *
quase escorregaram os meus passos;
3 cheguei a ter inveja dos malvados, *
ao ver o bem-estar dos pecadores.

4 Para eles não existe sofrimento, *
seus corpos são robustos e sadios;
5 não sofrem a dureza do trabalho *
nem conhecem a aflição dos outros homens.

6 Eles fazem do orgulho o seu colar, *
da violência, uma veste que os envolve;
7 transpira a maldade de seu corpo, *
transbordam falsidade suas mentes.

8 Zombam do bem e elogiam o que é mau, *
exaltam com orgulho a opressão;
9 investe sua boca contra o céu, *
e sua língua envenena toda a terra.

10 Por isso vai meu povo procurá-los *
e beber com avidez nas suas fontes;
11 eles dizem: “Por acaso Deus entende, *
e o Altíssimo conhece alguma coisa?”
12 Olhai bem, pois são assim os pecadores, *
que tranqüilos amontoam suas riquezas.

Ant. Como Deus é tão bondoso para os justos,
para aqueles que têm puro o coração!

Ant. 2 Os maus que hoje riem, amanhã hão de chorar.

II

13 Será em vão que guardei puro o coração *
e lavei na inocência minhas mãos?
14 Porque sou chicoteado todo o tempo *
e recebo meus castigos cada dia.
15 Se eu pensasse: “Vou fazer igual a eles”, *
trairia a geração dos vossos filhos.

16 Pus-me então a refletir sobre este enigma, *
mas pareceu-me uma tarefa bem difícil.
17 Até que um dia, penetrando esse mistério, *
compreendi qual é a sorte que os espera,
18 pois colocais os pecadores num declive, *
e vós mesmo os empurrais para a desgraça.

19 Num instante eles caíram na ruína, *
acabaram e morreram de terror!
20 Como um sonho ao despertar, ó Senhor Deus, *
ao levantar-vos, desprezais a sua imagem.

Ant. Os maus que hoje riem, amanhã hão de chorar.

Ant. 3 Haverão de perecer os que vos deixam;
para mim só há um bem: é estar com Deus.

III

21 Quando então se revoltava o meu esrito, *
e dentro em mim o coração se atormentava,
22 eu, estulto, não podia compreender; *
perante vós me comportei como animal.

23 Mas agora eu estarei sempre convosco, *
porque vós me segurastes pela mão;
24 vosso conselho vai guiar-me e conduzir-me, *
para levar-me finalmente à vossa glória!

25 Para mim, o que há no céu fora de vós? *
Se estou convosco, nada mais me atrai na terra!
=26 Mesmo que o corpo e o coração se vão gastando, †
Deus é o apoio e o fundamento da minh’alma, *
é minha parte e minha herança para sempre!

27 Eis que haverão de perecer os que vos deixam, *
exterminais os que sem vós se prostituem.
28 Mas para mim só há um bem: é estar com Deus *
é colocar o meu refúgio no Senhor
– e anunciar todas as vossas maravilhas *
junto às portas da cidade de Sião.

Ant. Haverão de perecer os que vos deixam;
para mim só há um bem: é estar com Deus.

V. Meu coração e minha carne rejubilam. Aleluia.
R. E exultam de alegria no Deus vivo. Aleluia.

Primeira leitura

Do Livro do Apocalipse             13,1-18

As duas bestas

        Eu, João, 1vi então uma besta que subia do mar. Tinha dez chifres e sete cabeças. Em cima dos chifres havia dez coroas e sobre as cabeças, um nome blasfemo. 2A besta que eu via parecia uma pantera. Seus pés eram como os de um urso, sua boca como a boca de um leão. Então o Dragão entregou à besta sua força e seu trono, juntamente com grande poder. 3Uma das suas cabeças parecia mortalmente ferida, mas sua ferida mortal foi curada.

        E toda a terra, cheia de admiração, foi atrás da besta. 4Adoraram o Dragão, porque tinha entregue o poder à besta, e diziam: “Quem é igual à besta? Quem pode lutar contra ela?” 5A besta recebeu uma boca para proferir arrogância e blasfêmia. Recebeu também poder para agir durante quarenta e dois meses. 6Então abriu a boca em blasfêmias contra Deus, blasfemando contra o seu nome e a sua morada e contra os que moram no céu. 7Foi-lhe permitido combater contra os santos e vencê-los, e recebeu poder sobre toda tribo, povo, língua e nação. 8Então adoraram a besta todos os habitantes da terra cujo nome não está escrito, desde a fundação do mundo, no livro da vida do Cordeiro imolado.

9Se alguém tem ouvidos, ouça.
10Se alguém está destinado á prisão,
à prisão irá.
Se alguém deve morrer pela espada,
pela espada tem de morrer.

        Aqui é preciso a perseverança e a fidelidade dos santos.

        11Eu vi ainda outra besta sair da terra. Tinha dois chifres como um carneiro, mas falava como um dragão. 12Ela exerce todo o poder da primeira besta, na presença desta. Ela faz com que a terra e seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal tinha sido curada. 13A segunda besta realiza grandes milagres, até mesmo o de fazer descer fogo do céu sobre a terra à vista dos homens. 14Por causa do poder de fazer estes milagres, sempre na presença da primeira besta, ela consegue seduzir a humanidade, dizendo aos habitantes da terra que devem fazer uma imagem da primeira besta, que tinha sido ferida à espada, mas ficou com vida. 15Foi-lhe permitido animar a imagem da primeira besta, de modo que a imagem falasse e fosse morto quem não a adorasse. 16A segunda besta faz com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, recebam uma marca na mão direita ou na fronte. 17E ninguém pode comprar ou vender, se não tiver a marca da besta ou o número do seu nome. 18Aqui é preciso inteligência: quem é esperto pode decifrar o número da besta. É o número de uma pessoa humana. Seu número é seiscentos e sessenta e seis.

Responsório Ap 3,5; Mt10,22b

R. O vencedor vestirá a roupa branca
e de modo algum apagarei o seu nome do livro da vida.
* Confessarei o seu nome abertamente,
diante de meu Pai e de seus anjos. Aleluia.
V. Quem for fiel até o fim, há de ser salvo.* Confessarei.

Segunda leitura

Do Livro Sobre o Espírito Santo, de São Basílio, bispo

(Cap 15,35-36: PG 32,130-131)        (Séc.IV)

O Espírito vivifica

        O Senhor que nos concede a vida, estabeleceu conosco a aliança do batismo, como símbolo da morte e da vida. A água é imagem da morte e o Espírito nos dá o penhor da vida. Assim, torna-se evidente o que antes perguntávamos: por que a água está unida ao Espírito? É dupla, com efeito, a finalidade do batismo: destruir o corpo do pecado para que nunca mais produza frutos de morte, e vivificá-lo pelo Espírito, para que dê frutos de santidade. A água é a imagem da morte porque recebe o corpo como num sepulcro; e o Espírito, por sua vez, comunica a força vivificante que renova nossas almas, libertando-as da morte do pecado e restituindo-lhes a vida. Nisto consiste o novo nascimento da água e do Espírito:na água realiza-se a nossa morte, enquanto o Espírito nos traz a vida.

        O grande mistério do batismo realiza-se em três imersões e três invocações, para que não somente fique bem expressa a imagem da morte, mas também a alma dos batizados seja iluminada pelo dom da ciência divina. Por isso, se a água tem o dom da graça, não é por sua própria natureza mas pela presença do Espírito. O batismo, de fato, não é uma purificação da imundície corporal, mas o compromisso de uma consciência pura perante Deus. Eis por que o Senhor, a fim de nos preparar para a vida que brota da ressurreição, propõe-nos todo o programa de uma vida evangélica, prescrevendo que não nos entreguemos à cólera, sejamos pacientes nas contrariedades e livres da aflição dos prazeres e do amor ao dinheiro. Isto nos manda o Senhor, para nos induzir a praticar, desde agora, aquelas virtudes que na vida futura se possuem como condição natural da nova existência.

        O Espírito Santo restitui o paraíso, concede-nos entrar no reino dos céus e voltar à adoção de filhos. Dá-nos a confiança de chamar a Deus nosso Pai, de participar da graça de Cristo, de sermos chamados filhos da luz, de tomar parte na glória eterna, numa palavra, de receber a plenitude de todas as bênçãos tanto na vida presente quanto na futura. Dá-nos ainda contemplar, como num espelho, a graça daqueles bens que nos foram prometidos e que pela fé esperamos usufruir como se já estivessem presentes. Ora, se é assim o penhor, qual não será a plena realidade? E, se tão grandes são as primícias, como não será a consumação de tudo?

Responsório

R. Quando emerge nossa carne das águas do batismo,
deixando ali sepultos os crimes do pecado,
* A pomba do Espírito vem voando para nós
e vem do céu, trazendo a paz que Deus nos dá
e a Igreja é figurada pela arca. Aleluia.
V. Bendito sacramento da água batismal
pelo qual somos capazes de entrar na vida eterna.
* A pomba.

Oração  

Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei de santa alegria os vossos filhos e filhas que libertastes da escravidão do pecado e concedei-lhes a felicidade eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.