Sábado da 2ª Semana da Páscoa


V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém.

Hino

Exulte o céu do alto,
aplaudam terra e mar;
o Cristo, ressurgindo,
a vida vem nos dar.

O tempo favorável
à terra já voltou;
felizes, contemplamos
o dia salvador,

no qual o mundo, salvo
no sangue do Cordeiro,
já brilha em meio às trevas
com brilho verdadeiro.

A morte mata a morte,
da culpa nos redime;
a força do vencido,
vencendo, apaga o crime.

É esta a nossa espera,
é este o nosso gozo:
também ressurgiremos,
com Cristo glorioso.

Por isso, celebremos
a Páscoa do Cordeiro,
repletos pela graça
do seu amor primeiro.

Jesus, sede a alegria
perene dos remidos;
uni na vossa glória
da graça os renascidos.

Louvor a vós, Jesus,
da morte vencedor,
reinando com o Pai
e o seu eterno Amor.

Salmodia

Ant. 1 Lembrai-vos, ó Senhor, de mim, lembrai-vos;
visitai-me com a vossa salvação!

 Salmo 105(106)
A bondade do Senhor e a infidelidade do povo

Essas coisas foram escritas para nos admoestar e instruir a nós que já chegamos ao fim dos tempos (1Cor 10,11). 

I

– 1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, *
porque eterna é a sua misericórdia!
 2 Quem conta os grandes feitos do Senhor? *
Quem canta todo o louvor que ele merece?  

 3 Felizes os que guardam seus preceitos *
e praticam a justiça em todo o tempo!
– 4 Lembrai-vos, ó Senhor, de mim, lembrai-vos,*
pelo amor que demonstrais ao vosso povo!

– Visitai-me com a vossa salvação, *
5 para que eu veja o bem-estar do vosso povo,
– e exulte na alegria dos eleitos, *
e me glorie com os que são vossa herança.  

– 6 Pecamos como outrora nossos pais, *
praticamos a maldade e fomos ímpios;
– 7 no Egito nossos pais não se importaram *
com os vossos admiráveis grandes feitos.

– Logo esqueceram vosso amor prodigioso *
e provocaram o Senhor no mar Vermelho;
– mas salvou-os pela honra de seu nome, *
para dar a conhecer o seu poder.

 9 Ameaçou o mar Vermelho e ele secou, *
entre as ondas os guiou como em deserto;
– 10 dos seus perseguidores os salvou, *
e do poder do inimigo os libertou.

– 11 Seus opressores afogaram-se nas águas, *
tanto assim que não sobrou nenhum sequer.
– 12 Então tiveram fé na sua palavra *
e cantaram em seguida o seu louvor.

– 13 Mas bem depressa esqueceram suas obras, *
não confiaram nos projetos do Senhor.
– 14 No deserto deram largas à cobiça, *
na solidão eles tentaram o Senhor.

 15 Concedeu-lhes o Senhor o que pediam *
e saciou a sua gula e seus desejos.
 16 Invejaram a Moisés no acampamento, *
e a Aarão, o consagrado do Senhor.

– 17 Abriu-se a terra e ali tragou Datan *
e sepultou o bando todo de Abiron.
– 18 Um fogo consumiu seus seguidores, *
uma chama devorou aqueles ímpios.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.  

Ant. Lembrai-vos, ó Senhor, de mim, lembrai-vos;
visitai-me com a vossa salvação

Ant. 2 O povo da Aliança somos nós:
não esqueçamos o amor do nosso Deus

II

– 19 Construíram um bezerro no Horeb *
e adoraram uma estátua de metal;
– 20 eles trocaram o seu Deus, que é sua glória, *
pela imagem de um boi que come feno.

 21 Esqueceram-se do Deus que os salvara, *
que fizera maravilhas no Egito;
 22 no país de Cam fez tantas obras admiráveis, *
no mar Vermelho, tantas coisas assombrosas.

– 23 Até pensava em acabar com sua raça, *
não se tivesse Moisés, o seu eleito,
– interposto, intercedendo junto a ele, *
para impedir que sua ira os destruísse.

 24 Desprezaram uma terra de delícias, *
não confiaram na palavra do Senhor;
– 25 murmuraram contra ele em suas tendas, *
não quiseram escutar a sua voz.

– 26 Então, erguendo a mão, ele jurou *
que havia de prostrá-los no deserto
– e dispersar os filhos seus por entre os povos, *
espalhando-os através da terra inteira.

– 27 Renderam culto a Baal, deus de Fegor, *
e comeram oblações a deuses mortos;
– 28 provocaram o Senhor com suas práticas, *
e uma peste entre eles se alastrou.

– 30 Então Finéias levantou-se e fez justiça, *
e a peste em seguida terminou;
– 31 justiça seja feita, pois, a ele, *
de geração em geração, por todo o sempre!

– 32 Junto às águas de Meriba o irritaram, *
e Moisés saiu-se mal por causa deles;
– 33 porque tinham irritado seu espírito *
e o levaram a falar sem refletir.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.  

Ant. O povo da Aliança somos nós:
não esqueçamos o amor do nosso Deus

Ant. 3 Salvai-nos, ó Senhor e nosso Deus,
e, do meio das nações, nos congregai

III

– 34 Não quiseram suprimir aqueles povos, *
que o Senhor tinha mandado exterminar;
35 misturaram-se, então, com os pagãos, *
e aprenderam seus costumes depravados.

– 36 Aos ídolos pagãos prestaram culto, *
que se tornaram armadilha para eles;
– 37 pois imolaram até mesmo os próprios filhos, *
sacrificaram suas filhas aos demônios.

– 38 sangue inocente derramaram, *
sangue de seus filhos e suas filhas,
– que aos deuses de Canaã sacrificaram, *
profanando aquele chão com tanto sangue!

– 39 Contaminaram-se com suas próprias obras, *
prostituíram-se em crimes incontáveis.
– 40 Acendeu-se a ira de Deus contra o seu povo, *
e o Senhor abominou a sua herança.

– 41 E entregou-os entre as mãos dos infiéis, *
para que fossem dominados por estranhos;
– 42 seus inimigos se tornaram seus tiranos *
e os humilharam sob o jugo de suas mãos.

43 Quantas vezes o Senhor os libertou! †
Eles, porém, por malvadez o provocavam, *
e afundavam sempre mais em seu pecado.
– 44 Mas o Senhor tinha piedade do seu povo, *
quando ouvia o seu grito na aflição.

– 45 Lembrou-se então da Aliança em seu favor *
e no seu imenso amor se comoveu,
– 46 fazendo que encontrassem compaixão *
junto àqueles que os levaram como escravos.

– 47 Salvai-nos, ó Senhor, ó nosso Deus, *
e do meio das nações nos congregai,
– para ao vosso santo nome agradecer *
e para termos nossa glória em vos louvar!

48 Seja bendito o Senhor Deus de Israel, †
desde sempre e pelos séculos sem fim! *
Que todo o povo diga Amém, oh sim, Amém!

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Salvai-nos, ó Senhor e nosso Deus,
e, do meio das nações, nos congregai!

V. Deus nos fez renascer para a viva esperança, aleluia,
R. Pela resureição do Senhor dentre os mortos. Aleluia.

Primeira leitura

Do Livro do Apocalipse 5,1-14

Visão do Cordeiro

Eu, João, 1vi um livro na mão direita daquele que estava sentado no trono. Era um rolo escrito por dentro e por fora, e estava lacrado com sete selos. 2Vi então um anjo forte, que proclamava em voz alta: “Quem é digno de romper os selos e abrir o livro?” 3Ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra era digno de abrir o livro ou de ler o que nele estava escrito. 4Eu chorava muito, porque ninguém foi considerado digno de abrir ou de ler o livro. 5Um dos

anciãos me consolou: “Não chores! Eis que o Leão da tribo de Judá, o Rebento de Davi, saiu vencedor. Ele pode romper os selos e abrir o livro”.

6De fato, vi um Cordeiro. Estava no centro do trono e dos quatro Seres vivos, no meio dos Anciãos. Estava de pé como que imolado. O Cordeiro tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a terra. 7Então, o Cordeiro veio receber o livro da mão direita daquele que está sentado no trono. 8Quando ele recebeu o livro, os quatro Seres vivos e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro. Todos tinham harpas e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.9E entoaram um cântico novo:

“Tu és digno de receber o livro

 e abrir seus selos,

 porque foste imolado,

 e com teu sangue adquiriste para Deus homens de toda a tribo,língua, povo e nação.

 10Deles fizeste para o nosso Deus um reino de sacerdotes. E eles reinarão sobre a terra.”

 11Na minha visão, ouvi a voz de numerosos anjos, que estavam em volta do trono, e dos Seres vivos e dos Anciãos. Eram milhares de milhares, milhões de milhões, 12e proclamavam em alta voz:

“O Cordeiro imolado

 é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria

 e a força, a honra, a glória e o louvor”.

13Ouvi também todas as criaturas que estão no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo o que neles existe, e diziam: “Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro, o louvor e a honra, a glória e o poder para sempre”.

14Os quatro Seres vivos respondiam: “Amém”, e os Anciãos se prostraram em adoração daquele que vive para sempre.

Responsório Ap 5,9bcd.10ª

R. Vós sois digno, Senhor, nosso Deus,
de o livro nas mãos receber
e de abrir suas folhas lacradas,
porque fostes por nós imolado,
 * Para Deus nos remiu vosso sangue. Aleluia.
 V. Pois fizestes, de nós, para Deus
sacerdotes e povo de reis. * Para Deus.

Segunda leitura

Da Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia, do Concílio Vaticano II

(N.5-6)     (Séc.XX)

O plano da salvação

Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2,4); por isso muitas vezes e de muitos modos falou outrora aos nossos pais, pelos profetas (Hb 1,1). Quando se completou o tempo previsto, enviou o seu Filho (Gl 4,4), a Palavra que se fez carne, ungido pelo Espírito Santo, para anunciar a boa-nova aos pobres e curar os contritos de coração, como médico dos corpos e das almas, mediador entre Deus e os homens. Sua humanidade, na unidade da pessoa do Verbo, foi o instrumento de nossa salvação. Deste modo, em Cristo realizou-se perfeitamente a nossa reconciliação com Deus e nos foi dada a plenitude do culto divino. 

Esta obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus, prefiguradas pelas obras maravilhosas que ele operou no povo da Antiga Aliança, foi realizada por Cristo, principalmente pelo mistério pascal de sua bem-aventurada paixão, ressurreição dos mortos e gloriosa ascensão. Por este mistério, morrendo destruiu nossa morte e, ressuscitando,restituiu-nos a vida. Foi do lado de Cristo adormecido na cruz, que nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja.

Assim como Cristo foi enviado pelo Pai, da mesma forma enviou os apóstolos, repletos do Espírito Santo, não apenas para pregarem o evangelho a toda criatura, anunciando que o Filho de Deus, por sua morte e ressurreição, nos libertou da morte e do poder de Satanás e nos introduziu no reino do Pai, mas também para realizarem a obra da salvação que anunciavam, por meio do sacrifício e dos sacramentos, ao redor dos quais se desenvolve toda a vida litúrgica.

Pelo batismo, os homens são incorporados no mistério pascal de Cristo: mortos com ele, sepultados com ele e com ele ressuscitados, recebem o Espírito de adoção filial no qual todos nós clamamos: Abá – ó Pai! (Rm 8,15), transformando-nos assim nos verdadeiros adoradores que o Pai procura.

Do mesmo modo, todas as vezes que comem a ceia do Senhor, anunciam a sua morte até que ele venha. Por isso, no próprio dia de Pentecostes, quando a Igreja se manifestou ao mundo, os que aceitaram as palavras de Pedro receberam o batismo (At 2,41). Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo.(At 2,42.47).

Desde então, nunca mais a Igreja deixou de se reunir para celebrar o mistério pascal lendo todas as passagens da Escritura que falavam dele (Lc 24,27), celebrando a Eucaristia na qual se tornam presentes a vitória e o triunfo de sua morte e, ao mesmo tempo, dando graças a Deus, pelo seu dom inefável (2Cor 9,15) em Cristo Jesus, para o louvor de sua glória (Ef 1,12).

Responsório Cf. Jo 15,5a.9

R. Eu sou a videira e vós sois os ramos.
*Quem em mim permanece, no qual eu permaneço,
esse dá muito fruto. Aleluia.
V. Como o Pai me amou, também eu vos amei;
permanecei no meu amor. * Quem, em mim.

Oração

Ó Deus, por quem fomos remidos e adotados como filhos, velai sobre nós em vosso amor de Pai e concedei aos que crêem no Cristo a liberdade verdadeira e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.