Sábado da 11ª Semana do Tempo Comum

Ofício das Leituras

V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

Um Deus em três pessoas,
o mundo governais:
dos homens que criastes
as faltas perdoais.

Ouvi, pois, nosso canto
e o pranto que vertemos:
de coração sem mancha,
melhor vos contemplemos.

Por vosso amor tenhamos
a alma iluminada,
e alegres aguardemos,
Senhor, vossa chegada.

Rompendo agora a noite,
do sono despertados,
com os bens da pátria eterna
sejamos cumulados!

A glória seja ao Pai,
ao Filho seu também;
ao Espírito igualmente,
agora e sempre. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Autor da glória eterna,
que ao povo santo dais
a graça septiforme
do Espírito, escutai:

Tirai ao corpo e à mente
do mal as opressões;
cortai os maus instintos,
curai os corações.

Tornai as mentes calmas,
as obras completai,
ouvi do orante as preces,
a vida eterna dai.

Do tempo, em sete dias,
o curso conduzis.
No dia oitavo e último
vireis como juiz.

E nele, ó Redentor,
da ira nos poupai,
tirai-nos da esquerda,
à destra nos guardai.

Ouvi a prece humilde
do povo reverente,
e a vós daremos glória,
Deus Trino, eternamente.

Salmodia

Ant. 1 Agradeçamos ao Senhor o seu amor
e as suas maravilhas entre os homens.

Salmo 106(107)

Ação de graças pela libertação

Deus enviou sua palavra aos israelitas e lhes anunciou a boa-nova da paz, por meio de Jesus Cristo (At 10,36).

I

1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, *
porque eterna é a sua misericórdia!

2 Que o digam os libertos do Senhor, *
que da mão dos opressores os salvou
3 e de todas as nações os reuniu, *
do Oriente, Ocidente, Norte e Sul.

4 Uns vagavam, no deserto, extraviados, *
sem acharem o caminho da cidade.
5 Sofriam fome e também sofriam sede, *
e sua vida ia aos poucos definhando.

6 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.
7 Pelo caminho bem seguro os conduziu *
para chegarem à cidade onde morar.

8 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
9 Deu de beber aos que sofriam tanta sede *
e os famintos saciou com muitos bens!

10 Alguns jaziam em meio a trevas pavorosas, *
prisioneiros da miséria e das correntes,
11 por se terem revoltado contra Deus *
e desprezado os conselhos do Altíssimo.
12 Ele quebrou seus corações com o sofrimento; *
eles tombaram, e ninguém veio ajudá-los!

13 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.
14 E os retirou daquelas trevas pavorosas, *
despedaçou suas correntes, seus grilhões.

15 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
16 Porque ele arrombou portas de bronze *
e quebrou trancas de ferro das prisões!

Ant. Agradeçamos ao Senhor o seu amor
e as suas maravilhas entre os homens.

Ant. 2 Nós vimos seus progios e suas maravilhas.

II

17 Uns deliravam no caminho do pecado, *
sofrendo a conseqüência de seus crimes;
18 todo alimento era por eles rejeitado, *
e da morte junto às portas se encontravam.

19 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.
20 Enviou sua palavra e os curou, *
e arrancou as suas vidas do sepulcro.

21 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
22 Ofereçam sacrifícios de louvor, *
e proclamem na alegria suas obras!

23 Os que sulcam o alto-mar com seus navios, *
para ir comerciar nas grandes águas,
24 testemunharam os prodígios do Senhor *
e as suas maravilhas no alto-mar.

25 Ele ordenou, e levantou-se o furacão, *
arremessando grandes ondas para o alto;
26 aos céus subiam e desciam aos abismos, *
seus corações desfaleciam de pavor.

27 Cambaleavam e caíam como bêbados, *
toda a sua perícia deu em nada.
28 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.

29 Transformou a tempestade em bonança, *
e as ondas do oceano se calaram.
30 Alegraram-se ao ver o mar tranqüilo, *
e ao porto desejado os conduziu.

31 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
32 Na assembléia do seu povo o engrandeçam *
e o louvem no conselho de anciãos!

Ant. Nós vimos seus progios e suas maravilhas.

Ant. 3 Que os justos, vendo as obras do Senhor,
compreendam como é grande o seu amor!

III

33 Ele mudou águas correntes em deserto, *
e fontes de água borbulhante em terra seca;
34 transformou as terras férteis em salinas, *
pela macia dos que nelas habitavam.

35 Converteu em grandes lagos os desertos *
e a terra árida em fontes abundantes;
36 e ali fez habitarem os famintos, *
que fundaram sua cidade onde morar.

37 Plantaram vinhas, semearam os seus campos, *
que deram frutos e colheitas abundantes.
38 Abençoou-os e cresceram grandemente, *
e não deixou diminuir o seu rebanho.

39 Mas depois ficaram poucos e abatidos, *
oprimidos por desgraças e aflições;
40 porém Aquele que confunde os poderosos *
e os fez errar por um deserto sem saída,
41 retirou da indigência os seus pobres, *
e qual rebanho aumentou suas famílias.

42 Que os justos vejam isto e rejubilem, *
e os maus fechem de vez a sua boca!
43 Quem é bio, que observe essas coisas *
e compreenda a bondade do Senhor!

Ant. Que os justos, vendo as obras do Senhor,
compreendam como é grande o seu amor!

V. Chega às nuvens a vossa verdade, Senhor,
R. E aos abismos dos mares, os vossos juízos.

Primeira leitura

Do Livro dos Juízes                 16,4-6.16-31

Traição de Dalila e morte de Sansão

            Naqueles dias: 4Sansão enamorou-se de uma mulher que habitava no vale de Sorec, cujo nome era Dalila. 5Então os chefes filisteus foram procurá-la e disseram-lhe: “Seduze Sansão e descobre donde vem a sua grande força, e como poderíamos vencê-lo e subjugá-lo. Se fizeres isto, te daremos, cada um, mil e cem siclos de prata”.

              6Dalila perguntou então a Sansão: “Diz-me, eu te rogo, donde vem a tua grande força, e com que deves ser amarado para seres subjugado?”

              16Como ela o importunasse e insistisse cada dia com suas lamúrias, ele ficou desalentado e mortalmente deprimido. 17Então, abrindo-lhe inteiramente o coração, disse: “A navalha jamais passou sobre a minha cabeça, porque sou consagrado a Deus desde o ventre de minha mãe. Se a minha cabeça for rapada, minha força me abandonará, ficarei fraco e serei como os outros homens”.

              18Dalila, percebendo que ele lhe havia contado todo o seu segredo, mandou chamar os chefes dos filisteus, dizendo: “Vinde todos aqui, porque desta vez Sansão me contou todo o seu segredo”. Eles acorreram, trazendo o dinheiro que haviam prometido. 19Dalila fez Sansão adormecer sobre os seus joelhos, chamou um homem, que cortou as sete tranças de Sansão. Ele foi enfraquecendo e, de repente, a sua força o abandonou. 20Então Dalila gritou: “Sansão, os filisteus estão aqui!” Despertando do sono, ele pensou: “Sairei desta como das outras vezes e me livrarei”, sem saber que o Senhor o tinha abandonado. 21Os filisteus agarraram-no e, em seguida, furaram-lhe os olhos. Depois, levaram-no a Gaza, preso com duas correntes de bronze, e puseram-no na prisão, a mover a mó do moinho.

             22Entretanto, começaram a crescer os cabelos que tinham sido cortados. 23Os chefes dos filisteus reuniram-se para oferecer um grande sacrifício ao seu deus Dagon, e para festejar. E diziam:

“Nosso deus nos entregou nas mãos Sansão,
o nosso inimigo”.
24O povo também, vendo isto, louvava o seu deus e fazia coro:
“Nosso deus entregou em nossas mãos
nosso adversário,
que devastava nossa terra
e matou a muitos dos nossos”.

            25Quando já estavam alegres, disseram: “Chamai Sansão, para nos divertir”. Tiraram-no do cárcere e ele dançava diante deles. Como o tivessem colocado entre as colunas, 26Sansão disse ao menino que o levava pela mão: “Deixa que eu toque as colunas que sustentam o edifício e me encoste nelas para descansar um pouco”. 27Ora, a casa estava repleta de homens e mulheres. Achavam-se ali todos os chefes dos filisteus, e cerca de três mil pessoas de ambos os sexos que do teto estavam vendo Sansão que os divertia. 28Então ele invocou o Senhor, dizendo: “Senhor Deus, lembra-te de mim! E dá-me, ó Deus, só mais uma vez a força que eu tinha, para me vingar dos filisteus, fazendo-os pagar, de uma só vez, a perda de meus dois olhos”. 29E, apalpando as duas colunas centrais que sustentavam o templo, apoiou-se contra uma com a direita e contra a outra com a esquerda, e disse: 30“Morra eu com os filisteus!” Então, sacudindo com grande força as colunas, fez o edifício desabar sobre todos os chefes e o resto da multidão que ali estava. E foram muito mais numerosos os que Sansão matou ao morrer, do que os que tinha matado antes quando vivo. 31Os parentes e toda a sua família vieram e levaram o cadáver, sepultando-o entre Saraá e Estaol, no túmulo de seu pai Manué. Sansão fora juiz de Israel durante vinte anos.

Responsório Sl 42(43),1a; 30(31),4a; Jz 16,28b

R. Fazei justiça, meu Deus, e defendei-me
contra a gente impiedosa.
* Sois vós minha rocha e fortaleza.
V. Lembrai-vos de mim, ó Senhor Deus,
e dai-me a força de outrora. * Sois vós.

Segunda leitura

Do Tratado sobre a Oração do Senhor, de São Cipriano, bispo e mártir

(Nn.28-30: CSEL 3,287-289)                 (Séc. III)

Não apenas com palavras,
mas ainda com atos se deve orar

            Não é de admirar, irmãos caríssimos, que a oração, tal como Deus a ensinou, enfeixe, por seu ensinamento, toda a nossa prece numa breve palavra de salvação. Já pelo profeta Isaías isto tinha sido predito, quando, cheio do Espírito Santo, falava da majestade e bondade de Deus: Verbo que completa e abrevia na justiça, porque Deus fará uma palavra abreviada em todo o orbe da terra. Pois a palavra de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, veio para todos e, reunindo doutos e ignorantes, sexos e idades, lhes deu preceitos salutares, resumindo de tal maneira seus mandamentos, que a memória dos discípulos não sentisse dificuldade com o ensinamento celeste, mas rapidamente aprendesse o que era necessário à simples fé.

            Do mesmo modo, ao ensinar-nos o que seja a vida eterna, condensou o mistério da vida com grande e divina brevidade, dizendo: Esta é a vida eterna, que te conheçam a ti, único e verdadeiro Deus, e a quem enviaste, Jesus Cristo. E ainda, querendo salientar os primeiros e maiores preceitos da lei e dos profetas, diz: Ouve, Israel. O Senhor, teu Deus, é um só Senhor; e Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. Este é o primeiro; e o segundo é semelhante a este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas. E de novo: Tudo quanto quiserdes que vos façam os homens, fazei-o a eles. Isto é a lei e os profetas.

            Deus não nos ensinou a orar apenas com palavras, mas também com atos. Ele próprio com frequência orou e suplicou, mostrando-nos com seu exemplo o que temos de fazer. Está escrito: Ele se afastava para os lugares solitários e adorava. E ainda: Saiu para o monte a fim de orar e passou a noite inteira em oração a Deus.

            O Senhor orava e pedia não para si – que pediria, o inocente, para si? – mas por nossos delitos, como ele mesmo o declarou ao dizer a Pedro: Eis que Satanás procurava joeirar-vos como trigo. Mas eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça. E pouco depois rogou ao Pai por todos, dizendo: Não rogo apenas por estes, mas também por aqueles que irão crer em mim pelas palavras deles, a fim de que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós.

            Imensa benignidade e piedade de Deus para nossa salvação! Não contente de redimir-nos com seu sangue, ainda quis com tanta generosidade rogar por nós. Considerai o desejo daquele que rogou, para que do mesmo modo como o Pai e o Filho são um, assim também nós permaneçamos na mesma unidade.

Responsório Sl 24(25),1-2a.5

R. Senhor, meu Deus, a vós elevo a minha alma.
* Em vós confio: que eu não seja envergonhado!
V. Vossa verdade me oriente e me conduza,
porque sois o Deus da minha salvação;
em vós espero, ó Senhor, todos os dias.
* Em vós confio.

Oração

Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.