Liturgia das Horas Online

“aconselhamos a guardarem, com toda a pureza, a sua vida nesses dias de Quaresma e também a apagarem, nesses santos dias, todas as negligências dos outros tempos. E isso será feito dignamente, se nos preservamos de todos os vícios e nos entregamos à oração com lágrimas, à leitura, à compunção do coração e à abstinência”. 

Regra de S. Bento

Memória de São José Operário

Ofício das Leituras


V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém.

Hino

Nossas vozes te celebram,
operário São José,
que a oficina consagraste,
trabalhando em Nazaré.

Tão humilde tu vivias,
tendo em ti sangue de rei!
Em silêncio um Deus nutrias,
ao cumprires sua lei.

O teu lar era um modelo
de trabalho e de oração;
com o suor de tua face
conquistavas o teu pão.

Elimina os egoísmos,
dá aos pobres de comer;
possa a Igreja, Cristo místico,
sob a tua mão crescer.

No Deus trino, autor do mundo,
proclamemos nossa fé,
imitando a vida e a morte
do operário São José.

Salmodia

Ant. 1 O Senhor nos libertou do poder do opressor. Aleluia.

Salmo 77(78),40-72

Bondade de Deus e infidelidade do povo ao longo da história da salvação

Esses fatos aconteceram para serem exemplos para nós (1Cor 10,6).

IV

40 Quantas vezes o tentaram no deserto *
e provocaram seu furor na solidão!
41 Eles tentavam o Senhor sempre de novo, *
e irritavam o Deus Santo de Israel;
42 não se lembravam do poder de sua mão *
nem do dia em que os livrou do opressor;

43 quando fez tantos milagres no Egito, *
seus prodígios no lugar chamado Tânis;
44 em sangue fez mudarem os seus rios, *
para que deles não pudessem mais beber.

45 Mandou-lhes moscas como fim de devorá-los, *
e também rãs que infestaram toda a terra;
46 pragas vorazes devoraram suas colheitas, *
e gafanhotos, o produto de seus campos.

47 Arrasou as suas vinhas com granizo *
e com geada destruiu suas figueiras;
48 a saraiva acabou com o seu gado *
e a peste exterminou o seu rebanho.

49 Descarregou todo o ardor de sua ira, *
a angústia e o terror em cima deles;
– com multidões de mensageiros da desgraça, *
50 deu livre curso à vazão de seu furor.

– Da morte não poupou as suas almas, *
e à peste entregou as suas vidas;
51 feriu os primogênitos do Egito, *
as primícias dos varões de suas tendas.

Ant. O Senhor nos libertou do poder do opressor. Aleluia.

Ant. 2 O Senhor nos conduziu para Terra Prometida. Aleluia.

V

52 Fez sair seu povo eleito como ovelhas, *
conduziu-os qual rebanho no deserto;
53 Ele os guiou com segurança e sem temor, *
mas encobriu seus inimigos com o mar.

54 Conduziu-os para a Terra Prometida, *
para o Monte que seu braço conquistou;
55 expulsou diante deles outros povos *
e repartiu-lhes suas terras como herança.

– Nas tendas de outros povos fez morar *
todas as tribos e as famílias de Israel.
56 Mesmo assim, eles tentaram o Altíssimo, *
recusando-se a guardar os seus preceitos.

57 Como seus pais, se transviaram, e o traíram *
como um arco enganador que volta atrás;
58 irritaram-no com seus lugares altos, *
provocaram-lhe o ciúme com seus ídolos.

59 Deus ouviu e enfureceu-se contra eles, *
e repeliu com violência a Israel;
60 abandonou o tabernáculo de Silo *
e a tenda em que morava em meio aos homens.

61 Entregou a sua arca ao cativeiro, *
e às mãos do inimigo a sua glória;
62 fez perecer seu povo eleito pela espada, *
e contra a sua herança enfureceu-se.

63 O fogo devorou seus filhos jovens, *
as suas virgens não puderam mais casar;
64 seus sacerdotes pereceram pela espada, *
suas viúvas não puderam mais chorar.

Ant. O Senhor nos conduziu para Terra Prometida. Aleluia.

Ant. 3 Escolheu a Davi, seu servidor,
para guiar o seu povo preferido. Aleluia.

VI

65 Mas o Senhor se despertou, como de um sono, *
como um guerreiro dominado pelo vinho;
66 feriu seus inimigos pelas costas *
e entregou-os à vergonha sempiterna.

67 Rejeitou então a tenda de José, *
e a tribo de Efraim não escolheu;
68 preferiu, porém, a tribo de Judá *
e o monte de Sião que sempre amou.

69 E construiu seu santuário como um céu, *
como a terra que firmou eternamente.
70 A Davi, seu servidor, ele escolheu *
e tirou-o do aprisco das ovelhas;

=71 ovelhas e cordeiros fez deixar, †
para seu povo de Jacó pastorear, *
e a Israel que escolheu por sua herança;
72 com reto coração apascentou-os *
e com mão habilidosa os conduziu.

Ant. Escolheu a Davi, seu servidor,
para guiar o seu povo preferido. Aleluia.

V. Deus nos fez renascer para a viva esperança, aleluia,
R. Pela ressurreição do Senhor dentre os mortos. Aleluia.

Primeira leitura

Do Livro do Apocalipse    18,1-20

A ruína da Babilônia

        Eu, João 1vi outro anjo descendo do céu. Tinha grande poder, e a terra ficou toda iluminada com a sua glória. 2Ele gritou com voz poderosa: “Caiu! Caiu Babilônia, a grande! Tornou-se morada de demônios, abrigo de todos os espíritos maus, abrigo de aves impuras e nojentas. 3Pois ela embebedou as nações com o vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra, e os comerciantes da terra se enriqueceram com seu luxo desenfreado”.

        4Ouvi uma outra voz do céu, que dizia: “Sai dela, ó meu povo, para que não sejas cúmplice dos pecados dela, nem atingido por suas pragas. 5Seus pecados se amontoaram até o céu e Deus se lembrou das suas iniquidades. 6Pagai-lhe com a mesma moeda, restituí-lhe em dobro o que ela fez. Na taça que ela serviu, servi o dobro para ela. 7Quanto ela se enchia de glória e de luxo, devolvei-lhe agora em dor e luto. Pois dizia para si mesma: “Estou num trono como rainha, não sou viúva, nunca conhecerei luto”. 8Por isso, num só dia, as pragas a surpreenderão: morte, luto e fome. Ela será devorada pelo fogo, pois o Senhor Deus, que a julgou, é forte.

        9Os reis da terra, que se prostituíram com ela, aqueles que participavam do seu luxo, ao enxergar a fumaça do Incêndio vão chorar e bater no peito.10 Vão ficar longe dela, tom medo dos seus sofrimentos, e dirão: “Ai! Ai, ó Grande Cidade! Babilônia, cidade poderosa, uma hora bastou para o teu julgamento!”

        11 Os comerciantes de toda a terra também hão de chorar e por causa dela ficarão de luto, porque ninguém mais vai comprar as suas mercadorias: 12carregamentos de ouro e prata, pedras preciosas e pérolas, linho e púrpura, seda e escarlate, madeiras perfumadas de todo tipo, objetos de marfim e de madeira preciosa, de bronze, de ferro e de mármore, 13canela, temperos, perfumes, mirra e incenso, vinho e azeite, flor de farinha e trigo, bois e ovelhas, cavalos e carros, escravos e vidas humanas. 14″O fruto que almejavas afastou-se de ti. A opulência e o esplendor terminaram para ti, e nunca mais alguém os há de encontrar”.

        15Os comerciantes dessas coisas, que se enriqueceram às custas dela, vão lhe ficar longe com medo dos seus sofrimentos; e, chorando e vestindo luto, 16dirão: “Ai! Ai, ó Grande Cidade, vestida com linho fino, púrpura e escarlate, enfeitada com ouro e pedras preciosas e pérolas, 17uma hora bastou para destruir toda essa riqueza”.

        E todos os pilotos e navegantes, marinheiros e quantos trabalham no mar, ficaram longe, 18e ao ver o lugar do incêndio, gritaram: “Onde há igual à Grande Cidade?” 19E deitaram cinza na cabeça, choraram, ficaram de luto e grita­vam: “Ai! Ai, ó Grande Cidade! Com tua grandeza se enriqueceram todos os armadores. Bastou uma hora para ficares arruinada”. 20Alegra-te por causa dela, ó Céu, e também vós, santos, apóstolos e profetas, pois Deus julgou a vossa causa contra ela”.

Responsório Is 52,1 Ib. 12b; Jr 51,45 (cf. Ap 18,4)

R. Deixai a Babilônia e purificai-vos,
ó vós, que levais os vasos de Deus!
Diante de vós irá o Senhor,
* E o Deus de Israel vos reunirá. Aleluia.
V. Deixai Babilônia, meu povo,
para que cada um se preserve da fúria e da ira de Deus.
* E o Deus.

Segunda leitura

Da Constituição pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo contemporâneo, do Concílio Vaticano II

(N.33-34)        (Séc.XX)

A atividade humana no mundo

Por seu trabalho e inteligência, o homem procurou sempre mais desenvolver a sua vida. Hoje em dia, porém, ajudado antes de tudo pela ciência e pela técnica, ele estendeu continuamente o seu domínio sobre quase toda a natureza; e, principalmente, graças aos meios de intercâmbio de toda espécie entre as nações, a família humana pouco a pouco se reconhece e se constitui como uma só comunidade no mundo inteiro. Por isso, muitos bens que o homem esperava antigamente obter sobretudo de forças superiores, hoje os consegue por seus próprios meios.

Diante deste esforço imenso, que já penetra a humanidade inteira, surgem muitas perguntas entre os homens. Qual é o sentido e o valor desta atividade? Como todas estas coisas devem ser usadas? Qual a finalidade desses esforços, sejam eles individuais ou coletivos?

A Igreja, guardiã do depósito da palavra de Deus, que é a fonte dos seus princípios de ordem religiosa e moral, embora ainda não tenha uma resposta imediata para todos os problemas, deseja no entanto unir a luz da revelação à competência de todos, para iluminar o caminho no qual a humanidade entrou recentemente.

Para os fiéis é pacífico que a atividade humana individual e coletiva, aquele imenso esforço com que os homens, no decorrer dos séculos, tentaram melhorar as suas condições de vida, considerado em si mesmo, corresponde ao plano de Deus.

Com efeito, o homem, criado à imagem de Deus, recebeu a missão de dominar a terra com tudo o que ela contém e de governar o mundo na justiça e na santidade, isto é, reconhecendo a Deus como Criador de todas as coisas, orientando para ele o seu ser e todo o universo; assim, com todas as coisas submetidas ao homem, o nome de Deus seja glorificado na terra inteira.

Isto diz respeito também aos trabalhos cotidianos. Pois os homens e as mulheres que, ao procurar o sustento para si e suas famílias, exercem suas atividades de maneira a bem servir à sociedade, têm razão para ver no seu trabalho um prolongamento da obra do Criador, um serviço a seus irmãos e uma contribuição pessoal para a realização do plano de Deus na história.

Portanto, bem longe de pensar que as obras produzidas pelo talento e esforço dos homens se opõem ao poder de Deus, ou considerar a criatura racional como rival do Criador, os cristãos, pelo contrário, estão convencidos de que as vitórias do gênero humano são um sinal da grandeza de Deus e fruto de seus inefáveis desígnios. Quanto mais, porém, cresce o poder dos homens, tanto mais aumenta a sua responsabilidade, seja pessoal seja comunitária.

Donde se vê que a mensagem cristã não afasta os homens da tarefa de construir o mundo nem os leva a negligenciar o bem de seus semelhantes; mas, antes, os impele a sentir esta obrigação como um verdadeiro dever.

Responsório Cf. Gn 2,15

R. Colocou o Senhor Deus, no jardim do Éden,
o homem que criara,
* Para que ele o cultivasse e o guardasse, aleluia.
V. Era esta, no princípio, a condição humana.
* Para que ele.

Oração 

Ó Deus, criador do universo, que destes aos homens a lei do trabalho, concedei-nos, pelo exemplo e a proteção de São José, cumprir as nossas tarefas e alcançar os prêmios prometidos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.