V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Hino
I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:
Um Deus em três pessoas,
o mundo governais:
dos homens que criastes
as faltas perdoais.
Ouvi, pois, nosso canto
e o pranto que vertemos:
de coração sem mancha,
melhor vos contemplemos.
Por vosso amor tenhamos
a alma iluminada,
e alegres aguardemos,
Senhor, vossa chegada.
Rompendo agora a noite,
do sono despertados,
com os bens da pátria eterna
sejamos cumulados!
A glória seja ao Pai,
ao Filho seu também;
ao Espírito igualmente,
agora e sempre. Amém.
II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:
Autor da glória eterna,
que ao povo santo dais
a graça septiforme
do Espírito, escutai:
Tirai ao corpo e à mente
do mal as opressões;
cortai os maus instintos,
curai os corações.
Tornai as mentes calmas,
as obras completai,
ouvi do orante as preces,
a vida eterna dai.
Do tempo, em sete dias,
o curso conduzis.
No dia oitavo e último
vireis como juiz.
E nele, ó Redentor,
da ira nos poupai,
tirai-nos da esquerda,
à destra nos guardai.
Ouvi a prece humilde
do povo reverente,
e a vós daremos glória,
Deus Trino, eternamente.
Salmodia
Ant. 1 Agradeçamos ao Senhor o seu amor
e as suas maravilhas entre os homens.
Salmo 106(107)
Ação de graças pela libertação
Deus enviou sua palavra aos israelitas e lhes anunciou a boa-nova da paz, por meio de Jesus Cristo (At 10,36).
I
–1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, *
porque eterna é a sua misericórdia!
–2 Que o digam os libertos do Senhor, *
que da mão dos opressores os salvou
–3 e de todas as nações os reuniu, *
do Oriente, Ocidente, Norte e Sul.
–4 Uns vagavam, no deserto, extraviados, *
sem acharem o caminho da cidade.
–5 Sofriam fome e também sofriam sede, *
e sua vida ia aos poucos definhando.
–6 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
e ele os libertou daquela angústia.
–7 Pelo caminho bem seguro os conduziu *
para chegarem à cidade onde morar.
–8 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
–9 Deu de beber aos que sofriam tanta sede *
e os famintos saciou com muitos bens!
–10 Alguns jaziam em meio a trevas pavorosas, *
prisioneiros da miséria e das correntes,
–11 por se terem revoltado contra Deus *
e desprezado os conselhos do Altíssimo.
–12 Ele quebrou seus corações com o sofrimento; *
eles tombaram, e ninguém veio ajudá-los!
–13 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
e ele os libertou daquela angústia.
–14 E os retirou daquelas trevas pavorosas, *
despedaçou suas correntes, seus grilhões.
–15 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
–16 Porque ele arrombou portas de bronze *
e quebrou trancas de ferro das prisões!
Ant. Agradeçamos ao Senhor o seu amor
e as suas maravilhas entre os homens.
Ant. 2 Nós vimos seus prodígios e suas maravilhas.
II
–17 Uns deliravam no caminho do pecado, *
sofrendo a conseqüência de seus crimes;
–18 todo alimento era por eles rejeitado, *
e da morte junto às portas se encontravam.
–19 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
e ele os libertou daquela angústia.
–20 Enviou sua palavra e os curou, *
e arrancou as suas vidas do sepulcro.
–21 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
–22 Ofereçam sacrifícios de louvor, *
e proclamem na alegria suas obras!
–23 Os que sulcam o alto-mar com seus navios, *
para ir comerciar nas grandes águas,
–24 testemunharam os prodígios do Senhor *
e as suas maravilhas no alto-mar.
–25 Ele ordenou, e levantou-se o furacão, *
arremessando grandes ondas para o alto;
–26 aos céus subiam e desciam aos abismos, *
seus corações desfaleciam de pavor.
–27 Cambaleavam e caíam como bêbados, *
e toda a sua perícia deu em nada.
–28 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
e ele os libertou daquela angústia.
–29 Transformou a tempestade em bonança, *
e as ondas do oceano se calaram.
–30 Alegraram-se ao ver o mar tranqüilo, *
e ao porto desejado os conduziu.
–31 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
–32 Na assembléia do seu povo o engrandeçam *
e o louvem no conselho de anciãos!
Ant. Nós vimos seus prodígios e suas maravilhas.
Ant. 3 Que os justos, vendo as obras do Senhor,
compreendam como é grande o seu amor!
III
–33 Ele mudou águas correntes em deserto, *
e fontes de água borbulhante em terra seca;
–34 transformou as terras férteis em salinas, *
pela malícia dos que nelas habitavam.
–35 Converteu em grandes lagos os desertos *
e a terra árida em fontes abundantes;
–36 e ali fez habitarem os famintos, *
que fundaram sua cidade onde morar.
–37 Plantaram vinhas, semearam os seus campos, *
que deram frutos e colheitas abundantes.
–38 Abençoou-os e cresceram grandemente, *
e não deixou diminuir o seu rebanho.
–39 Mas depois ficaram poucos e abatidos, *
oprimidos por desgraças e aflições;
–40 porém Aquele que confunde os poderosos *
e os fez errar por um deserto sem saída,
–41 retirou da indigência os seus pobres, *
e qual rebanho aumentou suas famílias.
–42 Que os justos vejam isto e rejubilem, *
e os maus fechem de vez a sua boca!
–43 Quem é sábio, que observe essas coisas *
e compreenda a bondade do Senhor!
Ant. Que os justos, vendo as obras do Senhor,
compreendam como é grande o seu amor!
V. Chega às nuvens a vossa verdade, Senhor,
R. E aos abismos dos mares, os vossos juízos.
Primeira leitura
Do Segundo Livro dos Reis 2,1-15
Assunção de Elias
Naqueles dias: 1Quando o Senhor quis arrebatar Elias ao céu, num redemoinho, Elias e Eliseu partiram de Guilgal. 2Elias disse a Eliseu: “Permanece aqui, porque o Senhor me enviou a Betel”. Ao que Eliseu respondeu: “Pela vida do Senhor e pela tua, eu não te deixarei”.
Quando desceram a Betel, 3saíram os filhos dos profetas que estavam em Betel ao encontro de Eliseu e disseram-lhe: “Sabes que hoje o Senhor vai arrebatar da tua presença o teu amo?” Ele respondeu: “Já sei; ficai calados!” 4Disse-lhe então Elias: “Permanece aqui, Eliseu, porque o Senhor me mandou a Jericó”. Eliseu respondeu: “Pela vida do Senhor e pela tua, eu não te deixarei”.
E, tendo chegado a Jericó, 5os filhos dos profetas que estavam em Jericó foram ter com Eliseu e disseram-lhe: “Sabes que hoje o Senhor vai arrebatar da tua presença o teu amo?” Ele respondeu: “Já sei; ficai calados!” 6Disse-lhe novamente Elias: “Permanece aqui, porque o Senhor me mandou até ao Jordão”. E ele respondeu: “Pela vida do Senhor e pela tua eu não te deixarei”. E partiram os dois juntos. 7Então, cinquenta dos filhos dos profetas os seguiram, e ficaram parados, à parte, a certa distância, enquanto eles dois chegaram à beira do Jordão.
8Elias tomou então o seu manto, enrolou-o e bateu com ele nas águas, que se dividiram para os dois lados, de modo que ambos passaram a pé enxuto. 9Depois que passaram, Elias disse a Eliseu: “Pede o que queres que eu te faça antes de ser arrebatado da tua presença”. Eliseu disse: “Que me seja dada uma dupla porção do teu espírito”. 10Elias respondeu: “Tu pedes uma coisa muito difícil. Se me vires quando me arrebatarem da tua presença, isso te será concedido; caso contrário, isso não te será dado”. 11E aconteceu que, enquanto andavam e conversavam, um caro de fogo e cavalos de fogo os separaram um do outro, e Elias subiu ao céu num redemoinho.
12Eliseu o via e gritava: “Meu pai, meu pai, carro de Israel e seu condutor!” Depois, não o viu mais. E, tomando as vestes dele, rasgou-as em duas. 13Em seguida, apanhou o manto que Elias tinha deixado cair e, voltando sobre seus passos, estacou à margem do Jordão. 14 Tomou então o manto de Elias e bateu com ele nas águas dizendo: “Onde está agora o Deus de Elias?” E bateu nas águas, que se dividiram, para os dois lados, e Eliseu atravessou o rio.
15Quando os filhos dos profetas residentes em Jericó o avistaram no outro lado, exclamaram: “O espírito de Elias repousou sobre Eliseu!” Eles foram ao seu encontro e se prostraram diante dele.
Responsório Ml 4,5.6a; Lc 1,15a.17a
R. Eu hei de enviar-vos Elias, o profeta,
antes do dia do Senhor, terrível grande dia.
* Converterá os corações dos pais para os seus filhos
e dos filhos para os pais.
V. João Batista será grande aos olhos do Senhor;
ele irá à sua frente com o espírito e o poder
de Elias, o profeta. * Converterá.
Segunda leitura
Do Tratado sobre os Mistérios, de Santo Ambrósio, bispo
(Nn.52-54.58:SCh25 bis,186-188.190) (Séc. IV)
Este sacramento, que recebestes, tem por fonte a palavra de Cristo
Vemos que são maiores as obras da graça do que as da natureza. Entre as obras da graça, incluímos a graça da bênção profética. Se a bênção humana teve a força de mudar a natureza, que diremos da própria consagração divina, em que agem as palavras mesmas do Senhor e Salvador? Porque este sacramento que recebes se realiza pela palavra de Cristo. Se tanto pôde a palavra de Elias que fez o fogo descer do céu, não terá a palavra de Cristo o poder de mudar a substância dos elementos? Já leste acerca da criação do mundo inteiro que ele falou e tudo foi feito, ele ordenou e tudo foi criado. Portanto a palavra de Cristo, que pôde do nada fazer o que não era, não poderá mudar o que existe para aquilo que não era? Dar novas naturezas às coisas não é menos do que mudá-las.
Mas por que apresentamos argumentos? Voltemo-nos para seus exemplos, confirmemos pelos mistérios da encarnação a verdade do mistério. Acaso, quando Jesus nasceu de Maria, foi observada a natureza comum? Normalmente, a mulher concebe pela união com o homem. Está, portanto, bem claro que a Virgem gerou fora da ordem natural. E este que consagramos é o corpo que proveio da Virgem. Por que exiges aqui que seja segundo a natureza, quando foi além da natureza que da Virgem se deu o nascimento do mesmo Senhor Jesus? É realmente a verdadeira carne de Cristo que foi crucificada, sepultada; é verdadeiramente o sacramento desta carne. O próprio Senhor Jesus declara: Isto é o meu corpo. Antes da bênção das palavras celestes era outra realidade; depois da consagração, entende-se o corpo. Ele mesmo diz que é seu sangue. Antes da consagração é outra coisa; depois da consagração, chama-se sangue. E tu dizes: “Amém”; o que quer dizer: “É verdade”. Confesse o nosso interior o que proclamam os lábios, sinta o afeto o que a palavra soa.
Vendo tão grande graça, a Igreja exorta seus filhos, exorta os amigos a que acorram ao sacramento: Comei, amigos meus, bebei e inebriai-vos, meus irmãos. O que comemos, o que bebemos, o Espírito Santo pelo Profeta o exprimiu: Provai e vede, como é suave o Senhor; feliz de quem nele confia. Neste sacramento está Cristo porque é o corpo de Cristo. Não é, por conseguinte, alimento corporal, mas espiritual. O Apóstolo, falando da sua figura, dizia: Nossos pais comeram o pão espiritual e beberam da bebida espiritual. O corpo de Deus é corpo espiritual; o corpo de Cristo é corpo do espírito divino, porque Cristo é espírito, como lemos: O Espírito diante de nossa face, o Cristo Senhor. E na carta de São Pedro encontramos: E Cristo morreu por vós. Por fim este pão fortalece o nosso coração e esta bebida alegra o coração do homem; assim nos lembra o Profeta.
Responsório Mt 26,26; cf. Jó 31,31
R. Na Ceia derradeira Jesus tomou o pão,
deu graças e o partiu, deu aos discípulos, dizendo:
* Tomai e comei, pois isto é o meu corpo.
V. Não diziam as pessoas que habitam minha tenda:
quem não se saciou da carne de sua mesa?
* Tomai.
Oração
Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que eram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão, e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.
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