Ofício das Leituras de Sexta-feira da 7ª Semana do Tempo Comum

V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

Reinais no mundo inteiro,
Jesus, ó sol divino;
deixamos nossos leitos,
cantando este hino.

Da noite na quietude,
do sono levantamos:
mostrando as nossas chagas,
remédio suplicamos.

Oh! quanto mal fizemos,
por Lúcifer levados:
que a glória da manhã
apague esses pecados!

E assim o vosso povo,
por vós iluminado,
jamais venha a tombar
nos laços do Malvado.

A glória seja ao Pai,
ao Filho seu também;
ao Espírito igualmente,
agora e sempre. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Cristo, em nossos corações
infundi a caridade.
Nossos olhos chorem lágrimas
de ternura e piedade.

Para vós, Jesus piedoso,
nossa ardente prece erguemos.
Perdoai-nos, compassivo,
todo o mal que cometemos.

Pelo vosso santo corpo,
pela cruz, vosso sinal,
vosso povo, em toda parte,
defendei de todo o mal.

A vós, Cristo, Rei clemente,
e a Deus Pai, eterno Bem,
com o vosso Santo Espírito
honra e glória sempre. Amém.

Salmodia

Ant. 1 Estou cansado de gritar e de esperar pelo meu Deus.

Salmo 68(69), 2-22.30-37

O zelo pela vossa casa me devora

Deram vinho misturado com fel para Jesus beber (Mt 27,34).

I

2 Salvai-me, ó meu Deus, porque as águas *
a o meu pescoço já chegaram!
3 Na lama do abismo eu me afundo *
e não encontro um apoio para os pés.
– Nestas águas muito fundas vim cair, *
e as ondas já começam a cobrir-me!

4 À força de gritar, estou cansado; *
minha garganta já ficou enrouquecida.
– Os meus olhos já perderam sua luz, *
de tanto esperar pelo meu Deus!

5 Mais numerosos que os cabelos da cabeça, *
são aqueles que me odeiam sem motivo;
– meus inimigos são mais fortes do que eu; *
contra mim eles se voltam com mentiras!

– Por acaso poderei restituir *
alguma coisa que de outros não roubei?
6 Ó Senhor, vós conheceis minhas loucuras, *
e minha falta não se esconde a vossos olhos.

7 Por minha causa não deixeis desiludidos *
os que esperam sempre em vós, Deus do universo!
– Que eu não seja a decepção e a vergonha *
dos que vos buscam, Senhor Deus de Israel!

8 Por vossa causa é que sofri tantos insultos, *
e o meu rosto se cobriu de confusão;
9 eu me tornei como um estranho a meus irmãos, *
como estrangeiro para os filhos de minha mãe.

10 Pois meu zelo e meu amor por vossa casa *
me devoram como fogo abrasador;
– e os insultos de infiéis que vos ultrajam *
recaíram todos eles sobre mim!

11 Se aflijo a minha alma com jejuns, *
fazem disso uma razão para insultar-me;
12 se me visto com sinais de penitência, *
eles fazem zombaria e me escarnecem!
13 Falam de mim os que se assentam junto às portas, *
sou motivo de canções, até de bêbados!

Ant. Estou cansado de gritar e de esperar pelo meu Deus.

Ant. 2 Deram-me fel como se fosse um alimento,
em minha sede ofereceram-me vinagre.

II

14 Por isso elevo para vós minha oração, *
neste tempo favorável, Senhor Deus!
– Respondei-me pelo vosso imenso amor, *
pela vossa salvação que nunca falha!

=15 Retirai-me deste lodo, pois me afundo! †
Libertai-me, ó Senhor, dos que me odeiam, *
e salvai-me destas águas tão profundas!
=16 Que as águas turbulentas não me arrastem, †
não me devorem violentos turbilhões, *
nem a cova feche a boca sobre mim!

17 Senhor, ouvi-me, pois suave é vossa graça, *
ponde os olhos sobre mim com grande amor!
18 Não oculteis a vossa face ao vosso servo! *
Como eu sofro! Respondei-me bem depressa!
19 Aproximai-vos de minh’alma e libertai-me, *
apesar da multidão dos inimigos!

=20 Vós conheceis minha vergonha e meu opróbrio, †
minhas inrias, minha grande humilhação; *
os que me afligem estão todos ante vós!
21 O insulto me partiu o coração; *
não suportei, desfaleci de tanta dor!

= Eu esperei que alguém de mim tivesse pena, †
mas foi em vão, pois a ninguém pude encontrar; *
procurei quem me aliviasse e não achei!
22 Deram-me fel como se fosse um alimento, *
em minha sede ofereceram-me vinagre!

Ant. Deram-me fel como se fosse um alimento,
em minha sede ofereceram-me vinagre.

Ant. 3 Procurai o Senhor continuamente,
e o vosso coração revive.

III

30 Pobre de mim, sou infeliz e sofredor! *
Que vosso aulio me levante, Senhor Deus!
31 Cantando eu louvarei o vosso nome *
e agradecido exultarei de alegria!
32 Isto se mais agradável ao Senhor, *
que o sacricio de novilhos e de touros.

=33 Humildes, vede isto e alegrai-vos: †
vosso coração reviverá, *
se procurardes o Senhor continuamente!

34 Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, *
e não despreza o clamor de seus cativos.
35 Que céus e terra glorifiquem o Senhor *
com o mar e todo ser que neles vive!

=36 Sim, Deus vi e salvará Jerusalém, †
reconstruindo as cidades de Judá, *
onde os pobres morarão, sendo seus donos.
=37 A descendência de seus servos há de herdá-las, †
e os que amam o santo nome do Senhor *
dentro delas fixarão sua morada!

Ant. Procurai o Senhor continuamente,
e o vosso coração revive.

V. O Senhor há de ensinar-nos seus caminhos.
R. E trilharemos, todos nós, suas veredas.

Primeira leitura

Do Livro do Eclesiastes 8,5–9,10

A consolação do sábio

8,5Quem observa o mandamento nenhum mal sofrerá; o coração do sábio conhece o tempo e o julgamento. 6Pois, para todas as coisas, há um tempo e um julgamento. A infelicidade do homem é grande 7porque ele não sabe o que vai acontecer: quem pode anunciar-lhe como há de ser? 8O homem não tem poder sobre o vento, nem para reter o vento; ninguém tem poder sobre o dia da morte, e nessa guerra não há trégua; nem a impiedade salvará quem a pratica.

9Vi essas coisas todas, ao aplicar a minha atenção a tudo o que se faz debaixo do sol, enquanto um homem domina outro para arruiná-lo. 10Vi também os ímpios serem levados à sepultura; retirados do lugar santo, caíram no esquecimento, na cidade, por assim terem agido. Isso também é vaidade. 11Uma vez que não se executa logo a sentença contra as obras más, o coração dos filhos dos homens está sempre voltado para praticar o mal. 12Um pecador prolonga a sua vida, mesmo que cometa cem vezes o mal; mas eu sei também que acontece o bem aos que temem a Deus, porque têm o temor diante de si. 13Não acontece o bem ao ímpio e, como a sombra, não irá prolongar seus dias, porque não tem o temor de Deus. 14Há outra vaidade que se faz sobre a terra: há justos que são tratados conforme a conduta dos ímpios e há ímpios que são tratados conforme a conduta dos justos. Mas eu julgo isso vão. 15E eu exalto a alegria, pois não existe nada de bom para o homem debaixo do sol, a não ser o comer, o beber e o alegrar-se; é isso que o acompanha no seu trabalho nos dias da vida que Deus lhe dá debaixo do sol. 16Após aplicar meu coração a conhecer a sabedoria e a observar a tarefa que se realiza sobre a terra, pois os olhos do homem não vêem repouso nem de dia nem de noite, 17observei toda a obra de Deus e vi que o homem não é capaz de descobrir toda a obra que se realiza debaixo do sol; por mais que o homem trabalhe pesquisando, ele não a descobrirá; e mesmo que um sábio diga que conhece, nem por isso é capaz de a descobrir.

9,1Em tudo isso eu refleti com atenção e curiosamente entendi que os justos e os sábios, com suas obras, estão nas mãos de Deus. O homem não conhece o amor nem o ódio; ambos estão diante dele.

2Assim, todos têm um só destino,
tanto o justo como o ímpio,
o bom como o mau,
o puro como o impuro,
o que sacrifica como o que não sacrifica.
O justo como o pecador,
o que jura como o que evita o juramento.

3Este é o mal que existe em tudo o que se faz debaixo do sol: que o mesmo destino toca a todos. O coração dos filhos dos homens está cheio de maldade e de tolice enquanto vivem; e depois, o seu fim é junto aos mortos. 4Ainda há esperança para quem está ligado aos vivos, pois um cão vivo vale mais do que um leão morto. 5Os vivos sabem ao menos que irão morrer; os mortos, porém, não sabem, e nem terão recompensa, porque a sua memória cairá no esquecimento. 6Seu amor, ódio e inveja terminaram, e eles nunca mais participarão no que se faz debaixo do sol.

7Vai, come teu pão com alegria
e bebe gostosamente o teu vinho,
porque Deus já aceitou as tuas obras.
8Que tuas vestes sejam brancas em todo o tempo
e nunca falte óleo perfumado sobre a tua cabeça.

9Goza da vida em companhia da mulher que amas em todos os dias da vida passageira; porque esta é a tua porção na vida e no trabalho que suportas debaixo do sol. 10Tudo o que te vem à mão para fazer, faze-o com empenho, pois na mansão dos mortos, para onde vais, não existe obra, nem reflexão, nem sabedoria e nem ciência.

Responsório 1Cor 2,9-10; Ecl 8,17a

R. Os olhos não viram, os ouvidos não ouviram
nem suspeitou a mente humana,
o que Deus preparou para aqueles que o amam.
* Deus, porém, revelou-nos
pelo Esrito Santo, que tudo perscruta,
também os misrios profundos de Deus.
V. Ninguém pode entender toda a obra de Deus.
* Deus.

Segunda leitura

Do Comentário sobre o Eclesiastes, de São Gregório de Agrigento, bispo

(Lib. 8,6: PG 98,1071-1074)

(Séc. VI)

Exulte minha alma no Senhor

Vem, come com alegria teu pão e bebe com coração feliz o teu vinho, porque tuas obras já agradaram a Deus.

A explicação mais simples e óbvia desta frase parece-me ser uma justa exortação que nos dirige o Eclesiastes: abraçando um tipo de vida simples e apegados à instrução de uma fé sincera para com Deus, comamos o pão com alegria e bebamos o vinho de coração feliz; sem resvalar para as palavras maldosas, nem nos comportar com duplicidade. Pelo contrário, pensemos sempre o que é reto, e, quanto nos seja possível, auxiliemos com misericórdia e liberalidade os necessitados e mendigos, isto é, atentos aos desejos e ações com que o próprio Deus se deleita.

No entanto, o sentido místico nos leva a mais altos pensamentos e ensina-nos a ver aqui o pão celeste e sacramental que desceu do céu e trouxe a vida ao mundo. Ensina-nos também, com o coração feliz, a beber o vinho espiritual, aquele vinho que jorrou do lado da verdadeira vide, no momento da paixão salvífica. Destes fala o Evangelho de nossa salvação: Tendo Jesus tomado o pão, abençoou-o e disse a seus santos discípulos e apóstolos: Tomai e comei: isto é meu corpo que por vós é repartido para a remissão dos pecados; o mesmo fez com o cálice e disse: Bebei todos dele; este é o meu sangue da nova Aliança, que por vós e por muitos é derramado em remissão dos pecados. Aqueles que comem deste pão e bebem o vinho sacramental, na verdade enchem-se de alegria, exultam e podem exclamar: Deste alegria a nossos corações.

Ainda mais – julgo eu – este pão e este vinho designam, no livro dos Provérbios, a sabedoria de Deus, subsistente por si mesma, Cristo, o nosso salvador, quando diz: Vinde, comei do meu pão e bebei do vinho que preparei para vós; indicando assim a mística participação do Verbo. Aqueles que são dignos desta participação, trazem em todo o tempo vestes ou obras não menos luminosas do que a luz, realizando o que o Senhor diz no Evangelho: Que vossa luz brilhe diante dos homens, para que vejam vossas obras boas e glorifiquem vosso Pai que está nos céus. Igualmente se percebe que em suas cabeças corre sempre o óleo, isto é, o Espírito da verdade que os protege e defende contra todo dano do pecado.

Responsório Sl 15(16),8b-9a.5a

R. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,
pois se o tenho a meu lado não vacilo.
* Eis porque meu coração está em festa
e minha alma rejubila de alegria.
V. Ó Senhor, sois minha herança e minha taça.
* Eis porque.

Oração

Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.


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