V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Hino
O Verbo eterno do Pai,
da luz do Pai emanado,
nascendo eleva a história,
caída pelo pecado.
Nos corações, vosso amor
queime, qual fogo candente.
Ao escutar vosso anúncio,
fuja a mentira da mente.
As profundezas dos seres,
Juiz, vireis penetrar
e, castigando o culpado,
o Reino ao justo entregar.
Enfim, liberto das culpas,
fruto de nossas malícias,
no céu possamos gozar
vossas eternas delícias.
Ó Cristo, Rei piedoso,
a vós e ao Pai toda a glória,
com o Espírito Santo,
eterna honra e vitória.
Salmodia
Ant. 1 Eis que o Rei glorioso virá,
com poder vem salvar as nações. Aleluia.
Salmo 1
Os dois caminhos do homem
Felizes aqueles que, pondo toda a sua esperança na Cruz, desceram até a água do batismo (Autor do séc. II).
–1 Feliz é todo aquele que não anda *
conforme os conselhos dos perversos;
– que não entra no caminho dos malvados, *
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
–2 mas encontra seu prazer na lei de Deus *
e a medita, dia e noite, sem cessar.
–3 Eis que ele é semelhante a uma árvore *
que à beira da torrente está plantada;
= ela sempre dá seus frutos a seu tempo, †
e jamais as suas folhas vão murchar. *
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar,
=4 mas bem outra é a sorte dos perversos. †
Ao contrário, são iguais à palha seca *
espalhada e dispersada pelo vento.
–5 Por isso os ímpios não resistem no juízo *
nem os perversos, na assembléia dos fiéis.
–6 Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, *
mas a estrada dos malvados leva à morte.
– Glória ao Pai…
Ant. Eis que o Rei glorioso virá,
com poder vem salvar as nações. Aleluia.
Ant. 2 Exulta de alegria, ó Sião,
Jerusalém, tem confiança e não receies,
está perto o teu Rei e Salvador.
Salmo 2
O Messias, rei e vencedor
Uniram-se contra Jesus, teu santo servo, a quem ungiste (At 4,27).
–1 Por que os povos agitados se revoltam? *
por que tramam as nações projetos vãos?
=2 Por que os reis de toda a terra se reúnem, †
e conspiram os governos todos juntos *
contra o Deus onipotente e o seu Ungido?
–3 “Vamos quebrar suas correntes”, dizem eles, *
“e lançar longe de nós o seu domínio!”
–4 Ri-se deles o que mora lá nos céus; *
zomba deles o Senhor onipotente.
–5 Ele, então, em sua ira os ameaça, *
e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz:
–6 “Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei, *
e em Sião, meu monte santo, o consagrei!”
=7 O decreto do Senhor promulgarei, †
foi assim que me falou o Senhor Deus: *
“Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!
=8 Podes pedir-me, e em resposta eu te darei †
por tua herança os povos todos e as nações, *
e há de ser a terra inteira o teu domínio.
–9 Com cetro férreo haverás de dominá-los, *
e quebrá-los como um vaso de argila!”
–10 E agora, poderosos, entendei; *
soberanos, aprendei esta lição:
–11 Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória *
e prestai-lhe homenagem com respeito!
–12 Se o irritais, perecereis pelo caminho, *
pois depressa se acende a sua ira!
– Felizes hão de ser todos aqueles *
que põem sua esperança no Senhor!
– Glória ao Pai …
Ant. Exulta de alegria, ó Sião,
Jerusalém, tem confiança e não receies,
está perto o teu Rei e Salvador.
Ant. 3 Purificado seja o nosso coração,
para irmos ao encontro do Senhor,
o grande Rei, porque Ele vem sem mais tardar.
Salmo 3
O Senhor é o meu protetor
Jesus adormeceu e ergueu-se do sono da morte, porque o Senhor era o seu protetor (Sto. Irineu).
–2 Quão numerosos, ó Senhor, os que me atacam; *
quanta gente se levanta contra mim!
–3 Muitos dizem, comentando a meu respeito: *
“Ele não acha a salvação junto de Deus!”
–4 Mas sois vós o meu escudo protetor, *
a minha glória que levanta minha cabeça!
–5 Quando eu chamei em alta voz pelo Senhor, *
do Monte santo ele me ouviu e respondeu.
–6 Eu me deito e adormeço bem tranqüilo; *
acordo em paz, pois o Senhor é meu sustento.
–7 Não terei medo de milhares que me cerquem *
e furiosos se levantem contra mim.
= Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me! †
8 Vós que feristes em seu rosto os que me atacam, *
e quebrastes aos malvados os seus dentes.
– 9 Em vós, Senhor, nós encontramos salvação; *
e repouse a vossa bênção sobre o povo!
– Glória ao Pai…
Ant. Purificado seja o nosso coração,
para irmos ao encontro do Senhor,
o grande Rei, porque Ele vem sem mais tardar.
V. Levantai vossa cabeça e olhai.
R. Pois a vossa redenção se aproxima.
Primeira leitura
Início do Livro do Profeta Isaías 1,1-18
Deus censura o seu povo
1 Visão de Isaías, filho de Amós,
acerca de Judá e Jerusalém
no tempo dos reis de Judá:
Ozias, Joatão, Acaz e Ezequias.
2 Ouvi, ó céus, presta ouvidos, ó terra,
pois é o Senhor quem falou:
“Criei e fiz crescer meus filhos,
mas eles me desprezaram.
3 O boi reconhece o seu dono
e o burro, a manjedoura
do seu senhor;
mas Israel não me conhece,
meu povo não quer entender”.
4 Ai da nação pecadora,
povo cheio de maldade,
geração de malfeitores, filhos degenerados!
Abandonaram o Senhor,
desprezaram o Santo de Israel,
voltaram para trás.
5 De que valem novos golpes
se continuais prevaricando?
A cabeça toda é uma chaga,
o coração está esgotado;
6 da planta dos pés à cabeça
não há nele nada de intacto:
feridas, contusões e chagas expostas
não são curadas, não são enfaixadas,
nem recebem o remédio do unguento.
7 Vossa terra está deserta,
vossas cidades, incendiadas;
forasteiros saqueiam vosso país à vista de todos,
como se fosse devastado numa operação guerreira.
8 Sião jaz abandonada,
como cabana numa vinha,
como choupana no meio da horta,
como uma cidade sitiada!
9 Se o Senhor dos exércitos
não vos tivesse deixado um resto,
seríamos como Sodoma,
semelhantes a Gomorra.
10 Ouvi a palavra do Senhor,
magistrados de Sodoma,
prestai ouvidos ao ensinamento do nosso Deus,
povo de Gomorra.
11 Que me importa a abundância
– diz o Senhor.
Estou farto de holocaustos de carneiros
e de gordura de animais cevados;
do sangue de touros, de cordeiros
e de bodes, não me agrado.
12 Quando entrais para vos apresentar diante de mim,
quem vos pediu para pisardes os meus átrios?
13 Não continueis a trazer oferendas vazias!
O incenso é para mim uma abominação!
Não suporto lua nova, sábado,
convocação de assembléia:
iniqüidade com reunião solene!
14 Vossas luas novas e vossas solenidades,
eu as detesto!
Elas são para mim um peso,
estou cansado de suportá-las.
15 Quando estendeis as vossas mãos
escondo de vós os meus olhos.
Ainda que multipliqueis a oração,
eu não ouço:
vossas mãos estão cheias de sangue!
16 Lavai-vos, purificai-vos.
Tirai a maldade de vossas ações
de minha frente.
Deixai de fazer o mal!
17 Aprendei a fazer o bem!
Procurai o direito, corrigi o opressor.
Julgai a causa do órfão, defendei a viúva.
18 Vinde, debatamos – diz o Senhor.
Ainda que vossos pecados sejam como púrpura,
tornar-se-ão brancos como a neve.
Se forem vermelhos como o carmesim,
tornar-se-ão como lã.
Responsório Is 1,16.18.17
R. Lavai-vos, ficai limpos,
tirai do meu olhar as vossas más ações.
* Se forem vossas culpas vermelhas como a púrpura,
elas hão de se tornar tão brancas como a lã.
V. Cessai de agir mal, aprendei a fazer o bem,
procurai o que é justo.
* Se forem vossas culpas vermelhas como a púrpura,
elas hão de se tornar tão brancas como a lã.
Segunda leitura
Das Catequeses de São Cirilo de Jerusalém, bispo
(Cat. 15,1-3: PG 33,870-874) (Séc. IV)
As duas vindas de Cristo
Anunciamos a vinda de Cristo: não apenas a primeira, mas também a segunda, muito mais gloriosa. Pois a primeira revestiu um aspecto de sofrimento, mas a segunda manifestará a coroa da realeza divina.
Aliás, tudo o que concerne a nosso Senhor Jesus Cristo tem quase sempre uma dupla dimensão. Houve um duplo nascimento: primeiro, ele nasceu de Deus,antes dos séculos; depois, nasceu da Virgem, na plenitude dos tempos. Dupla descida: uma, discreta como a chuva sobre a relva; outra, no esplendor, que se realizará no futuro.
Na primeira vinda, ele foi envolto em faixas e reclinado num presépio; na segunda, será revestido num manto de luz. Na primeira, ele suportou a cruz, sem recusar a sua ignomínia; na segunda, virá cheio de glória, cercado de uma multidão de anjos.
Não nos detemos, portanto, somente na primeira vinda, mas esperamos ainda, ansiosamente, a segunda. E assim como dissemos na primeira: Bendito o que vem em nome do Senhor (Mt 21,9), aclamaremos de novo, no momento de sua segunda vinda, quando formos com os anjos ao seu encontro para adorá-lo: Bendito o que vem em nome do Senhor.
Virá o Salvador, não para ser novamente julgado, mas para chamar a juízo aqueles que se constituíram seus juízes. Ele, que ao ser julgado, guardara silêncio, lembrará as atrocidades dos malfeitores que o levaram ao suplício da cruz, e lhes dirá: Eis o que fizestes e calei-me (Sl 49,21).
Naquele tempo ele veio para realizar um desígnio de amor, ensinando aos homens com persuasão e doçura; mas, no fim dos tempos, queiram ou não, todos se verão obrigados a submeter-se à sua realeza.
O profeta Malaquias fala dessas duas vindas: Logo chegará ao seu templo o Senhor que tentais encontrar (Ml 3,1). Eis uma vinda.
E prossegue, a respeito da outra: E o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; e quem poderá fazer-lhe frente, no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe, quando ele aparecer? Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; e estará a postos, como para fazer derreter e purificar (Ml 3,1-3).
Paulo também se refere a essas duas vindas quando escreve a Tito: A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade, aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo (Tt 2,11-13). Vês como ele fala da primeira vinda, pela qual dá graças, e da segunda que esperamos?
Por isso, o símbolo da fé que professamos nos é agora transmitido, convidando-nos a crer naquele que subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Nosso Senhor Jesus Cristo virá portanto dos céus, virá glorioso no fim do mundo, no último dia. Dar-se-á a consumação do mundo,e este mundo que foi criado será inteiramente renovado.
Responsório Cf. Sl 48(49),3; 79(80),2; 23(24),7.9
R. Olhando ao longe, eu vejo chegar o poder do Senhor,
como nuvem que cobre a terra inteira.
† Saí-lhe ao encontro, dizei, suplicando:
* Sois Aquele, contai-nos,
** Que há de reinar sobre o povo de Deus?
V. Habitantes da terra, ó filhos dos homens,
vós, ricos e pobres, vós todos unidos. † Saí-lhe.
V. Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos,
vós que a José apascentais qual um rebanho.
* Sois Aquele.
V. Ó portas, levantai vossos frontões!
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas.
a fim de que o Rei da glória possa entrar! ** Que há.
R. Olhando ao longe, até o V. Habitantes da terra, exclusive.
HINO TE DEUM (A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de nov
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!
Oração
Ó Deus todo-poderoso, concedei a vossos fiéis o ardente desejo de possuir o reino celeste, para que, acorrendo com as nossas boas obras ao encontro do Cristo que vem, sejamos reunidos à sua direita na comunidade dos justos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.
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