Ofício das Leituras da Memória de Santa Catarina de Sena, virgem e doutora da Igreja

Nasceu em Sena (Itália), em 1347. Ainda adolescente, movida pelo desejo de perfeição, entrou na Ordem Terceira de São Domingos. Cheia de amor por Deus e pelo próximo, trabalhou incansavelmente pela paz e concórdia entre as cidades; defendeu com ardor os direitos e a liberdade do Romano Pontífice e promoveu a renovação da vida religiosa. Escreveu importantes obras de espiritualidade, cheias de boa doutrina e de inspiração celeste. Morreu em 1380.

Ofício das Leituras

V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

Virgem prudente entre as outras,
espera o esposo Jesus;
acende auréolas na noite
da sua lâmpada a luz.

Anel de fúlgidas pedras
põe-lhe no dedo o Senhor:
“Ó minha amada, eu te entrego
dos esponsais o penhor!”

Por tal ardor, Catarina
já desfalece de amor,
vendo em seus membros as chagas,
joias de infindo valor.

Feliz a esposa que o Esposo
acolhe nos braços seus:
dá-lhe na terra o antegozo
da plena glória dos céus.

Possa nos céus o Deus Trino
nosso louvor acolher,
ele, que a terra governa
com seu divino poder.

Salmodia

Ant. 1 Por vossa bondade, salvai-me, Senhor!

Salmo 6

O homem aflito pede clemência ao Senhor

Agora sinto-me angustiado… Pai, livra-me desta hora (Jo 12,27).

2 Repreendei-me, Senhor, mas sem ira; *
corrigi-me, mas não com furor!
=3 Piedade de mim: estou enfermo †
e curai o meu corpo doente! *
4 Minha alma está muito abatida!

= Até quando, Senhor, até quando…? †
5 Oh! voltai-vos a mim e poupai-me, *
e salvai-me por vossa bondade!
6 Porque, morto, ninguém vos recorda; *
pode alguém vos louvar no sepulcro?

=7 Esgotei-me de tanto gemer, †
banho o leito em meu pranto de noite, *
minha cama inundei com as lágrimas!
8 Tenho os olhos turvados de mágoa, *
fiquei velho de tanto sofrer!

9 Afastai-vos de mim, malfeitores, *
porque Deus escutou meus soluços!
10 O Senhor escutou meus pedidos; *
o Senhor acolheu minha prece!
11 Apavorem-se os meus inimigos; *
com vergonha, se afastem depressa!

Ant. Por vossa bondade, salvai-me, Senhor!

Ant. 2 O Senhor é o regio do oprimido,
seu abrigo nos momentos de aflição.

Salmo 9 A(9)

Ação de graças pela vitória

De novo há de vir em sua glória para julgar os vivos e os mortos

I

2 Senhor, de coração vos darei graças, *
as vossas maravilhas cantarei!
3 Em vós exultarei de alegria, *
cantarei ao vosso nome, Deus Altíssimo!

4 Voltaram para trás meus inimigos, *
perante a vossa face pereceram;
–5 defendestes meu direito e minha causa, *
juiz justo assentado em vosso trono.

6 Repreendestes as nações, e os maus perdestes, *
apagastes o seu nome para sempre.
=7 O inimigo se arruinou eternamente, †
suas cidades foram todas destruídas, *
e a sua lembrança exterminastes.

8 Mas Deus sentou-se para sempre no seu trono, *
preparou o tribunal do julgamento;
9 julga o mundo inteiro com justiça, *
e as nações há de julgar com eqüidade.

10 O Senhor é o refúgio do oprimido, *
seu abrigo nos momentos de aflição.
11 Quem conhece o vosso nome, em vós espera, *
porque nunca abandonais quem vos procura.

Ant. O Senhor é o regio do oprimido,
seu abrigo nos momentos de aflição.

Ant. 3 Anunciarei vossos louvores
junto às portas de Sião.

II

12 Cantai hinos ao Senhor Deus de Sião, *
celebrai seus grandes feitos entre os povos!
13 Pois não esquece o clamor dos infelizes, *
deles se lembra e pede conta do seu sangue.

=14 Tende pena e compaixão de mim, Senhor! †
Vede o mal que os inimigos me fizeram! *
E das portas dos abismos retirai-me,
=15 para que eu possa anunciar vossos louvores †
junto às portas da cidade de Sião, *
e exultar por vosso auxílio e salvação!

16 Os maus caíram no buraco que cavaram, *
nos próprios laços foram presos os seus pés.
17 O Senhor manifestou seu julgamento: *
ficou preso o pecador em seu pecado.

18 Que tombem no abismo os pecadores *
e toda gente que se esquece do Senhor!
19 Mas o pobre não será sempre esquecido, *
nem é  a esperança dos humildes.

20 Senhor, erguei-vos, não se ufanem esses homens! *
Perante vós sejam julgados os soberbos!
21 Lançai, Senhor, em cima deles o terror, *
e saibam todos que não passam de mortais!

Ant. Anunciarei vossos louvores
junto às portas de Sião.

V. Meu coração e minha carne rejubilam. Aleluia.
R. E exultam de alegria no Deus vivo. Aleluia.

Primeira leitura

Do Livro do Apocalipse 19,11-21

A vitória da Palavra de Deus

Eu, João, 11vi o céu aberto, e apareceu um cavalo branco e o seu cavaleiro chama-se ‘fiel’ e ‘verdadeiro’. Ele julga e luta com justiça.

12Seus olhos são chamas de fogo. Sobre sua cabeça há muitas coroas. Ele traz um nome que ninguém conhece, a não ser ele mesmo. 13Está vestido com um manto embebido de sangue. Ele é chamado pelo nome de “Palavra de Deus”. 14Os exércitos do céu o acompanham, montados em cavalos brancos, com roupas de linho branco e puro. 15Da sua boca sai uma espada afiada, para com ela ferir as nações pagãs. Ele será o seu pastor, mas com um cetro de fero. Ele é quem pisa o lagar do vinho, que é a furiosa cólera de Deus, o Todo-poderoso. 16No manto e na coxa ele traz inscrito o seu nome: “Rei dos Reis e Senhor dos Senhores”.

17Vi então um anjo, em pé, no sol. Gritou em alta voz a todos os pássaros que voam pela abóbada celeste: “Vinde! Reuni-vos para o grande banquete de Deus, 18para comer carne de reis e de capitães, carnes de poderosos, carnes de cavalos e cavaleiros, carnes de todos os homens, livres e escravos, pequenos e grandes”.

19Vi então a besta reunida com os reis da terra e seus exércitos, para combater contra o Cavaleiro e seu exército. 20A besta, porém, foi aprisionada, junto com o falso profeta, que realizava milagres na presença da besta, seduzindo todos os que haviam recebido a marca da besta e adorado a sua imagem. A besta e o falso profeta foram lançados vivos no lago de fogo com enxofre ardente. 21E os outros foram mortos pela espada que saía da boca do Cavaleiro, e as aves se fartaram com as carnes deles.

Responsório Ap 19,13.15c.16

R. Tinha o manto embebido de sangue
e seu nome é Palavra de Deus.
* É ele quem pisa o lagar do vinho da ira de Deus,
do Onipotente. Aleluia.

Segunda leitura

Do Diálogo sobre a divina Providência, de Santa Catarina de Sena

(Cap. 167, Gratiarum actio ad Trinitatem: ed.lat., Ingolstadi 1583, f.290v-291) (Séc.XIV)

Provei e vi

        Ó Divindade eterna, ó eterna Trindade, que pela união da natureza divina tanto fizeste valer o sangue de teu Filho unigênito! Tu, Trindade eterna, és como um mar profundo, onde quanto mais procuro mais encontro; e quanto mais encontro, mais cresce a sede de te procurar. Tu sacias a alma, mas de um modo insaciável; porque, saciando-se no teu abismo, a alma permanece sempre sedenta e faminta de ti, ó Trindade eterna, cobiçando e desejando ver-te à luz de tua luz.

        Provei e vi em tua luz com a luz da inteligência, o teu insondável abismo, ó Trindade eterna, e a beleza de tua criatura. Por isso, vendo-me em ti, vi que sou imagem tua por aquela inteligência que me é dada como participação do teu poder, ó Pai eterno, e também da tua sabedoria, que é apropriada ao teu Filho unigênito. E o Espírito Santo, que procede de ti e de teu Filho, deu-me a vontade que me torna capaz de amar-te.

        Pois tu, ó Trindade eterna, és criador e eu criatura; e conheci – porque me fizeste compreender quando de novo me criaste no sangue de teu Filho – conheci que estás enamorado pela beleza de tua criatura.

        Ó abismo, ó Trindade eterna, ó Divindade, ó mar profundo! Que mais poderias dar-me do que a ti mesmo? Tu és um fogo que arde sempre e não se consome. Tu és que consomes por teu calor todo o amor profundo da alma. Tu és de novo o fogo que faz desaparecer toda frieza e iluminas as mentes com tua luz. Com esta luz me fizeste conhecer a verdade.

        Espelhando-me nesta luz, conheço-te como Sumo Bem, o Bem que está acima de todo bem, o Bem feliz, o Bem incompreensível, o Bem inestimável, a Beleza que ultrapassa toda beleza, a Sabedoria superior a toda sabedoria. Porque tu és a própria Sabedoria, tu,o pão dos anjos, que no fogo da caridade te deste aos homens.

        Tu és a veste que cobre minha nudez; alimentas nossa fome com a tua doçura, porque és doce sem amargura alguma. Ó Trindade eterna!

Responsório

R. Catarina, minha irmã, abre-me a porta;
co-herdeira do meu reino, diz-lhe Cristo,
minha amiga, que conheces meus mistérios,
meus segredos mais ocultos da verdade.
* Enriquecida pelo dom do meu Espírito,
purificada do pecado e toda mancha
por meu sangue derramado, aleluia.
V. Deixa a paz da oração contemplativa
e testemunha minha verdade com firmeza.
* Enriquecida.

Oração 

Ó Deus, que inflamastes de amor Santa Catarina de Sena, na contemplação da paixão do Senhor e no serviço da Igreja, concedei-nos, por sua intercessão, participar do mistério de Cristo, e exultar em sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.


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