27 de Dezembro – SÃO JOÃO, APÓSTOLO E EVANGELISTA




Ofício das Leituras

V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

Virginal protetor da Mãe Virgem,
mensageiro do Verbo, que adoras,
ó São João, ouve a voz dos teus servos,
lava a culpa do povo que implora.

Vês a fonte jorrando água pura
e desejas a sede do mundo
saciar com a água da vida
que brotou do seu peito fecundo.

Tu, que brilhas em todo o universo,
vem trazer o perdão para os réus;
vem mostrar-nos o grande mistério
que ao princípio já estava com Deus.

Contemplando do Verbo os segredos,
testemunhas a graça primeira.
Vem, bom guia, e conduz teus irmãos
a fruir desta luz verdadeira.

Honra ao Verbo, nascido do Pai,
que Maria na terra gerou.
E, com ele, a Deus Pai e ao Espírito
honra eterna, perene louvor.

Salmodia


Ant. João deu testemunho do que viu,
testemunho de Jesus, Verbo de Deus.

Salmo 18 (19)A

– 2 Os céus proclamam a glória do Senhor, *
e o firmamento, a obra de suas mãos;

– 3 o dia ao dia transmite esta mensagem, *
a noite à noite publica esta notícia.

– 4 Não são discursos nem frases ou palavras, *
nem são vozes que possam ser ouvidas;

– 5 seu som ressoa e se espalha em toda a terra,*
chega aos confins do universo a sua voz.

– 6 Armou no alto uma tenda para o sol; *
ele desponta no céu e se levanta

– como um esposo do quarto nupcial, *
como um herói exultante em seu caminho.

– 7 De um extremo do céu põe-se a correr *
e vai traçando o seu rastro luminoso,

– até que possa chegar ao outro extremo, *
e nada pode fugir ao seu calor.

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *

Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. João deu testemunho do que viu,
testemunho de Jesus, Verbo de Deus.

Ant. 2 É este o dispulo amado de Jesus.

Salmo 63(64)

– 2 Ó Deus, ouvi a minha voz, o meu lamento! *
Salvai-me a vida do inimigo aterrador!

– Protegei-me das intrigas dos perversos *
e do tumulto dos obreiros da maldade!

– 4 Eles afiam suas línguas como espadas, *
lançam palavras venenosas como flechas,

– 5 para ferir os inocentes às ocultas *
e atingi-los de repente, sem temor.

– 6 Uns aos outros se encorajam para o mal *
e combinam às ocultas traiçoeiros

– onde pôr as armadilhas preparadas, *
comentando entre si: “Quem nos verá?”

– 7 Eles tramam e disfarçam os seus crimes. *
É um abismo o coração de cada homem!

– 8 Deus, porém, os ferirá com suas flechas, *
e cairão todos feridos, de repente.

– 9 Sua língua os levará à perdição, *
e quem os vir meneará sua cabeça;

– 10 com temor proclamará a ação de Deus, *
e tira uma lição de sua obra.

11 O homem justo há de alegrar-se no Senhor †
e junto dele encontrará o seu refúgio, *
e os de reto coração triunfarão.

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *

Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. É este o dispulo amado de Jesus.

Ant. 3 João, na última Ceia,
reclinou sua cabeça sobre o peito do Senhor:
Quão feliz é este apóstolo,
a quem foram revelados os misrios celestes!

Salmo 98(99)

1 Deus é Rei: diante dele estremeçam os povos! †
Ele reina entre os anjos: que a terra se abale! *

2 Porque grande é o Senhor em Sião!

3  Muito acima de todos os povos se eleva; †
glorifiquem seu nome tervel e grande, *
porque ele é santo e é forte!

4 Deus é Rei poderoso. Ele ama o que é justo †
e garante o direito, a justiça e a ordem; *
tudo isso ele exerce em Jacó.

5 Exaltai o Senhor nosso Deus, †
e prostrai-vos perante seus pés, *
pois é santo o Senhor nosso Deus!

6 Eis Moisés e Aarão entre os seus sacerdotes. †
E também Samuel invocava seu nome, *
e ele mesmo, o Senhor, os ouvia.

7 Da coluna de nuvem falava com eles. †
E guardavam a lei e os preceitos divinos, *
que o Senhor nosso Deus tinha dado.

8 Responeis a eles, Senhor nosso Deus, †
porque éreis um Deus paciente com eles, *
mas saeis punir seu pecado.

9 Exaltai o Senhor nosso Deus, †
e prostrai-vos perante seu monte, *
pois é santo o Senhor nosso Deus!

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *

Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. João, na última Ceia,
reclinou sua cabeça sobre o peito do Senhor:
Quão feliz é este apóstolo,
a quem foram revelados os misrios celestes!

V. Eles contaram as grandezas do Senhor e seu poder,

R. E as suas maravilhas que por nós realizou.

Primeira leitura

Da Primeira Carta de São João             1,1–2,3

A Palavra da Vida e a luz de Deus

1,1 O que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida, 2 – de fato, a Vida manifestou-se e nós a vimos, e somos testemunhas, e a vós anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós – 3 isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. 4 Nós vos escrevemos estas coisas para que a nossa alegria fique completa. 5 A mensagem, que ouvimos de Jesus Cristo e vos anunciamos, é esta: Deus é luz e nele não há trevas.

6 Se dissermos que estamos em comunhão com ele, mas andamos nas trevas, estamos mentindo e não nos guiamos pela verdade. 7 Mas, se andamos na luz, como ele está na luz, então estamos em comunhão uns com os outros, e o sangue de seu Filho Jesus nos purifica de todo o pecado.

8 Se dissermos que não temos pecado, estamo-nos enganando a nós mesmos, e a verdade não está dentro de nós.       9 Se reconhecermos nossos pecados, então Deus se mostra fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a culpa. 10 Se dissermos que nunca pecamos, fazemos dele um mentiroso e a sua palavra não está dentro de nós.

2,1 Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo. 2 Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo inteiro.

3 Para saber que o conhecemos, vejamos se guardamos os seus mandamentos.

Responsório             1Jo 1,2.4; Jo 20,31

R. Anunciamos a vida eterna, que estava junto do Pai
e em nosso meio apareceu:
estas coisas vos escrevemos
para que em vós esteja a alegria.
* E seja plena a vossa alegria.
V. Estes sinais foram escritos, para que vós creiais
que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus;
e, crendo, tenhais a vida em seu nome. * E seja plena.

Segunda leitura

Dos Tratados sobre a Primeira Carta de São João, de Santo Agostinho, bispo

(Tract. 1,1.3: PL 35, 1978.1980)            (Séc. V)

A vida se manifestou em nossa carne

O que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida (1Jo 1,1). Quem poderia tocar a Palavra com suas mãos, a não ser porque a Palavra se fez carne e habitou entre nós? (Jo 1,14).

A Palavra que se fez carne para ser tocada com as mãos, começou a ser carne no seio da Virgem Maria; mas não foi então que a Palavra começou a existir porque, diz João, ela era desde o princípio. Vede como sua Carta é confirmada pelas palavras do seu Evangelho, que acabais de escutar: No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus (Jo 1,1).

Alguns talvez julguem que a expressão Palavra da Vida designe de modo geral a Cristo e não o próprio Corpo de Cristo que foi tocado pelas mãos. Reparai no que vem em seguida: E a Vida manifestou-se (1Jo 1,2). Por conseguinte, Cristo é a Palavra da Vida.

E como se manifestou esta Vida? Ela existia desde o início, mas não tinha se manifestado aos homens; manifestara-se aos anjos que a contemplavam e se alimentavam dela como de seu pão. E o que diz a Escritura? O homem se nutriu do pão dos anjos (Sl 77,25).

Portanto, a Vida se manifestou na carne, para que, nesta manifestação, aquilo que só o coração podia ver, fosse visto também com os olhos, e desta forma curasse os corações. De fato, o Verbo só pode ser visto com o coração, ao passo que a carne pode ser vista também com os olhos corporais. Éramos capazes de ver a carne, mas não éramos capazes de ver a Palavra. Por isso, a Palavra se fez carne que nós podemos ver, para curar em nós o que nos torna capazes de vê-la.

E somos testemunhas, diz João, e vos anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós (1Jo 1,2), isto é, que se manifestou entre nós ou, falando mais claramente, nos foi manifestada.

Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos (1Jo 1,3). Prestai atenção: Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos. Eles viram o próprio Senhor presente na carne, ouviram da boca do Senhor suas palavras e no-las anunciaram. E nós ouvimos certamente, mas não vimos.

Somos, por isso, menos felizes do que eles que viram e ouviram? Por que então acrescenta: Para que estejais em comunhão conosco? (1Jo 1,3). Eles viram, nós não vimos e, contudo, estamos em comunhão com eles porque temos uma fé comum.

E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Nós vos escrevemos estas coisas, diz João, para que a vossa alegria fique completa (1Jo 1,4). Essa alegria completa encontra-se na mesma comunhão, na mesma caridade, na mesma unidade.

Responsório

R. João, na última Ceia
reclinou sua cabeça sobre o peito do Senhor.
* Quão feliz é este Apóstolo,
a quem foram revelados os misrios celestiais!
V. Bebeu da própria fonte do lado do Senhor
as torrentes do Evangelho. * Quão feliz.

HINO TE DEUM (A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,

Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.

A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,

e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de nov
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!

Oração

Ó Deus, que pelo apóstolo São João nos revelastes os mistérios do vosso Filho, tornai-nos capazes de conhecer e amar o que ele nos ensinou de modo incomparável. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.