Sexta-feira da 2ª Semana da Páscoa

Ofício das Leituras


V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino  

Exulte o céu do alto,
aplaudam terra e mar;
o Cristo, ressurgindo,
a vida vem nos dar.

O tempo favorável
à terra já voltou;
felizes, contemplamos
o dia salvador,

no qual o mundo, salvo
no sangue do Cordeiro,
já brilha em meio às trevas
com brilho verdadeiro.

A morte mata a morte,
da culpa nos redime;
a força do vencido,
vencendo, apaga o crime.

É esta a nossa espera,
é este o nosso gozo:
também ressurgiremos,
com Cristo glorioso.

Por isso, celebremos
a Páscoa do Cordeiro,
repletos pela graça
do seu amor primeiro.

Jesus, sede a alegria
perene dos remidos;
uni na vossa glória
da graça os renascidos.

Louvor a vós, Jesus,
da morte vencedor,
reinando com o Pai
e o seu eterno Amor.

Salmodia

Ant. 1 Repreendei-me, Senhor, mas sem ira! †

Salmo 37(38)

Súplica de um pecador em extremo perigo

Todos os conhecidos de Jesus ficaram à distância (Lc 23,49).

I

2 Repreendei-me, Senhor, mas sem ira; *
† corrigi-me, mas não com furor!

3 Vossas flechas em mim penetraram; *
vossa mão se abateu sobre mim.
4 Nada resta de são no meu corpo, *
pois com muito rigor me tratastes!

– Não há parte sadia em meus ossos, *
pois pequei contra vós, ó Senhor!
5 Meus pecados me afogam e esmagam, *
como um fardo pesado me oprimem.

Ant. Repreendei-me, Senhor, mas sem ira!

Ant. 2 Conheceis meu desejo, Senhor.

II

6 Cheiram mal e supuram minhas chagas *
por motivo de minhas loucuras.
7 Ando triste, abatido, encurvado, *
todo o dia afogado em tristeza.

8 As entranhas me ardem de febre, *
já não  parte sã no meu corpo.
9 Meu coração grita e geme de dor, *
esmagado e humilhado demais.

10 Conheceis meu desejo, Senhor, *
meus gemidos vos são manifestos;
=11 bate pido o meu coração, †
minhas forças estão me deixando, *
e sem luz os meus olhos se apagam.

=12 Companheiros e amigos se afastam, †
fogem longe das minhas feridas; *
meus parentes mantêm-se à distância.

13 Armam laços os meus inimigos, *
que procuram tirar minha vida;
– os que buscam matar-me ameaçam *
e maquinam traições todo o dia.

Ant. Conheceis meu desejo, Senhor.

Ant. 3 Confesso, Senhor, minha culpa:
salvai-me, e jamais me deixeis!

III

14 Eu me faço de surdo e não ouço, *
eu me faço de mudo e não falo;
15 semelhante a alguém que não ouve *
e não tem a resposta em sua boca.

16 Mas, em vós, ó Senhor, eu confio, *
e ouvireis meu lamento, ó meu Deus!
17 Pois rezei: “Que não zombem de mim, *
nem se riam, se os pés me vacilam!”

18 Ó Senhor, estou quase caindo, *
minha dor não me larga um momento!
19 Sim, confesso, Senhor, minha culpa: *
meu pecado me aflige e atormenta.

=20 São bem fortes os meus adversários †
que me vêm atacar sem razão; *
quantos  que sem causa me odeiam!
21 Eles pagam o bem com o mal, *
porque busco o bem, me perseguem.

22 Não deixeis vosso servo sozinho, *
ó meu Deus, ficai perto de mim!
23 Vinde logo trazer-me socorro, *
porque sois para mim Salvação!

Ant. Confesso, Senhor, minha culpa:
salvai-me, e jamais me deixeis!

V. Céus e terra se alegram cantando: Aleluia,
R. Pela ressurreição do Senhor. Aleluia.

Primeira leitura

Do Livro do Apocalipse             4,1-11

Visão de Deus

        Eu, João, 1vi uma porta aberta no céu, e a voz que antes eu tinha ouvido falar-me como trombeta, disse: “Sobe até aqui, para que eu te mostre as coisas que devem acontecer depois destas.” 2Imediatamente, o Espírito tomou conta de mim. Havia no céu um trono e, no trono, alguém sentado. 3Aquele que estava sentado parecia uma pedra de jaspe e cornalina; um arco-íris envolvia o trono com reflexos de esmeralda. 4Ao redor do trono havia outros vinte e quatro tronos; neles estavam sentados vinte e quatro anciãos, todos eles vestidos de branco e com coroas de ouro nas cabeças. 5Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões. Diante do trono estavam acesas sete lâmpadas de fogo, que são os sete espíritos de Deus. 6Na frente do trono havia como que um mar de vidro cristalino. No meio, em redor do trono, estavam quatro Seres vivos, cheios de olhos pela frente e por detrás. 7O primeiro Ser vivo parecia um leão; o segundo parecia um touro; o terceiro tinha rosto de homem; o quarto parecia uma águia em pleno vôo. 8Cada um dos quatro Seres vivos tinha seis asas, cobertas de olhos ao redor e por dentro. Dia e noite, sem parar, eles proclamavam: “Santo! Santo! Santo! Senhor Deus Todo-poderoso! Aquele que é, que era e que vem!” 

        9Os seres vivos davam glória, honra e ação de graças ao que estava no trono e que vive para sempre. 10E cada vez que os Seres vivos faziam isto, os vinte e quatro anciãos se prostravam diante daquele que estava sentado no trono, para adorar o que vive para sempre. Colocavam suas coroas diante do trono de Deus, e diziam:  

11“Senhor, nosso Deus, 
tu és digno de receber a glória, a honra e o poder,
porque tu criaste todas as coisas.
Pela tua vontade é que elas existem e foram criadas.”

Responsório Ap 4,8c; Is 6,3

R. Santo, santo, santo, Senhor Deus onipotente!
Deus que era, Deus que é, também será eternamente.
 * Toda a terra está cheia de sua glória, aleluia.
 V. Diziam aclamando os seres vivos uns aos outros:
Santo, santo, santo, Senhor Deus onipotente!
* Toda a terra.

Segunda leitura

Dos Sermões de São Teodoro Estudita

(Oratio inadorationem crucis: PG99,691-694.695.698-699)     (Séc.IX)

É preciosa e vivificante a cruz de Cristo

        Ó preciosíssimo dom da cruz! Vede o esplendor de sua forma! Não mostra apenas uma imagem mesclada de bem e de mal, como aquela árvore do Paraíso, mas totalmente bela e magnífica para a vista e o paladar.

        É uma árvore que não gera a morte, mas a vida; que não difunde as trevas, mas a luz; que não expulsa do Paraíso, mas nele introduz. A esta árvore subiu Cristo, como um rei que sobe no carro triunfal, e venceu o demônio, detentor do poder da morte, para libertar o gênero humano da escravidão do tirano. 

        Sobre esta árvore o Senhor, como um valente guerreiro,ferido durante o combate em suas mãos, nos pés e em seu lado divino, curou as chagas dos nossos pecados, isto é, curou a nossa natureza ferida pela serpente venenosa. 

        Se antes, pela árvore, fomos mortos, agora, pela árvore, recuperamos a vida; se antes, pela árvore, fomos enganados, agora, pela árvore, repelimos a astúcia da serpente. Sem dúvida, novas e extraordinárias mudanças! Em vez da morte, nos é dada a vida; em lugar da corrupção, a incorrupção; da vergonha, a glória. 

        Não é sem razão que o Apóstolo exclama: Quanto a mim, que eu me glorie somente na cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo (Gl 6,14). Pois aquela suprema sabedoria que floresceu na cruz, desmascarou a presunção e a arrogante loucura da sabedoria do mundo; toda a espécie de bens maravilhosos que brotaram da cruz, extirparam inteiramente a raiz da maldade e do pecado. 

        Já desde o começo do mundo, houve figuras e alegorias desta árvore que anunciavam e Indicavam realidades verdadeiramente admiráveis. Repara bem, tu que sentes um grande desejo de saber:  

        Não é verdade que Noé, com seus filhos e esposas, e os animais de toda espécie, escapou da morte do dilúvio, por ordem de Deus, numa frágil arca de madeira? 

        E o que dizer da vara de Moisés? Não era figura da cruz quando transformou a água em sangue, quando devorou as falsas serpentes dos magos, quando separou as águas do mar como poder do seu golpe, quando as fez voltar ao seu curso normal, afogando os inimigos e salvando aqueles que eram o povo de Deus? 

        Símbolo da cruz foi também a vara de Aarão, quando se cobriu de folhas num só dia para indicar quem devia ser o sacerdote legítimo. 

        Abraão também prenunciou a cruz, quando colocou seu filho amarado sobre o feixe de lenha. 

        Pela cruz, a morte foi destruída e Adão recuperou a vida. Pela cruz, todos os apóstolos foram glorificados, todos os mártires coroados e todos os que crêem, santificados. Pela cruz, fomos revestidos de Cristo ao nos despojarmos do homem velho. Pela cruz, nós, ovelhas de Cristo, fomos reunidos num só rebanho e destinados às moradas celestes.

Responsório

R. Ó árvore nobre, plantada no meio do Jardim do Senhor!
* Em ti, pelo Cristo, a morte de todos foi morta. Aleluia.
V. Tu és a mais alta de todos os cedros,
que existem nas matas. *Em ti.

Oração

Concedei, ó Deus, aos vossos servos e servas a graça da ressurreição, pois quisestes que o vosso Filho sofresse por nós o sacrifício da cruz para nos libertar do poder do inimigo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.