V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

Reinais no mundo inteiro,
Jesus, ó sol divino;
deixamos nossos leitos,
cantando este hino.

Da noite na quietude,

Ao som da voz do galo,
já foge a noite escura.
Ó Deus, ó luz da aurora,
nossa alma vos procura.

Enquanto as coisas dormem,
guardai-nos vigilantes,
brilhai aos nossos olhos
qual chama cintilante.

Do sono já despertos,
por graça imerecida,
de novo contemplamos
a luz, irmã da vida.

Ao Pai e ao Filho glória,
ao seu Amor também,
Deus Trino e Uno, luz
e vida eterna. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Criador do Universo
do Pai luz e resplendor,
revelai-nos vossa face
e livrai-nos do pavor.

Pelo Espírito repletos,
templos vivos do Senhor,
não se rendam nossas almas
aos ardis do tentador,

para que, durante a vida,
nas ações de cada dia,
pratiquemos vossa lei
com amor e alegria.

Glória a Cristo, Rei clemente,
e a Deus Pai, Eterno Bem,
com o Espírito Paráclito,
pelos séculos. Amém.

Salmodia

Ant. 1 Ó meu Deus, escutai minha prece,
ao clamor do inimigo estremeço!

Salmo 54(55),2-15.17-24

Oração depois da traição de um amigo

Jesus começou a sentir medo e angústia (Mc 14,33)

I

2 Ó meu Deus, escutai minha prece, *
não fujais desta minha oração!
3 Dignai-vos me ouvir, respondei-me: *
a angústia me faz delirar!

4 Ao clamor do inimigo estremeço, *
e ao grito dos ímpios eu tremo.
– Sobre mim muitos males derramam, *
contra mim furiosos investem.

5 Meu coração dentro em mim se angustia, *
e os terrores da morte me abatem;
6 o temor e o tremor me penetram, *
o pavor me envolve e deprime!

=7 É por isso que eu digo na angústia: †
Quem me dera ter asas de pomba *
e voar para achar um descanso!
8 Fugiria, então, para longe, *
e me iria esconder no deserto.

Ant. Ó meu Deus, escutai minha prece,
ao clamor do inimigo estremeço!

Ant. 2 O Senhor have de libertar-nos
da mão do inimigo traiçoeiro.

II

– 9 Acharia depressa um regio *
contra o vento, a procela, o tufão.
=10 Ó Senhor, confundi as más línguas; †
dispersai-as, porque na cidade *
só se  violência e discórdia!

=11 Dia e noite circundam seus muros, †
12 dentro dela há maldades e crimes, *
a injustiça, a opressão moram nela!
– Violência, imposturas e fraudes *
já não deixam suas ruas e praças.

13 Se o inimigo viesse insultar-me, *
poderia aceitar certamente;
– se contra mim investisse o inimigo, *
poderia, talvez, esconder-me.

14 Mas és tu, companheiro e amigo, *
tu, meu íntimo e meu familiar,
15 com quem tive agradável convívio *
com o povo, indo à casa de Deus!

Ant. O Senhor have de libertar-nos
da mão do inimigo traiçoeiro.

Ant. 3 Lança sobre o Senhor teus cuidados,
porque ele há de ser teu sustento.

III

17 Eu, porém, clamo a Deus em meu pranto, *
e o Senhor me haverá de salvar!
18 Desde a tarde, à manhã, ao meio-dia, *
faço ouvir meu lamento e gemido.

19 O Senhor há de ouvir minha voz, *
libertando a minh’alma na paz,
– derrotando os meus agressores, *
porque muitos estão contra mim!

20 Deus me ouve e haverá de humilhá-los, *
porque é Rei e Senhor desde sempre.
– Para os ímpios não há conversão, *
pois não temem a Deus, o Senhor.

21 Erguem a mão contra os próprios amigos, *
violando os seus compromissos;
22 sua boca está cheia de unção, *
mas o seu coração traz a guerra;
– suas palavras mais brandas que o óleo, *
na verdade, porém, são punhais.

23 Lança sobre o Senhor teus cuidados, *
porque ele há de ser teu sustento,
– e jamais ele irá permitir *
que o justo para sempre vacile!

24 Vós, porém, ó Senhor, os lançais *
no abismo e na cova da morte.
– Assassinos e homens de fraude *
não verão a metade da vida.
– Quanto a mim, ó Senhor, ao contrário: *
ponho em vós toda a minha esperança!

Ant. Lança sobre o Senhor teus cuidados,
porque ele há de ser teu sustento.

V. Ó meu filho, fica atento ao meu saber,
R. Presta ouvidos à minha inteligência!

Primeira leitura

Do Livro do Profeta Isaías             30,1-18

Inutilidade das alianças feitas com povos estrangeiros

1 “Ai dos rebeldes, – diz o Senhor –

não contais comigo em vossos planos,

não vos inspirais em mim para fazerdes alianças,

acumulando pecado sobre pecado!

2 Tendes-vos posto a caminho do Egito

mas não me consultastes,

esperando ajuda na força do faraó

e confiando mais na sombra do Egito.

3 Mas a força do faraó será vossa confusão

e a confiança na sombra do Egito será vossa vergonha.

4 Pois, quando os teus príncipes estiverem em Tani

e os teus embaixadores chegarem a Hanes,

5 todos estarão frustrados

devido a um povo que não lhes pode servir;

não será de ajuda e utilidade,

mas de confusão e vergonha”.

6 Oráculo dos animais de Negueb.

Na terra de aflições e angústias,

da leoa e do leão rugidor,

da víbora e do dragão voador,

ei-los carregando suas riquezas no dorso dos animais

e seus tesouros na corcova dos camelos

para um povo que não lhes pode ser útil.

7 Pois o Egito não ajuda de modo algum,

por isso o chamei Raab, a ociosa.

8 Agora vem, escreve sobre a tabuinha na presença deles

e redige isto com cuidado no livro,

para servir, no futuro, de depoimento para sempre.

9 O povo é rebelde,

são maus filhos,

filhos que não querem saber da lei do Senhor.

10 Dizem aos que vêem: “Isto não é para ver”

e aos que profetizam:

“Não nos indiqueis as coisas justas,

falai coisas agradáveis, mostrai-nos coisas alegres.

11 Deixai o nosso caminho, afastai-vos dele,

retirai de nossa frente o Santo de Israel”.

12 Por isso, diz o Santo de Israel:

“Por terdes rejeitado essas palavras

e posto a esperança na maldade e na falsidade,

apoiando-vos sobre elas,

13 por isso, tal iniqüidade será para vós

como uma brecha que está para fazer cair

a parte saliente de um muro alto,

cuja queda súbita, quando não se espera,

acontece de improviso;

14 como se faz em pedaços uma vasilha de barro,

que se quebra com pancada violenta,

de modo a não deixar entre os cacos um só

em que caiba uma brasa da fogueira

ou um pouco d’água do poço”.

15 Isto disse ainda o Senhor Deus, o Santo de Israel:

“Sereis salvos, se buscardes a salvação e a paz,

no silêncio e na esperança estará a vossa força”.

Mas recusastes

16 e dissestes:

“De modo algum, vamos fugir a cavalo”,

por isso fugireis;

e também: “Vamos montar cavalos velozes”,

por isso serão velozes os vossos perseguidores.

17 Pela ameaça de um só, mil se apavoram,

e a ameaça de cinco vos põe todos a correr,

até ficardes como um mastro na ponta do morro

e uma bandeirola no alto da colina.

18 Por isso o Senhor está pronto

a compadecer-se de vós,

e, perdoando-vos, será glorificado

na medida em que o Senhor é um Deus de justiça:

felizes todos aqueles que esperam nele.

Responsório Is 30,15b.18ad

R. É na calma e conversão que está a vossa salvação.
* É no silêncio e na esperança,que reside a vossa força.
V. O Senhor está à espera, desejando perdoar-vos;
felizes são aqueles, que esperam no Senhor.
* É no silêncio.

Segunda leitura

Dos Comentários sobre os salmos, de Santo Ambrósio, bispo

(Ps 48,13-14:CSEL 64,367-368)         (Séc.IV)

Um só mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus

O irmão não redime; redimirá o homem. Não dará a Deus sua expiação e o preço da redenção de sua alma (cf. Sl 48,8-9 Vulg.); quer dizer: Por que terei medo do dia mau? (Sl 48,6). Que poderá prejudicar-me a mim que não apenas não necessito do redentor, mas sou eu mesmo o redentor de todos? Torno livres a outros e tremerei por mim? Eis que farei novas todas as coisas que estão fora do alcance, até mesmo do amor fraterno e da bondade. Aquele a quem o irmão, dado à luz pelo mesmo seio materno, não pode redimir, impossibilitado por igual natureza enferma, a este o homem redime. Mas aquele homem sobre quem se escreveu: O Senhor lhes enviará o homem que os salvará (Is 19,20); e que de si mesmo falou: Procurais matar-me, a mim, homem que vos disse a verdade (Jo 8,40).

Embora seja homem, quem o conhecerá? Por que ninguém o conhecerá? Porque há um só Deus, assim é um, o mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus (1Tm 2,5). É o único a redimir o homem, vencendo os irmãos em bondade; já que por estranhos derramou seu sangue, o que ninguém pode oferecer por um irmão. Na verdade não poupou o próprio corpo, a fim de remir-nos do pecado: deu-se a si mesmo pela redenção de todos (1Tm2,6). Como testemunha verdadeira asseverou o apóstolo Paulo: Digo a verdade, não minto (Rm 9,1).

Mas por que somente ele redime? Porque ninguém pode igualar-se a ele na bondade: entrega a vida por seus escravos; ninguém, na integridade: todos sob o pecado, todos sujeitos à queda de Adão. É o único Redentor escolhido, aquele que não poderia nunca ser manchado pelo antigo pecado. Por conseguinte, por homem entendemos o Senhor Jesus que assumiu a condição humana,para crucificar em sua carne o pecado de todos e apagar com seu sangue o decreto contra todos.

Mas dirás talvez: Por que se nega que o irmão redime, se ele próprio declarou: Revelarei teu nome a meus irmãos? (Sl 21,23) Não como irmão, mas como homem Cristo Jesus, em quem estava Deus, nos livrou do pecado. Assim está escrito: Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo (2Cor 5,19). Neste Cristo Jesus, de quem unicamente se diz: O Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). Portanto, não como irmão, mas como o Senhor entre nós, quando habitou na carne.

Responsório             Is 53,12b; Lc 23,24

R. Ele próprio entregou a sua vida
e deixou-se colocar entre os facínoras.
* Tomou nossos pecados sobre si,
intercedendo em favor dos pecadores.
V. Jesus dizia, na cruz: Perdoai-lhes, ó Pai,
pois não sabem o que fazem. * Tomou nossos.

Oração

Ó Deus, preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.