Segunda-feira da 11ª Semana do Tempo Comum

Ofício das Leituras


V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

Refeitos pelo sono,
do leito levantamos.
Ficai com vossos filhos,
ó Pai, vos suplicamos.

A vós, o som primeiro,
o amor que se irradia:
sejais princípio e fim
de cada ação do dia.

Que a treva ceda à aurora,
a noite ao sol dourado:
e a luz da graça afaste
a sombra do pecado.

Lavai as nossas faltas,
Senhor, que nos salvastes;
esteja o vosso nome
nos lábios que criastes.

A glória seja ao Pai,
ao Filho seu também,
ao Espírito igualmente,
agora e sempre. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Divindade, luz eterna,
Unidade na Trindade,
proclamando vossa glória,
suplicamos piedade.

Cremos todos no Pai Santo,
no seu Filho Salvador
e no Espírito Divino
que os une pelo Amor.

Ó verdade, amor eterno,
nosso fim, felicidade,
dai-nos fé e esperança
e profunda caridade.

Sois o fim, sois o começo,
e de tudo sois a fonte,
esperança dos que creem,
luz que brilha no horizonte.

Vós, sozinho, fazeis tudo,
e a tudo vós bastais.
Sois a luz de nossa vida,
aos que esperam premiais.

Bendizemos a Trindade,
Deus Eterno, Sumo Bem,
Pai e Filho e Santo Espírito,
pelos séculos. Amém.

Salmodia

Ant. 1 Vem a nós o nosso Deus e nos fala abertamente.

Salmo 49(50)

O culto que agrada a Deus

Eu não vim abolir a Lei, mas dar-lhe pleno cumprimento (cf. Mt 5,17).

I

1 Falou o Senhor Deus, chamou a terra, *
do sol nascente ao sol poente a convocou.
2 De Sião, beleza plena, Deus refulge, *
3 vem a nós o nosso Deus e não se cala.

– À sua frente vem um fogo abrasador, *
ao seu redor, a tempestade violenta.
4 Ele convoca céu e terra ao julgamento, *
para fazer o julgamento do seu povo:

5 “Reuni à minha frente os meus eleitos, *
que selaram a Aliança em sacrifícios!”
6 Testemunha o próprio céu seu julgamento, *
porque Deus mesmo é juiz e vai julgar.

Ant. Vem a nós o nosso Deus e nos fala abertamente.

Ant. 2 Oferece ao Senhor um sacricio de louvor!

II

=7 “Escuta, ó meu povo, eu vou falar; †
ouve, Israel, eu testemunho contra ti: *
Eu, o Senhor, somente eu, sou o teu Deus!

8 Eu não venho censurar teus sacrifícios, *
pois sempre estão perante mim teus holocaustos;
9 não preciso dos novilhos de tua casa *
nem dos carneiros que estão nos teus rebanhos.

10 Porque as feras da floresta me pertencem *
e os animais que estão nos montes aos milhares.
11 Conheço os pássaros que voam pelos céus *
e os seres vivos que se movem pelos campos.

12 Não te diria, se com fome eu estivesse, *
porque é meu o universo e todo ser.
13 Porventura comerei carne de touros? *
Beberei, acaso, o sangue de carneiros?

14 Imola a Deus um sacrifício de louvor *
e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo.
15 Invoca-me no dia da angústia, *
e então te livrarei e hás de louvar-me”.

Ant. Oferece ao Senhor um sacricio de louvor!

Ant. 3 Eu não quero oferenda e sacricio;
quero o amor e a ciência do Senhor!

III

=16 Mas ao ímpio é assim que Deus pergunta: †
“Como ousas repetir os meus preceitos *
e trazer minha Aliança em tua boca?

17 Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos *
e deste as costas às palavras dos meus lábios!
18 Quando vias um ladrão, tu o seguias *
e te juntavas ao convívio dos adúlteros.

19 Tua boca se abriu para a maldade *
e tua língua maquinava a falsidade.
20 Assentado, difamavas teu irmão, *
e ao filho de tua mãe injuriavas.

21 Diante disso que fizeste, eu calarei? *
Acaso pensas que eu sou igual a ti?
– É disso que te acuso e repreendo *
e manifesto essas coisas aos teus olhos.

=22 Entendei isto, todos vós que esqueceis Deus, †
para que eu não arrebate a vossa vida, *
sem que haja mais ninguém para salvar-vos!

23 Quem me oferece um sacrifício de louvor, *
este sim é que me honra de verdade.
– A todo homem que procede retamente, *
eu mostrarei a salvação que vem de Deus”.

Ant. Eu não quero oferenda e sacricio;
quero o amor e a ciência do Senhor!

V. Escuta, ó meu povo, eu vou falar:
R. Eu, o Senhor, somente eu sou o teu Deus!

Primeira leitura

Do Livro dos Juízes             4,1-24

Débora e Barac

            Naqueles dias: 1Os filhos de Israel tornaram a fazer o mal na presença do Senhor, depois da morte de Aod, 2e o Senhor entregou-os nas mãos de Jabin, rei de Canaã, que reinava em Hasor. O general do seu exército se chamava Sísara e habitava em Haroset-Goim. 3Os filhos de Israel clamaram ao Senhor, porque Jabin tinha novecentos carros de ferro e, já havia vinte anos, oprimia duramente Israel.

              4Ora, naquele tempo, a profetisa Débora, mulher de Lapidot, era quem julgava Israel. 5Ela costumava sentar-se sob a palmeira que levava o seu nome, entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim. E os filhos de Israel subiam até ela em todos os seus litígios. 6Ela mandou chamar Barac, filho de Abinoem, natural de Cedes de Neftali, e lhe disse: “Por ordem do Senhor Deus de Israel, vai e conduze o exército ao monte Tabor, e toma contigo dez mil combatentes dos filhos de Neftali e dos filhos de Zabulon. 7Quando estiveres junto da torrente do Quison, conduzirei a ti Sísara, general do exército de Jabin, com seus carros e todas as suas tropas, e o entregarei em tuas mãos”. 8Barac disse-lhe: “Se vieres comigo, irei. Se não vieres comigo, não irei”. 9Ela respondeu: “Está bem, eu irei contigo.Contudo, não será tua a glória da expedição que fazes, porque o Senhor entregará Sísara nas mãos de uma mulher”.

            Então Débora levantou-se e partiu com Barac para Cedes. 10Eele, convocando Zabulon e Neftali, marchou com dez mil combatentes, tendo Débora em sua companhia. 11Ora, o quenita Héber tinha-se separado dos outros quenitas, filhos de Hobab, sogro de Moisés, e tinha erguido suas tendas junto ao carvalho de Saanim, perto de Cedes.

              12Anunciaram a Sísara que Barac, filho de Abinoem, tinha avançado até ao monte Tabor. 13Então Sísara reuniu todos os novecentos carros de ferro e fez marchar todo o exército que estava com ele, desde Haroset-Goim até à torrente do Quison.

              14Débora disse a Barac: “Levanta-te, porque hoje é o dia em que o Senhor entregou Sísara em tuas mãos. E ele mesmo é o teu guia”. Barac desceu do monte Tabor, e os dez mil homens com ele. 15O Senhor aterrorizou Sísara, com todos os seus carros e todas as suas tropas, que caíram ao fio da espada, perante Barac, de maneira que Sísara, saltando do seu carro, fugiu a pé. 16Barac foi perseguindo os carros que fugiam e o exército até Haroset-Goim, e todo o exército de Sísara foi morto, sem escapar um só.

              17Entretanto, Sísara chegou a pé à tenda de Jael, mulher do quenita Héber, pois havia paz entre Jabin, rei de Hasor, e a casa de Héber, o quenita. 18Jael saiu ao encontro de Sísara e lhe disse: “Entra, meu Senhor; entra, não temas”. Ele entrou na tenda e ela o cobriu com um manto. 19“Dá-me de beber um pouco de água”, disse ele, “pois tenho sede”. Ela abriu um odre de leite, deu-lhe de beber e o cobriu de novo. 20E Sísara disse-lhe: “Fica à entrada da tenda, e se vier alguém perguntando: Há alguém aqui?, responderás: “Não há ninguém”. 21Mas Jael pegou um dos cravos da tenda, empunhou um martelo e, aproximando-se dele pé ante pé, cravou-lho nas têmporas, atravessando-o até à terra. E Sísara, que dormia profundamente, morreu. 22E, nesse instante, chegou Barac, que vinha em perseguição de Sísara, e Jael saiu-lhe ao encontro, dizendo: “Vem, e te mostrarei o homem que procuras”. Ele entrou e viu Sísara caído e morto, com o cravo espetado nas têmporas.

              23Naquele dia Deus humilhou Jabin, rei de Canaã, diante dos filhos de Israel, 24que se foram tornando cada vez mais fortes contra Jabin, rei de Canaã, até que de todo o destruíram.

Responsório 1Cor 1,27b.29; 2Cor 12,9a; 1Cor 1,28b

R. Deus escolheu o que é fraco para o mundo
a fim de confundir o que é forte,
e assim ninguém se vanglorie diante dele,
* Pois na fraqueza é que a força mais se mostra.
V. Deus escolheu aquelas coisas que não são,
a fim de destruir todas que são. * Pois na fraqueza.

Segunda leitura

Do Tratado sobre a Oração do Senhor, de São Cipriano, bispo e mártir

(Nn.8-9: CSEL 3,271-272)             (Séc.III)

Nossa oração é pública e universal

            Antes do mais, o Doutor da paz e Mestre da unidade não quis que cada um orasse sozinho e em particular, como rezando para si só. De fato, não dizemos: Meu Pai que estais no céus; nem: Meu pão dai-me hoje. Do mesmo modo não se pede só para si o perdão da dívida de cada um ou que não caia em tentação e seja livre do mal, rogando cada um para si. Nossa oração é pública e universal e quando oramos não o fazemos para um só, mas para o povo todo, já que todo o povo forma uma só coisa.

            O Deus da paz e Mestre da concórdia, que ensinou a unidade, quis que assim orássemos, um por todos, como ele em si mesmo carregou a todos.

            Os três jovens, lançados na fornalha ardente, observaram esta lei da oração, harmoniosos na prece e concordes pela união dos espíritos. A firmeza da Sagrada Escritura o declara e, narrando de que maneira eles oravam, apresenta-os como exemplo a ser imitado em nossas preces, a fim de nos tornarmos semelhantes a eles. Então, diz ela, os três jovens, como por uma só boca, cantavam um hino e bendiziam a Deus. Falavam como se tivessem uma só boca e Cristo ainda não lhes havia ensinado a orar.

            Por isto a palavra foi favorável e eficaz para os orantes. De fato, a oração pacífica, simples e espiritual, mereceu a graça do Senhor. Do mesmo modo vemos orar os apóstolos e os discípulos, depois da ascensão do Senhor. Eram perseverantes, todos unânimes na oração com as mulheres e Maria, a mãe de Jesus, e seus irmãos. Perseveravam unânimes na oração, manifestando tanto pela persistência como pela concórdia de sua oração, que Deus que os faz habitar unânimes na casa, só admite na eterna e divina casa aqueles cuja oração é unânime. De alcance prodigioso, irmãos diletíssimos, são os mistérios da oração dominical! Mistérios numerosos, profundos, enfeixados em poucas palavras, porém, ricas em força espiritual, encerrando tudo o que nos importa alcançar!

Rezai assim, diz ele: Pai nosso, que estais nos céus.

O homem novo, renascido e, por graça, restituído a seu Deus, diz, em primeiro lugar, Pai!, porque já começou a ser filho. Veio ao que era seu e os seus não o receberam. A todos aqueles que o receberam, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, aqueles que creem em seu nome. Quem, portanto, crê em seu nome e se fez filho de Deus, deve começar por aqui, isto é, por dar graças e por confessar-se filho de Deus ao declarar ser Deus o seu Pai nos céus.

Responsório Sl 21(22),23; 56(57),10

R. Anunciarei o vosso nome a meus irmãos,
* E no meio da assembleia hei de louvar-vos.
V. Vou louvar-vos, Senhor, entre os povos,
dar-vos graças por entre as nações. * E no meio.

Oração

Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

R. Graças a Deus.
V. Bendigamos ao Senhor.