Ofício das Leituras
V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Hino
O mais suave dos hinos
entoe o povo de Deus,
pois eis que hoje uma virgem
subiu à glória dos céus.
No exílio ainda da terra,
já se entregava ao louvor;
agora, junta-se aos santos
nos mesmos hinos de amor.
A frágil carne domando,
rosa entre espinhos floriu;
calcando as pompas do mundo,
do Cristo os passos seguiu.
As suas preces ouvindo,
Jesus nos dê sua mão,
sempre a guiar nossos passos
para a celeste mansão.
Ao Pai e ao Espírito unido,
nós te adoramos, Jesus:
caminho estreito e seguro
que à vida eterna conduz.
Antífonas, Salmos, primeira leitura e responsório como no dia de semana corrente
Segunda leitura
Das Reflexões da Beata Dulce (Positio super virtutibus, Roma 2003, pp. 584-585)
Cristo vive em mim, na pessoa dos fracos e desprezados. Na Primeira Comunhão “Ele” se faz “Um” conosco e dessa união admirável é que nos vem toda aquela força espiritual que nos leva a aceitar, sofrimento, incompreensão, problemas, tudo enfim, porque temos a certeza de que “Ele” está comigo, não estou trabalhando nem sofrendo sozinha… São coisas que só quem as vive pode compreender. Muitas pessoas reclamam que faço errado, protegendo, defendendo os pobres… coitados dos irmãos pobres! Só quem convive diariamente com eles, pode compreender quanto eles sofrem, quanto eles são carentes da palavra de Deus, de uma mão amiga, que se estenda à mão dele. Muitas pessoas me censuram dizendo que faço demais, que vicio os pobres. Quem de nós que se encontrasse na mesma situação deles e não queria receber também tudo? O carinho, o amor de Deus, o pão para matar sua fome e a roupa para cobrir a sua nudez. Pouco me incomoda o que dizem de mim, o importante é que vejo Deus, no meu irmão o pobre, e por Ele daria até a própria vida. Quantas vezes as lágrimas me chegam aos olhos, o meu coração dói, quando vejo tanta miséria em volta de mim. Nesta hora, me dá vontade de gritar, de falar a todos que tem tudo, todo conforto, a aqueles aos quais nada lhes falta que vivem em abundância sem se lembrar de que bem perto deles, milhões estão com fome, doentes, nas sarjetas das ruas. Por favor, ajudem-me! Deem-me o necessário para tirar esses nossos pobres irmãos do barraco coberto de papelão ou de latas velhas, com fome, desempregados, doentes, a família passando fome. Se houvesse mais amor e menos egoísmo o mundo seria outro. Neste nosso trabalho a doação chega ao ponto de nos esquecermos de nós próprios e vivermos a vida dos nossos irmãos. Os problemas deles tornam-se nossos, a vida deles a nossa vida. Chegamos ao ponto como dizia S. Paulo: Vivo, já não eu, é Cristo que vive em mim, na pessoa do irmão carente e abandonado. Quando estamos doentes, temos tudo: os amigos, a Congregação, nos arranjamos. E os pobres? Quem eles têm por eles? Só nós, exclusivamente nós. A minha vocação é o apostolado. O meu carisma é o trabalho com os pobres, procurando salvar as suas almas, levando-as para Deus.
Responsório Cf. Mt 25, 25-40; Prv 19, 17
R.Tive fome e me destes de comer, sede e me destes de beber, forasteiro e me acolhestes, * O que fizestes a um desses irmãos, fizestes a mim.
V.Bendito do Senhor, aquele que socorre os pobres. R. *O que fizestes a um desses irmãos, fizestes a mim.
Oração
Ó Deus que maravilhosamente concedestes a caridade à Santa Dulce dos Pobres, Virgem, a fim de ajudar humildemente e benignamente os pobres nas suas enfermidades, dai-nos, Vo-lo pedimos, por seu exemplo, o espírito de pobreza para Vos servir com toda solicitude nos pobres. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.