Hino a Deus Criador

Se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo (2Cor 5,17).

1 Bendize, ó minha alma, ao Senhor! *
Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande! 
2 De majestade e esplendor vos revestis *
e de luz vos envolveis como num manto.

3 Estendeis qual uma tenda o firmamento, *
construís vosso palácio sobre as águas; 
– das nuvens vós fazeis o vosso carro, *
do vento caminhais por sobre as asas; 
4 dos ventos fazeis vossos mensageiros, *
do fogo e chama fazeis vossos servidores.

5 A terra vós firmastes em suas bases, *
ficará firme pelos séculos sem fim; 
6 os mares a cobriam como um manto, *
e as águas envolviam as montanhas.

7 Ante a vossa ameaça elas fugiram, *
e tremeram ao ouvir vosso trovão; 
8 saltaram montes e desceram pelos vales *
ao lugar que destinastes para elas; 
9 elas não passam dos limites que fixastes, *
e não voltam a cobrir de novo a terra.

10 Fazeis brotar em meio aos vales as nascentes *
que passam serpeando entre as montanhas; 
11 dão de beber aos animais todos do campo, *
e os da selva nelas matam sua sede; 
12 às suas margens vêm morar os passarinhos, *
entre os ramos eles erguem o seu canto.

13 De vossa casa as montanhas irrigais, *
com vossos frutos saciais a terra inteira; 
14 fazeis crescer os verdes pastos para o gado *
e as plantas que são úteis para o homem;

15 para da terra extrair o seu sustento *
e o vinho que alegra o coração, 
– o óleo que ilumina a sua face *
e o pão que revigora suas forças.

16 As árvores do Senhor são bem viçosas *
e os cedros que no Líbano plantou; 
17 as aves ali fazem os seus ninhos *
e a cegonha faz a casa em suas copas; 
18 os altos montes são refúgio dos cabritos, *
os rochedos são abrigo das marmotas.

19 Para o tempo assinalar destes a lua, *
e o sol conhece a hora de se pôr; 
20 estendeis a escuridão e vem a noite, *
logo as feras andam soltas na floresta; 
21 eis que rugem os leões, buscando a presa, *
e de Deus eles reclamam seu sustento.

22 Quando o sol vai despontando, se retiram, *
e de novo vão deitar-se em suas tocas. 
23 Então o homem sai para o trabalho, *
para a labuta que se estende até à tarde.

=24 Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras, †
que sabedoria em todas elas! *
Encheu-se a terra com as vossas criaturas!

=25 Eis o mar tão espaçoso e tão imenso, †
no qual se movem seres incontáveis, *
gigantescos animais e pequeninos; 
=26 nele os navios vão seguindo as suas rotas, †
e o monstro do oceano que criastes *
nele vive e dentro dele se diverte.

27 Todos eles, ó Senhor, de vós esperam *
que a seu tempo vós lhes deis o alimento; 
28 vós lhes dais o que comer e eles recolhem, *
vós abris a vossa mão e eles se fartam.

=29 Se escondeis a vossa face, se apavoram, †
se tirais o seu respiro, eles perecem *
voltam para o pó de onde vieram; 
30 enviais o vosso espírito e renascem *
e da terra toda a face renovais.

31 Que a glória do Senhor perdure sempre, *
e alegre-se o Senhor em suas obras! 
32 Ele olha para a terra, ela estremece; *
quando toca as montanhas, lançam fogo.

33 Vou cantar ao Senhor Deus por toda a vida, *
salmodiar para o meu Deus enquanto existo. 
34 Hoje seja-lhe agradável o meu canto, *
pois o Senhor é a minha grande alegria!

=35 Desapareçam desta terra os pecadores, †
e pereçam os perversos para sempre! *
Bendize, ó minha alma, ao Senhor!