Ofício das Leituras
V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Hino
Eis o dia de Deus verdadeiro,
no clarão de luz santa banhado.
Nele, o sangue do novo Cordeiro
apagou deste mundo o pecado.
Deu a fé novamente aos perdidos,
deu aos cegos de novo a visão.
Quem não há de perder todo o medo,
vendo o céu ser aberto ao ladrão?
Eis o fato que aos anjos assombra:
ver o Cristo na cruz como réu,
e o ladrão que com ele padece,
conquistar a coroa do céu.
Admirável, profundo mistério:
lava a carne da carne a fraqueza
e, tirando os pecados do mundo,
restitui-lhe a antiga nobreza.
O que pode existir mais sublime
que o pecado à procura da graça?
Que da morte nascer vida nova
e um amor que aos temores desfaça?
Ó Jesus, dos fiéis corações
sede eterna alegria pascal;
congregai os nascidos da graça
pelo vosso triunfo imortal.
Glória a vós que vencestes a morte
e brilhais, com o Pai, Sumo Bem,
no esplendor coruscante do Espírito
pelos séculos eternos. Amém.
Salmodia
Ant. 1 Grande é o Senhor, é sem limites sua grandeza. Aleluia.
Salmo 144(145)
I
– 1Ó meu Deus, quero exaltar-vos, ó meu Rei, *
e bendizer o vosso nome pelos séculos.
– 2Todos os dias haverei de bendizer-vos, *
hei de louvar o vosso nome para sempre.
– 3Grande é o Senhor e muito digno de louvores, *
e ninguém pode medir sua grandeza.
– 4Uma idade conta à outra vossas obras *
e publica os vossos feitos poderosos;
– 5proclamam todos o esplendor de vossa glória *
e divulgam vossas obras portentosas!
– 6Naram todos vossas obras poderosas, *
e de vossa imensidade todos falam.
– 7Eles recordam vosso amor tão grandioso *
e exaltam, ó Senhor, vossa justiça.
– 8Misericórdia e piedade é o Senhor, *
ele é amor, é paciência, é compaixão.
– 9O Senhor é muito bom para com todos, *
sua ternura abraça toda criatura.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Grande é o Senhor, é sem limites sua grandeza. Aleluia.
Ant. 2 O Senhor manifestou a sua glória
e o fulgor de seu reino esplendoroso. Aleluia.
II
– 10Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, *
e os vossos santos com louvores vos bendigam!
– 11Narem a glória e o esplendor do vosso reino *
e saibam proclamar vosso poder!
– 12Para espalhar vossos prodígios entre os homens *
e o fulgor de vosso reino esplendoroso.
– 13O vosso reino é um reino para sempre, *
vosso poder, de geração em geração.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. O Senhor manifestou a sua glória
e o fulgor de seu reino esplendoroso. Aleluia.
Ant. 3 Bendiga todo ser seu nome santo
desde agora e para sempre. Aleluia.
III
– 13bO Senhor é amor fiel em sua palavra, *
é santidade em toda obra que ele faz.
– 14Ele sustenta todo aquele que vacila *
e levanta todo aquele que tombou.
– 15Todos os olhos, ó Senhor, em vós esperam*
e vós lhes dais no tempo certo o alimento;
– 16vós abris a vossa mão prodigamente *
e saciais todo ser vivo com fartura.
– 17É justo o Senhor em seus caminhos, *
é santo em toda obra que ele faz.
– 18Ele está perto da pessoa que o invoca, *
de todo aquele que o invoca lealmente.
– 19O Senhor cumpre os desejos dos que o temem, *
ele escuta os seus clamores e os salva.
– 20O Senhor guarda todo aquele que o ama, *
mas dispersa e extermina os que são ímpios.
=21Que a minha boca cante a glória do Senhor †
e que bendiga todo ser seu nome santo *
desde agora, para sempre e pelos séculos.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Bendiga todo ser seu nome santo
desde agora e para sempre. Aleluia.
V. Deus, o Pai, ressuscitou a Jesus Cristo
dentre os mortos, aleluia,
R. Para que esteja no Senhor a nossa fé
e esperança. Aleluia.
Primeira leitura
Da Primeira Carta de São Pedro 4,12-5,14
Recomendações aos presbíteros e aos fiéis
4,12Caríssimos, não estranheis o fogo da provação que alastra entre vós, como se alguma coisa de estranho vos estivesse acontecendo. 13Alegrai-vos por participar dos sofrimentos de Cristo, para que possais também exultar de alegria na revelação da sua glória. 14Se sofreis injúrias por causa do nome de Cristo, sois felizes, pois o Espírito da glória, o Espírito de Deus repousa sobre vós. 15Mas nenhum de vós queira sofrer como assassino, ladrão ou malfeitor, ou por intrometer-se na vida dos outros. 16Se, porém, alguém sofrer como cristão, não se envergonhe. Antes, glorifique a Deus por este nome.
17Porque chegou o tempo do julgamento, que deve começar pela família de Deus. Ora, se ele começa por nós, qual será o fim dos que se recusam a obedecer ao evangelho de Deus? 18Se mal consegue salvar-se o justo, o que será do ímpio e do pecador?
19Assim, pois, os que sofrem segundo a vontade de Deus entreguem suas vidas ao Criador, que é fiel, e dediquem-se à prática do bem.
5,1Exorto aos presbíteros que estão entre vós, eu, presbítero como eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo e participante da glória que será revelada: 2Sede pastores do rebanho de Deus, confiado a vós; cuidai dele, não por coação, mas de coração generoso;não por torpe ganância, mas livremente; 3não como dominadores daqueles que vos foram confiados, mas antes, como modelos do rebanho. 4Assim, quando aparecer o pastor supremo, recebereis a coroa permanente da glória.
5Igualmente vós, jovens, sede submissos aos mais velhos. Revesti-vos todos de humildade no relacionamento mútuo, porque
Deus resiste aos soberbos,
mas dá a sua graça aos humildes.
6Rebaixai-vos, pois, humildemente, sob a poderosa mão de Deus, para que, na hora oportuna, ele vos exalte. 7Lançai sobre ele toda a vossa preocupação, pois é ele quem cuida de vós. 8Sede sóbrios e vigilantes. O vosso adversário, o diabo, rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar. 9Resisti-lhe, firmes na fé, certos de que iguais sofrimentos atingem também os vossos irmãos pelo mundo afora.
10Depois de terdes sofrido um pouco, o Deus de toda a graça, que vos chamou para a sua glória eterna, em Cristo, vos restabelecerá e vos tornará firmes, fortes e seguros. 11A ele pertence o poder, pelos séculos dos séculos. Amém.
12Por meio de Silvano, que considero um irmão fiel junto de vós, envio-vos esta breve carta, para vos exortar e para atestar que esta é a verdadeira graça de Deus, na qual estais firmes. 13A Igreja que está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também, Marcos, o meu filho. 14Saudai-vos uns aos outros com o abraço do amor fraterno. A paz esteja com todos vós que estais em Cristo.
Responsório Cf. 1Pd 4,13; Lc 6,22
R. Alegrai-vos, na medida em que sois participantes
da Paixão de Jesus Cristo,
* A fim de que também vós tenhais grande alegria
ao revelar-se a sua glória. Aleluia.
V. Felizes haveis de ser, quando os homens vos odiarem,
por causa do Filho do Homem. * A fim de que.
Segunda leitura
Das Catequeses de Jerusalém
(Cat. 22, Mystagogica 4,1.3-6.9: PG 33, 1098-1106) (Séc.IV)
O pão do céu e a bebida da salvação
Na noite em que foi entregue, nosso Senhor Jesus Cristo tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e deu-o a seus discípulos, dizendo: “Tomai e comei: isto é o meu corpo”. Em seguida, tomando o cálice, deu graças e disse: “Tomai e bebei: isto é o meu sangue” (cf. Mt 26,26-27; 1Cor 11,23-24). Tendo, portanto, pronunciado e dito sobre o pão: Isto é o meu corpo, quem ousará duvidar? E tendo afirmado e dito: Isto é o meu sangue, quem se atreverá ainda a duvidar e dizer que não é o seu sangue?
Recebamos, pois, com toda a convicção, o Corpo e o Sangue de Cristo. Porque sob a forma de pão é o corpo que te é dado, e sob a forma de vinho, é o sangue que te é entregue. Assim, ao receberes o corpo e o sangue de Cristo,te transformas com ele num só corpo e num só sangue. Deste modo, tendo assimilado em nossos membros o seu corpo e o seu sangue, tornamo-nos portadores de Cristo; tornamo-nos, como diz São Pedro, participantes da natureza divina (2Pd 1,4).
Outrora, falando aos judeus, dizia Cristo: Se não comerdes a minha carne e não beberdes o meu sangue, não tereis a vida em vós (cf. Jo 6,53). Como eles não compreenderam o sentido espiritual do que lhes era dito, afastaram-se escandalizados, julgando estarem sendo induzidos por Jesus a comer carne humana.
Na Antiga Aliança havia os pães da propiciação; por pertencerem ao Velho Testamento, já não mais existem. Na Nova Aliança, porém, trata-se de um pão do céu e de um cálice da salvação que santificam a alma e o corpo. Assim como o pão é próprio para a vida do corpo, também o Verbo é próprio para a vida da alma.
Por isso, não consideres o pão e o vinho eucarísticos como se fossem elementos simples e vulgares. São realmente o corpo e o sangue de Cristo, segundo a afirmativa do Senhor. Muito embora os sentidos te sugiram outra coisa, tem a firme certeza do que a fé te ensina.
Se foste bem instruído pela doutrina da fé, acreditas firmemente que aquilo que parece pão, embora seja como tal sensível ao paladar, não é pão, mas é o corpo de Cristo. E aquilo que parece vinho, muito embora tenha esse sabor, não é vinho, mas é o sangue de Cristo. Antigamente, bem a propósito, já dizia Davi nos salmos: O pão revigora o coração do homem, e o óleo ilumina a sua face (Sl 103,15). Fortifica, pois, teu coração, recebendo esse pão espiritual e faze brilhar a alegria no rosto de tua alma.
Com o rosto iluminado por uma consciência pura, contemplando como num espelho a glória do Senhor, possas caminhar de claridade em claridade, em Cristo Jesus, nosso Senhor, a quem sejam dadas honra, poder e glória pelos séculos sem fim. Amém.
Responsório Lc 22,19; Ex 12,26-27a
R. Na última Ceia, tomando um pão,
Jesus o partiu, após ter dado graças,
deu a eles, dizendo:
Isto é o meu Corpo, entregue por vós;
* Fazei isto em memória de mim, aleluia!
V. Ao perguntarem vossos filhos:
Qual é o significado deste rito, respondei-lhes:
É o sacrifício da passagem, da Páscoa do Senhor.
* Fazei isto.
HINO TE DEUM (A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de nov
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!
Oração
Ó Deus, que pela riqueza da vossa graça multiplicais os povos que creem em vós, contemplai solícito aqueles que escolhestes e dai aos que renasceram pelo batismo a veste da imortalidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.