Sábado da 3ª Semana da Páscoa


V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém.

Hino

Exulte o céu do alto,
aplaudam terra e mar;
o Cristo, ressurgindo,
a vida vem nos dar.

O tempo favorável
à terra já voltou;
felizes, contemplamos
o dia salvador,

no qual o mundo, salvo
no sangue do Cordeiro,
já brilha em meio às trevas
com brilho verdadeiro.

A morte mata a morte,
da culpa nos redime;
a força do vencido,
vencendo, apaga o crime.

É esta a nossa espera,
é este o nosso gozo:
também ressurgiremos,
com Cristo glorioso.

Por isso, celebremos
a Páscoa do Cordeiro,
repletos pela graça
do seu amor primeiro.

Jesus, sede a alegria
perene dos remidos;
uni na vossa glória
da graça os renascidos.

Louvor a vós, Jesus,
da morte vencedor,
reinando com o Pai
e o seu eterno Amor.

Salmodia

Ant. 1 Agradeçamos ao Senhor o seu amor
e as suas maravilhas entre os homens.

Salmo 106(107)

Ação de graças pela libertação

Deus enviou sua palavra aos israelitas e lhes anunciou a boa-nova da paz, por meio de Jesus Cristo (At 10,36).

I

1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, *
porque eterna é a sua misericórdia!

2 Que o digam os libertos do Senhor, *
que da mão dos opressores os salvou
3 e de todas as nações os reuniu, *
do Oriente, Ocidente, Norte e Sul.

4 Uns vagavam, no deserto, extraviados, *
sem acharem o caminho da cidade.
5 Sofriam fome e também sofriam sede, *
e sua vida ia aos poucos definhando.

6 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.
7 Pelo caminho bem seguro os conduziu *
para chegarem à cidade onde morar.

8 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
9 Deu de beber aos que sofriam tanta sede *
e os famintos saciou com muitos bens!

10 Alguns jaziam em meio a trevas pavorosas, *
prisioneiros da miséria e das correntes,
11 por se terem revoltado contra Deus *
e desprezado os conselhos do Altíssimo.
12 Ele quebrou seus corações com o sofrimento; *
eles tombaram, e ninguém veio ajudá-los!

13 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.
14 E os retirou daquelas trevas pavorosas, *
despedaçou suas correntes, seus grilhões.

15 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
16 Porque ele arrombou portas de bronze *
e quebrou trancas de ferro das prisões!

Ant. Agradeçamos ao Senhor o seu amor
e as suas maravilhas entre os homens.

Ant. 2 Nós vimos seus progios e suas maravilhas.

II

17 Uns deliravam no caminho do pecado, *
sofrendo a conseqüência de seus crimes;
18 todo alimento era por eles rejeitado, *
e da morte junto às portas se encontravam.

19 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.
20 Enviou sua palavra e os curou, *
e arrancou as suas vidas do sepulcro.

21 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
22 Ofereçam sacrifícios de louvor, *
e proclamem na alegria suas obras!

23 Os que sulcam o alto-mar com seus navios, *
para ir comerciar nas grandes águas,
24 testemunharam os prodígios do Senhor *
e as suas maravilhas no alto-mar.

25 Ele ordenou, e levantou-se o furacão, *
arremessando grandes ondas para o alto;
26 aos céus subiam e desciam aos abismos, *
seus corações desfaleciam de pavor.

27 Cambaleavam e caíam como bêbados, *
toda a sua perícia deu em nada.
28 Mas gritaram ao Senhor na aflição, *
ele os libertou daquela angústia.

29 Transformou a tempestade em bonança, *
e as ondas do oceano se calaram.
30 Alegraram-se ao ver o mar tranqüilo, *
e ao porto desejado os conduziu.

31 Agradeçam ao Senhor o seu amor *
e as suas maravilhas entre os homens!
32 Na assembléia do seu povo o engrandeçam *
e o louvem no conselho de anciãos!

Ant. Nós vimos seus progios e suas maravilhas.

Ant. 3 Que os justos, vendo as obras do Senhor,
compreendam como é grande o seu amor!

III

33 Ele mudou águas correntes em deserto, *
e fontes de água borbulhante em terra seca;
34 transformou as terras férteis em salinas, *
pela macia dos que nelas habitavam.

35 Converteu em grandes lagos os desertos *
e a terra árida em fontes abundantes;
36 e ali fez habitarem os famintos, *
que fundaram sua cidade onde morar.

37 Plantaram vinhas, semearam os seus campos, *
que deram frutos e colheitas abundantes.
38 Abençoou-os e cresceram grandemente, *
e não deixou diminuir o seu rebanho.

39 Mas depois ficaram poucos e abatidos, *
oprimidos por desgraças e aflições;
40 porém Aquele que confunde os poderosos *
e os fez errar por um deserto sem saída,
41 retirou da indigência os seus pobres, *
e qual rebanho aumentou suas famílias.

42 Que os justos vejam isto e rejubilem, *
e os maus fechem de vez a sua boca!
43 Quem é bio, que observe essas coisas *
e compreenda a bondade do Senhor!

Ant. Que os justos, vendo as obras do Senhor,
compreendam como é grande o seu amor!

V. Deus nos fez renascer para a viva esperança, aleluia.
R. Pela ressurreição do Senhor dentre os mortos. Aleluia.

Primeira leitura

Do Livro do Apocalipse 11,1-19

As duas testemunhas invictas

Eu, João, continuei a ver. 1Foi-me dado um caniço, parecido com uma vara de agrimensor, e disseram-me: “Levanta-te e tira as medidas do Templo de Deus, do altar e dos que estão em adoração. 2Deixa fora o pátio externo do Templo; não tires as suas medidas, pois foi entregue às nações pagãs, e estas vão pisar a Cidade Santa durante quarenta e dois meses. 3Mas eu darei às minhas duas testemunhas mil duzentos e sessenta dias para profetizarem, trajando vestes rudes. 4Essas duas testemunhas são as duas oliveiras e os dois candelabros, que estão diante do Senhor da terra. 5Se alguém quiser fazer-lhes mal, um fogo sairá da boca delas e devorará seus inimigos. Sim, se alguém quiser fazer-lhes mal, é assim que vai morrer. 6Elas têm o poder de fechar o céu, de modo que não caia chuva alguma enquanto durar a sua missão profética. Elas têm também o poder de transformar as águas em sangue. E quantas vezes elas quiserem, podem ferir a terra com todo tipo de praga. 7Quando elas terminarem o seu testemunho, a besta que sobe do Abismo vai combater contra elas, vai vencê-las e matá-las. 8E os cadáveres das duas testemunhas vão ficar expostos na praça da grande cidade, que se chama, simbolicamente, Sodoma e Egito, e na qual foi crucificado também o Senhor delas. 9Gente de todos os povos, raças, línguas e nações, verão seus cadáveres durante três dias e meio, e não deixarão que os corpos sejam sepultados. 10Os habitantes da terra farão festa pela morte das testemunhas; felicitar-se-ão e trocarão presentes, pois estes dois profetas estavam incomodando os habitantes da terra”.  

11Depois dos três dias e meio, um sopro de vida veio de Deus, penetrou nos dois profetas e eles ficaram de pé. Todos aqueles que os contemplavam, ficaram com muito medo. 12Ouvi então uma voz forte vinda do céu e chamando os dois: “Subi para aqui!” Eles subiram ao céu, na nuvem, enquanto os inimigos ficaram olhando. 13Na mesma hora aconteceu um grande terremoto, e a décima parte da cidade desmoronou. Sete mil pessoas morreram, e os que sobraram ficaram cheios de medo e deram glória ao Deus do céu.  

14Assim passou o segundo “ai”. Eis que o terceiro “ai” vai chegando depressa.  

15O sétimo anjo tocou a trombeta. Vozes bem fortes começaram a exclamar no céu: “O império do mundo pertence agora ao nosso Senhor e ao seu Ungido, e ele reinará para sempre”.  

16E os vinte e quatro Anciãos, que estão sentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se com seus rostos no chão 17e adoraram a Deus, dizendo:  

“Nós te damos graças,
Senhor Deus, Todo-poderoso,
aquele que é e que era,  
porque assumiste o teu grande poder e entraste na posse do teu Reino.  

18As nações pagãs tinham-se enfurecido,
mas chegou a tua ira e o tempo de julgar os mortos e de dar a recompensa aos teus servos, os profetas, e aos santos, e aos que temem o teu nome, pequenos e grandes; chegou o tempo de destruir os que destroem a terra.”  

19Abriu-se o Templo de Deus que está no céu e apareceu no Templo a arca da Aliança. Houve relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e uma grande tempestade de granizo.

Responsório Ap 11,15b; Dn 7,26c

R. Instalou-se sobre o mundo a realeza,
a realeza do Senhor e de seu Cristo;
* E ele reinará na eternidade. Aleluia.
V. O seu reino é reino eterno e os reis de toda a terra
hão de servi-lo e obedecer-lhe. * E ele.

Segunda leitura

Do Comentário sobre o Evangelho de São João, de São Cirilo de Alexandria, Bispo (Lib. 4,2: PG 73,563-566) (Séc.V)

Cristo entregou seu corpo para a vida de todos

Eu morro por todos, diz o Senhor, a fim de que por mim todos tenham vida. Eu morro para resgatar todos pela minha carne! A morte morrerá em minha morte e, juntamente comigo, a natureza humana que caíra, ressuscitará.

Para tanto tornei-me semelhante a vós, um homem autêntico da descendência de Abraão, a fim de ser semelhante a meus irmãos. São Paulo compreendeu isto perfeitamente, ao dizer: Visto que os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Jesus participou da mesma condição, para assim destruir, com a sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é, o demônio (Hb 2,14).

Ora, aquele que tinha o poder da morte, e por conseguinte, a própria morte, não poderia ser destruído de nenhuma outra maneira, se Cristo não tivesse se oferecido em sacrifício por nós. Um só foi imolado pela redenção de todos, porque a morte dominava sobre todos.

Por isso diz-se nos salmos que Cristo se ofereceu a Deus Pai como sacrifício imaculado: Sacrifício e oblação não quisestes, mas formastes-me um corpo; não pedistes ofertas nem vítimas, holocaustos por nossos pecados. E então eu vos disse: “Eis que venho” (Sl 39,7-9).

O Senhor foi crucificado por todos e por causa de todos a fim de que, tendo um morrido por todos, vivamos todos nele. Não seria possível que a vida permanecesse sujeita à morte ou sucumbisse à corrupção natural. Sabemos pelas próprias palavras de Cristo que ele ofereceu sua carne pela vida do mundo: Eu me consagro por eles (Jo 17,19).

Com isso ele quer dizer que se consagra e se oferece como sacrifício puro de suave perfume. Com efeito, tudo o que era oferecido sobre o altar, era santificado ou chamado santo, conforme a Lei. Cristo, portanto, entregou seu corpo em sacrifício pela vida de todos e assim a vida nos foi dada de novo por meio dele. Como isso se realizou, procurarei dizer na medida do possível.

Depois que o Verbo de Deus, que tudo vivifica, assumiu a carne, restituiu à carne o seu próprio bem, isto é, a vida. Estabeleceu com ela uma comunhão inefável, e tornou-a fonte de vida, como ele mesmo o é por natureza.

Por conseguinte, o corpo de Cristo dá a vida a todos os que dele participam; repele a morte dos que a ele estão sujeitos e os libertará da corrupção, porque possui em si mesmo a força que a elimina plenamente. Como isso se realizou, procurarei dizer na medida do possível.

Depois que o Verbo de Deus, que tudo vivifica, assumiu a carne, restituiu à carne o seu próprio bem, isto é, a vida. Estabeleceu com ela uma comunhão inefável, e tornou-a fonte de vida, como ele mesmo o é por natureza.

Por conseguinte, o corpo de Cristo dá a vida a todos os que dele participam; repele a morte dos que a ele estão sujeitos e os libertará da corrupção, porque possui em si mesmo a força que a elimina plenamente.

Responsório Jo 10,14.15b.10b

R.
Eu sou o Bom Pastor, diz Jesus,
e conheço as minhas ovelhasE por elas eu dou minha vida. Aleluia.
V. Eu vim para que tenham a vida
e a tenham em grande abundância. E por elas

Oração

Ó Deus, que renovastes nas águas do batismo os que crêem em vós, protegei os que renasceram no Cristo, para que vençam as ciladas do erro e permaneçam fiéis à vossa graça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.