V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

A noite escura apaga
da treva toda a cor.
Juiz dos corações,
a vós nosso louvor.

E para que das culpas
lavemos nossa mente,
ó Cristo, dai a graça
que os crimes afugente.

A nós, que vos buscamos,
tirai do mal escuro.
Já dorme a mente ímpia
que o fruto morde impuro.

As trevas expulsai
do nosso interior.
Felizes exultemos
à luz do vosso amor.

A vós, ó Cristo, a glória
e a vós, ó Pai, também,
com vosso Santo Espírito
agora e sempre. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Cristo, aos servos suplicantes
voltai hoje vosso olhar.
Entre as trevas deste mundo
nossa fé fazei brilhar.

Não pensemos em maldades,
não lesemos a ninguém,
nem o mal retribuamos,
mas paguemos mal com bem.

Iras, fraudes, nem soberba
haja em nossos corações.
Defendei-nos da avareza,
que é raiz de divisões.

Guarde todos nós na paz
a sincera caridade.
Seja casta a nossa vida,
em total fidelidade.

A vós, Cristo, Rei clemente,
e a Deus Pai, Eterno Bem,
com o vosso Santo Espírito,
honra e glória sempre. Amém.

Salmodia

Ant. 1 Olhai e vede, ó Senhor, a humilhação do vosso povo!

Salmo 88(89),39-53

Lamentação sobre a ruína da casa de Davi

Fez aparecer para nós uma força de salvação na casa de Davi (Lc 1,69).

IV

39 E no entanto vós, Senhor, repudiastes vosso Ungido, *
gravemente vos irastes contra ele e o rejeitastes!
40 Desprezastes a Aliança com o vosso servidor, *
profanastes sua coroa, atirando-a pelo chão!

41 Derrubastes, destruístes os seus muros totalmente, *
e as suas fortalezas reduzistes a ruínas.
42 Os que passam no caminho sem piedade o saquearam *
e tornou-se uma vergonha para os povos, seus vizinhos.

43 Aumentastes o poder da mão direita do agressor, *
e exultaram de alegria os inimigos e opressores.
44 Vós fizestes sua espada ficar cega, sem ter corte, *
não quisestes sustentá-lo quando estava no combate.

45 O seu cetro glorioso arrancastes de sua mão, *
derrubastes pelo chão o seu trono esplendoroso,
46 e de sua juventude a duração abreviastes, *
recobrindo sua pessoa de vergonha e confusão.

Ant. Olhai e vede, ó Senhor, a humilhação do vosso povo!

Ant. 2 Sou o rebento da estirpe de Davi,
sou a estrela fulgurante da manhã.

V

47 Até quando, Senhor Deus, ficareis sempre escondido?*
Arde a vossa ira como fogo eternamente?
48 Recordai-vos, ó Senhor, de como é breve a minha vida,*
e de como é perecível todo homem que criastes!
49 Quem acaso viverá sem provar jamais a morte, *
e quem pode arrebatar a sua vida dos abismos?

50 Onde es, ó Senhor Deus, vosso amor de antigamente?*
Não jurastes a Davi fidelidade para sempre?
51 Recordai-vos, ó Senhor, da humilhação dos vossos servos, *
pois carrego no meu peito os ultrajes das nações;

52 com os quais sou insultado pelos vossos inimigos, *
com os quais eles ultrajam vosso Ungido a cada passo!
53 O Senhor seja bendito desde agora e para sempre! *
Bendito seja o Senhor Deus, eternamente! Amém, amém!

Ant. Sou o rebento da estirpe de Davi,
sou a estrela fulgurante da manhã.

Ant. 3 Os nossos dias vão murchando como a erva;
vós, Senhor, sois desde sempre e para sempre.

Salmo 89(90)

O esplendor do Senhor esteja sobre nós

Para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia (2Pd 3,8).

1 Vós fostes um regio para nós, *
ó Senhor, de geração em geração.
=2 Já bem antes que as montanhas fossem feitas †
ou a terra e o mundo se formassem, *
desde sempre e para sempre vós sois Deus.

3 Vós fazeis voltar ao pó todo mortal, *
quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!”
4 Pois mil anos para vós são como ontem, *
qual vilia de uma noite que passou.

5 Eles passam como o sono da manhã, *
6 são iguais à erva verde pelos campos:
– De manhã ela floresce vicejante, *
mas à tarde é cortada e logo seca.

7 Por vossa ira perecemos realmente, *
vosso furor nos apavora e faz tremer;
8 pusestes nossa culpa à nossa frente, *
nossos segredos ao clarão de vossa face.

9 Em vossa ira se consomem nossos dias, *
como um sopro se acabam nossos anos.
10 Pode durar setenta anos nossa vida, *
os mais fortes talvez cheguem a oitenta;
– a maior parte é ilusão e sofrimento: *
passam depressa e também nós assim passamos.

11 Quem avalia o poder de vossa ira, *
o respeito e o temor que mereceis?
12 Ensinai-nos a contar os nossos dias, *
e dai ao nosso coração sabedoria!

13 Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? *
Tende piedade e compaixão de vossos servos!
14 Saciai-nos de manhã com vosso amor, *
e exultaremos de alegria todo o dia!

15 Alegrai-nos pelos dias que sofremos, *
pelos anos que passamos na desgraça!
16 Manifestai a vossa obra a vossos servos, *
e a seus filhos revelai a vossa glória!

17 Que a bondade do Senhor e nosso Deus *
repouse sobre nós e nos conduza!
– Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho, *
fazei dar frutos o labor de nossas mãos!

Ant. Os nossos dias vão murchando como a erva;
vós, Senhor, sois desde sempre e para sempre.

V. Em vós está a fonte da vida,
R. E em vossa luz contemplamos a luz.

Primeira leitura

Do Livro do Eclesiastes                               6,11–7,28

Não queiras saber mais do que o necessário

        6,11 Quanto mais palavras, tanto mais vaidade; qual o lucro para o homem? 12Quem sabe o que convém ao homem durante a sua vida, nos poucos dias de sua existência efêmera, que passam como sombra? Quem dirá ao homem o que vai acontecer no mundo depois dele?

7,1 Mais vale o bom nome do que o bom perfume;

o dia da morte do que o dia do nascimento.

2Mais vale visitar uma casa em luto

do que ir a uma casa em festa;

porque esse é o fim de todo o homem,

e deste modo, quem está vivo refletirá.

3Mais vale a tristeza do que o riso,

pois pode-se ter a face triste e o coração alegre.

4O coração dos sábios está na casa em luto,

o coração dos insensatos está na casa em festa.

5Mais vale a repreensão do sábio

 do que o canto dos insensatos;

6pois assim como os gravetos crepitam sob o caldeirão,

assim é a risada do insensato.

E isso também é vaidade.

7A calúnia enlouquece o sábio,

e o suborno corompe o seu coração.

8Mais vale o fim de uma coisa do que o seu começo,

mais vale a paciência do que a arrogância.

        9Não fiques irritado depressa, pois a irritação mora no meio dos insensatos. 10Não digas: “Por que os tempos passados eram melhores do que os de agora?” Pois não é a sabedoria que te inspira essa pergunta. 1A sabedoria é boa como uma herança, e é vantajosa para aqueles que veem o sol. 12Pois o abrigo da sabedoria é como o abrigo do dinheiro, e a vantagem do conhecimento é que a sabedoria faz viver os que a possuem. 13Vê a obra de Deus: quem poderá endireitar o que ele entortou? 14Em tempo de felicidade, sê feliz, e, no dia da desgraça, reflete:Deus fez tanto um como o outro, por isso o homem nada pode descobrir do seu futuro.

        15Já vi de tudo em minha vida de vaidade: O justo perecer na sua justiça e o ímpio sobreviver na sua maldade.

16Não sejas demasiadamente justo

e nem te tornes sábio demais:

por que destruir-te?

17Não sejas demasiadamente ímpio

e nem te tornes insensato:

para que morrer antes do tempo?

        18É bom que agarres um sem soltar o outro, pois quem teme a Deus encontrará um e outro. 19A sabedoria torna o sábio mais forte do que dez chefes numa cidade. 20Não existe um homem tão justo sobre a terra que faça o bem sem jamais pecar. 21Não dês atenção a todas as palavras que dizem; assim não ouvirás teu servo amaldiçoar-te. 22Pois tua consciência sabe que tu também amaldiçoaste os outros muitas vezes.

        23Coloquei tudo à prova pela sabedoria; pensei: “Vou tornar-me sábio”. 24Mas a sabedoria está fora de meu alcance. O que aconteceu está longe, muito profundo! Quem o achará?

        25Dediquei-me de todo o coração a conhecer, a raciocinar e a pesquisar a sabedoria e a reflexão, para reconhecer a impiedade como algo insensato e o erro como imprudência. 26E descobri que a mulher é mais amarga do que a morte, pois ela é uma armadilha, seu coração é uma rede e seus abraços, cadeias. Quem agrada a Deus livra-se dela, mas o pecador a ela se prende. 27Eis o que encontrei, diz o Eclesiastes, ao examinar coisa por coisa para chegar a uma conclusão; 28estive pesquisando e nada concluí:

entre mil encontrei apenas um homem,

porém, entre todas as mulheres,

não encontrei uma sequer.

Responsório Pr 20,9; Ecl 7,20; 1Jo 1,8.9

R. Quem pode entre nós afirmar:

é puro o meu coração, estou limpo de todo pecado?

* Não há justo algum nesta terra

que pratique o bem e não peque.

V. Se dissermos que nós não pecamos,

a nós mesmos, irmãos, enganamos;

Se, porém, confessarmos as culpas,

nosso Deus que é justo e fiel

nos perdoará nossas faltas. * Não há.

Segunda leitura

Das Instruções de São Columbano, abade

(Instr.1 de Fide,3-5:Opera, Dublin,1957,pp.62-66)         (Séc.VII)

A insondável profundidade de Deus

        Deus está em todo lugar, imenso e próximo em toda parte, conforme o testemunho dado por ele mesmo: Eu sou o Deus próximo e não o Deus de longe. Não busquemos, então, longe de nós a morada de Deus, que temos dentro de nós, se o merecermos. Habita em nós como a alma no corpo, se formos seus membros sadios, mortos ao pecado. Então verdadeiramente mora em nós aquele que disse: E habitarei neles e entre eles andarei. Se, portanto, formos dignos de tê-lo em nós, em verdade seremos vivificados por ele, como membros vivos seus: nele, assim diz o Apóstolo, vivemos, nos movemos e somos.  

        Quem, pergunto eu, investigará o Altíssimo em sua inefável e incompreensível essência? Quem sondará as profundezas de Deus? Quem se gloriará de conhecer o Deus infinito que tudo enche, tudo envolve, penetra em tudo e ultrapassa tudo, tudo contém e esquiva-se a tudo? Aquele que ninguém jamais viu como é. Por isto, não haja a presunção de indagar sobre a impenetrabilidade de Deus, o que foi, como foi, quem foi. São realidades indizíveis, inescrutáveis, ininvestigáveis; simplesmente, mas com todo o ardor, crê que Deus é como será, do modo como foi, porque Deus é imutável.

        Quem, pois, é Deus? Pai, Filho e Espírito Santo, um só Deus. Não perguntes mais sobre Deus; porque os que querem conhecer a imensa profundidade, têm antes de considerar a natureza. Com razão compara-se o conhecimento da Trindade à profundeza do mar, conforme diz o Sábio: E a imensa profundidade, quem a alcançará? Do modo como a profundeza do mar é invisível ao olhar humano, assim a divindade da Trindade é percebida como incompreensível pelo entendimento humano. Por conseguinte, se alguém quiser conhecer aquele em quem deverá crer, não julgue compreender melhor falando do que crendo; ao ser investigada, a sabedoria da divindade foge para mais longe do que estava.

        Procura, portanto, a máxima ciência não por argumentos e discursos, mas por uma vida perfeita; não pela língua, mas pela fé que brota da simplicidade do coração, não adquirida por doutas conjeturas da impiedade. Se, por doutas investigações procurares o inefável, irá para mais longe de ti do que estava; se, pela fé, a sabedoria estará à porta, onde se encontra; e onde mora poderá ser vista ao menos em parte. Mas em verdade até certo ponto também será atingida, quando se crer no invisível, mesmo sem compreendê-lo; deve-se crer em Deus por ser invisível, embora em parte o coração puro o veja.

Responsório Sl 35(36),6-7a; Rm 11,33

R. Vosso amor chega aos céus, ó Senhor,

chega às nuvens a vossa verdade.

* Como as altas montanhas eternas,

é a vossa justiça, Senhor;

e os vossos juízos superam

os abismos profundos dos mares.

V. Ó profundidade de tantas riquezas

da sabedoria e ciência de Deus!

Como são insondáveis os seus julgamentos!

* Como as altas.

Oração

Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.