Ofício das Leituras do 14º Domingo do Tempo Comum


V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

Chegamos ao meio da noite.
Profética voz nos chamou
e exorta a cantarmos felizes
de Deus Pai e Filho o louvor,

que unidos no Espírito da Vida,
são perfeita e santa Trindade,
igual numa só natureza,
à qual honra, amor, majestade!

Recorda esta hora o terror
de quando, nas terras do Egito,
um anjo matou primogênitos,
deixando o país todo aflito.

Mas traz salvação para os justos
na hora que Deus decretou.
As casas marcadas com sangue
o anjo da morte poupou.

O Egito chorou os seus filhos,
porém Israel se alegrou.
O sangue do puro cordeiro
aos seus protegeu e salvou.

Nós somos o novo Israel,
e em vós, ó Senhor, exultamos.
Com sangue de Cristo marcados,
do mal os ardis desprezamos.

Deus santo, fazei-nos ser dignos
da glória do mundo que vem.
Possamos cantar vossa glória
no céu para sempre. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Salve o dia que é glória dos dias,
feliz dia, de Cristo vitória,
dia pleno de eterna alegria,
o primeiro.

Luz divina brilhou para os cegos;
nela o Cristo triunfa do inferno,
vence a morte, reconciliando
terra e céus.

A sentença eterna do Rei
tudo sob o pecado encerrou,
para que na fraqueza brilhasse
maior graça.

O poder e a ciência de Deus
misturaram rigor e clemência,
quando o mundo já estava caindo
nos abismos.

Surge livre do Reino da morte
quem o gênero humano restaura,
reconduz em seus ombros a ovelha
ao redil.

Reine a paz entre os anjos e os homens,
e no mundo a total plenitude.
Ao Senhor triunfante convém
toda a glória.

Mãe Igreja, tua voz faça coro
à harmonia da pátria celeste.
Cantem hoje Aleluias de glória
os fiéis.

Triunfando do império da morte,
triunfal alegria gozemos.
Paz na terra e nos céus alegria.
Assim seja.

Salmodia

Ant. 1 Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!
De majestade e esplendor vos revestis,
e de luz vos envolveis como num manto! Aleluia.

Salmo 103(104)

Hino a Deus Criador

Se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo (2Cor 5,17).

I

1 Bendize, ó minha alma, ao Senhor! *
Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!
2 De majestade e esplendor vos revestis *
e de luz vos envolveis como num manto.

3 Estendeis qual uma tenda o firmamento, *
construís vosso palácio sobre as águas;
– das nuvens vós fazeis o vosso carro, *
do vento caminhais por sobre as asas;
4 dos ventos fazeis vossos mensageiros, *
do fogo e chama fazeis vossos servidores.

5 A terra vós firmastes em suas bases, *
ficará firme pelos séculos sem fim;
6 os mares a cobriam como um manto, *
e as águas envolviam as montanhas.

7 Ante a vossa ameaça elas fugiram, *
e tremeram ao ouvir vosso trovão;
8 saltaram montes e desceram pelos vales *
ao lugar que destinastes para elas;
9 elas não passam dos limites que fixastes, *
e não voltam a cobrir de novo a terra.

10 Fazeis brotar em meio aos vales as nascentes *
que passam serpeando entre as montanhas;
11 dão de beber aos animais todos do campo, *
e os da selva nelas matam sua sede;
12 às suas margens vêm morar os passarinhos, *
entre os ramos eles erguem o seu canto.

Ant. Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!
De majestade e esplendor vos revestis,
e de luz vos envolveis como num manto! Aleluia.

Ant. 2 O Senhor tira da terra o alimento
e o vinho que alegra o coração. Aleluia.

II

13 De vossa casa as montanhas irrigais, *
com vossos frutos saciais a terra inteira;
14 fazeis crescer os verdes pastos para o gado *
e as plantas que são úteis para o homem;

15 para da terra extrair o seu sustento *
e o vinho que alegra o coração,
– o óleo que ilumina a sua face *
e o pão que revigora suas forças.

16 As árvores do Senhor são bem viçosas *
e os cedros que no Líbano plantou;
17 as aves ali fazem os seus ninhos *
e a cegonha faz a casa em suas copas;
18 os altos montes são refúgio dos cabritos, *
os rochedos são abrigo das marmotas.

19 Para o tempo assinalar destes a lua, *
e o sol conhece a hora de se pôr;
20 estendeis a escuridão e vem a noite, *
logo as feras andam soltas na floresta;
21 eis que rugem os leões, buscando a presa, *
e de Deus eles reclamam seu sustento.

22 Quando o sol vai despontando, se retiram, *
e de novo vão deitar-se em suas tocas.
23 Então o homem sai para o trabalho, *
para a labuta que se estende até à tarde.

Ant. O Senhor tira da terra o alimento
e o vinho que alegra o coração. Aleluia.

Ant. 3 Deus viu todas as coisas que fizera
eram todas elas muito boas. Aleluia.

III

=24 Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras, †
que sabedoria em todas elas! *
Encheu-se a terra com as vossas criaturas!

=25 Eis o mar tão espaçoso e tão imenso, †
no qual se movem seres incontáveis, *
gigantescos animais e pequeninos;
=26 nele os navios vão seguindo as suas rotas, †
e o monstro do oceano que criastes *
nele vive e dentro dele se diverte.

27 Todos eles, ó Senhor, de vós esperam *
que a seu tempo vós lhes deis o alimento;
28 vós lhes dais o que comer e eles recolhem, *
vós abris a vossa mão e eles se fartam.

=29 Se escondeis a vossa face, se apavoram, †
se tirais o seu respiro, eles perecem *
voltam para o pó de onde vieram;
30 enviais o vosso espírito e renascem *
e da terra toda a face renovais.

31 Que a glória do Senhor perdure sempre, *
e alegre-se o Senhor em suas obras!
32 Ele olha para a terra, ela estremece; *
quando toca as montanhas, lançam fogo.

33 Vou cantar ao Senhor Deus por toda a vida, *
salmodiar para o meu Deus enquanto existo.
34 Hoje seja-lhe agradável o meu canto, *
pois o Senhor é a minha grande alegria!

=35 Desapareçam desta terra os pecadores, †
e pereçam os perversos para sempre! *
Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

Ant. Deus viu todas as coisas que fizera
eram todas elas muito boas. Aleluia.

V. Felizes vossos olhos porque vêem,
R. E também vossos ouvidos porque ouvem!

Primeira leitura

Do Segundo Livro de Samuel                 12,1-25

Arrependimento de Davi

            Naqueles dias: 1O Senhor mandou o profeta Natã a Davi. Ele foi ter com o rei e lhe disse: “Numa cidade havia dois homens, um rico e outro pobre. 2O rico possuía ovelhas e bois em grande número. 3O pobre só possuía uma ovelha pequenina, que tinha comprado e criado. Ela crescera em sua casa junto com seus filhos, comendo do seu pão, bebendo do mesmo copo, dormindo no seu regaço. Era para ele como uma filha. 4Veio um hóspede à casa do homem rico, e este não quis tomar uma das suas ovelhas ou um dos seus bois para preparar um banquete e dar de comer ao hóspede que chegara. Mas foi, apoderou-se da ovelhinha do pobre e preparou-a para o visitante”. 5Davi ficou indignado contra esse homem e disse a Natã: “Pela vida do Senhor, o homem que fez isso merece a morte! 6Pagará quatro vezes o valor da ovelha, por ter feito o que fez e não ter tido compaixão”.

            7Natã disse a Davi: “Esse homem és tu! Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Eu te ungi como rei de Israel, e salvei-te das mãos de Saul. 8Dei-te a casa do teu senhor e pus nos teus braços as mulheres do teu senhor, entregando-te também a casa de Israel e de Judá; e, se isto te parece pouco, vou acrescentar outros favores. 9Por que desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o que lhe desagrada? Feriste à espada o hitita Urias, para fazer da sua mulher a tua esposa, fazendo-o morrer pela espada dos amonitas. 10Por isso, a espada jamais se afastará de tua casa, porque me desprezaste e tomaste a mulher do hitita Urias para fazer dela a tua esposa. 11Assim diz o Senhor: Da tua própria casa farei surgir o mal contra ti e tomarei as tuas mulheres, sob os teus olhos, e as darei a um outro, e ele se aproximará das tuas mulheres à luz deste sol. 12Tu fizeste tudo às escondidas. Eu, porém, farei o que digo diante de todo o Israel e à luz do sol”.

            13Davi disse a Natã; “Pequei contra o Senhor”. Natã respondeu-lhe: “De sua parte, o Senhor perdoou o teu pecado, de modo que não morrerás! 14Entretanto, por teres ultrajado o Senhor com teu procedimento, o filho que te nasceu morrerá”. 15E Natã voltou para a sua casa.

        O Senhor feriu o filho que a mulher de Urias tinha dado a Davi e ele adoeceu gravemente. 16Davi implorou a Deus pelo menino e fez um grande jejum. E, voltando para casa, passou a noite deitado no chão. 17Os anciãos do palácio insistiam com ele para que se levantasse do chão; mas ele não o quis fazer nem tomar com eles alimento algum. 18No sétimo dia, o menino morreu. Os cortesãos de Davi tiveram receio de lhe comunicar que o menino tinha falecido, pois diziam: “Quando o menino ainda estava vivo, nós insistíamos, e não quis prestar-nos ouvidos. Como podemos dizer-lhe que o menino está morto? Ele poderia cometer um despropósito”. 19Mas Davi percebeu que oscortesãos cochichavam e compreendeu que o menino tinha falecido. O rei perguntou aos cortesãos: “O menino morreu?” E eles responderam que sim.

            20Então Davi se levantou do chão, lavou-se, ungiu-se e mudou de roupa. Em seguida foi para a casa do Senhor e se prostrou por terra. Voltando para casa, pediu comida, e quando lhe apresentaram, a tomou. 21Os cortesãos lhe observavam: “Que modo de proceder é este? Enquanto o menino ainda estava com vida, tu jejuavas e choravas, e agora que o menino está morto, te levantas e tomas alimento?” 22Ele respondeu: “É verdade, enquanto o menino estava com vida, jejuei e chorei. É que pensava: Quem sabe, o Senhor terá piedade de mim, deixando com vida o menino. 23Mas agora ele está morto: por que então eu ainda jejuaria? Acaso ainda posso trazê-lo de volta? Um dia irei para junto dele, mas ele não pode mais voltar a mim”.

            24Depois Davi confortou a esposa Betsabéia; entrou no seu aposento esse aproximou dela. Ela deu à luz um filho e Davi lhe deu o nome de Salomão, e o Senhor o amou. 25Ele o fez saber através do profeta Natã e este o chamou Jedidias, isto é, “Querido do Senhor”, por vontade do Senhor.

Responsório Or. de Manasés 9,10.12; Sl 50(51),5.6a

R. Meus pecados são mais numerosos
que areia da praia do mar.
Não sou digno de olhar para o céu
pelos males sem conta que fiz,
porque provoquei vossa ira.
* E o mal ante vós pratiquei.
V. Eu reconheço toda a minha iniquidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
Foi contra vós, só contra vós que eu pequei.
* E o mal.

Segunda leitura

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

(Serm. 19,2-3:CCL41,252-254)            (Séc.V)

Sacrifício para Deus, um espírito contrito

            Reconheço o meu pecado, diz Davi. Se eu o reconheço, perdoa-me, Senhor! Mesmo procurando viver bem, de modo algum tenhamos a presunção de ser sem pecado. Que demos valor à vida em que se pede perdão. Os homens sem esperança, quanto menos atentam para os próprios pecados, com tanto maior curiosidade espreitam os alheios. Procuram não o que corrigir, mas o que morder. Não podendo escusar-se, estão prontos a acusar. Não foi este o exemplo de rogar e de satisfazer a Deus que Davi nos deu, dizendo: Porque reconheço meu crime e meu pecado está sempre diante de mim. Davi não estava atento aos pecados alheios. Caía em si, não se desculpava, mas em si mesmo penetrava e descia cada vez mais profundamente. Não se poupava, e por isso podia confiadamente pedir para si o perdão.

            Queres reconciliar-te com Deus? Repara como procedes contigo, para que Deus te seja propício. Presta atenção ao salmo, onde lemos: Porque se quisesses um sacrifício, eu o faria certamente; não te causam prazer os holocaustos. Então ficarás sem sacrifício para oferecer? Nada oferecerás? Com nenhuma oblação tornarás Deus propício? Que disseste? Se quisesses um sacrifício, eu o faria certamente; não te causam prazer os holocaustos. Continua, escuta e dize: Sacrifício para Deus é o espírito contrito; o coração contrito e humilhado Deus não o despreza. Rejeitado aquilo que oferecias, encontraste o que oferecer. Como os antepassados, oferecias vítimas de animais, ditos sacrifícios: Se quisesses um sacrifício, eu o faria certamente. Não queres mais este gênero de sacrifícios, no entanto, procuras um sacrifício.

            Não te causam prazer os holocaustos. Se não tens prazer com os holocaustos, ficarás sem sacrifício? De modo algum. Sacrifício para Deus é o espírito contrito; o coração contrito e humilhado Deus não o despreza. Tens o que oferecer. Não examines o rebanho, não aprestes navios e não atravesses as mais longínquas regiões em busca de perfumes. Procura em teu coração aquilo de que Deus gosta. O coração deve ser esmagado. Por que temes que o esmagado pereça? Lê-se aqui: Cria em mim, ó Deus, um coração puro. Para que seja criado o coração puro, esmague-se o impuro.

            Sintamos aborrecimento por nós mesmos quando pecamos, porque os pecados aborrecem a Deus. Já que não estamos sem pecado, ao menos nisto sejamos semelhantes a Deus: o que lhe desagrada, desagrade também a nós. Em parte tu te unes à vontade de Deus, por te desagradar em ti aquilo mesmo que odeia aquele que te fez.

Responsório Sl 50(51),12

R. Meus pecados, ó Senhor, são como flechas
que foram encravadas no meu corpo;
porém, antes que meus erros causem chagas,
* Curai-me por sincera conversão.
V. Criai em mim um coração que seja puro,
dai-me de novo um espírito decidido. * Curai-me.

HINO TE DEUM (A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,

Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.

A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,

e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de nov
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.

(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).

Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.

Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.

Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.

Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.

Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!

Oração

Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei os vossos filhos e filhas de santa alegria, e dai aos que libertastes da escravidão do pecado o gozo das alegrias eternas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.


Comments

Uma resposta para “Ofício das Leituras do 14º Domingo do Tempo Comum”

  1. Avatar de PEDRO CLARETE DE ALMEIDA
    PEDRO CLARETE DE ALMEIDA

    Deus ama o pecador, mais odeia o pecado.

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