Quarta-feira da 10ª Semana do Tempo Comum

Ofício das Leituras

V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

Autor dos seres, Redentor dos tempos,
Juiz temível, Cristo, Rei dos reis,
nosso louvor, o nosso canto e prece,
clemente, acolhei.

Sobe até vós no transcorrer da noite,
como oferenda, um jovial louvor.
Por vós aceito, traga a nós conforto,
da luz, ó Autor.

A honestidade alegre os nossos dias,
não haja morte e treva em nossa vida.
Em nossos atos, sempre a vossa glória
seja refletida!

Queimai em nós o coração e os rins
com a divina chama, o vosso amor.
Velemos, tendo em mãos acesas lâmpadas,
pois vem o Senhor.

Ó Salvador, a vós louvor e glória,
e a vosso Pai, Deus vivo, Sumo Bem.
Ao Santo Espírito o céu entoe hosanas
para sempre. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Luz verdadeira, amor, piedade,
e alegria sem medida;
da morte, ó Cristo, nos salvastes!
Por vosso sangue temos vida.

O vosso amor nos corações,
nós vos pedimos, derramai;
dai-lhes da fé a luz eterna
e em caridade os confirmai.

De nós se afaste Satanás,
por vossas forças esmagado.
E venha a nós o Santo Espírito
do vosso trono o Enviado.

Louvor a Deus, eterno Pai,
e a vós seu Filho, Sumo Bem,
reinando unidos pelo Espírito
hoje e nos séculos. Amém.

Salmodia

Ant. 1 Nós sofremos no mais íntimo de nós,
esperando a redenção de nosso corpo.

Salmo 38(39)

Prece de um enfermo

A criação ficou sujeita à vaidade… por sua dependência daquele que a sujeitou; esperando ser libertada (Rm 8,20).

I

2 Disse comigo: “Vigiarei minhas palavras, *
fim de não pecar com minha língua;
– haverei de pôr um freio em minha boca *
enquanto o ímpio estiver em minha frente”.

=3 Eu fiquei silencioso como um mudo, †
mas de nada me valeu o meu silêncio, *
pois minha dor recrudesceu ainda mais.
=4 Meu coração se abrasou dentro de mim, †
um fogo se ateou ao pensar nisso, *
5 e minha língua então falou desabafando:

= “Revelai-me, ó Senhor, qual o meu fim, †
qual é o mero e a medida dos meus dias, *
para que eu veja quanto é frágil minha vida!
6 De poucos palmos vós fizestes os meus dias; *
perante vós a minha vida é quase nada.

7 O homem, mesmo em pé, é como um sopro, *
ele passa como a sombra que se esvai;
– ele se agita e se preocupa inutilmente, *
junta riquezas sem saber quem vai usá-las”.

Ant. Nós sofremos no mais íntimo de nós,
esperando a redenção de nosso corpo.

Ant. 2 Ó Senhor, prestai ouvidos à minha prece,
não fiqueis surdo aos lamentos do meu pranto!

II

8 E agora, meu Senhor, que mais espero? *
Só em vós eu coloquei minha esperança!
9 De todo meu pecado libertai-me; *
não me entregueis às zombarias dos estultos!

10 Eu me calei e já não abro mais a boca, *
porque vós mesmo, ó Senhor, assim agistes.
11 Afastai longe de mim vossos flagelos; *
desfaleço ao rigor de vossa mão!

=12 Punis o homem, corrigindo as suas faltas; †
como a traça, destruís sua beleza: *
todo homem não é mais do que um sopro.

=13 Ó Senhor, prestai ouvido à minha prece, †
escutai-me quando grito por socorro, *
não fiqueis surdo aos lamentos do meu pranto!

– Sou um hóspede somente em vossa casa, *
um peregrino como todos os meus pais.
14 Desviai o vosso olhar, que eu tome alento, *
antes que parta e que deixe de existir!

Ant. Ó Senhor, prestai ouvidos à minha prece,
não fiqueis surdo aos lamentos do meu pranto!

Ant. 3 Eu confio na clemência do Senhor
agora e para sempre.

Salmo 51(52)

Contra a maldade do caluniador

Quem se gloria, glorie-se no Senhor (1Cor 1,31).

3 Por que é que te glorias da maldade, *
ó injusto prepotente?
=4 Tu planejas emboscadas todo dia, †
tua língua é qual navalha afiada, *
fabricante de mentiras!

5 Tu amas mais o mal do que o bem, *
mais a mentira que a verdade!
6 Só gostas das palavras que destroem, *
ó língua enganadora!

7 Por isso Deus vai destruir-te para sempre *
e expulsar-te de sua tenda;
– vai extirpar-te e arrancar tuas raízes *
da terra dos viventes!

8 Os justos hão de vê-lo e temerão, *
e rindo dele vão dizer:
9 “Eis o homem que não pôs no Senhor Deus *
seu regio e sua força,
– mas confiou na multidão de suas riquezas, *
subiu na vida por seus crimes!”

10 Eu, porém, como oliveira verdejante *
na casa do Senhor,
– confio na clemência do meu Deus *
agora e para sempre!

11 Louvarei a vossa graça eternamente, *
porque vós assim agistes;
– espero em vosso nome, porque é bom, *
perante os vossos santos!

Ant. Eu confio na clemência do Senhor
agora e para sempre.

V. No Senhor ponho a minha esperança,
R. Espero em sua palavra.

Primeira leitura

Do Livro de Josué             3,1-17; 4,14-19; 5,10-12

O povo atravessa o Jordão e celebra a Páscoa

            Naqueles dias: 3,1 Josué levantou-se de madrugada e desfez o acampamento. Saindo de Setim, chegaram ao Jordão, ele e os filhos de Israel, e ali se detiveram antes de atravessar. 2Ao cabo de três dias os oficiais passaram pelo acampamento, 3dando esta ordem ao povo: “Quando virdes a arca da aliança do Senhor vosso Deus e os sacerdotes-levitas que a levam, deixareis o lugar em que estais e a seguireis. 4Todavia, que haja uma distância de uns mil metros entre vós e ela; não vos aproximeis dela. Assim sabereis qual o caminho que devereis seguir, uma vez que nunca passastes por este caminho”. 5Josué disse ao povo: “Purificai-vos, porque amanhã o Senhor realizará maravilhas em vosso meio”. 6Aos sacerdotes Josué ordenou : “Tomai a arca da aliança e passai à frente do povo”. Eles tomaram a arca da aliança e caminharam adiante do povo.

            7O Senhor disse a Josué: “Hoje começarei a exaltar-te diante de todo Israel, para que saibas que estou contigo assim como estive com Moisés. 8Tu, ordena aos sacerdotes que levam a arca da aliança, dizendo-lhes: Quando chegardes à beira das águas do Jordão, ficai parados ali”. 9Depois Josué disse aos filhos de Israel: “Aproximai-vos para ouvir as palavras do Senhor vosso Deus”. 10E acrescentou: “Nisto sabereis que o Deus vivo está no meio de vós e que ele expulsará da vossa presença os cananeus, os hititas, os heveus, os fereseus, os gergeseus, os amorreus e os jebuseus. 11Eis que a arca da aliança do Senhor de toda a terra vai atravessar o Jordão adiante de vós. 12Preparai doze homens das tribos de Israel, um de cada tribo. 13E logo que os sacerdotes, que levam a arca do Senhor de toda a terra, tocarem com a planta dos pés as águas do Jordão, elas se dividirão: as águas da parte de baixo continuarão a correr, mas as que vêm de cima pararão, formando uma barragem”.

            14Quando o povo levantou acampamento para passar o rio Jordão, os sacerdotes que levavam a arca da aliança puseram-se à frente de todo o povo. 15Quando chegaram ao rio Jordão e os pés dos sacerdotes se molharam nas águas da margem – pois o Jordão transborda e inunda suas margens durante todo o tempo da colheita –, 16então as águas, que vinham de cima, pararam, formando uma grande barragem até Adam, cidade que fica ao lado de Sartã, e as que estavam na parte de baixo desceram para o mar da Arabá, o mar Salgado, até secarem completamente.Então o povo atravessou, frente a Jericó. 17E os sacerdotes que levavam a arca da aliança do Senhor conservaram-se firmes sobre a terra seca, no meio do rio, e ali permaneceram até que todo Israel acabasse de atravessar o rio Jordão a pé enxuto.

            4,14 Naquele dia o Senhor engrandeceu Josué à vista de todo Israel, para que o respeitassem todos os dias de sua vida, assim como haviam respeitado Moisés. 15O Senhor disse então a Josué: 16“Ordena aos sacerdotes, que levam a arca do testemunho, que subam do Jordão”. 17E Josué ordenou aos sacerdotes: “Subi do Jordão”. 18Assim que os sacerdotes, que levavam a arca da aliança do Senhor, subiram e começaram a pisar a terra seca, as águas do Jordão voltaram para o seu leito e correram como antes, cobrindo inteiramente as margens.

            19O povo subiu do Jordão no décimo dia do primeiro mês e acampou em Guilgal, na extremidade oriental de Jericó.

            5,10 Os israelitas ficaram acampados em Guilgal e celebraram a Páscoa no dia catorze do mês, à tarde, na planície de Jericó. 11No dia seguinte à Páscoa, comeram dos produtos da terra, pães sem fermento e grãos tostados, nesse mesmo dia. 12O maná cessou no dia seguinte, quando comeram dos produtos da terra. Os israelitas não mais tiveram o maná. Naquele ano comeram dos frutos da terra de Canaã.

Responsório Js 4,22-25; Sl 113(114),5

R. Israel atravessou o rio Jordão,
pois Deus tinha secado suas águas,
como antes tinha feito ao mar Vermelho;
* Para que todas as nações do universo
conheçam a mão forte do Senhor.
V. Ó mar, o que tens tu, para fugir?
E tu, Jordão, por que recuas deste modo?
* Para que todas.

Segunda leitura

Das Homilias sobre o Livro de Josué, de Orígenes, presbítero

(Hom. 4,1: PG 12,842-843)            (Séc.III)

A travessia do Jordão

            No Jordão, a arca da aliança era o guia do povo de Deus. A fileira dos sacerdotes e levitas para, e as águas, como que em reverência aos ministros de Deus, refreiam seu curso e amontoam-se abrindo caminho livre para o povo de Deus. Não te admires de que estes fatos, acontecidos com o povo antigo, se refiram a ti, cristão, que pelo sacramento do batismo atravessaste o rio Jordão. A palavra divina te promete coisas ainda maiores e mais elevadas: oferece-te mesmo a travessia pelos ares. Escuta o que Paulo diz acerca dos justos: Seremos arrebatados nas nuvens, ao encontro de Cristo nos ares, e assim estaremos com o Senhor para sempre. Não há nada que amedronte o justo. Todas as criaturas o servem. Ouve ainda como pelo Profeta Deus lhe promete: Se passares pelo fogo, a chama não te queimará, porque eu sou o Senhor, teu Deus. Todo lugar acolhe o justo e toda criatura lhe presta o devido serviço. E não julgues que estas coisas se deram antigamente e que em ti, que as escutas, nada de semelhante acontece. Todas se perfazem em ti de modo místico. De fato, tu que, abandonando há pouco as trevas da idolatria, desejas aproximar-te da lei divina, deixas primeiro o Egito.

            Quando te inscreveste no número dos catecúmenos e começaste a obedecer aos preceitos da Igreja, atravessaste o mar Vermelho. Assim, levado às paradas do deserto, tu te entregas diariamente à audição da lei divina e à contemplação do rosto de Moisés, com o véu já retirado pela glória do Senhor. Se depois te achegares à fonte do místico batismo e, na presença dos sacerdotes e levitas, fores iniciado naqueles veneráveis e magníficos mistérios conhecidos por aqueles a quem de direito, então depois de ter atravessado o Jordão, também pelo ministério sacerdotal, entrarás na terra prometida. Nesta, depois de Moisés, acolher-te-á Jesus e ele próprio se fará teu guia na nova caminhada.

            Tu, porém, lembrado de tantas e tão grandes maravilhas de Deus, como o mar que se dividiu para ti e a água do rio que parou diante de ti, voltado para eles dirás: Que houve, ó mar, que fugiste? e tu, Jordão, que voltaste para trás? Montes, por que saltais como cabritos e as colinas como cordeirinhos? A palavra divina responderá: Diante da face do Senhor abalou-se a terra, diante da face do Deus de Jacó, que muda a pedra em lago e o rochedo em fontes de água.

Responsório Sb 17,1a; 19,22a; Sl 76(77),20a

R. Como são grandes, ó Senhor, vossos juízos,
e indizíveis, ó Senhor, vossas palavras!
* Engrandecestes e honrastes vosso povo.
V. Abriu-se em pleno mar vosso caminho
e vossa estrada pelas águas mais profundas.
* Engrandecestes.

Oração

Ó Deus, fonte de todo o bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.