Terça-feira da 6ª Semana do Tempo Comum

Ofício das Leituras


V. Vinde, ó Deus, em meu aulio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Esrito Santo. *
Como era no prinpio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Hino

I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:

Despertados no meio da noite,
meditando, em vigília e louvor,
entoemos com todas as forças
nosso canto vibrante ao Senhor,

para que celebrando em conjunto
deste Rei glorioso os louvores,
mereçamos viver, com seus santos,
vida plena nos seus esplendores.

Esse dom nos conceda a Trindade,
Pai e Filho e Amor, Sumo Bem,
cuja glória ressoa na terra
e no céu pelos séculos. Amém.

II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:

Deus bondoso, inclinai o vosso ouvido,
por piedade, acolhei a nossa prece.
Escutai a oração dos vossos servos,
como Pai que dos seus filhos não se esquece.

Para nós volvei, sereno, a vossa face,
pois a vós nos confiamos sem reserva;
conservai as nossas lâmpadas acesas,
afastai do coração todas as trevas.

Compassivo, absolvei os nossos crimes,
libertai-nos, e as algemas nos quebrai;
os que jazem abatidos sobre a terra
com a vossa mão direita levantai.

Glória a Deus, fonte e raiz de todo ser,
glória a vós, do Pai nascido, Sumo Bem,
sempre unidos pelo Amor do mesmo Espírito,
Deus que reina pelos séculos. Amém.

Salmodia

Ant. 1 Confia ao Senhor o teu destino;
confia nele e com certeza ele agi.

Salmo 36(37)

O destino dos maus e dos bons

Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra (Mt 5,5).

I

1 Não te irrites com as obras dos malvados *
nem invejes as pessoas desonestas;
2 eles murcham tão depressa como a grama, *
como a erva verdejante secarão.

3 Confia no Senhor e faze o bem, *
e sobre a terra habitarás em segurança.
4 Coloca no Senhor tua alegria, *
e ele da o que pedir teu coração.

5 Deixa aos cuidados do Senhor o teu destino; *
confia nele, e com certeza ele agirá.
6 Fará brilhar tua inocência como a luz, *
e o teu direito, como o sol do meio-dia.

7 Repousa no Senhor e espera nele! *
Não cobices a fortuna desonesta,
– nem invejes quem vai bem na sua vida *
mas oprime os pequeninos e os humildes.

8 Acalma a ira e depõe o teu furor! *
Não te irrites, pois seria um mal a mais!
9 Porque serão exterminados os perversos, *
e os que esperam no Senhor terão a terra.

10 Mais um pouco e já os ímpios não existem; *
se procuras seu lugar, não o acharás.
11 Mas os mansos herdarão a nova terra, *
nela gozarão de imensa paz.

Ant. Confia ao Senhor o teu destino;
confia nele e com certeza ele agi.

Ant. 2 Afasta-te do mal e faze o bem,
pois a força do homem justo é o Senhor.

II

12 O pecador arma ciladas contra o justo *
e, ameaçando, range os dentes contra ele;
13 mas o Senhor zomba do ímpio e ri-se dele, *
porque sabe que o seu dia vai chegar.

14 Os ímpios já retesam os seus arcos *
tiram sua espada da bainha,
– para abater os infelizes e os pequenos *
e matar os que estão no bom caminho;
15 mas sua espada há de ferir seus corações, *
e os seus arcos hão de ser despedaçados.

16 Os poucos bens do homem justo valem mais *
do que a fortuna fabulosa dos iníquos.
17 Pois os braços dos malvados vão quebrar-se, *
mas aos justos é o Senhor que os sustenta.

18 O Senhor cuida da vida dos honestos, *
e sua herança permanece eternamente.
19 Não serão envergonhados nos maus dias, *
mas nos tempos de penúria, saciados.

20 Mas os ímpios com certeza morrerão, *
perecerão os inimigos do Senhor;
– como as flores das campinas secarão, *
e sumirão como a fumaça pelos ares.

21 O ímpio pede emprestado e não devolve, *
mas o justo é generoso e dá esmola.
22 Os que Deus abençoar, terão a terra; *
os que amaldiçoar, se perderão.

23 É o Senhor quem firma os passos dos mortais *
e dirige o caminhar dos que lhe agradam;
24 mesmo se caem, não irão ficar prostrados, *
pois é o Senhor quem os sustenta pela mão.

=25 Já fui jovem e sou hoje um ancião, †
mas nunca vi um homem justo abandonado, *
nem seus filhos mendigando o próprio pão.
26 Pode sempre emprestar e ter piedade; *
seus descendentes hão de ser abençoados.

27 Afasta-te do mal e faze o bem, *
e terás tua morada para sempre.
28 Porque o Senhor Deus ama a justiça, *
e jamais ele abandona os seus amigos.

– Os malfeitores hão de ser exterminados, *
e a descendência dos malvados destruída;
29 mas os justos herdarão a nova terra *
nela habitarão eternamente.

Ant. Afasta-te do mal e faze o bem,
pois a força do homem justo é o Senhor.

Ant. 3 Confia em Deus e segue sempre seus caminhos!

III

30 O justo tem nos bios o que é bio, *
sua língua tem palavras de justiça;
31 traz a Aliança do seu Deus no coração, *
e seus passos não vacilam no caminho.

32 O ímpio fica à espreita do homem justo, *
estudando de que modo o matará;
33 mas o Senhor não o entrega em suas mãos, *
nem o condena quando vai a julgamento.

34 Confia em Deus e segue sempre seus caminhos; *
ele have de te exaltar e engrandecer;
– possuirás a nova terra por herança, *
e assistirás à perdição dos malfeitores.

35 Eu vi o ímpio levantar-se com soberba, *
elevar-se como um cedro exuberante;
36 depois passei por lá e já não era, *
procurei o seu lugar e não o achei.

37 Observa bem o homem justo e o honesto: *
quem ama a paz terá bendita descendência.
38 Mas os ímpios serão todos destruídos, *
e a sua descendência exterminada.

39 A salvação dos piedosos vem de Deus; *
ele os protege nos momentos de aflição.
=40 O Senhor lhes dá ajuda e os liberta, †
defende-os e protege-os contra os ímpios, *
e os guarda porque nele confiaram.

Ant. Confia em Deus e segue sempre seus caminhos!

V. Dai-me bom senso, retidão, sabedoria,
R. Pois tenho  nos vossos santos mandamentos.

Primeira leitura
Do Livro dos Provérbios  8,1-5.12-36

Louvor da Sabedoria eterna


1A sabedoria não chama?
a inteligência não levanta a voz?
2Nos montículos, ao longo do caminho,
de pé nas encruzilhadas,
3junto às portas na entrada da cidade,
nos portões de saída ela grita:
4“A vós, homens, eu chamo,
dirijo-me aos filhos dos homens.
5Os ingênuos aprendam a sagacidade,
os insensatos adquiram bom senso;
12Eu, a sabedoria, moro com a prudência,
tenho companhia com a reflexão.
13O temor do Senhor odeia o mal.
Detesto o orgulho e a soberba,
o mau caminho e a boca falsa.
14Eu possuo o conselho e a prudência,
são minhas a inteligência e a fortaleza;
15é por mim que reinam os reis,
e os príncipes decretam leis justas;
16por mim governam os governadores,
e os poderosos dão sentenças justas.
17Eu amo os que me amam,
e os que madrugam por mim hão de me encontrar.
18Comigo estão a riqueza e a honra,
a prosperidade e a justiça.
19O meu fruto é melhor do que o ouro puro,
o meu lucro vale mais do que a prata.
20Eu caminho pela estrada da justiça
e ando pelas veredas do direito,
21para levar o bem aos que me amam,
e encher os seus tesouros.
22O Senhor me possuiu como primícias de seus caminhos,
antes de suas obras mais antigas;
23desde a eternidade fui constituída,
desde o princípio, antes das origens da terra.
24Fui gerada quando não existiam os abismos,
quando não havia os mananciais das águas,
25antes que fossem estabelecidas as montanhas,
antes das colinas fui gerada.
26Ele ainda não havia feito as terras e os campos,
nem os primeiros vestígios de terra do mundo.
27Quando preparava os céus, ali estava eu,
quando traçava a abóbada sobre o abismo,
28quando firmava as nuvens lá no alto
e reprimia as fontes do abismo,
29quando fixava ao mar os seus limites
– de modo que as águas não ultrapassassem suas bordas
e lançava os fundamentos da terra,
30eu estava ao seu lado como mestre-de-obras;
eu era seu encanto, dia após dia,
brincando, todo o tempo, em sua presença,
31brincando na superfície da terra,
e alegrando-me em estar com os filhos dos homens.
32Agora, meus filhos, escutai-me:
felizes os que seguem os meus caminhos;
33ouvi minhas instruções, e tornai-vos sábios
e não as desprezeis.
34Feliz o homem que me escuta,
velando em minhas portas cada dia,
guardando a minha entrada!
35Quem me achar, encontrará a vida
e gozará das delícias do Senhor.
36Quem me ofender, arruína-se a si mesmo:
os que me odeiam amam a morte.

Responsório Pr 8,22; Jo 1,1

R. O Senhor me possuía no prinpio de suas vias,
* E já antes de ter feito qualquer obra mais antiga.

V. A Palavra, no prinpio, estava com Deus
e a Palavra era Deus. * E já antes.

Segunda leitura
Dos Sermões contra os Arianos, de Santo Atanásio, bispo

(Oratio 2,78.81-82: PG 26,311.319)

(Séc. IV)

O conhecimento do Pai
através da Sabedoria criadora e humana

A unigênita Sabedoria de Deus é quem cria e dá realidade a tudo. Tudo, como se disse, fizeste na sabedoria; e também: A terra está repleta de tua criação.

Para que as coisas não apenas existissem, mas existissem boamente, aprouve a Deus doar-se, por meio de sua Sabedoria, a todas as suas criaturas, imprimindo-lhes alguma coisa da semelhança e da beleza de si mesmo em todas e em cada uma. Deste modo tornou claro serem todas as criaturas ornadas de sabedoria e obras dignas de Deus.

Assim como nossa palavra ou verbo é a imagem do Verbo, o Filho de Deus, também a sabedoria posta em nós é a sua imagem da sabedoria do Verbo de Deus, isto é, da própria Sabedoria. Na sabedoria posta em nós, tendo a capacidade de saber e de compreender, nós nos tornamos aptos a receber a Sabedoria criadora e, por ela, a conhecer o seu Pai. Porque quem tem o Filho, diz ele, tem também o Pai, e: Quem me recebe, recebe aquele que me enviou. Por conseguinte, já que uma forma criada da Sabedoria existe em nós e em tudo, é justo que a verdadeira e criadora Sabedoria reconheça pertencer-lhe esta forma e diga: O Senhor me criou em suas obras.

Mas porque, como já explicamos, o mundo não conheceu a Deus pela sabedoria, foi do agrado de Deus salvar os que crêem pela estupidez da pregação. Já não mais, como nos tempos antigos, Deus quis ser conhecido pela imagem e sombra da sabedoria existente nas coisas criadas, mas quis que a verdadeira Sabedoria, ela mesma, assumisse a carne, se fizesse homem e padecesse a morte da cruz, a fim de que nela firmados pela fé, todos os que crêem pudessem ser salvos de então em diante.

Portanto, é a Sabedoria de Deus, a mesma que anteriormente, por sua própria imagem impressa nas criaturas – e por isso a chamamos sabedoria criada – se fazia conhecer não somente a si, como ainda, através de si, o seu Pai. Depois, ela ainda, que é o Verbo, fez-se carne, como disse São João e, destruída a morte e libertada nossa raça, manifestou-se a si mesma e, em si, também ao Pai, de modo ainda mais claro. Daí estas palavras: Dá-lhes que te conheçam a ti, único verdadeiro Deus, e ao que enviaste, Jesus Cristo.

Por isto, a terra inteira está cheia de seu conhecimento. Na verdade, um só é o conhecimento que temos do Pai através do Filho e do Filho a partir do Pai. O Pai alegra-se com a única e mesma alegria com que o Filho se delicia no Pai, dizendo: Era eu que fazia sua alegria, em sua presença, cada dia, eu me deliciava.

Responsório Cl 2,6.9; Mt 23,10b

R. Meus irmãos, como acolhestes Jesus Cristo por Senhor,
assim nele caminhai.
* Nele habita, corporalmente, a divina plenitude.

V. Vosso Mestre é um somente, é Jesus Cristo, o Senhor.
* Nele habita.

Oração

Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.