Prece de um enfermo

A criação ficou sujeita à vaidade. por sua dependência daquele que a sujeitou; esperando ser  libertada (Rm 8,20).

2 Disse comigo: “Vigiarei minhas palavras, *

a fim de não pecar com minha língua;

– haverei de pôr um freio em minha boca *

enquanto o ímpio estiver em minha frente”. 

=3 Eu fiquei silencioso como um mudo, †

mas de nada me valeu o meu silêncio, *

pois minha dor recrudesceu ainda mais.

=4 Meu coração se abrasou dentro de mim, †

um fogo se ateou ao pensar nisso, *

5 e minha língua então falou desabafando:

= “Revelai-me, ó Senhor, qual o meu fim, †

qual é o número e a medida dos meus dias, *

para que eu veja quanto é frágil minha vida!

6 De poucos palmos vós fizestes os meus dias; *

perante vós a minha vida é quase nada.

7 O homem, mesmo em pé, é como um sopro, *

ele passa como a sombra que se esvai;

– ele se agita e se preocupa inutilmente, *

junta riquezas sem saber quem vai usá-las”.

8 E agora, meu Senhor, que mais espero? *

Só em vós eu coloquei minha esperança!

9 De todo meu pecado libertai-me; *

não me entregueis às zombarias dos estultos!

10 Eu me calei e já não abro mais a boca, *

porque vós mesmo, ó Senhor, assim agistes.

11 Afastai longe de mim vossos flagelos; *

desfaleço ao rigor de vossa mão!

=12 Punis o homem, corrigindo as suas faltas; †

como a traça, destruís sua beleza: *

todo homem não é mais do que um sopro.

 =13 Ó Senhor, prestai ouvido à minha prece, †

escutai-me quando grito por socorro, *

não fiqueis surdo aos lamentos do meu pranto!

– Sou um hóspede somente em vossa casa, *

um peregrino como todos os meus pais.

14 Desviai o vosso olhar, que eu tome alento, *

antes que parta e que deixe de existir!