V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Ofício das Leituras
Hino
Do vosso Filho, ó filha,
ó Mãe e Virgem pura,
sublime e mais humilde
que toda criatura!
Em seu conselho eterno,
Deus viu vossa beleza,
ó glória e esplendor
da nossa natureza,
a qual se fez tão nobre
que o seu supremo Autor,
de modo admirável,
um corpo em vós tomou.
No seio duma Virgem
revive, em fogo, o Amor.
Na terra a flor celeste
germina ao seu calor.
Ao Pai louvor, e ao Filho
da vossa virgindade,
que vos vestiu, no Espírito,
de graça e santidade.
Salmodia
Ant. 1 Inclinai o vosso ouvido para mim,
apressai-vos, ó Senhor, em socorrer-me!
Salmo 30(31),2-17.20-25
Súplica confiante do aflito
Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito (Lc 23,46).
I
–2 Senhor, eu ponho em vós minha esperança; *
que eu não fique envergonhado eternamente!
= Porque sois justo, defendei-me e libertai-me, †
3 inclinai o vosso ouvido para mim; *
apressai-vos, ó Senhor, em socorrer-me!
– Sede uma rocha protetora para mim, *
um abrigo bem seguro que me salve!
–4 Sim, sois vós a minha rocha e fortaleza; *
por vossa honra orientai-me e conduzi-me!
–5 Retirai-me desta rede traiçoeira, *
porque sois o meu refúgio protetor!
–6 Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, *
porque vós me salvareis, ó Deus fiel!
–7 Detestais os que adoram deuses falsos; *
quanto a mim, é ao Senhor que me confio.
=8 Vosso amor me faz saltar de alegria, †
pois olhastes para as minhas aflições *
e conhecestes as angústias de minh’alma.
–9 Não me entregastes entre as mãos do inimigo, *
mas colocastes os meus pés em lugar amplo!
Ant. Inclinai o vosso ouvido para mim,
apressai-vos, ó Senhor, em socorrer-me!
Ant. 2 Mostrai serena a vossa face ao vosso servo.
II
=10 Tende piedade, ó Senhor, estou sofrendo: †
os meus olhos se turvaram de tristeza, *
o meu corpo e minha alma definharam!
–11 Minha vida se consome em amargura, *
e se escoam os meus anos em gemidos!
– Minhas forças se esgotam na aflição, *
e até meus ossos, pouco a pouco, se desfazem!
–12 Tornei-me o opróbrio do inimigo, *
o desprezo e zombaria dos vizinhos,
– e objeto de pavor para os amigos; *
fogem de mim os que me vêem pela rua.
–13 Os corações me esqueceram como um morto, *
e tornei-me como um vaso espedaçado.
–14 Ao redor, todas as coisas me apavoram; *
ouço muitos cochichando contra mim;
– todos juntos se reúnem, conspirando *
e pensando como vão tirar-me a vida.
–15 A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio, *
e afirmo que só vós sois o meu Deus!
–16 Eu entrego em vossas mãos o meu destino; *
libertai-me do inimigo e do opressor!
–17 Mostrai serena a vossa face ao vosso servo, *
e salvai-me pela vossa compaixão!
Ant. Mostrai serena a vossa face ao vosso servo.
Ant. 3 Seja bendito o Senhor Deus
por seu amor maravilhoso!
III
–20 Como é grande, ó Senhor, vossa bondade, *
que reservastes para aqueles que vos temem!
– Para aqueles que em vós se refugiam, *
mostrando, assim, o vosso amor perante os homens.
–21 Na proteção de vossa face os defendeis *
bem longe das intrigas dos mortais.
– No interior de vossa tenda os escondeis, *
protegendo-os contra as línguas maldizentes.
–22 Seja bendito o Senhor Deus, que me mostrou *
seu grande amor numa cidade protegida!
–23 Eu que dizia quando estava perturbado: *
“Fui expulso da presença do Senhor!”
– Vejo agora que ouvistes minha súplica, *
quando a vós eu elevei o meu clamor.
=24 Amai o Senhor Deus, seus santos todos, †
ele guarda com carinho seus fiéis, *
mas pune os orgulhosos com rigor.
–25 Fortalecei os corações, tende coragem, *
todos vós que ao Senhor vos confiais!
Ant. Seja bendito o Senhor Deus
por seu amor maravilhoso!
V. Vossa verdade me oriente e me conduza,
R. Porque sois o Deus da minha salvação.
Primeira leitura
Início do Livro de Josué 1,1-18
Josué, chamado por Deus, exorta o povo à unidade
1Após a morte de Moisés, o servo do Senhor, falou o Senhor a Josué, filho de Nun, ministro de Moisés, dizendo: 2“Moisés, meu servo, morreu. Agora, levanta-te e atravessa o rio Jordão, tu e todo este povo, para a terra que vou dar aos filhos de Israel. 3Eu vos darei todo lugar que pisar a planta de vossos pés, conforme prometi a Moisés. 4O vosso território se estenderá do deserto e do Líbano ao grande rio, o Eufrates, por todo o país dos hititas, e até ao Grande Mar na direção do sol poente. 5Ninguémte poderá resistir enquanto viveres. Como estive com Moisés, assim estarei contigo. Não te deixarei nem te abandonarei.
6Sê forte e corajoso, pois tu farás este povo herdar a terra que jurei dar a seus pais. 7Apenas sê forte e muito corajoso e cuida em agir segundo toda a lei que Moisés, meu servo, te prescreveu. Não te desvies nem para a direita nem para a esquerda, a fim de que tenhas êxito por onde quer que andes. 8Não cesses de falar deste livro da lei. Medita nele dia e noite, para que procures agir conforme tudo o que nele está escrito. Então farás prosperar teus empreendimentos e serás bem sucedido. 9Não te ordenei que sejas forte e corajoso? Não temas e não te acovardes, pois o Senhor teu Deus estará contigo por onde quer que andes”.
10Josué ordenou então aos oficiais do povo: “Passai pelo acampamento e ordenai ao povo: 11Preparai víveres, pois dentro de três dias ireis atravessar o Jordão para tomar posse da terra que o Senhor vosso Deus vos dá como propriedade”.
12Josué falou então aos rubenitas, aos gaditas e à meia-tribo de Manassés: 13“Lembrai-vos da ordem que Moisés, o servo do Senhor, vos deu: o Senhor vosso Deus vos concede repouso e vos dá esta terra. 14Vossas mulheres, vossas crianças e vosso gado permanecerão na terra que Moisés vos deu na Transjordânia. Vós, porém, todos os valentes guerreiros, passareis na frente de vossos irmãos, em ordem de batalha, para ajudá-los, 15até que o Senhor conceda repouso aos vossos irmãos assim como a vós, para que eles também tomem posse da terra que o Senhor vosso Deus lhes dá; depois voltareis para a terra de vossa propriedade, e tomareis posse daquela que Moisés, o servo do Senhor, vos deu na Transjordânia, ao sol nascente”.
16Eles responderam a Josué: “Faremos tudo quanto nos ordenaste e iremos para onde quer que nos envies. 17Assim como em tudo obedecemos a Moisés, também obedeceremos a ti. Basta que o Senhor teu Deus esteja contigo, assim como esteve com Moisés. 18Todo aquele que se rebelar contra tuas ordens e não obedecer às tuas palavras em tudo o que nos tiveres ordenado, será morto. Apenas sê forte e corajoso!”
Responsório Js 1,4b.9; cf. Dt 31,20a
R. Disse o Senhor a Josué:
Como estive com Moisés, estarei, assim, contigo.
* Tem coragem e sê forte;
guiarás meu povo à terra onde correm leite e mel.
V. Não temas, nem te espantes, pois contigo estarei,
onde quer que tu andares, nunca hei de abandonar-te
e jamais te deixarei. * Tem coragem.
Segunda leitura
Do Discurso de São Paulo VI, papa, no encerramento da terceira sessão do Concílio Vaticano II
(21 de novembro de 1964: AAS 56 [1964], 1015-1016) (Séc. XX)
Maria Mãe da Igreja
Considerando as estreitas relações de Maria com a Igreja, para a glória da Santa Virgem e para nosso conforto, proclamamos Maria Santíssima Mãe da Igreja, isto é, de todo o povo de Deus, tanto dos fiéis como dos Pastores, que lhe chamam Mãe amorosíssima; e queremos que, com este título suavíssimo, a Mãe de Deus seja doravante ainda mais honrada e invocada por todo o povo cristão.
Trata-se de um título que não é novo para a piedade dos cristãos; pois é justamente com este nome de Mãe, de preferência a qualquer outro, que os fiéis e a Igreja toda costumam dirigir-se a Maria. Na verdade, ele pertence à genuína substância da devoção a Maria, achando sua justificação na própria dignidade da Mãe do Verbo Encarnado.
Efetivamente, assim como a Maternidade divina é o fundamento da especial relação de Maria com Cristo e da sua presença na economia da salvação operada por Cristo Jesus, assim também essa Maternidade constitui o fundamento principal das relações de Maria com a Igreja, sendo ela a Mãe daquele que, desde o primeiro instante da sua Encarnação, no seu seio virginal, uniu a si, como Cabeça, o seu Corpo Místico, que é a Igreja. Maria, pois, como Mãe de Cristo, também é Mãe dos fiéis e de todos os Pastores, isto é, da Igreja.
Portanto, é com ânimo cheio de confiança e de amor filial que elevamos o olhar para ela, não obstante a nossa indignidade e fraqueza. Ela, que em Jesus nos deu a fonte da graça, não deixará de socorrer a Igreja com seu auxílio materno, sobretudo neste tempo em que a Esposa de Cristo se empenha, com novo alento, na sua missão salvadora.
A nossa confiança é ainda mais reavivada e corroborada quando consideramos os laços estreitíssimos que prendem esta nossa Mãe celeste ao gênero humano. Embora na riqueza das admiráveis prerrogativas com que Deus a adornou para fazê-la digna Mãe do Verbo Encarnado, ela está, todavia, pertíssimo de nós. Filha de Adão, como nós, e por isto nossa irmã por laços de natureza, ela é, entretanto, a criatura preservada do pecado original em vista dos méritos de Cristo, e que, aos privilégios obtidos junta a virtude pessoal de uma fé total e exemplar, merecendo o elogio evangélico de: Bem-aventurada és tu, porque acreditaste (Lc 1,45).
Na sua vida terrena, ela realizou a perfeita figura do discípulo de Cristo, espelho de todas as virtudes, e encarnou as bem-aventuranças evangélicas proclamadas por Cristo Jesus. Por isso, toda a Igreja, na sua incomparável variedade de vida e de obras, encontra nela a forma mais autêntica de perfeita imitação de Cristo.
Responsório Cf. Lc 1,35
R. O Espírito Santo desceu sobre Maria,
* E o poder do Altíssimo a cobriu com sua sombra.
V. Para que unida à paixão de seu Filho, se tornasse a Mãe dos redimidos.
* E o poder.
Oração
Deus, Pai de misericórdia, vosso Filho, pregado na cruz, nos deu por mãe a sua Mãe. Pela intercessão amorosa da Virgem Maria, fazei que a vossa Igreja se torne cada vez mais fecunda e se alegre pela santidade de seus filhos e filhas, atraindo para o seu convívio as famílias de todos os povos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.